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00 - AIM AND SQUEEZE THE TRIGGER

ᴹᴵᴿᴱ ᴱ ᴬᴾᴱᴿᵀᴱ ᴼ ᴳᴬᵀᴵᴸᴴᴼ

²⁰¹³

MINHAS MÃOS TREMEM CADA VEZ MENOS. A medida que o tempo passa me acostumo mais com a tarefa. Os braços fortes guiam meu braço até o alvo levemente porém com pressão, não foi preciso muita ajuda até porque não era minha primeira vez. Antes eu até contestava dizendo "Coitados, o que fizeram para merecer isso?" "Não é mais fácil irmos no mercado comprar carne pronta? Por que matar animais tão indefesos?", mas com tempo, aprendemos que não há como fugir de nosso legado. Ele nos perseguirá como uma maldição, ou uma benção, depende da ocasião.

— Mire e aperte o gatilho. — a voz do mais alto invadia meus ouvidos me despertando de meus pensamentos

Sem pensar duas vezes atiro num dos pontos que havia aprendido alguns meses atrás, fazendo o porco logo cair.

— Outro, não queremos cozinhar ele vivo, queremos? — dou outro tiro me apressando para puxar o animal com toda minha força — Eu puxo ele, vá para o carro avisar a sua mãe que terminamos.

Antes de dar as costas analiso o animal novamente. Pena não seria a palavra certa para definir o que sentir, nem sei qual palavra usaria. Mas ainda sim acho uma ironia enorme. De manhã aprendo a apunhalar um pessoa e matá-la cruelmente, e de noite aprendo a auxiliar cirurgias de emergência, dar pontos e tudo que é preciso para não deixar que a pessoa que fui ensinada a matar morra. Esse é o legado dos Watanabe, matar e curar mas nunca se deixar morrer.

Seguro o rádio no painel e dou o recado para minha mãe, vendo meu pai entrar no banco do motorista logo dando partido no jipe.

— Não está nada mal, cadê vez menos pior. Já conseguiu garantir nossa janta, só precisa perder essa empatia que tem em você. — ele diz sem se quer me olhar

— Quando eu crescer, vou poder trabalhar no exército que nem o senhor? — ele solta um leve riso

— Talvez como sua mãe, mas como eu? Você tem potencial Kimi, mas não sei se é o suficiente para salvar sua própria vida, ou tirar a de alguém. Mas se quiser ser caçadora de passarinhos saiba que vai ter um futuro e tanto.

— O senhor sabe que estou tentando melhorar, mas é meio difícil conciliar tudo. Escola, treinar com o senhor, ajudar minha mãe na casa, treinar com ela para medicina, tomar conta de Aiko, levá-la para a escola, ainda tem o curso de idiomas.

— E você sabe que é melhor assim, quanto mais ocupada mais resultado terá Kimi. Falando em escola, sua mãe me contou sobre sua nota em física. — abaixo a cabeça suspirando — Não vou gritar com você nem te bater ou algo do tipo, se funcionasse não teria se repetido. Quero que você entenda que nossa família é uma família respeitada ao redor do país, generais, sargentos, médicos, enfermeiros, cirurgiões, advogados, detetives. Tudo isso a sua volta e nada disso te motiva o suficiente para se esforçar a ser boa? Caramba Kimi, quantas vezes vou ter que dizer, você é uma Watanabe, não uma qualquer.

— Eu sei, me desculpa. Não vai se repetir, eu prometo.

— Não precisa prometer a mim, precisa prometer a si mesma. Espero que não tenha nenhuma menino envolvido nisso. — sinto seu olhar queimando sobre mim — Você não vai chegar a lugar nenhum se distraindo nesse momento. A não ser que seja algum futuro médico, advogado ou algo do tipo. Você é a única esperança da família.

— E a Aiko?

— Acho que alguém com o coração estragado tem chance de ser um bom atirador? — ele rindo me fazendo sentir uma onda de desgosto

— Aiko não tem o coração estragado. Ela só tem quatro anos.

— Diz isso por que não é você que paga consultas todo o mês pra aquela pirralha. — ignoro lembrando que faltavam meses para completar dezoito anos e ter a chance de sair de baixo do teto dele

Fico em silêncio pelo resto do caminho encarando a janela, orando para todos as forças maiores para que cheguemos mais rápido. É assim foi feito. Assim que o automóvel parou, corri para dentro da mansão. Meus olhos chegam a doer com tantas paredes brancas e lustres acesos. Chego na cozinha e vejo a pequena sorrir pulando de sua cadeira. Dou um abraço nela segurando em meu colo, faço um leve carinho em suas costas percebendo que ela parecia não querer se soltar.

— Senti sua falta, eu já não aguentava mais ouvir a mamãe falar sobre passar a agulha em pele humana. — escuto sua voz em meus cabelos

— Eu também tinha nojo no início, mas depois você acostuma. Papai está trazendo o porco, vai demorar um pouco para ficar pronto. Vamos assistir um filme? — ela logo levanta a cabeça de meu ombro e sorri assentindo — Vamos.

²⁰¹⁶

Ajeito o vestido em meu corpo me levantando após a cerimonia. Chego mais perto do caixão encarando a foto do homem em seu traje de sargento. Meu pai nunca foi de me dar amor, dizer um eu te amo ou ir em festas de escola de dia dos pais, ou qualquer dessas besteiras importantes que um pai deve fazer. Mas ele me ensinou a chegar no cargo que luto para assumir hoje em dia, mesmo que me colocando para baixo todos os dias e dizendo que preferia ter tido um filho homem em meu lugar. Ele nunca foi uma pessoa de se admirar, mas morreu em batalha, o que é digno de ser admirado.

As vezes me pego pensando, será que seria mais grata se morresse sendo metralhada enquanto luto pela minha vida ou morrendo de velhice me uma cama de hospital. Sempre escolho a primeira opção.

Chego ao lado de minha mãe que secava suas lágrimas encarando o caixão. Ela olhou pra mim com um pequeno sorriso forçado e esticou seus braços me dando um abraço. No início não correspondi, mas após alguns segundo me permitir por as mãos em suas costas. Fazia muito tempo que não fazíamos isso, um gesto simples, mas que eu costumava receber penas de Aiko. Soltei ela forçando um meio sorriso tentando tranquilizava de algum jeito.

Logo parti para o lado de fora respirando um pouco do ar livre. Fecho os olhos colocando a cabeça para cima, permitindo com que o vento balance minha franja recém-cortada. Logo sinto a presença de alguém ao meu lado.

— Sinto muito, pelo seu pai. — olho para o loiro ao meu lado que tentava ao máximo não dar sua real opinião

— Não, não sente. — ele comprime os lábios botando as mãos em seus bolsos e olhando para uma árvore qualquer — Para falar a verdade, acho eu nem eu sinto. Ele era uma pessoa terrível, um pai pior ainda, você sabe. Mas ainda sim foi ele quem me criou por vinte anos.

Ficamos observando a vista por um tempo sem dizer nada.

Shuntarō Chishiya era o novo médico de minha irmã. Nos conhecemos quando ela ficou internada por cerca de dois meses e meio, e eu praticamente morei naquele hospital junto com ela. Chishya é uma pessoa legal, mas têm dificuldade para mostrar isso. Não julgo ele, também não costumo me abrir com muitas pessoas, mas ele me passa uma certa segurança. Antes de meu pai falecer, me arrastava para alguns jantares com a família de Chishya, insistia que tínhamos que criar intimidade para que tratassem Aiko bem. Depois disso saímos algumas vezes quando tínhamos tempo.

Acho que Chishya é meu único "amigo".

— Quer ir no Kushikatsi Arata? — soltei um pequeno sorriso após ouvir o nome do meu restaurante favorito

— Com certeza.

Entro para pegar minha bolsa e me despedir dos familiares e amigos de trabalho presentes no velório, tentando esconder o pequeno sorriso o meu rosto, o mais sincero em meses.

Boa tarde povo!! Eu ia demorar mais a soltar o prólogo mas prefiro lançar logo. Qnd eu soltei a introdução flopou bastante mas empenho esperança de q agr com os capítulos tenha mais engajamento.

Espero que tenham gostado. Votem e comentem pfvr.

Até o próximo capítulo!!

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