09 - I TRUST YOU
ᶜᴼᴺᶠᴵᴼ ᴱᴹ ᵛᴼᶜᴱ̂
— A SARGENTA KIMI WATANABE.
OQUE?!
Eu definitivamente não sabia disso. Não esperava e muito menos queria.
Olhei para o lado e vi Niragi me fulminar com o olhar, é claro que ele esperava que fosse ele. Quem não esperava que fosse ele? Eu acreditava fielmente que fosse ele!
Aguni fez um sinal para que eu me aproximasse dele. Andei até chegar ao seu lado, vendo o máximo de pessoas que meu olho alcançava. As vezes eu esquecia que tinha esse tanto de gente na praia. Talvez porque estivessem sempre amontoadas umas com as outras.
— A Sargenta Watanabe veio de uma família de muito respeito. Sabe lidar com armas e lutar melhor que qualquer um aqui. Sei que ela vai ser a melhor pessoa desse lugar para liderar a nossa milícia. — quando ele olhou para mim pensando em me deixar falar, seu rádio recebeu sinal — Espero que não faltem respeito com a nova liderança.
E logo saiu de seu lugar levando todos junto dele. Aguni não disse uma palavra, apenas sussurrou alguma coisa para Niragi. O plano de Chishya com certeza havia ido por água abaixo. Disso eu não tinha dúvidas.
Não pensei que minha primeira "missão" na milícia chegaria tão cedo, mas aqui eu estava correndo pelos corredores da praia, indo até a antiga suíte do chapeleiro. Talvez seja a décima vez que estou dizendo isso mas, era óbvio que o plano de Chishya daria errado. E ele provavelmente vai continuar tentando até sair da praia.
Ele mesmo entregou Arisu e Usagi. Uau. Que grande surpresa.
— Você achou mesmo que seria tão fácil assim? — Niragi disse enquanto todos entrávamos na suíte
Chishya parou ao meu lado fazendo com que surgisse mais desespero no rosto de Arisu. Me afastei tentando passar um pouco de segurança para Arisu pelo menos da minha parte. Ou só para me afastar mesmo. Eu não queria falar com ele, pelo menos não nesse momento.
— Por quê? — Arisu perguntou com a voz falhando
Não acho que seja um bom momento para chamar ele se sujinho.
— Me solta! — escutei a voz de Usagi mais alta do que nunca atrás de mim
Arisu levantou correndo até a garota, gritando de volta. Mas logo foi acertado por Niragi com a sua arma.
— Gritar Usagi não vai adiantar de nada. — o idiota começou a bater em Arisu
Não hesitei em sair da suíte, não antes de escutar Aguni dizendo:
— Chishya, eu te devo uma. Só pegamos eles por sua causa.
— Não foi nada, só fiz o meu dever.
Olhei para trás enquanto Chishya respondia o mesmo. Ele me encarou sem nenhum remorso, percebi uma expressão diferente, mas não lutei para entender. Saí do quarto com um revirar de olhos procurando algo de diferente pra fazer naquele fim de mundo.
Será que eu não vou ter uma minuto de sossego longe de drama e gente morta?
Não, não vou.
Quando percebi que a qualquer momento eu poderia morrer em algum jogo, e que minha vida já não tinha mas tanta significância ao ponto de eu cogitar a ideia de colocar um biquíni e me jogar na piscina lotada de gente... Ann me chamou para sabe Deus o que.
E agora eu estava assistindo ela mexer no corpo do chapeleiro, que nem uma criança com um brinquedo novo, só que com um bisturi e outras coisas cortantes.
— Por que me chamou aqui? — perguntei receosa, analisando todos os materiais
Estranha. Tô torcendo pra que eu não tenha pensado isso alto demais.
— Eu queria conhecer você melhor.
Arqueei minhas sobrancelhas sendo tomada pela confusão. Não tinha um jeito melhor?
— Enquanto desova o corpo do chapeleiro?
Ela deu uma leve risada e me encarou.
— Eu confio em você.
Em uma mulher que você acabou de conhecer e que a um tempo atrás tava com uma farda rasgada do exército parecendo uma criança indo pra uma festa de Halloween?
— Eu não.
— Não confia em mim? — Claro que confio na mulher estranha com um bisturi sujo de sangue na mão
— Não confio em mim. — e em você também
Me sentei no braço de uma cadeira aproveitando que não havia ninguém além de nós e o difunto ali. Balançando minhas pernas que nem uma criança.
Comecei a falar superficialmente sobre mim. De onde eu era, minha comida favorita, lugar favorito da cidade, músicas que eu gostava, e... eu realmente não falei nada de tão importante. Não acho que ela precisa saber coisas como minha idade ou algo a mais. Parei de falar assim que vi um olhar confuso e preocupado em seu rosto.
— O que foi? — Kimi questionou curioso enquanto a outra segurava uma bala cheia de sangue
— A bala que matou o chapeleiro... é da praia. Então quer dizer que quem matou ele no jogo era da milícia.
Caramba.
— Ou que ele não morreu em um jogo, talvez antes mesmo dele começar.
A esse ponto a praia já tinha começado a parecer mais um labirinto que um hotel. Todos os corredores iguais. Quanto mais paredes brancas eu via, mais escuras elas pareciam, e eu não sabia explicar o porque. Era como se eu estivesse fugindo de um hospício. Eu corri tanto ao ponto de suar e não havia nem sinal de vida de Arisu. Talvez ele estivesse morto em algum lugar da praia, mas não era uma certeza. E eu não quero desistir até achar ele. Eu não sei desde quando comecei a me importar tanto com alguém que não fosse eu mesma. Mas, agora não era hora de questionar.
Eu prometi para mim mesma que não falaria mais que a situação não poderia ficar pior que já estava, porque sempre pode, e todos sabem disso. Mas, por um milésimo de segundos o pensamento escapei para dentro da minha mente. E lá vamos nós.
Comecei a parar de correr de pouco em pouco pelo menos tentando estabilizar minha respiração assim que percebi uma luz diferente pelos corredores. A luz de uma porta aberta, mas o quarto estava com todas as luzes apagadas. Menos a da televisão.
— O hotel paraíso a beira mar, a sua melhor opção de hospedagem em Tókio, agradece pela preferência. Como sinal de agradecimento, daremos agora início a um jogo com a participação de todos os hóspedes. — Merda.
Quem quer que seja o dono dessa realidade estranha, com certeza estava prestando muita atenção na situação da praia, e escolheu justamente esse lugar, no pior momento, para ser um inferno. Não que antes não fosse.
Olhei para a tela e vi "O jogo vai começar agora" escrito na televisão.
— Dificuldade: 10 de copas. Agora, explicaremos as regras do jogo. Por favor reunão-se todos no saguão.
Voltei a correr descendo todas as escadas, agora os corredores não pareciam mais tão vazios. Parei apenas quando cheguei no saguão, se tivesse sorte talvez achasse um espaço para respirar no meio daquela multidão.
Eu não era a única desesperada por um celular no momento, então logo alguém jogou um celular para o lago, consegui pegar quase caindo. Olhei para uma parede afastada e vi Chishya encostado nela ao lado de Kuina. Andei até eles me esquivando dos outros.
— Uma pena seu plano não ter dado certo, eu jurava que ia dar. — disse irônica me aproximando
— Se você tivesse participado talvez tivesse dado certo.
Ele me olhou daquele jeito de novo e eu não sabia o que responder.
Escutei Kuina dar um leve risada. Olhei para ela e Chishya me acompanhou mas logo ela desviou o olhar. Ignorei e apenas deixei minha atenção ser levada pela voz que tanto me irritava.
— Jogo: Caça à bruxa. A bruxa má que tirou a vida da garota está escondida entre vocês. O papel de bruxa não está limitado a mulheres. Você zera o jogo se descobrir a bruxa e queima-la na fogueira do julgamento. — Olhei para a janela que revelava o lado exterior, iluminado pela enorme fogueira, que provavelmente causaria um tremendo estrago — Tempo limite: duas horas.
Ninguém ali dentro estava seguro a partir de agora, mas alguns ainda tinham chance de correr, se esconder e se proteger em algum lugar. Outros não tinham nem noção do que estava acontecendo.
— O Arisu. — seu nome saiu quase como um sussurro em minha boca, me fazendo finalmente despertar para o que estava acontecendo
OI. Bom dia, boa tarde, boa noite. Só tenho a agradecer vocês que estão lendo até agora, pq faz um tempão que eu não atualizo. Mas fiquei sem atualizar por motivos pessoais, e essa onda de criatividade veio pelo fato de que eu tô de atestado, trancada em casa desde segunda. O próximo capítulo provavelmente vai demorar pouco pra chegar, mas prometo que vai valer a pena, pq tem surpresa.
Por favor, não cobrem atualização. Esse não é meu único livro, e eu tenho vida pessoal, inclusive tô doente, espero que entendam.
Vejo vocês no próximo capítulo. Votem por favor!! Amo vocês!!
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