𝑷𝑹𝑶́𝑳𝑶𝑮𝑶
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𝐌𝐈𝐍𝐇𝐀 cabeça doía. Muito.
Por um momento, pensei estar em uma maca. Mas não, não poderia ser. Sob mim não estava muito confortável, parecia.. metal. Gelado. E desagradável.
Relutei antes de abrir os olhos, temendo presenciar uma cena indesejada. Mas o fiz, lentamente. Meus olhos estavam pesados quando os abri, e minha cabeça latejava como nunca, parecia algo pior que enxaqueca. Não me lembrava de ter tomado algum medicamento, no entanto. Gemi de dor ao levar minha mão à cabeça, na região da testa, em uma tentativa falha de amenizar o que me incomodava.
Foi um custo erguer-me. Apoiei meu braço no chão, e consegui ao menos ficar sentada.
O cheiro do lugar era horrível. Parecia podre.
Ao observar o cenário mais cuidadosamente, reparei ser uma espécie de caixa, grande suficiente para algum animal selvagem.
Nos cantos, haviam mantimentos e outras caixas menores — estas aparentavam ser de madeira, e outras, de papelão — cobertas por um tipo de tecido sujo e esfacelado. Não sabia o que estava dentro, muito menos se seria útil para mim em tal situação.
Havia uma forte luz azul cercando a caixa, o que não colaborava com a dor na cabeça.
Eu não tinha ideia onde estava, muito menos porquê estava aqui, mas o que mais me incomodava era o fato de que não encontrei saída alguma.
Desesperei-me com esse pensamento. Não podia ser, tinha que ter alguma saída.
Minhas mãos começaram a suar ao ponto que meu coração acelerava. Rapidamente vasculhei o local, andando de canto a canto, de grade a grade, afim de encontrar uma espécie de porta ou portinhola.
Nada.
Não havia nada lá.
Não tinha saída.
— Merda! — Resmunguei.
Não sabia o que fazer. Não sabia como me sentir. Não me parecia ódio, não me parecia remorso. Mas um nó se formara em minha garganta, e a dor só aumentava na medida em que, mesmo vasculhando caixa atrás de caixa, nada encontrava que me tirasse daquele lugar.
O farfalhar de cada tecido levantava poeira sempre que uma caixa nova era aberta. Foram incontáveis tosses e espirros antes que eu pudesse abrir a última caixa. Alimentos estragados, expirados. Isso explica o mau cheiro.
Pensei em gritar por ajuda, mas quem me escutaria? Pelo nível em que me encontro, chutaria estar a pelo menos 7 metros da superfície. Tal pensamento me fazia querer chorar, mas não, eu não podia. Não nessa situação.
Respirei fundo, tentando acalmar-me. Tinha de pensar em uma solução.
Gritar por ajuda, certo. Faria isto. Tinha de gritar o mais alto possível. Ao menos tentar. Inspirei, trazendo a maior quantidade possível de oxigênio para meus pulmões.
— Aj... — Interrompi minha própria fala, assustada com um movimento repentino da enorme caixa de metal.
Ela chacoalhara, e em seguida, parou. Esperei para mais algum movimento. Nada.
— Mas qu.. Ahh! — Interrompi-me novamente quando a caixa começou a subir em movimento acelerado.
Por questões físicas, a gravidade me puxou para o chão. Não consegui manter-me de pé. Tentei gritar por ajuda. Mas era impossível. A caixa subia cada vez mais rápido, tão rápido quanto meus batimentos cardíacos. Tentei bater nas grades da caixa, torcendo que uma estivesse solta o suficiente para que eu pudesse escapar. Nem isso foi possível.
— Droga, droga, droga! — E agora?
Olhei para cima. A caixa chacoalhava a medida que velozmente ia para cima.
Desesperei-me. Eu estava confusa, perdida. O que faria agora? Para onde essa caixa me levava?
A forte luz azul que antes eu retraia, agora se tornara vermelha, e isso não me parecia um bom sinal. A esse ponto, senti falta de ar, e minha pressão estava caindo gradualmente.
Senti bile subir à garganta, nauseada.
Quando a caixa atingiu o teto, a batida foi tão intensa que me senti tonta — e a enxaqueca parecia piorar. Eu ao menos imagino ser enxaqueca. Em seguida, quando ela finalmente parou, quase vomitei. Quase. Não tive coragem para me levantar, e me questionei se estaria morta.
Em poucos segundos, antes mesmo que eu pudesse raciocinar, uma espécie de porta metálica, que não fazia parte da estrutura da enorme caixa, abriu verticalmente. A luz que adentrava era tão intensa quanto as anteriores, mas esta não era azul, muito menos vermelha, parecia ser a luz do sol em pleno-dia, — tão forte e diretamente nos meus olhos quanto um potente sinalizador náutico de um farol.
Meus olhos se fecharam instintivamente ao entrar em contato com tamanha luminosidade, e doeram quando o fiz. Levei a mão à frente dos meus olhos, desejando um pouco de sombra. tentei abri-los novamente, tomar ciência do que estava acontecendo e onde estava.
Escutei vozes masculinas, mas estavam turvas e oscilando devido à dor presente em minha cabeça. Fiquei receosa em abrir os olhos.
— Newt, o que vê? — Ouço alguém gritar. E minha cabeça lateja com a altura do tom de voz.
— Onde estou..? — Sussurrei, agoniada com a dor.
A caixa chacoalhou outra vez, alguém parece ter entrado nela.
— É uma garota... — O entendimento de cada palavra era quase impossível.
A minha pressão agora era mínima, insuficiente para me manter de pé.
Não escutei mais nada antes que perdesse a consciência.
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Vᴏᴛᴏs ᴇ ᴄᴏᴍᴇɴᴛᴀ́ʀɪᴏs sᴇᴍᴘʀᴇ ʙᴇᴍ-ᴠɪɴᴅᴏs!
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