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Capítulo Dezenove

Heyoon

Semanas depois

Desde que Lamar e eu tivemos nosso primeiro "eu te amo" tudo mudou. E quando eu digo tudo, é tudo mesmo. Lamar sempre foi adorável para mim, não reclamo dele nesse aspecto. Mas agora, estamos parecendo um verdadeiro casal. Pelo visto, os meus sentimentos vieram a tona, e eu não vejo mais ele como apenas um amigo, a verdade é que eu nunca vi ele dessa forma, sempre senti que ele era algo a mais.

- Amor, o que acha de irmos ao cinema? - pergunto, colocando meus braços em volta de seu pescoço. E sim, estou chamando ele de amor, pareceu estranho para mim no começo, mas agora já estou acostumada.

- Para ser sincero, eu não queria sair. Queria ficar sozinho com você. Um momento só nosso.

- Tudo bem, se é isso que você quer. - acaricio sua bochecha.

- Vem, vamos subir. - ele diz segurando a minha mão, e caindo comigo até nosso quarto. Deitamos na cama, Lamar nos cobre e ficamos bem agarradinhos.

- Quer fazer alguma coisa? - pergunto para ele, já que o mesmo estava extremamente calado.

- Quero. Aproveitar o momento com você, aqui e agora. - ele deposita um beijo caloroso em meus lábios. Logo sinto a respiração de Lamar ficar calma. Ele dormiu. Saio de seus braços devagar para não acordá-lo e deixo uma mensagem em cima da cômoda do quarto.

"Dei uma saidinha rápida, logo eu estou de volta, com amor, Heyoon"

Dou um beijo em sua testa e desço escada a baixo. Se eu pegar o carro dele emprestado, ele não vai se importar não é mesmo? Pego a chave da sua Ferrari, entro no carro e vou em direção a minha "doce" casa. Não bato na porta. Apenas entro e não vejo ninguém. Subo até o quarto do cara que deveria ser meu pai. E quando eu entro lá, me deparo com Catarina junto de outro homem. Pelo visto eles não notaram a minha presença já que continuam frenéticos na cama.

- Aí meu Deus. - o cara para o que está fazendo e se cobre.

- Ora, ora, ora. Se não é minha querida MADRASTA. - dou ênfase em madrasta.

- O que está fazendo aqui pirralha intrometida? - ela esbraveja se cobrindo também.

- Espere até ele saber disso! - me refiro ao meu "pai".

- Não se atreva! - ela grita vindo até mim! Saio correndo e rindo escada abaixo. E encontro quem? Meu "pai".

- O que faz aqui? - ele pergunta vindo me abraçar. Desvio de seu abraço.

- Vim ver como está minha querida madrasta. - logo ela está vindo correndo na minha direção, e quando percebe que meu pai está em casa. Recua.

- Querida. Porque está enrolada em um edredom? - Ingênuo. O amante dela sai do quarto e que depara com meu pai. Uau! Isso está ficando maravilhoso.

- Que porra está havendo aqui? - meu pai resmunga e vai em direção deles.

- Meu trabalho aqui está feito. Tchauzinho. - saio saltitando da casa. Isso nunca fui algo que eu gostei de fazer, porém, desta vez, fiquei muito feliz em causar discórdia! Volto para o carro. E a única coisa que eu consigo fazer é gargalhar. Aquela otária mereceu, e pelo visto, alguém está com chifres na cabeça! Vejo que recebo uma ligação de um número desconhecido.

- Alô? - pergunto, mas não obtenho resposta.

- Alô? - pergunto novamente. Ninguém me responde novamente. Então resolvo simplesmente desligar o telefone. Ligo o carro, e vou em direção a casa da Sabina, quero muito revê-la. Não vejo meus amigos desde que "casei' , mas continuo conversando com eles por mensagem. Eu não quero imaginar a reação de nenhuma delas quando eu contar que fui forçada a me casar, e acabei me apaixonando pelo meu "marido". Mas o pior, eu não quero nem imaginar como vai ser a reação delas quando dizer que foi tudo por uma dívida que meu pai se envolveu e que minha madrasta aconselhou ele a fazer isso. Sabina, vai dizer que quer ver meu pai e falar umas poucas e boas para ele. Any, vai querer armar o maior barraco. Shivani vai dizer que é melhor mantermos a calma. Já Joalin, vai fazer o oposto (nesses momentos é melhor ficar longe dela, antes que sobre para você), Hina vai dizer que não entendeu e assim vai... Vocês devem estar se perguntando, como você sabe de tudo isso? E eu sei porque eu sei. Conheço elas a vida toda. Estranho seria se eu não soubesse disso. 

Já estou acostumada com isso. As meninas são todas surtadas, e por esse motivo que eu amo elas. Saio do carro com toda velocidade possível. Toco a campainha até que Luna atende.

- Heyoon! Onde você esteve? - Luna abre espaço para que eu possa entrar.

- É uma longa, longa história! - ela me abraça e nós duas rimos.

- Temos tempo. - ela diz, mas logo escutamos alguém descendo as escadas.

- Luna Hidalgo! O que fez com a minha preciosa chapinha? - reconheço pelo drama. Quem mais seria se não fosse a Sabina?

- Heyoon Jeong! Mi hermanita hermosa! - Sabina sai correndo e se joga em cima de mim. Me derrubando no chão.

- Ai... - solto um gemido de dor.

- Desculpa. Eu fiquei feliz! A quanto tempo não nos vemos? 

- Meses. - digo e fito o chão. Nós nos víamos todos os dias antes do meu casamento forçado, e eu tinha medo. Medo de tentar ver minhas amigas, e Lamar me proibir de vê-las. Mas na verdade, ele aceitou numa boa.

Flashback On...

- Amorzinho... - digo manhosa abraçando Lamar por trás.

- Pode pedir amor. 

- Como você sabe que eu vou te pedir algo? - cruzo os meus braços, e ele vira de frente para mim.

- Eu conheço a esposa que eu tenho. - ele me dá um selinho. Seguido de cocégas na minha barriga que me fazer gargalhar.

- Eu queria saber se eu posso ver meus amigos... Eu estou morrendo de saudades de todos eles. - ele me abraça por trás e sinto sua respiração no meu pescoço.

- Se está com tantas saudades, por que não pediu antes? 

- Eu achei que você não ia deixar...

- Heyoon, não seja boba. É claro que você pode ir vê-los, sei como seus amigos são importantes para você, não precisa da minha permissão afinal, eu não sou seu dono, sou seu marido.

- Tem razão. Obrigada, amor. - ele me aperta mais para si.

- De nada pequena.

Flashback Off

Conto toda a história para Sabina, que acompanha com caras e bocas. 

- Ai mio Dios! Eu vou quebrar a cara do seu pai, ele vai se ver comigo! - ela levanta indo até a porta.

- Saby... Eu não quero criar problemas para você!

- Yoon, acredite, vai ser um prazer quebrar a cara do seu pai! - não importa o que eu diga, Sabina não vai mudar de ideia. Se ela disse que ela vai quebrar a cara do meu pai. Acredite, é exatamente isso que ela vai fazer.

- Você quebra a cara dos meu pai depois tá? Quero contar tudo para as meninas, e levar todas vocês lá em casa para conhecer o meu marido.

- Vai dizer que vocês já tem filhos também? Depois de tudo que eu ouvi hoje, não ficaria nem um pouco surpresa.

- Bom... - começo e vejo que Sabina me olha com indiginação.

- É brincadeira boba! Não temos filhos!

- Tudo bem então... Por enquanto! Tá, qual seu carro? 

- Aquele. - aponto para a Ferrari, que peguei emprestada sem pedir.

- Uau. Já tá burguesa! QUE CHIQUE! - Saby grita chamando atenção de algumas pessoas que estão passando pela rua.

- Ai, Saby, só você mesmo viu? - digo rindo enquanto nós duas entramos no carro.

- Qual nosso próximo destino? - Sabina pergunta.

- É hora de fazermos uma visitinha a senhorita Any... - dou partida no carro, próxima parada, casa dos Beauchamp.

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