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2 • Robb Stark e Os Sete Céus


Robb Stark de Winterfell, o Rei do Norte, algumas semanas atrás deixara de ser um personagem de relevância nos eventos que se desenrolavam em Westeros, pois isso normalmente é o que acontece com pessoas mortas: elas deixam de ser protagonistas, como ele um dia havia sido.

Ele teve certeza de que ia morrer quando aquela flecha o acertou nas Gêmeas. E um pouco mais de certeza naquela cavalgada louca com Olyvar e Greywind até o porto. E um pouco mais com todo o enjôo durante a viagem de barco até onde quer que fosse que eles aportaram. E plena certeza de que ia morrer quando caiu de costas na areia, contemplando a lua cheia e as estrelas no céu.

Só para acordar em um lugar quente e ensolarado que cheirava a ervas e… Biscoitos.

Depois da fala animada daquela menina pequena – a Donzela –, Robb simplesmente soube que estava morto. E que havia acreditado nos deuses errados durante toda a sua vida.

Todos os seus dez-e-nove dias de seu nome.

Por um momento ele ficou simplesmente deitado ali, seus pensamentos como uma cachoeira vindo todos de uma vez só. As memórias do massacre do qual ele quase escapara.

Não teve muito tempo de se perder em sua crise existencial pós-morte, no entanto, pois logo a Donzela voltou, puxando pela mão uma linda mulher vestida de verde que era seguida por um homem de meia idade com robes de Meistre e…

– Greywind! – ele exclamou em uma mistura de alívio e alegria quando seu fiel companheiro se aproximou abanando o rabo e indo lamber seu rosto. – Ai! Calma!

– Shh, querido, desça! Assim vai machucá-lo. – a voz melodiosa e calma da mulher chamou, enquanto ela gentilmente puxava o lobo para longe da cama. – Isso mesmo. Bom menino.

Foi só então que Robb finalmente pôde reparar na mulher que a pequena menina chamava de mãe. Era muito bonita, com uma cascata de cabelos castanhos caindo sobre seus ombros morenos de sol até sua cintura. Ela usava um vestido leve de um tom de verde que lembrava primavera, com bordados dourados que deixava seus ombros, braços e parte do colo completamente expostos. O Stark não pode evitar o rubor em suas faces, principalmente quando ela o olhou com aqueles grandes olhos verde-dourados cristalinos como água.

Tudo a respeito daquele lugar era estranho para Robb, que viera do Norte cinzento e frio que sempre cheirava a neve, pinho queimando e mofo. Ali era colorido, quente e tudo cheirava a ervas, flores e água corrente. Até mesmo Greywind estava limpo e perfumado.

– Majestade, é um alívio vê-lo acordado. – a mulher disse novamente naquela voz melodiosa que poderia inspirar canções. – Meu nome é Cecylla, este é o Meistre Danael e… Bem, acho que você já conheceu a Maryon.

Robb tossiu brevemente olhando para a menininha, que de alguma forma segurava a gata maior que ela no colo. Naquela posição, a pobre gata devia estar sofrendo, mas parecia até acostumada com aquela afeição desajeitada.

– Aqui, milorde. Vê? Não tem veneno. – Cecylla falou tomando um pequeno gole do copo em sua mão antes de oferecê-lo a Robb.

Muito bem-vinda água.

– Qual dos Sete Céus é aqui? – ele perguntou enfim, olhando para Cecylla.

As sobrancelhas bem desenhadas se juntaram em um olhar de confusão, lábios fartos comprimindo-se e movimentos graciosos hesitando:

– Aqui é… Dorne, Vossa Graça.

– Não, não! Deve ter ocorrido um engano. Eu não sou de Dorne. – o rapaz sacudiu a cabeça tentando levantar-se, uma dor lancinante tomando seu ombro esquerdo.

– Majestade! Majestade, deve ficar deitado! Seu ferimento ainda não está totalmente curado. – o Meistre implorou enquanto as mãos gentis de Cecylla o guiavam de volta à posição anterior.

– Houve algum erro, eu não deveria estar no céu dornês. Preciso estar onde devem ficar pessoas do Norte. Ver meu pai, minha mãe e Jeyne! – Robb bufou ainda em revolta, olhando para Cecylla. – Onde está o senhor da casa para resolver isso, milady?

– Não há senhor nesta casa. Eu sou a senhora da casa, Vossa Graça, e preciso que preste atenção em mim. – havia alguma urgência e preocupação entrelaçadas no tom calmo e gentil de Cecylla quando ela o olhou nos olhos novamente. – Milorde parece pensar que está morto, mas não está. Está em Dorne, encontrei milorde com Greywind e Ser Olyvar quase mortos na praia da minha propriedade e os trouxe para cá. Eu sou a princesa Cecylla Nymeros-Martell, e Vossa Graça está muito vivo graças aos deuses.

– Não posso estar vivo. – disse Robb simplesmente, com um sentimento pesado pior que qualquer dor em seu peito. – Não mereço estar.

– Maryon, vá chamar Ser Olyvar. – a mulher disse simplesmente, um olhar muito determinado em suas feições.

– Mas mamãe… – a pequena fez um bico enorme e franziu as sobrancelhas no começo de um protesto.

– Querida – Cecylla virou-se e abaixou para ficar da altura da menina, que tinha a mesma pele morena de sol. – Por favor, chame Ser Olyvar para mim?

– Mas quero ajudar o príncipe. – a carinha de protesto se tornou uma de súplica irresistível.

– E vai ajudá-lo muito se chamar Ser Olyvar. – a mais velha sorriu ajeitando a tiara de pedrinhas torta de Maryon.

Ainda não parecendo satisfeita com a tarefa, Maryon saiu segurando a pobre gata. 

– A senhora é mesmo a princesa Cecylla Martell? – Robb questionou a observando, um arrepio agourento subindo por seus braços quando a moça assentiu com a cabeça. – Essa… Essa é a vida que eu deveria ter vivido?

Um vinco se formou entre as sobrancelhas dela, os olhos verdes brilhando em confusão.

– Vossa Graça? – ela questionou, brevemente pousando as costas da mão contra a fronte e o pescoço do rapaz em busca de sinais de febre.

– Sim, oras… E por que não? – Robb murmurou como se estivesse pensando alto. – Se fui injustamente assassinado, talvez essa seja uma chance de viver como eu deveria ter feito… Afinal meu pai queria que eu me casasse com a princesa Cecylla antes de-

– Ele está delirando? – a voz confusa de Olyvar Frey veio da porta, e lá estava ele com a gata Duquesa segura em um braço e a mãozinha de Maryon segurando firmemente o polegar de sua mão livre.

– Mamãe! Você vai se casar com o príncipe?! – Maryon sorriu animada, correndo em direção à beira da cama e olhando para Robb com enormes olhos azuis brilhando de felicidade.

– Eu… Não… Ele… – Cecylla gaguejou, agitada de confusão. E um pouco pelo lembrete do quase noivado com o não-tão-morto Rei do Norte.

Já Robb encarava Maryon fixamente, os olhos azuis límpidos dela e o cabelo cor de avelã escuro, quase vermelho, mas não exatamente. 

– Qual o seu nome? – ele perguntou para a menina, a ideia louca que tivera há poucos segundos se firmando mais em sua mente.

– Lady Maryon Flowers do Lago da Sereia! – a menininha respondeu sorrindo mais e mostrando que faltava um dentinho em seu sorriso, para então se aproximar e "cochichar". – Eu sou uma princesa também!

– Oh… Mas se… – Robb piscou confuso. Aquela era a vida que ele deveria ter vivido? Se era, então a menina não deveria ser sua filha?

– Ele está com febre? – Olyvar questionou deixando a gata no chão, e arqueou a sobrancelha quando Cylla negou com a cabeça.

– Mary, querida, acho que o príncipe ainda não se recuperou totalmente do machucado que o bruxo malvado fez nele. – disse a princesa se ajoelhando e pegando as mãozinhas de Maryon. – Ele precisa de várias flores coloridas para espantar as coisas ruins do quarto dele. Por que você não vai com o Meistre Danael buscar no jardim? 

– Posso chamar a tia Katy? – a garotinha perguntou mal conseguindo parar quieta no lugar.

O Meistre mal conseguiu acompanhar a velocidade com a qual Maryon saiu correndo diante da resposta positiva de Cecylla. Robb precisava admitir, a criança pequena por perto o deixava com medo de falar alguma besteira sem querer.

– Olyvar, o que você está fazendo aqui? Não era para você ter morrido. – o nortenho finalmente olhou para seu antigo escudeiro.

– E não morri. – Olyvar disse se aproximando. – E nem você.

– Não faz sentido. – Robb disse simplesmente.

– Claro que faz. Cylla nos achou na praia, tratou nossas feridas e aqui estamos nós. – o Frey disse cruzando os braços.

– Talvez seja melhor eu sair… – Cylla murmurou, mexendo nervosamente nas pontas do próprio cabelo.

– Alteza? Por que você me ajudaria? Sua família tem todas as razões para desprezar a minha. – disse Robb a olhando desconfiado.

– Não é culpa da sua família que minha tia acabou casada com um idiota que sequestra meninas de 14 anos. – ela respondeu calmamente. – Outras pessoas têm muito mais culpa. Os Targaryen, os Lannister, os Baratheon, Arthur Dayne… Acho que nessa história toda, vocês Stark foram tão vítimas quanto nós Martell.

– Viu? Ela é sensata, podemos confiar nela. – disse Olyvar com um olhar afiado. – Greywind gosta dela.

Robb assentiu deixando escapar um longo suspiro, já não mais interessado em conversar. Estava cansado, e só conseguiu entender que a princesa dissera algo sobre deixarem ele descansar e trazerem uma refeição logo.

A mente do rapaz estava longe, em Winterfell, muito antes do rei Robert sequer sair de Kingslanding. Antes mesmo do assassinato de Jon Arryn.

De volta naquele dia desconfortável em que seus pais haviam decidido falar justamente do assunto que qualquer rapaz de dez-e-cinco dias de seu nome gostaria de evitar: noivas.

– Por que não a Lady Margaery Tyrell? Ela é uma boa lady do Sul! – dissera Catelyn Stark, ignorando o desconforto de Robb na mesa de jantar.

– Está há tempos prometida para Renly Baratheon. – Ned contrapusera. A única pessoa que parecia achar o assunto interessante era Sansa. – Pensei a respeito da princesa Cecylla Martell.

– Uma dornesa? – a face de Catelyn se contorcera em uma careta de puro desgosto. – Os Martell não têm algum problema conosco por conta de todo o ocorrido com o príncipe Rhaegar, a princesa Elia e Lyanna?

Doran Martell é um homem sábio em relação a reparar incidentes diplomáticos. E além do mais, nunca ouvi um só rumor ruim a respeito da princesa Cecylla. – Ned apontara, e por seu rosto dava-se para ver que ele já havia tomado sua decisão, e estava apenas "avisando" Catelyn. – Dizem que é uma moça linda, gentil e muito inteligente.

– Não seria melhor esperarmos mais um ano? Robb ainda é muito novo. – Lady Catelyn sugerira e por um momento Robb quase suspirara de alívio.

– No tempo até recebermos resposta do príncipe Doran, da princesa chegar e do casamento ser preparado, ao menos um ano e meio terão se passado. – dissera Ned para o desespero de Robb.

De repente, o herdeiro do Norte se via preso na possibilidade de se casar com uma menina de quem nunca nem havia ouvido falar.

Robb quase riu com a ironia. 

Às vezes, durante a guerra, ele passava noites insones se perguntando como sua vida seria se os planos de seu pai tivessem dado certo e ele tivesse se casado com a princesa dornesa. E em algumas dessas vezes, o pouco de sua mente que ainda acreditava em magia se convencia de que ele teria sido muito mais feliz com a noiva que Ned escolhera para ele, e não com a noiva que as circunstâncias haviam escolhido ou com a esposa que a própria irresponsabilidade havia escolhido.

Agora, ali estava ele, sob os cuidados da moça que seu pai o havia instruído meticulosamente para cuidar. Será que ela sabia? Será que haviam contado para ela que se não fosse o assassinato de Jon Arryn e tudo o que se seguiu, agora provavelmente ela estaria com ele no Norte frio e cinzento que cheirava a neve, pinho queimado e mofo?

Uma parte de Robb achou que era muito melhor aqui, onde era quente e colorido, e tudo cheirava a sol, flores, ervas e… Ah sim. Biscoitos.

Um pequeno riso escapou dele ao ver a gata branca entrar novamente pela porta entreaberta e lamber o restante das migalhas que ficaram no chão.

•••

Nada de ficarem mal acostumados com essa história de atualização todo dia. Não vai ser assim pra sempre não, humpf!

Muito obrigada pelo amor e apoio que vocês estão dando para Survivor's Guilt assim já tão cedo!

Lady Ari

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