002
Eu me olho no espelho, aliso a frente da saia. Que diferença faz seis meses. O peso extra que não saía do meu corpo nos últimos seis anos se foi, graças a alguns exercícios aeróbicos na academia, e eu ter parado de comer.
Você poderia pensar que ser largada pelo seu marido te faria afogar a tristeza em carboidratos, sorvete e queijo, mas, na verdade, foi exatamente o oposto comigo. Nas raras ocasiões em que eu realmente tinha um pouco de apetite, no segundo que eu colocava algo na boca, eu passava mal. Então, estou chegando lá lentamente, mas com segurança.
Deixei meu cabelo crescer, ele estava num rabo de cavalo alto
Estou usando uma saia apertada da altura do joelho, e uma camisa de social branco com um decote adorável. Adicionei meu salto favorito ele é preto simples, uma maquiagem simples,um batom vermelho vivo como eu amo,um delinhado de gatinho, e uma sombra meio dorado com uma pequena quantidade...
Meu armário resumido é roupas de burguesa rica, roupas justas, roupas curtas, roupas decotadas, e poucas soltas ele também é cheio de saltos de designer.
Eu respiro fundo. É isso.
Meu celular toca novamente essa porra não para de tocar, que caralho.
- Dez minutos, meninos, vamos lá. - saio do quarto, desço as escadas e observo meu filho de dez anos colocar sua tigela de cereais na pia e pegar todos os papéis da mesa, empurrando-os em sua mochila. - Sophie, não se esqueça de pegar sua agenda que está no sofá.
Eu olho para minha irmã, que está tomando sua segunda xícara de café. Ela está sentada com as pernas cruzadas, observando tudo. Vestida em suas calças de ioga que moldam perfeitamente seu corpo magro de 1,69, e uma blusa solta que cai em um ombro.
- Como você se lembra dessas coisas? - ela pergunta.
- É mágica. Quando tiver filho, terá um cérebro - digo a ela com um sorriso meloso.
- Então, o que aconteceu com Lamar? - ela sorri de volta e toma um gole.
- Ok, retiro o que disse. Depois que se tornar mãe, terá um cérebro. Quero dizer, eu não acho que todos os homens sejam idiotas. Olhe para o papai. - digo a ela enquanto coloco o leite na geladeira e pego a caixa de cereais, colocando de volta no armário. O alarme do telefone soa novamente. - Dois minutos, pessoal! - eu coloco o relógio no telefone para despertar em horários diferentes para nunca atrasar. Outra coisa que aprendi depois que me tornei mãe.
Eu olho para Nour, que agora está lendo uma revista de fofocas.
- Você não vai se atrasar? - eu pergunto a ela enquanto pego as lancheiras e caminho até a porta com as crianças.
Ela joga na mesa a revista.
- Não, eu tenho cliente só às 10h30. Vamos fazer ioga no parque hoje. Conexão com a terra e essas coisas. - ela junta as mãos em namastê, e eu saio com as crianças para ir ao ponto de ônibus.
Eu seguro a mão de Sophie, enquanto caminhamos para o ponto de ônibus, seu cabelo castanho está preso em um rabo de cavalo lateral com uma enorme flor.
- Não esqueça, tia Nany vai estar lá quando você sair do ônibus esta tarde, porque a mamãe tem um novo emprego.
Ela olha para cima e sorri para mim, um dente faltando.
- Eu sei, mamãe tá bonitona como sempre, e sim você já disse isso. Duas vezes. - agradeço que esteja agradável,eu olho em frente e vejo que Matt está falando com outra criança, que está esperando no ponto de ônibus. Quando as crianças entram no ônibus, aceno para eles e volto para casa.
A Vick, que é minha vizinha fofoqueira, sai com bobes nos cabelos e um cigarro pendurado nos lábios.
- Ei, Any, você está gostosona. Hoje é o dia em que você finalmente ficará livre daquele balde de merda? - ela pergunta enquanto pego a correspondência.
A notícia de que Lamar me traiu se espalhou mais rápido do que as chamas sobre a pilha de roupas encharcadas de gasolina. Claro, uma vez que foi confirmado que Monny dormiu com o pai de um de seus alunos, ela foi transferida silenciosamente. Agora ela está ensinando em outra escola na cidade.
Contar para as crianças que nos divorciaríamos foi difícil, mas eles não pareceram surpresos. Eu acho que a metade dos seus amigos tem pais separados, por isso não foi incomum para eles. Eu, por outro lado, não encarei com tanta naturalidade. Honestamente, achava que para sempre significava para sempre, não só até que alguém mais sexy esfregasse o traseiro na minha cara, chamando a minha atenção. Talvez se ele voltasse para casa e fizesse alguma limpeza de vez em quando, eu teria dado alguma atenção. Foda-se, talvez se ele recolhesse as meias suadas, eu me sentiria inclinada a fazer ainda mais por ele.
Balanço a cabeça, indicando que não para a Vick, e a olho.
- Eu começo um novo emprego hoje.
- Oh, isso é bom, querida. Hora de ganhar o pão de cada dia. - ela aperta a minha mão e entra.
Assim que volto para dentro, pego meu almoço e minha bolsa. Eu olho para Nour, que está agora no meio da minha sala fazendo uma pose louca de ioga.
- Estou nervosa pra caralho. E se eu foder tudo ou me estressar ou, ou, ou...Foder? - eu olho para ela, que volta a ficar de pé, em vez de se equilibrar em sua cabeça.
- Você vai entrar lá e destruir. E se não...- ela encolhe os ombros - Então você não vai. O que de pior pode acontecer? Você cair no colo do seu chefe? - eu a olho, jogando as mãos para o ar.
- Não se esqueça, as crianças chegarão de ônibus às duas e quarenta e cinco. Você ligou o alarme? - eu pergunto a ela.
- Sim, no meu relógio interno. - ela revira os olhos para mim. - Pare de se estressar. Vai ficar tudo bem. Você vai se atrasar se não sair agora. - ela me leva até a porta.
- Não se esqueça de parecer legal e fazer amigos. Amigos que são bonitos, sexys e tenham paus grandes! - ela grita atrás de mim quando entro no carro e fecho a porta.
A Vick sinaliza com polegares para cima, claramente de acordo com a minha irmã.
- Meu Deus. - murmuro para mim mesma ao ligar o carro.
Eu não deveria usar a palavra - carro, era um minivam moderno Grande, segura, e que grita carro de família. Obviamente, eu fiquei com ela no acordo de divórcio, enquanto ele dirigia seu novo Mercedes, que não é para famílias. É para enganadores bastardos, que só visitam seus filhos alguns finais de semana e uma vez durante a semana.
Carro
No caminho para o trabalho pego um tráfego leve. Nada que seja para-choque com para-choque, apenas fluindo lentamente. Meus olhos continuam viajando entre o relógio e o GPS no console central, bem como a olhada ocasional no GPS do meu telefone, que apenas por acaso calcula o tráfego entre onde estou e meu destino.
Eu estou cantando Wap da Card b quando recebo uma ligação. O nome Saby pisca na tela. Sabina é minha amiga da faculdade, a única amiga com quem mantive contato. Ela dirige uma empresa de RH especializada em temporários. Ela é a razão de eu ter este trabalho agora.
- Olá. - digo e espero a voz dela preencher o carro.
- Ei, olá, apenas checando. Você está pronta? - ela me pergunta. Eu ouço papéis farfalhando ao fundo, então sei que ela já está em sua mesa.
- Sim, estou indo para lá agora. Estou tão nervosa que posso vomitar. Mas vou chegar no horário. - eu rio com a ideia de vomitar no meu patrão novo. Eu freio para o tráfego que está desacelerando lentamente à minha frente quando sinto a minha van sacudir para frente ligeiramente. Minha cabeça voa para frente e depois retorna. Olho no meu espelho e vejo que alguém bateu em mim.
- Meu Deus. Alguém bateu no meu carro. Foda-se, Saby. Te ligo de volta. - digo, destravo o cinto de segurança e saio do carro.
Eu coloco os óculos de sol Tory Burch na cabeça, e caminho até a traseira para ver o dano. Eu nem sequer tenho tempo de chegar lá antes de ouvir uma voz rouca perguntar:
- O que diabos está errado com você? Você simplesmente parou! - eu coloco a mão sobre os olhos para bloquear o sol e vê-lo. E rapaz, eu o vejo.
Meu coração bate forte quando ele tira seus óculos de sol aviador do rosto.
Ele tem cerca de 1,77 de altura, ou talvez 1,80, com o cabelo castanho claro, quase parece que foi penteado com as mãos. Seus olhos são um verde como âmbar, com manchas douradas que posso ver graças ao sol que bate diretamente neles. Um rosto recém-barbeado que mostra os ângulos fortes de seu maxilar e sugere que uma barba por fazer deliciosa crescerá em poucas horas.
Ele está usando um terno sem o paletó. As calças azuis escuras são perfeitamente ajustadas, moldando-o como se fossem feitas especialmente para ele, e só de olhar para elas, provavelmente foram. Sua camisa branca está aberta na gola mostrando sua pele, mas cobrindo seu peito largo e bíceps espessos. Suas mangas estão enroladas até os cotovelos e mostram um grande relógio de prata Rolex.
Ele joga a mão para cima e pergunta furiosamente:
- Há algo de errado com você? Você está bêbada?
Dou um passo para trás, coloco a mão no estômago.
- Você está falando comigo? - eu olho em volta, querendo saber se há mais alguém com quem ele poderia estar falando.
- Você bateu em mim porra. Você. Me. Acertou. Não tenho culpa - eu observo a parte de trás do carro para avaliar os danos. Eu vejo que meu para-choque está um pouco riscado, mas seu Porsche vai precisar de algum trabalho.
- Não posso acreditar. Eu não posso acreditar nisso, porra! Agora vou chegar atrasado porque você, provavelmente, estava muito ocupada no telefone com mensagens de texto para prestar atenção ao trânsito. - eu ando até meu carro, abro a porta e me inclino no assento para pegar a bolsa. Os carros passam lentamente por nós, todos dando uma olhada para ver o que está acontecendo.
Olho para o relógio no painel, e vejo que tenho que chegar ao meu novo emprego em vinte minutos. Agarro a minha licença, pego documento e cartão de identificação do seguro, bato a porta e caminho até vê-lo inclinando-se sobre o lado do meu carro, me observando.
- Vou me atrasar tambem queridinho. Existe alguma maneira de apenas trocarmos os números de telefone e pegar todas as informações depois? - eu pergunto, olhando os papéis.
Eu ouço um hunf.
- Provavelmente, você não tem um seguro, razão pela qual você quer me ligar mais tarde para contratar um enquanto eu dirijo por aí sem uma lanterna. - ele caminha até o carro dele, inclina-se, e pega seu telefone do assento do motorista.
Eu olho para ele.
- Então, você não estava no telefone? Certoooooooo. - eu digo, olhando para ele.
- Eu não tenho o dia todo. Alguns de nós têm trabalho de verdade para fazer. O que você quer de mim? - seu tom é sarcástico.
- Na verdade, eu não quero nada de você. Meu carro tem um arranhão, o seu que está danificado. Além do mais, não foi culpa minha. Talvez devêssemos chamar a polícia para fazer um relatório e informá-los que você estava dirigindo enquanto enviava mensagem. - inclino a cabeça para o lado. - Eu não sou policial ou qualquer coisa, mas acho que isso é contra a lei.
Ele rosna para mim.
- Apenas me dê o seu número. - eu falo para ele, e quando ele pergunta o meu nome, eu digo de bom grado.
- A mulher cujo carro você bateu, porque estava enviando mensagens de texto enquanto dirigia. - falo debochada ele olha para mim e as sobrancelhas se juntam. - E qual é o seu? - peço e espero a resposta. Quando percebo que ele não vai responder, eu pergunto novamente:
- Agora, qual é o seu telefone? - ele dispara o número, e eu gravo no meu telefone.
Eu me viro para ir embora.
- Você não vai perguntar o meu nome? ele coloca as mãos nos quadris, bíceps protuberantes, e seu peito parecendo impossivelmente mais amplo.
- Não, não precisa. Eu acabei de colocar você como: Cretino que envia mensagens enquanto dirige e bateu no meu carro. - eu sorrio para ele. - Tenha um dia horrível como você. - resmungo, viro e volto para o carro.
Porra. Vejo que agora tenho dez minutos para chegar lá. Ligo para Saby logo depois que fecho e saio, observando o cretino entrar em seu carro.
- Eu acho que ainda posso conseguir. - digo a ela antes mesmo dela dizer Olá.
- Está tudo bem. Eu liguei e falei que houve um acidente no caminho, e eles disseram para não se preocupar, que Noah irá se atrasar, também. Então, ainda está tudo bem. Qual foi o dano? - Ela pergunta.
- Minivan: 1 x Porsche: 0. - eu rio e digo a ela que ligo de volta no almoço.
Quando, finalmente, chego ao prédio de escritórios, verifico o meu rosto e aplico brilho labial por cima do batom vermelho mais uma vez antes de entrar. Eu olho para o meu telefone e noto que estou apenas sete minutos atrasada. Nada mal, considerando todas as coisas que aconteceu naquela porra. Eu entro e informo ao segurança que tenho uma entrevista com Nora, no Urrea's. Quando ele interfona, fica claro que estou autorizada.
Subo até o quadragésimo sexto andar e caminho até a recepcionista, que está sorrindo de orelha a orelha.
- Oi. Estou aqui para ver a Nora. Meu nome é Any Gabrielly. Eu sou a assistênte temporária. - explico enquanto ela se levanta e vem apertar minha mão, apresentando-se como Clarye. Ela então me leva para encontrar Nora.
Nora é baixa com cabelo branco, e seus óculos estão empoleirados no nariz.
- Ei, Any. Estou tão feliz por finalmente conhecê-la. Eu ouvi grandes coisas de Sabina. - ela estende a mão para apertar a minha e pede para eu me sentar.
- Muito obrigada, e sinto muito que tenha me atrasado. Eu estive em um pequeno acidente, e tentei terminar o mais rápido que pude. - digo a ela, tentando ser formal,coisa que eu não sou muito..sentei na cadeira em frente a sua mesa.
- Não se preocupe. Eu soube que Noah ia ser atrasar cerca de dez minutos, mas ele chegou aqui antes de você. Agora, depois que preencher estes papéis aqui, eu mostrarei o caminho. - ela diz enquanto vai para seu armário no canto.
Porque este é apenas um trabalho temporário, eu não tenho que preencher muito. Apenas um formulário de contato de emergência.
- Agora, devo avisá-la que você é a décima temporária que contratamos para esta posição... Este mês. - ela termina rapidamente.
Eu olho para ela, confusa.
- Mas estamos apenas em dezessete de novembro? - meu coração começa a acelerar. E se ele me expulsar? E se ele rir de mim por eu não trabalhar há dez anos?
- Senhor Urrea é hum, bem... Especial para trabalhar. - murmura enquanto olha para os papéis na frente dela e nem sequer tenta fazer contato visual comigo.
- Especial? O que isso significa? - eu pergunto, minhas sobrancelhas franzidas.
- Vamos apenas dizer que minha aposta está em você. - ela se levanta. - Vamos? - ela aponta para a porta. Eu aceno a cabeça para ela, tentando colocar saliva na minha boca. Está seca, e minhas mãos estão suando. Eu acho que minhas axilas também estão começando a suar. Oh rapaz. Não posso fazer isso. Eu deveria me virar e fugir.
Mas antes que possa fazer um movimento, chegamos a uma porta que está fechada. Uma porta marrom grande e sólida, e as janelas do escritório têm vidro matizado. Ouço Nora bater na porta antes de entrar.
Eu não vejo muito na frente dela.
Apenas olho ao redor do escritório, com vista para cidade, que tem janelas de parede a parede proporcionando uma paisagem incrível. Eu não tenho uma chance de olhar muito mais, porque tudo que eu ouço é a voz rouca perguntando:
- Você está me perseguindo, porra? Você me seguiu até aqui? - eu viro a cabeça para olhar para ele.
Apenas para minha sorte. É o mesmo vagabundo cretino desta manhã, a pessoa que bateu no meu carro. Exceto que agora, o cretino está sentado atrás da mesa, no escritório, que aparentemente, pertence ao meu novo patrão temporário.
hummmm
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