07 - IMPORTANT THINGS
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FESTA E MÚSICA ALTA. Bem melhor que o silêncio torturante do hospital. Silêncio é bom, menos quando estou matando alguém, o que também não é bom com barulho. Matar alguém com ou sem barulho é ruim. Por que estou me explicando tanto? Aquele merda toda deixou minha mente confusa.
Subi as escadas até o telhado agradecendo mentalmente por ter sobrevivido de novo. Chishya estava lá em pé encarando o céu. Logo se virou com aquele mesmo sorriso.
— Você tá viva, que surpresa! — disse enquanto cheguei mais perto
— Também estou muito feliz em te ver. — dei um tapinha em seu ombro
— Aproveitou seu jogo?
— É foi muito divertido, até dei uma de médica. Doutora Watanabe, parece bom. — falei quando o mesmo olhou para mim me analisando
— É, me parece bom.
Ele me encara por tempo demais, que na verdade podiam ter sido até dois pequenos segundos, mas passaram mais devagar que duas horas. Logo um estrondo foi escutado vindo da porta, me fazendo perceber o quão próximos estávamos. Vi um dos membros da milícia na porta.
— Reunião dos membros executivos, agora. — o homem se virou e foi embora nos deixando ali
Chishya assentiu e foi até a porta e parou olhando para trás.
— Você não vem? — ele abriu a porta me esperando
Assenti ainda meio nervosa. Merda, por que eu fico assim toda vez?
— A reunião do conselho executivo vai começar, quem não for participar deixe a sala. — a voz do chapeleiro ecoava na sala
Sentei em uma cadeira que parecia ter sido colocada especialmente para mim, até porque nenhum de nós ficou em pé. A não ser Arisu, que havia chegado a pouco tempo na praia, e Last Boss, mas ele estava apoiado em sua própria cadeira.
— Dois de espadas, seis de espadas, quatro de ouros. Temos quatro cartas dois de paus. Até o momento, não conseguimos achar nenhuma carta de figura. — Mira disse andando pela mesa
— E se as cartas de figuras não existirem, então só falta o dez de copas.
— O dez de copas, nunca apareceu em um jogo antes.
— Então não temos como zerar ele. Talvez haja uma condição pra ele aparecer. Talvez seja fora da cidade.
— Mas nunca encontramos um jogo fora de Tóquio.
— Mas ainda não investigamos todas as possibilidades.
— A nossa estratégia não vai mudar. — o Chapeleiro elevou seu tom dando um fim na discussão dos dois — Continuaremos investigando arenas de jogos na cidade. Vejam quantos dias no visto ainda tem e continuem procurando o dez de copas. Eu vou ter que renovar o meu visto daqui a alguns dias. — todos ficaram em um silêncio mortal
— Mas existe um jeito de ganhar mais dias de visto com certeza.
— É mesmo?
— Jogos de copas fazem com que você brinque com o coração e o sentimento das pessoas. Se você envolver quem não se importa em morrer, então vai conseguir sobreviver com toda certeza. Inclusive no jogo do nove de copas que a Kimi zerou, foi isso que aconteceu. Não foi Kimi? É um jogo que não requer muita inteligência mesmo, me contaram que foi pura matança.
— Como alguém que já zerou um jogo de copas sozinha poderia dar algum conselho pra gente? — o homem disse rindo
Encarei a mesa enquanto descascava as unhas, ignorando os dois. Não ignorando porque tinha medo deles, e sim porque eles queriam que eu tivesse medo deles. Se é isso que eles querem, vou fazer com que pensem que conseguiram.
— Será que um jogo de copas apareceria tão convenientemente? Além disso, nunca sabemos qual é o tipo do jogo antes de encerrar as inscrições.
— Mas da pra deduzir isso com base na probabilidade.
— Não preciso de um método de investigação tão complicado. — o homem se levantou indo em direção à parede de cartas — Eu vou me inscrever no próximo jogo, seja ele de copas ou de espadas. Eu tenho um histórico de cem por cento de vitórias. Vou me inscrever até aparecer um dez de copas. Está chegando o dia de juntarmos todas as cartas e partirmos. Membros executivos, supervisionem tudo durante o meu jogo. — ele riu ironicamente — Reunião encerrada.
Me levantei saindo da sala mais rápido o possível.
— Kimi!
Escuto a voz de Chishya no corredor vazio. Parei esperando ele se aproximar.
— Preciso falar com você.
— Então fala.
— Não, no seu quarto.
Olhei para ele que parecia totalmente despreocupado com o que acabou de dizer.
— Falar? Sobre o que?
— Você vai descobrir.
Chishya sinalizou com a cabeça para que eu seguisse ele.
— Tá bom então.
Entrei no cômodo e sentei na cama enquanto ele trancava a porta.
— Então, sobre o que queria falar? — disse engolindo em seco
— As cartas.
Revirei os olhos me jogando na cama. Até ele?
— Eu tenho um plano pra sair da praia. — Chishya continuou ignorando minha reação — Preciso que você pegue as cartas, você é mais rápida, tem mais estratégia. Finge que tá armando uma bomba em uma missão. É só ser invisível.
— Eu sou soldada, não uma de três espiãs demais. — ele reprimiu um riso me olhando novamente
— Você só precisa pegar as cartas e a gente vai embora.
— Simples assim? — me ajeitei na cama com um tom de ironia
Ele se aproximou me olhando de cima a baixo.
— E o que me diz? Você não quer ficar nesse lugar, eu também não. Vai comigo. — ele esticou a mão então segurei e me levantei nos deixando frente a frente
— Não. — Soltei a sua mão e fui em direção ao armário, me despindo do casaco e colocando uma camisa mais larga e confortável — Eu conheço você, não vai me colocar nessa parte desse plano porque eu sou melhor, e sim porque é a parte mais difícil. Não tô afim de ser isca, prefiro continuar por aqui.
Ele me encarava imóvel
— Pra falar a verdade, eu até curto essas festas da praia. Qualquer hora eu desço pra dar um beijos em alguém. — pisquei para ele que revirou os olhos rindo — Era só isso?
Ele assente com a cabeça mas antes de passar pela porta olha para trás de novo.
— Você, lembra quando era ou onde tava antes de aparecer aqui?
— Foi um dia depois de que eu saí do hospital, quando eu tava indo pra cerimônia. — suas sobrancelhas se levantaram reprimindo um sorriso quando percebeu que o meu tinha sumido — Por que? Tinha algo importante para falar?
— Tinha. — ele balançou a cabeça me deixando confusa — Se descobriu aonde eu estava também vai descobrir o que era. Mesmo que leve mais tempo. Boa noite Watanabe.
Ele fechou a porta e me deixou ali, com inúmeras perguntas na cabeça. Eu estava incrédula com sua atitude. Eu conheço ele, pra falar desse jeito, com certeza era algo importante. Que babaca viu. Ficaria pensando mais nisso se estivesse com menos sono. Não que eu fosse conseguir dormir.
Tentar dormir após um jogo, essa sim é uma experiência terrível. Não era meu primeiro jogo, claro. Mas ainda sim, todos eles, todos, se juntam para me assombrar. Todos de uma vez, me culpando por ter tirado suas vidas. É mais difícil ignorar eles do que ignorar alguém com uma arma apontada para a minha cabeça.
Desde que entrei nesse matadouro as meia-noites tem se tornado minhas tardes. Quando minha depressão resolve trabalhar, todas essas pessoas se acomodam em uma parte do quarto, prontas para me manterem em claro por algum tempo.
A escola tá me matandooo, tô cheia de redação pra fazer, e o professor decidiu q vai passar uma por semana. E eu resolvi fazer aula de teclado, enfim, tô cheia de coisa pra fazer. Mas quis deixar esse capítulo com vcs pq foi o último q eu escrevi.
Espero que estejam gostando, obrigada por acompanharem!!
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