004
Eu saio do escritório com as pernas trêmulas, mas consigo chegar à minha mesa. Eu olho para cima e deixo escapar um suspiro lento.
Olho para a lista de tarefas a ser feita durante o dia que está na mesa. Percebo que parece muito simples. Guardo a bolsa sob a mesa, pego o telefone, e envio um texto rápido para Sabina.
Me tira dessa merda de trabalho. AGORA.
Viro-me e começo passar pelos e-mails. Encaminho a maioria deles para Noah, pois não tenho ideia de quais são importantes ou não.
Quando o telefone da mesa toca, eu olho para baixo para ver se está anotado como responder. Quando percebo que não há instruções sobre o papel, eu só respondo com
— Olá.
— Você pode me dizer por que eu tenho cinquenta e-mails extras que você me enviou? — sua voz sarcástica me faz fechar os olhos e contar até dez. É como lidar com os meus filhos.
— Eu não sei qual deles é importante ou não, então enviei para você responder ou excluir. — eu respondo, olhando para a lista, verificando para ver se eu perdi alguma coisa.
— Isso anula o propósito de ter uma assistente se eu tiver que responder os meus próprios e-mails. — ele bufa ao telefone. — Venha aqui. Eu vou mostrar como faz. — ele rosna antes de bater o telefone na minha cara.
Tiro o telefone da orelha e olho para ele. Ele, simplesmente, desligou na minha cara? Sem dizer "por favor" ou um maldito "obrigado"?
Eu coloco o telefone de volta na base, batendo-o um pouco forte. Há algumas coisas que não tolero. Ser chamada de vadia é uma, e a outra é quando você não diz um maldito "por favor" e "obrigado". Três palavras.
Muito fáceis de dizer, e elas fazem um mundo de diferença em qualquer interação.
Eu levanto e caminho até a porta, batendo uma vez. Eu entro e sento-me na frente dele.
— Como é que você vai saber o que fazer se não vem até aqui para que eu possa explicar? — Pergunta ele.
— Ok, só um minuto. Nós podemos ter começado com o pé esquerdo aqui. — eu o vejo me observando. — Mas eu não sou sua escrava. Eu sou sua assistente. Embora eu seja paga para fazer coisas para você, eu nem se quer estou aqui há uma hora, a propósito, uma hora que passamos discutindo, e não foi sobre a função. Eu estou aprendendo, e enquanto estiver aprendendo, eu vou cometer erros. Eu entendo que você não saibasocializar com as pessoas. — ele começa a sentar-se em linha reta, tentar falar, mas eu levanto a mão. — Mas eu não vou tolerar grosseria. Você quer algo bem feito, diga 'por favor'. Eu faço algo por você, independentemente de você me pagar ou não, você diz 'obrigado'.
Ele acena para mim.
— Por favor. — diz ele por entre dentes cerrados. — Venha aqui para que você possa ver. — ele está cerrando os dentes com tanta força que eu acho que eles podem quebrar.
— Viu, foi muito difícil? — eu me levanto e caminho para o seu lado da mesa. No momento em que chego perto dele, eu percebo o meu erro.
Antes, eu não sentia sua presença ao meu lado, e não poderia sentir o cheiro amadeirado e picante dele. Então, eu faço uma nota mental para não ficar tão perto dele novamente.
Nós passamos por todos os cinquenta e-mails que lhe enviei, e eu tomo notas à medida que avançamos. Isso dura talvez uma hora. Logo antes de sair, eu viro e lhe pergunto:
— Como eu atendo o telefone? Não há nada nas notas. — eu estou com a mão na maçaneta, pronta para sair.
— O que você quer dizer? — ele olha para mim com uma sobrancelha levantada. — Eu achei que você me chamasse de cretino?
— Tudo bem, então, é exatamente como eu vou responder. — eu digo, saio da sala, lutando contra a tentação de bater a porta atrás de mim.
Vou até minha mesa, solto o bloco sobre ela, e lanço-me na cadeira. Eu olho para o telefone e vejo que há cinco mensagens da Sabina.
O que aconteceu?
Você ainda está aí?
Você está bem?
Eu não sei o que você fez, mas Clarye simplesmente ligou e estendeu seu contrato. O que eu digo?
Faça qualquer coisa, mas não o mate!
Eu respondo imediatamente.
Ele é um cretino, e ele é grosso. Ele é um imbecil e babaca.
Sua resposta é imediata.
Me disseram, mas você é a melhor pessoa para o trabalho.
Eu reviro meus olhos.
Como eu sou a pessoa certa? Eu já o matei um milhão de vezes na minha cabeça desde que cheguei aqui, e faz apenas uma hora. Eu quero sair.
Eu respondo os e-mails que chegaram. Meu estômago ronca, e eu olho automaticamente para o relógio, é quase meio-dia.
Eu pego o telefone de novo, e há uma mensagem de Sabina.
Ele dobrou seu salário. Por que você não vê como se sente amanhã?
Ugh, eu irei lidar com Sabina mais tarde. Levanto e curvo-me para pegar minha bolsa debaixo da mesa.
— Nossa Senhora! — ouço dizer em voz alta atrás de mim. Eu tento me endireitar muito rápido e bato a cabeça sobre a mesa, o estrondo ecoa no vasto espaço do escritório.
— Oh meu Deus, você está bem? — eu escuto atrás de mim e sinto mãos tentando me ajudar a levantar. — Você está bem? Eu sinto muito. Eu não queria assustá-la.
Ele está segurando a minha mão, enquanto esfrego a parte de trás da minha cabeça.
— Está tudo bem. Você me assustou. — eu começo a dizer, em seguida, olho para ele.
Olhos verdes escuros enrugados com linhas de um sorriso que me cumprimentam. O cabelo quase preto caindo sobre a testa. Ele está quase em cima de mim neste momento, minhas costas pressionadas na mesa.
— Que diabos está acontecendo aqui? — o rugido vem de trás de mim. Eu empurro o estranho para longe e olho para Noah. Ele fica lá com as mãos nos quadris, a veia no pescoço saltando.
— É culpa minha, Noah. — o estranho diz, soltando minha mão. — Eu entrei e fiquei surpreso ao vê-la. Eu a assustei e ela bateu a cabeça sob a mesa. Eu estava apenas ajudando. — ele diz enquanto caminha ao redor da minha mesa, até Noah, e bate-lhe no ombro. — Eu estava pensando se você queria almoçar?
Mesmo que seu "amigo" esteja de pé ao seu lado, ele não tirou os olhos de mim.
— Não vou almoçar. Eu tenho que dar uma olhada no arquivo Gray Stone Park. Any, você pode me arranjar o almoço? Vá até a delicatéssen na esquina; temos uma conta lá. Basta falar que é para mim. Eles sabem do que eu gosto.
Coloco a mão no quadril e olho para ele, esperando-o dizer. Quando ele não diz nada, eu cruzo as mãos sobre o peito.
— Por favor. — ele sussurra.
— Tudo bem. — eu pego a bolsa e saio, prendendo a respiração até eu chegar dentro do elevador. Eu pego o telefone e envio mensagem a Nour.
Por favor, leve três garrafas de vinho para o jantar.
Coloco o telefone de volta na bolsa e vou até a delicatéssen na esquina, onde eu pego o almoço do meu chefe, o tempo todo rezando para que eu realmente passe o dia sem envenená-lo.
🦋🦋🦋
Eu amo um clichê.
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