𝟬𝟭 - 𝑹𝒆𝒏𝒆́ 𝑨𝒓𝒏𝒐𝒖𝒙
"Take me home, country roads"
❝Fem! Reader❞
Sinopse: Você e seu marido vão passar uma temporada no interior.
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Meu esposo com certeza amava as pistas. Aproveitava ao máximo cada corrida, cada contato que tinha com os carros e a velocidade no geral. Além de mim, esta era a sua maior paixão.
Porém, haviam algumas coisas que eram capazes de fazê-lo desacelerar. Uma delas acabava por ser as idas à nossa pequena fazenda no interior, um lugarzinho calmo e pitoresco, que nos trazia uma grande paz de espirito.
– Daphne, venha cá, meu bem – René disse, num tom de voz meloso ao extremo.
Nossa cadelinha foi em sua direção. Ele estava com a cabeça apoiada em meu colo, e ainda deitado, começou a fazer carinho por entre as orelhas dela.
– Boa garota – Sorriu.
Olhei para o relógio, notando que faltavam cinco minutos para as sete horas da manhã. Na fazenda, acordávamos cedo para fazer as tarefas que o campo nos exigia. Na verdade, poderíamos pedir para que o caseiro se encarregasse delas, mas nós dois sempre fomos de querer aproveitar o máximo das coisas.
– Vish, daqui a pouco, preciso ver o bezerro – René disse, se sentando no sofá.
– Precisamos dar um nome para ele – Falei.
O lourinho deu de ombros, passando a mão no cabelo para endireitá-los.
– Bom, eu ando neste dilema já há alguns dias. O que acha de Bernie?
– Não – Ri. – Com certeza, não.
– Por que? É fofo.
Levantei as sobrancelhas.
– Podemos dizer o mesmo do Ecclestone?
René arregalou os olhos.
– Meu Deus – Gargalhou, nervoso. –, como fui capaz de esquecer?
– Boa pergunta. Que tal Thierry?
– Hum, não sei. Estie?
Minha mente começou a fervilhar, suas engrenagens sendo postas para funcionar a todo vapor.
– Anthoine?
René deu de ombros.
– Ah, já sei – Tive um estalo de criatividade. – Darcy, como o rapaz de Orgulho e Preconceito. O que acha?
– Ah, Darcy... – Ele ponderou. – Olha, eu gostei. Vai ser esse.
Abri um sorrisinho. Meu marido se levantou do sofá, pronto para ir cuidar do bezerrinho recém-batizado. Sua mãe havia enfraquecido com o parto, e coube a nós alimentá-lo com a mamadeira até suas forças voltarem para poder cuidar de seu filho.
Bom, ele havia ficado com essa responsabilidade. Porém, eu gostava muito de passar o tempo com os animais do rancho, ainda mais se René estava comigo.
– Você vem, Nelly? – Perguntou.
– Mas é claro – Sorri, me pondo de pé. – Não perderia isso por nada.
Calcei as botinas, enquanto ele procurava por suas botas de borracha. Saímos pela porta da frente de mãos dadas, indo em direção ao curral para ordenhar uma das vacas, deixando leite para o seu filhote. Já com um balde em mãos, andamos mais um pouco até um pequeno cômodo.
Com cuidado para não ter desperdício, despejamos o leite numa garrafa grande, fazendo uma mamadeira. Em seguida, abrimos a portinha e nos topamos com um pequeno bezerrinho branco, que esbanjava força mesmo com as adversidades.
– Agora, você tem um nome – René disse, enquanto se aproximava. – Darcy.
Ele cheirou a garrafa, começando a tomar o leite que nela havia. Meu marido se sentou no feno que havia posto para o bezerro se aquecer durante a noite, com cuidado para não se sujar. Era inverno, e portanto, nevava demais para termos deixado ele do lado de fora.
Me agachei seu lado, vendo Darcy se animar com o leite. Era muito fofo.
– Quer tirar uma foto da gente, Nelly? – René perguntou. – Vou mandar revelar umas semana que vem, aí podemos aproveitar essas últimas poses que sobraram do filme.
Fui correndo pegar a câmera. Demorei com o eventual tira-e-põe das botas, mas tentei ser o mais rápida o possível. Quando voltei, encontrei René conversando sobre mim com o bezerro, o que me fez querer rir.
– Ela é incrível, não acha? – Falou, baixinho.
Darcy fez um “Moóuh”.
– Acho que isso é um sim – Deu de ombros.
Bati na porta com cuidado, denunciando minha posição de propósito.
– Prontinho, cheguei.
René olhou para mim, logo se aproximando do bezerro e o abraçando. Fotografei os dois, sorrindo.
– Espero que tenham ficado boas – Falou, dando uma última caricia no animalzinho e se levantando.
Em seguida, fomos dar comida aos gansos. Eles já estavam bem acostumados comigo, mas ainda se comportavam de forma receosa perto de meu marido, que não gostava de admitir que tinha um pouco de medo de alguns deles.
A próxima tarefa consistia em dar comida para as vacas. Essa era uma das mais desgastantes, e sempre saíamos um pouco soados do galpão aonde elas ficavam no inverno.
Mas, uma das partes mais divertidas era, com certeza, andar de trator. René achava lento demais, porém admitia que gostava de sair dirigindo ele por aí.
Naquele dia, indaguei sobre como aquela maquina funcionava. Nunca tinha tido muita curiosidade, mas achei que seria legal ter um pouco de consciência sobre.
O engraçado mesmo foi quando ele desceu do trator e disse:
– Pronto, sua vez.
– Ah? – Falei, perplexa.
– Vou te ensinar a dirigir. Já te falei um pouco sobre a teoria, mas prática é fundamental.
Abri um sorrisinho, ainda sem acreditar.
– Isso é sério?
– Humpf, por que não? – Riu, me ajudando a subir.
Não foi nada fácil. O simples ato de me manter em linha reta já era uma tarefa dificultosa. Mesmo assim, com muita persistência e dedicação, consegui dar algumas voltas pelo celeiro. Era estranhamente divertido.
No dia seguinte, ficou acertado de que eu iria começar a ter aulas. Na falta de René, seria eu a manejá-lo.
Eram umas nove horas quando tiramos nossas botas de trabalho. René trocou de roupa, pois o cheiro do gado havia impregnado na mesma. Como estava muito frio, não era muito indicado tomar banhos em demasia, por causa do risco de se pegar um resfriado.
Comecei a ajeitar o almoço, sem pressa. René ofereceu ajuda, mas falei que o lugar dele naquele momento era o sofá, procurando algo para vermos na televisão enquanto me esperava.
No momento em que o chamei, ele veio como um raio. Eu sempre ria disso, do quanto gostava de vê-lo empolgado mesmo com as coisas mais simples.
Em sua profissão, não era fácil achar pessoas como ele. Na Fórmula 1, muitos deixavam a fama e o dinheiro subir a cabeça, cedendo a uma vida de ganância, extravagâncias e exageros. René, porém, parecia intocado por aquelas más influências. Seu grupo de amigos também, mas alguns deles realmente eram um tanto quanto egocêntricos em certas situações.
Ele se serviu, comendo cada garfada de seu prato com gosto. Daphne se aproximou, coisa que eu não aprovava. Meus pais sempre me ensinaram que lugar de cachorro era fora da cozinha.
Dei as costas durante um minuto para pegar um copo de água. Quando olhei para o chão, perto da cadeira aonde René se sentava, vi Daphne lamber algo.
– Me perdoe, mon amour – Falou. – Eu deixei cair.
– Todo dia é a mesma história – Me sentei à mesa.
Ele riu.
– A louça é minha, viu?
– Okey – Assenti. – Vou ajeitando algumas coisas.
René pegou em minha mão, da forma mais doce e delicada o possível. A forma amável que ele sorria fazia com que eu me sentisse em casa. Independentemente se era em nossa fazenda, num paddock barulhento ou em uma festa de gala no principado de Mônaco. Era sempre assim, sempre com ele.
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Para começar nossa coletânea com chave de ouro! Bom, por mais que eu não tenha achado este final "essas bolachas todas", presumo que ficou aceitável.
Este é o meu primeiro imagine, propriamente dizendo. Tanto que até foi mais curtinho (por volta de 1100 palavras). Então, peço para que não peguem muito leve comigo e deem críticas construtivas, para que eu possa melhorar mais e mais o conteúdo que publico para vocês 🫶🏼
Espero que tenham curtido! Eu amei poder trabalhar com o René... ainda mais com essa temática rural.
Algumas fotos para completamentar 🥺🤏🏻
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