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002. Estou sonhando?

— Como proceder, senhor? No nosso treinamento não diz nada sobre possíveis casos de "milagres" ou "viagens no tempo"!

Milagre. Era nisso que Giovanna poderia facilmente resumir o ocorrido.

Depois de vinte e seis anos dados como mortos, os Mamonas Assassinas conseguiram pousar em Guarulhos. Será que não era essa a tal "luz" que Raquel tinha visto, mais cedo?

— Dê os seus pulos — as palavras do tenente foram certeiras. A policial estava sozinha nessa.

Ela teria que encontrar as famílias dos cinco garotos da banda, dos dois pilotos, do roadie e do segurança. Mas como ela faria isso, se nem sequer sabia o nome dos familiares, se eles sequer ainda estavam vivos, um telefone de contato ou aonde moravam? Afinal, nem fazia muito tempo que ela residia na cidade!

Giovanna quis gritar, mas precisou se conter — por profissionalismo. Pensou bem e decidiu se aproximar dos passageiros, até porque queria saber se eles eram mesmo reais ou apenas frutos da sua imaginação.

À medida que os demais policiais iam os interrogando, eles iam se afastando para analisar os dados. Foi assim que ela conseguiu um momento de brecha para chegar em um dos integrantes dos Mamonas.

— Você é o Sérgio, certo?

— Sim, sim — o rapaz coçou a própria nuca. Olhando bem, Giovanna notou que ele estava confuso. E bonito. Ela o achou muito bonito, mais ainda do que achava quando o via por fotos. Bonito demais para ser ilusão. Mas aquele definitivamente não era o momento certo para reparar na beleza dele ou dos outros meninos. — Eu não estou entendendo, por que vocês estão aqui? Estavam nos esperando?

— Não — a fala dele tinha entregado à garota que ela teria que lidar com o fardo de lhes dar a notícia. E ela teria que pensar como faria isso. — Na verdade, nem estávamos esperando que vocês pousassem.

O olhar dele ficou ainda mais confuso. "Como assim?", Sérgio pensava.

Foi nesse momento que mais um deles foi liberado do interrogatório: Bento. Ele se aproximou de Sérgio, com os dizeres:

— Cara, tá tudo uma bagunça! Está todo mundo falando coisa com coisa, me fizeram um monte de perguntas e depois vazaram fora.

Ele não tinha reparado na presença de Giovanna ali, e só a viu depois de ter falado com o amigo.

— Foi mal — disse, virando-se para ela. — Eu não vi que ele ainda estava sendo interrogado.

Certo, aquilo realmente parecia um sonho para a garota. Ela literalmente estava falando com duas pessoas que voltaram do mundo dos mortos, e não sabia como se portar diante daquilo tudo! Ficou alguns segundos encarando o guitarrista da banda, tentando processar a informação, até que, finalmente, conseguiu estender o braço na sua direção e pronunciar alguma coisa.

— Me belisca.

Bento e Sérgio se entreolharam. Se antes aquele papo já estava estranho, agora estava muito mais!

— Fazer o quê? — O baterista perguntou.

— Me beliscar — e Giovanna reordenou. Sim, era uma ordem. Assim ela acordaria logo.

Bento olhou para o amigo, deu de ombros e beliscou a mão da menina, que se encolheu no seu lugar, resmungando que tinha doído. Não, ela definitivamente não estava sonhando e sim, eles realmente eram reais.

Percebendo os olhares intrigados na sua direção, a garota recompôs a postura de agente da vigilância. Tentou respirar fundo, disfarçar a cara de sonsa diante dos mil pensamentos que vagavam pela sua mente e não parecer uma idiota na frente deles. Ela tinha estudado muito para conseguir esse emprego, então devia esperar que coisas inexplicáveis aconteceriam contigo. Mas essa era a primeira, tinha um impacto gigantesco. E devia ser a primeira, também, para muitos profissionais da ativa com mais anos de experiência do que ela.

— Pois bem — ela conseguiu pensar em uma forma de não soar muito assustada —, vocês decolaram aonde?

— Em Brasília, ué! — Sérgio respondeu como se fosse óbvio. — Nós acabamos de fazer o último show da nossa turnê no Brasil, amanhã iremos para Portugal.

— Eu realmente acho que vocês não irão para Portugal — a frase da moça fez o baterista e o guitarrista ficarem ainda mais confusos.

— E por que não? — Foi o Bento quem deferiu essa pergunta. Ele cruzou os braços na frente do próprio peito enquanto esperava a resposta.

Giovanna respirou fundo — mais uma vez — antes de responder alguma coisa.

— Pois bem, vamos aos fatos — ela disse. — Que dia e ano vocês decolaram de Brasília?

— Já me fizeram essa pergunta umas vinte vezes — Sérgio respondeu, o que fez a garota pensar que ele era meio rude e se encolher no seu lugar. Entretanto, ele notou pela sua face que ela tinha ficado desconfortável e tentou amenizar o seu tom para responder a interrogação dela. — No dia dois de março de mil novecentos e noventa e seis.

Ela olhou para o céu, em busca de algum tipo de resposta para dar aos garotos ou um sinal divino. Não obtendo, colocou suas mãos sobre a cintura, encarou os dois membros da banda à sua frente nos olhos e respondeu:

— Nós estamos no dia onze de novembro de dois mil e vinte e dois.

Os garotos ficaram imóveis por alguns poucos segundos antes de explodirem em uma crise de risos. Giovanna apenas continuou encarando-os seriamente até que eles percebessem que a sua face continuou imutada e parassem de gargalhar repentinamente. Ambos os garotos engoliram em seco quando viram que a policial não estava brincando.

— Dois mil e vinte e dois? — Sérgio perguntou. — Mas isso dá cerca de vinte e seis anos depois de decolarmos!

— Não é cerca, são vinte e seis anos e oito meses — Bento corrigiu o amigo, e recebeu uma revirada de olhos como resposta.

— Resumindo — Sérgio tomou a posse da fala novamente. — É impossível termos decolado em um ano e pousado em outro! Para a gente só se passou umas duas horas de vôo!

— Pois é — Giovanna suspirou antes de continuar a sua fala. — É maluquice, eu sei. Eu também não imaginava que algo desse tipo pudesse acontecer, porém, pelo visto, aconteceu.

Um silêncio momentâneo reinou entre os três ali, até que Bento o quebrou.

— Tá, mas e agora? Vinte e seis anos não são vinte e seis horas. O que vai acontecer com a gente?

Aí estava uma boa pergunta, uma qual a policial não sabia responder. Ela queria falar algo que o respondesse, mas, primeiramente, não foi designada para isso. Então, ela apenas olhou nos olhos do japonês e deu de ombros, percebendo dois mamonas frustrados, logo em seguida.

A garota ainda precisava se acostumar à ser designada para fazer coisas fora do seu cargo. Da onde o tenente George foi tirar a ideia de que era uma boa deixá-la responsável por encontrar as famílias dos nove passageiros? Guarulhos era grande, muita gente entrava e saía de lá todos os dias! Giovanna tinha se mudado para a cidade fazia poucos meses, ou seja, não conhecia todas as ruas e bairros ainda! Será que o tenente queria a testar, lhe dando um fardo desse tamanho? Ele não poderia deixá-la ajudar no caso fazendo coisas menos complicadas?

Mesmo diante de todas essas perguntas, a garota decidiu não insistir nelas. Caso contrário, ela largaria os membros da banda ali, sozinhos, e iria atrás do tenente tirar satisfação — o que seria uma péssima ideia, já que a daria duas punições. Então ela tateou os bolsos da sua calça até encontrar o seu celular e o puxar para fora. Como não estava portando um gravador de voz naquela hora, seu aparelho serviria para ela gravar o interrogatório que faria aos meninos sobre as suas antigas residências — mesmo que, o que eles saberiam responder, era provavelmente os nomes das ruas de suas antigas casas. Só que, antes de começar a gravar, o seu aparelho tocou, aparecendo na tela que a policial recebia uma ligação de Raquel. Ela a atendeu sem demora.

— Oi, prima.

— Gio, por que você está demorando tanto?

Um tom de preocupação era perceptível na voz do outro lado da linha. Uma coisa que Giovanna e Raquel sempre faziam era zelar pela segurança uma da outra: afinal, elas só tinham uma à outra naquela cidade — e estavam longe dos demais membros de suas famílias.

— Digamos que eu recebi um problema enorme para resolver. Por quê? Você precisa de alguma coisa?

— Não exatamente… É só que eu tive a necessidade de te ligar, Gio. Eu estou com medo de uma visão que eu tive.

Raquel nunca sentia medo de suas visões, o que fez com que a sua fala se tornasse um sinal de alerta para Giovanna.

— Como assim, medo? O que você viu?

— Não sei, mas… Parecia com um avião. É, isso, um jatinho! Ele bateu em uma pedra e explodiu, porém depois ele se remontou sozinho!

A policial não conseguiu acreditar no que ouviu. Algo como uma pane se apossou do seu corpo, porque ela ficou boquiaberta e imóvel. Na sua cabeça, só se passava que a visão da prima poderia ter alguma coisa a ver com o pouso inesperado do jato que transportava a banda agora a pouco! Giovanna piscou repentinas vezes ao ser despertada de seus devaneios pela voz da prima a chamando:

— Gio?

— Raquel, você pode me encontrar na delegacia daqui a… Vinte minutos?

Por mais que a médium tenha achado a fala da prima muito repentina — e até se assustado ainda mais devido a isso —, ela confirmou que estaria lá e desligou. Quando voltou a encarar os dois membros da banda à sua frente, notou que eles estavam visivelmente perplexos com algo.

— O que foi? — Perguntou para eles.

— O que é isso nas suas mãos? — Bento a perguntou. "É claro", Giovanna pensou, "eles não chegaram a ter contato com essas novas regalias, devem estar curiosos".

— É o meu celular — ela respondeu.

— Celular? — Sérgio fez uma cara de quem não tinha compreendido nada. — Isso é um celular?

— Na verdade, se chama iPhone.

— iPhone? — Agora ambos perguntaram em uníssono, mais confusos do que nunca.

— É, ultimamente usamos isso para tudo: fazer ligações, trocar mensagens, tirar fotos, assistir vídeos, e várias outras coisas.

— É, rapaz — Bento coçou a nuca. — Pelo visto tem muita coisa nova que vamos ter que nos acostumar.

— E como… — Sérgio concordou.

— Pois bem — mesmo sem querer ser chata e os interromper, a policial tinha que continuar dando ênfase ao seu trabalho. — Vocês terão muito tempo para conhecer as novidades do mundo moderno e interagir com elas depois, porém, agora, eu preciso que vocês me sigam e entrem na viatura.

Antes mesmo receber uma resposta deles, ela foi para trás de dos garotos e os escoltou até a saída de desembarque. Entretanto, ainda assim foi interrogada pelo Sérgio.

— Por que nos quer lá? Pra onde vai nos levar?

— Para a delegacia.

— Como? Por quê?

— Por que é lá que nós vamos encontrar um meio de conversar com os familiares de vocês!

— Mas e os outros?

Verdade. Ainda tinham mais sete passageiros daquele avião que estavam nas costas da oficial e que ela havia se esquecido completamente deles! Ela parou e bateu na sua própria testa, se xingando mentalmente.

Pegou o seu rádio comunicador e, através dele, passou a seguinte mensagem para os outros oficiais:

— Levem todos os passageiros do avião para a delegacia, por favor.

Em seguida, ela se sentiu encarada por todos os outros profissionais que a haviam escutado. Decidiu não olhar para trás e continuar escoltando os dois que estavam consigo, entretanto, foi surpreendida — mais uma vez — pela voz de seu superior, antes que ela conseguisse os levar até a viatura.

— Te deixo dois segundos com os caras e você já os leva para o canto?

O tenente George era daqueles que, quando achava que devia, soltava piadinhas indecentes. Porém a garota meio que já tinha se acostumado com aquilo. Ela se virou ele, portando uma expressão indiferente sobre a sua presença ali.

— Você me deu uma tarefa, e eu tenho que cumpri-la.

— Certo, menina trabalhadora. E por que você está dando ordens para que levem os passageiros para a delegacia?

Ela se aproximou do tenente, agora portando uma expressão nada boa.

— Escuta, senhor, eu tenho muito respeito por ti. Porém, o trabalho é meu. Portanto, eu agradeceria se não questionasse os meus métodos.

George fitou a garota que lhe lançava um tom de voz ameaçador. Ele não quis admitir, porém se sentiu intimidado com ela falando daquele jeito. Mas, mesmo assim, não perdeu a postura: pegou o seu comunicador e, ainda diante de Giovanna, fez uma apelação para que os demais policiais seguissem a ordem dela:

— Levem os nove passageiros para a delegacia.

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