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4 • Pequena Lady Maryon e O Rei Sem Coroa


Maryon Flowers não se importava muito com as histórias de ninguém fora de seu pequeno reino encantado, até porque aquele pedacinho de mundo era tudo o que ela conhecia.

O que poderia existir lá fora que fosse maior que a praia? Mais aberto que o pasto? Mais misterioso que a biblioteca? Mais bonito que o jardim florido? Mais mágico que a Lagoa da Sereia?

E quem poderia existir lá fora que fosse mais bonito de sua mãe? Mais inteligente que tia Katy? Mais corajoso que Athlas? Mais gentil que Ser Olyvar? Mais encantador que o rei sem coroa que se recuperava no terceiro andar?

Nada e ninguém. É verdade que Maryon Flowers sempre se divertia com seu avô, amava a tia Arianne e os tios Quentyn e Trystane. É verdade que ela sentia falta todos os dias de seu pai e da tia Margaery e dos tios Garlan e Loras. Mas ali, naquele pedacinho de mundo, ela era tão feliz que não precisava de mais nada.

Mas, infelizmente, os adultos eram os adultos. E adultos ficam ocupados com coisas de adulto. Adultos não fazem muito tempo para realmente conversar com crianças, e era por isso que Maryon gostava tanto da Sereia.

A Sereia não era como Cecylla, que era tão importante que mesmo quando parava para conversar com Maryon, acabava sendo chamada por alguém para fazer alguma tarefa. Ou como tia Katy e Athlas, que não ouviam de verdade o que ela estava dizendo.

Só tinha um problema: a Sereia não respondia nunca, e ficava sempre parada.

E naquele dia em particular, com nuvens cinzentas de chuva no céu, Maryon voltou do Lago da Sereia com uma carranca bicuda e chutando pedrinhas pelo caminho.

Todo mundo estava ocupado de manhã, agora que o rei sem coroa havia finalmente conseguido se levantar da cama e passava horas na biblioteca conversando algum segredo sussurrado com Cylla e Ser Olyvar.

Então, Maryon havia escapulido para o Lago da Sereia. Nem prestou atenção no caminho de volta para casa até que um trovão ribombou no céu.

Ela levantou o olhar e fez uma cara de choro.

Acontece que aquele pedacinho de mundo não era tão pequeno assim, e a pequena Maryon Flowers estava perdida.

Enquanto isso, na biblioteca do casarão, com as portas bem fechadas, Robb Stark e Olyvar Frey lançavam olhares inquisitivos para Cecylla Martell.

– Certo, qual o motivo dessa reunião secreta? – Olyvar questionou observando os livros. Ele nunca vira tantos, nem sabia ler direito para começo de conversa.

– Eu vou… Digo, nós vamos pegar o trono do Robb de volta. – a princesa afirmou determinada.

– Você… Nós… O quê? – Robb piscou incrédulo.

– Bem, eu até poderia te esconder aqui por um bom tempo, mas não pra sempre. – disse Cecylla, cruzando as mãos em nervosismo. – Apesar de eu não achar que a minha família vá fazer alguma coisa para te machucar, até porque você é um trunfo muito valioso contra os Lannister, eu recebo comerciantes aqui de quando em quando que poderiam muito bem contar pra alguém que seja leal aos Lannister.

– Mas aí no caso a gente enfia o Robb num armário de vassouras amordaçado e larga ele lá até os comerciantes irem embora. – Olyvar sugeriu como se não fosse grande coisa.

– Olyvar! – Robb exclamou indignado. – O ponto é que eu estar aqui é um risco para a segurança de todo mundo nessa casa, e seria muita ingratidão da minha parte ficar aqui sabendo disso.

– E eu sou grata por isso, Robb. De verdade. Mas eu não vou simplesmente mandá-lo embora sem que você tenha pra onde ir. Por isso nós precisamos de um plano para pegar o Norte de volta e restituir o Robb como rei. – afirmou Cylla muito mais confiante em seu argumento.

– Cecylla, eu fico realmente honrado com a oferta de ajuda, mas não adianta nada eu voltar a ser o Rei do Norte se a minha irmã continua sendo refém dos Lannister em Kingslanding. – disse o Stark. – Eu preciso antes de tudo tirar a Sansa de lá, e depois eu penso sobre o Norte.

– Ele está certo. Eu faria o mesmo se fosse a Roslin. – Olyvar concordou.

– E eu faria o mesmo pelos meus irmãos. Temos mais do que capacidade o bastante para esconder a Lady Sansa aqui, se for o caso. – Cecylla foi interrompida pelo ressoar de um trovão e olhou pela janela, vendo nuvens escuras e pesadas de chuva começando a derramar suas primeiras gotas de chuva.

– Está tudo bem, Cylla? – perguntou Olyvar, notando a expressão preocupada da amiga.

– Melhor eu ir ficar com a Maryon. Ela tem pavor de tempestades. – a princesa respondeu em um murmúrio. – Quando a tempestade passar nós podemos falar mais.

– Acho que vi a Maryon correndo para o quintal de trás na direção daquele laguinho com a estátua de sereia. – Robb comentou. – Se quiser, posso acompanhá-la até lá.

– Bem, então é melhor irmos antes que comece a chover de verdade. – Cylla sorriu, apanhando o xale amarelo que ela mantinha pendurado no encosto de uma das poltronas da biblioteca e o colocando sobre os ombros.

– Eu vou pra cozinha arrumar uns biscoitos pra criança, tadinha. Ver se ajuda com o medo de tempestade. – disse Olyvar e Cylla assentiu. Era realmente uma ótima ideia.

Ela e Robb foram caminhando lado a lado, Greywind os seguindo tranquilamente, na direção do lugar que a pequena Flowers chamava de Lago da Sereia.

– Ela adora a estátua de Sereia, conversa com ela como se fosse sua melhor amiga. – Cecylla comentou com um sorriso de puro amor materno nos lábios.

– Eu cresci com tantos irmãos que nunca passaria pela minha cabeça conversar com uma estátua. – disse Robb com um pequeno riso, estendendo a mão galantemente para ajudar Cecylla a pular por cima da raiz de uma árvore.

– Eu entendo o que você quer dizer. As birras da Arianne, as travessuras do Quentyn, o choro do Trystane além das brigas das minhas primas eram o suficiente para eu mal conseguir ouvir os meus próprios pensamentos. – Cylla riu junto, aceitando a ajuda. – Às vezes me preocupa um pouco ver o quanto a Maryon é sozinha.

– Aqui ela está segura, e é uma criança feliz. Ela vai ficar bem. – Robb afirmou, finalmente avistando a estátua da sereia que emergia da água do pequeno lago.

Maryon não estava em lugar nenhum para ser vista.

– Maryon! – Cecylla chamou, os olhos atentos aos arbustos ao redor. – Maryon, querida, está na hora de entrar! Vamos comer biscoitos e beber suco na cozinha com Robb e Ser Olyvar!

Nenhuma resposta. Cylla começou a ficar inquieta.

– Maryon! – ela chamou mais alto. – Maryon Flowers, isso não é hora de se esconder!

Nada.

– Maryon! Vamos lá! – Robb tentou chamar, começando a ficar preocupado. Não era do feitio da menina pregar peças, e ele imediatamente começou a se mover pelo espaço ao redor do lago, checando possíveis esconderijos. – Greywind, ache.

Prontamente o lobo gigante se pôs a farejar enquanto Cecylla ajudava Robb a olhar pelos esconderijos. Dez minutos depois, uma chuva mais fraca já começava a cair e nada de Maryon em lugar nenhum.

– Ela não está aqui! Eu não entendo, ela sempre está aqui! – exclamou a princesa sentindo algo molhado escorrer por seu rosto, sem saber se eram lágrimas ou pingos de chuva. – MARYON!

– Pra quais outros lugares ela costuma ir para brincar? – Robb perguntou, ainda olhando ao redor na esperança de ver a pequena aparecendo.

– Só aqui. Ela gosta de brincar perto da floresta e no pasto, mas nunca sozinha. Ela sabe que não pode ir pra longe sem um adulto junto. – respondeu Cecylla, pânico começando a subir em seu peito. – E se ela foi picada por alguma cobra ou escorpião? E se um coiote pegou ela?

– Ei! Calma! – Robb a segurou pelos ombros, fazendo com que ela olhasse em seus olhos. – Volte para a casa e mande sua guarda se espalhar para procurar ela. Eu e o Greywind vamos na frente e vamos achá-la, ouviu?

Cecylla fez que sim com a cabeça antes de sair correndo na direção da casa.

– Greywind, ache. – Robb comandou novamente, e o lobo colocou o focinho rente ao chão e saiu andando na direção onde sentia o cheiro da pequena ir.

Na orla da floresta, olhando para o pasto, Maryon já estava chorando, abraçando seu próprio corpinho com frio, o vestido florido e rosado totalmente encharcado.

– MAMÃE! – a pequena chamava repetidas vezes, mas sua voz nunca seria maior que o rugido dos trovões e o tambor da chuva no chão. – MAMÃE!

De repente, o pequeno mundo encantado era enorme e assustador. Maryon não queria aquele mundo vasto e barulhento. E não queria estar sozinha nele. Ela queria o abraço quente de Cecylla, e seu cheiro reconfortante de camomila e damasco. Ela queria o sorriso gentil, os olhos cor de jóias e a cascata de chocolate macio do cabelo da princesa.

– MAMÃE! 

Maryon queria as poltronas bordadas com flores amarelas da biblioteca.

– MAMÃE!

Queria o chá de cardamomo com biscoitos de fubá e erva doce que Myria fazia.

– MAMÃE!

Queria as cortinas lilases e esvoaçantes em seu quarto.

– MAMÃE!

Queria o xale de seda verde perfumado de chá que Cecylla sempre colocava ao redor da pequena em dias chuvosos. E os doces que Ser Olyvar dava para ela escondido. E o sorriso gentil de Robb quando ela lhe entregava uma nova coroa.

Mal sabia Maryon que tudo aquilo que ela queria, a queria também.

– MARYON!

Cecylla queria os cabelos acobreados, o sorriso inocente, os olhos azuis, o perfume de lavanda e açúcar, as mãozinhas delicadas e carinhosas, a risada contagiante que fazia parecer que todas as estrelas do céu estavam cantando.

– MARYON!

Kaetryna queria os "porquês" incessantes e o olhar brilhando de curiosidade.

– MARYON!

Athlas queria a gentileza inocente que sempre via todos como pessoas incríveis.

– MARYON!

Olyvar queria as histórias de fada que a pequena contava sem cessar, todas tiradas de sua cabecinha mágica.

– MARYON!

E Robb queria as coroas de flores azuis, e a felicidade que parecia uma entidade viva habitando qualquer ambiente em que Maryon estivesse. Ele queria ouvir a pequena ser falastrona, risonha, inocente, genuinamente feliz, sentia isso com um puxão em seu peito que ele não sentia desde que Jeyne havia anunciado que estava grávida.

Para quantas pessoas Robb desejara a mesma segurança que ele desejava para Maryon agora nos últimos anos? Seu pai. Sansa. Arya. Bran. Rickon. Jon. Sua mãe. Jeyne. O bebê que jamais vislumbrou o mundo. E ele havia falhado com todos.

Um nó se apertou em sua garganta e o ar que Robb respirava parecia frio como se ele estivesse novamente em Winterfell. Seu filho nunca teve sequer a chance de ter um pedacinho de mundo encantado como Maryon tinha. Como toda criança deveria ter.

Ele se lembrou que um dia ele mesmo tivera seu pedacinho de mundo encantado no Norte. Maryon não podia perder aquilo para algo tão bobo quanto chuva!

– MARYON! – a determinação do caído Rei do Norte redobrou-se enquanto ele tentava ver todos os lados do pasto, a chuva pesada atrapalhando sua visão.

Ele deu alguns passos mais para perto da linha escura que demarcava a floresta.

– MARYON!

Alguns segundos para recuperar o fôlego, ouvidos e olhos aguçados, o pânico gelado começando a voltar quando uma pequena figura rosa e encharcada se colidiu com suas pernas.

– Maryon! – Robb suspirou em alívio, se abaixando para abraçar a pequena direito, segurando os ombrinhos trêmulos para ver se a criança estava machucada. – O que aconteceu? Como você veio parar tão longe do Lago da Sereia?

– E-e-eu esta-ava chatea-a-ada p-p-porque ningue-e-em que-queria bri-inca-ar comigo-o e-e-então e-e-eu f-f-fui e-embo-ora se-em o-olhar o caminho-o… – a resposta de Maryon foi picotada por soluços, fungadas e tremeliques enquanto ela piscava sob a chuva mais fria do que ela era acostumada. – E-eu quero a-a minha mãe! 

– Shhh! Já passou, Maryon! Passou! – consolou Robb erguendo a menininha em seus braços, seu peito leve de alívio. – Você está segura. Vamos pra casa agora.

– Vo-vocês estão bra-avos co-omi-igo? Me-e de-esculpa Ro-obb! – a pequena fungou, escondendo o rostinho no ombro do Stark.

– Não, Maryon. Ninguém está bravo com você, querida. – Robb garantiu, segurando a criança com firmeza, mas sem machucá-la, enquanto voltava a passos rápidos para a casa.

Se ele estava correto em sua medição de tempo, ele ficara ao menos uma hora procurando por Maryon, a muito contragosto de Athlas, que afirmara que era impossível continuar a busca com a chuva estando tão forte. Robb não queria estar na pele do capitão da guarda quando Cecylla ouvisse aquela explicação.  

Sua maior preocupação agora era a saúde de Maryon. Não podia fazer bem para criança pequena nenhuma ficar uma hora inteira debaixo de uma chuva forte daquelas. 

– Tá bem… – a voz de Maryon soou amolecida, e Robb a sentiu ficar um pouco mais pesada, sinalizando que a menina havia dormido.

Com um susto daqueles, e todo o medo que Maryon devia ter passado, não surpreendia em nada que ela estivesse exausta. 

Um sentimento de conforto tomou o coração do Stark quando ele avistou as luzes amareladas transbordando das janelas da mansão, logo substituído por urgência e preocupação quando ele ouviu os gritos da princesa Cecylla vindo da varanda da cozinha.

– … UMA HORA DESSAS ELA ESTÁ SOZINHA SABE-SE LÁ ONDE, COM FRIO, COM MEDO, ENCHARCADA E A MERCÊ DE TODO TIPO DE CRIATURA PERIGOSA QUE VIVE EM DORNE! COBRAS, ESCORPIÕES, ARANHAS VENENOSAS, DINGOS, COIOTES, LEÕES DA MONTANHA E VOCÊ QUER ADIAR AS BUSCAS POR CAUSA DA CHUVA ATHLAS SAND?!

Robb estava certo. Ele definitivamente não queria estar na pele de Athlas nesse momento, não que sentisse lá muita empatia pela situação do capitão da guarda da princesa. Por algum motivo além da compreensão do Stark, Athlas parecia não gostar nada da presença do quase falecido ali e sempre dava umas olhadas de lado que faziam Robb temer só um pouquinho pela própria integridade física.

Mas não era por isso que ele seria um homem sem misericórdia, afinal de contas, a prioridade ali era a menininha mágica adormecida em seus braços.

– CYLLA! – Robb chamou acima da chuva, dos trovões e da tempestade que parecia ocorrer dentro da casa.

Desde que a vira pela primeira vez, gentil, acolhedora, amável e sorridente, Robb nunca achou que teria que ver uma Cecylla diferente daquela, sem brilho nos olhos, com o rosto inchado e vermelho de tanto chorar. Parecia um crime que algo de mal pudesse acontecer àquela mulher.

– Maryon! – o soluço mal escapou os lábios da princesa, os joelhos dela quase cedendo antes que ela corresse na direção de Robb, ainda com a mesma roupa encharcada que usara para procurar a pequena.

– Ela está bem. – o Stark garantiu. – Está dormindo.

– Ah graças aos deuses! – disse Cecylla, cobrindo a própria boca para conter um soluço.

– Alteza, eu e Myria vamos levar a Maryon para tomar um banho quente e a colocar na cama dela. Sugiro que faça o mesmo. – disse a Septã de Maryon, tirando a pequena dos braços de Robb. – Vossa Graça, nunca teremos como agradecer o suficiente por ter salvado nossa Maryon.

Robb assentiu, não tendo tempo de responder quando algo se chocou contra seu peito. Era Cecylla, em prantos, que o abraçara com força o suficiente para que ambos acabassem ajoelhados no chão da varanda da cozinha.

– Obrigada, obrigada, obrigada… – ela murmurava desconexamente contra o ombro do Stark entre soluços.

Surpreso, ele a abraçou de volta, de repente muito consciente da forma como o tecido molhado de sua camisa grudava em sua pele, e dos braços e costas desnudos da princesa, e da proximidade, e do cheiro doce e herbal do perfume dela.

– Não foi nada. Ela está bem. Já passou. – ele garantiu, pensando no melhor jeito de confortar a princesa sem mover a mão que inconvenientemente fora parar sobre a pele nua das costas dela quando ele a abraçara de volta.

Se olhares matassem, Athlas Sand teria sido capaz de fazer com Robb o que Walder Frey recentemente falhara em fazer.

De repente, Cecylla se afastou, parecendo muito desconfortável. Robb percebera que ela sempre ficava assim quando alguém tocava no assunto "casamento" por perto dela. Restava saber se ela ficava assim por conta da situação do quase noivado, porque não queria se casar com ele, ou se o problema era com casamentos em geral.

Se ele fosse admitir, sua última experiência com um casamento era o suficiente para garantir que ele nunca mais quisesse pisar em um.

– Eu vou me limpar e trocar de roupa para poder ir ficar com a Maryon logo. Não quero deixar ela sozinha. – a princesa anunciou antes de sumir casa adentro.

E Robb ficou ali parado, olhando a trilha invisível de perfume de camomila e damasco que ela deixara, sem saber o que fazer com as mãos e sentindo seus braços vazios sem o peso de Maryon ou a forma suave de Cecylla.

– Fecha a boca pra não entrar mosca. – disse Olyvar o cutucando no ombro. – Levanta homem, credo! Parece que nunca viu uma mulher bonita na vida, quem vê pensa que tá apaixonado, aí todo de joelhos por ela.

– É mais complicado do que isso. – foi o que Robb respondeu enquanto se colocava de pé novamente. – Com toda a questão do… Você sabe.

– Não é complicado! – a voz de Athlas interrompeu os dois. – Foi discutido um noivado entre vocês dois, a possibilidade foi descartada e fim. Você não é prometido, noivo e nem marido dela. Pare de tentar transformar a situação em algo que não é, está claramente a deixando desconfortável.

Robb interrompeu a própria linha de pensamentos para olhar para o capitão da guarda. Athlas parecia furioso, de uma forma que alguém sem saber do contexto iria achar que Robb havia acabado de matar Maryon ao invés de trazê-la para casa em segurança.

– Capitão Sand, se é que posso saber, o que foi que eu te fiz? – o Stark questionou, genuinamente curioso. – Você parece me odiar tanto, e eu não me lembro de ter feito coisa alguma para causar o mal de qualquer pessoa nessa casa.

– Claro! Porque vocês Starks são tão cheios de honra! Superiores a tudo e todos! – o sarcasmo afiado no tom de Athlas não foi perdido.

– De forma alguma. Se eu errei, quero saber com quem devo me retratar. Justamente por isso eu perguntei. – disse Robb em um tom plenamente calmo, apesar de sua real vontade ser mandar Greywind atacar aquele homem intragável. Entretanto, Robb respeitava Cecylla demais para transformar o capitão da guarda dela em comida de lobo, e o próprio Greywind parecia ocupado demais em sua vida de cão doméstico, recebendo um banho com espuma perfumada de erva doce naquele mesmo momento.

– Athlas! – a voz cortante de Katy Stone interrompeu a próxima resposta do capitão. – Sua atitude é absolutamente condenável! O rei Robb é nosso convidado! Mostre algum respeito! Vossa Graça, eu garanto que você não fez nada de errado e peço perdão pelo comportamento ridículo do Capitão Sand!

– Isso mesmo! – Olyvar concordou. – Chega de briga de galo. Encolham os penachos, e Robb vai logo tomar um banho que você tá fedendo a cachorro molhado. O Greywind tá mais cheiroso que você.

Pelo bem da paz naquela casa, que naquele dia estivera a um fio de acabar vezes demais, Robb apenas acenou com a cabeça e foi em direção ao quarto que Cecylla generosamente havia cedido para ele.

Lá, para a felicidade do rei encharcado, já havia um banho preparado para ele, o cheiro das especiarias usadas na água quente do banho enchendo o quarto de calma com lavanda, cidreira e camomila.

Logo, tudo aquilo havia se misturado com o sabonete de pinho que o Meistre havia preparado para Robb, e lá estava o jovem lobo estirado dentro da água que esfriava aos poucos, a mente em turbilhão.

Será que a situação realmente não era tão complicada e ele mesmo havia criado uma expectativa irreal com seus sonhos acordados de como sua vida teria sido se ele se casasse com Cecylla?

Ou será que tudo era complicado e se tornara ainda mais complicado quando ele percebeu que a Cecylla de sua imaginação jamais chegaria aos pés da verdadeira princesa Cecylla Nymeros-Martell?

•••

Gente, pelo amor, alguém avisa o homem que ele é soldado abatido explodido largado na trincheira!

LadyAri






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