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Uma... Foto?

O combinado foi estar na gravadora terça-feira às 19h, mas como eu estava muito ansiosa, acabei chegando meia hora mais cedo. Digamos que eu tive uma surpresa logo antes de entrar no estúdio.

Ainda do lado de fora, fui surpreendida por vozes vindas de dentro do cômodo. Chegando mais perto da porta pude notar que eram dois conhecidos: Debrah e Dimitry. E eles estavam claramente tendo uma discussão.

— Mas como? Você não tem o direito de me substituir dessa forma, Dimitry! — a voz da garota estava em um tom alterado, mas o rapaz também não cedeu espaço, mesmo respondendo calmamente.

— Não foi do nada. Nós já havíamos conversado mas você não escutou os meus avisos.

Eles ficaram por uns minutos conversando nesse tom, e eu decidi me esconder atrás de um vão no corredor para poder ouvir. Isso foi até perto das sete horas, quando o Dimitry decidiu dar um basta dizendo:

— Você não vai embora? Os outros integrantes e a Flaysa devem estar chegando aí para o ensaio.

Logo em seguida Debrah fez uma pergunta com um tom de voz bastante desconfiado:

— Flaysa? Esse é o nome da nova vocalista?

E o Dimitry respondeu pra ela de prato cheio:

— Sim. 

Ela com certeza pensou em mim.

— O nome completo dela é Flaysa Carolina Romanova?

Senti um calafrio ao escutar o meu nome completo saindo da boca da Debrah. Seu tom agora pareceu sombrio, o que me fez ter a certeza que ela daria um jeito de se vingar de mim o mais rápido possível se a resposta do Dimitry fosse positiva. E a resposta dele FOI positiva.

Eu não escutei mais nem uma palavra vinda dela depois de ter confirmado as suas suspeitas, mas escutei um bater de porta seguido de passos firmes e raivosos em direção à saída. Assim que o barulho cessou eu saí do meu esconderijo e pude finalmente adentrar o estúdio de gravação.

Antes de ir falar com o Dimitry eu olhei o meu relógio de pulso: 19h05min. 

— Eu estou atrasada, né? — falei inocentemente ao parar do seu lado. — Não vai me dar um "esculacho" ou algo do tipo por ter me atrasado justo no meu primeiro ensaio?

— Por um lado foi bom você ter chegado agora. — ele cruzou os braços na frente do seu peito. 

— Eu sei. — enfatizei e o fiz recair um olhar desconfiado na minha direção. — Na verdade eu estava escondida lá fora escutando a briga.

— Hm. — o seu semblante ficou mais sério do que o normal e ele encarou a porta. — Então você foi esperta.

Dimitry lançou um sorriso simpático para mim, que retribuí da mesma maneira. Ficamos conversando mais um pouquinho por durante uns minutos até aparecer mais alguém. Naquele dia especificamente todo mundo estava atrasado, então aos poucos um a um dos demais integrantes foram chegando e eu fui me apresentando a eles. 

Eram pessoas bem divertidas, no geral. Eu tinha passado o final de semana ensaiando as músicas no meu quarto, e era bem mais complicado acompanhar quando se tinha um monte de gente tocando com você. Eu não acho que me saí tão bem no primeiro dia, mas os meninos me ofereceram suporte e disseram que aos poucos eu iria pegando o jeito.

Ficamos lá até as 22h, horário máximo da gravadora. Eu fui pra casa assim que saímos, tomei um banho e dormi. No outro dia, na escola, assim que eu pisei dentro eu notei que tinha algo estranho acontecendo. À medida que eu passava pelo corredor eu ouvia cochichos e algumas pessoas olhavam rapidamente para mim. Então eu decidi procurar a Peggy, já que ela sabia de todas as fofocas. Entretanto, durante o percurso pela escola, eu fui abordada por alguém.

— Fala, tábua! 

Era o Castiel, o ruivo amigo do Lysandre. Ele era meio rabugento às vezes mas era gente boa. E ele chegou em mim por trás abraçando os meus ombros.

Eu tomei um susto com a sua atitude repentina.

— Seu cretino, nunca mais me assuste desse jeito! — elevei um pouco o meu tom de voz com ele.

O ruivo me soltou e se colocou ao meu lado. Ele segurava o seu celular na mão direita e sorria muito com alguma coisa que estava vendo nele. Eu fiquei curiosa mas me contive para não chegar mais perto e bisbilhotar o que era. 

— Eu só queria dizer que bela foto a sua. — sua frase foi meio sem sentido para mim e eu com certeza fiz uma cara bem estranha, porque o Castiel, que é mais conhecido como o cara que nunca fica sem palavras, ficou. 

— Do que você está falando? — essa pergunta saiu involuntariamente da minha boca. 

Percebi que o garoto à minha frente recuou um pouco e segurou o celular com mais firmeza. Aí a minha ficha caiu de que tinha alguma coisa relacionada a mim ali e então avancei em sua direção e lhe tomei o aparelho das mãos. No entanto, assim que vi do que se tratava, senti meus olhos ficarem marejados sem a minha permissão. Mas antes que eu pudesse de fato derrubar lágrimas, escutei uma voz conhecida me chamando ao fundo.

— Flaysa!

Olhei adiante e vi a Rosalya se aproximando correndo. Ela também segurava o seu celular na mão e provavelmente tinha visto o conteúdo. Ela olhou bem para mim e depois dirigiu uma pergunta ao Castiel:

— Você mostrou pra ela?

Ele estava sem falar nada, só observava a situação atentamente. 

— Eu não mostrei, ela que pegou meu telefone!

Então a minha amiga colocou ambas as suas mãos sobre os meus ombros.

— Flaysa, não chora! Olha pra mim! — me ordenou.

Mas, sinceramente, era como se eles dois não estivessem ali. Eu não conseguia tirar os olhos do que aprontaram contra a minha pessoa dessa vez…

Foi a Debrah, de novo. Ela tinha criado uma lista de transmissão no WhatsApp e enviado uma montagem de um nude meu para as pessoas da escola. Era por isso que todo mundo estava cochichando e olhando pra mim quando eu cheguei mais cedo!

Deixei que as lágrimas caíssem. Sabe, eu me arrependi naquela hora de ter tentado revidar com ela, a Debrah tinha conseguido abrir uma cratera na minha vida com uma única foto. Naquele momento eu fiquei com medo dela, muito medo, só que eu tinha entendido que aquela montagem foi um aviso final de que estávamos em guerra. E em uma guerra você luta até o fim. Então o meu choro de tristeza acabou virando um choro de raiva.

— Flaysa! — Rosalya me sacudiu. — Fala alguma coisa!

— Se prepara, Rosa… — eu olhei para ela e para o Castiel. Entreguei a ele o seu celular e sequei as lágrimas das minhas bochechas com as costas da minha destra. — Eu vou revidar!

Foi a primeira vez que eu vi duas pessoas abrindo expressões de choque simultaneamente. Eles se entreolharam rapidamente e voltaram suas atenções à minha pessoa.

— Mas como pretende fazer isso? — a Rosa perguntou com uma pitada de medo na voz.

— Eu ainda não sei. Mas a partir de agora eu vou fazer do meu passatempo destruir a vida da Debrah!

Eu estava surpresa com tamanha a raiva que eu sentia. Meus amigos e eu ficamos calados por um momento, eu tentando pensar em algo que respondesse à altura do que a Debrah merecia naquele momento. Então, depois de minutos de silêncio entre nós, Castiel decidiu falar:

— Olha, eu não quero me envolver nessa treta entre vocês duas, mas, sendo modesto, eu sou a melhor pessoa dessa escola para bolar vinganças. Eu posso te dar uma dica, caso queira.

Eu achei aquela fala muito estranha. O olhei de cima à baixo antes de responder algo.

— Como? Não é você quem é o ex dela? Por que está querendo me ajudar?

— Olha, vou ser franco: eu tenho sim o meu paradeiro com a Debrah e é por isso que não quero que o meu nome seja envolvido nessa briguinha. Não sei o motivo pelo qual vocês estão nisso, mas eu achei a atitude dela muito errada em enviar algo confidencial dessa forma. Além de que você é minha amiga, eu não quero te deixar na mão. Mas caso você não queira a minha ajuda, tudo bem, eu vou entender.

Olhei para a Rosa e ela retribuiu o olhar. Fez um sinal positivo com a cabeça. Voltei a encarar o ruivo.

— Tudo bem, Castiel. Me diga qual é o seu plano.

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Oi, povo lindo! Como vocês estão hoje?

Qual será o plano do Castiel, hein? Quais são as suas apostas?

Me digam se estão gostando! E, claro, deixem o voto no capítulo, por favor!

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