Me Desculpe Por Isso
N/A
Ryan estava no bar da cidade com seus amigos que não via há muito tempo. Reencontra-los o fez se sentir ainda mais em casa.
Em uma das conversas bobas dos rapazes, Ryan ouvira uma garota falando muito alto, olhando em seguida para a direção da voz. O que ele não esperava era ver que a moça tinha como companhia a "Dra. Doolittle", à qual o apelido dado por Marie a caiu perfeitamente depois do encontro que os dois tivera mais cedo.
O Soldado pôde perceber que a jovem ficou sem jeito ao vê-lo, o que havia sido recíproco já que ele não queria a ver novamente.
Ryan sabia que a garota era muito bonita, tinha os olhos de esmeralda que quase o fizeram não querer mais parar de olhar para ela quando se viram no incidente. Era atraente e parecia ser uma boa pessoa e ele teve medo de reencontra-la justamente por isso. Ele tinha medo de se relacionar emocionalmente com alguém, sua vida não permitiria isso. Ele sabia que se isso acontecesse, não estaria magoando só a si mesmo, mas a outra pessoa também. Não teria tempo para se dedicar ao amor enquanto tivesse que se dedicar a salvar seu país sempre que possível, e até quando fosse impossível.
O rapaz tentou de todos os modos evitar olhares com a garota. Preferiu fingir que a mesma não estava ali. Desde que a viu, durante o incidente com o cachorro, optou por ser frio, para evitar qualquer aproximidade entre os dois.
Sophie por sua vez, também o evitava. Não o olhava, apenas conversava com sua amiga enquanto tomavam suas bebidas. A imagem que ela formara em sua cabeça sobre o rapaz era de alguém esnobe. Então preferiu esquecer o que havia acontecido naquele dia.
A menina já ia na sexta cerveja e já pedira mais duas doses de vodka para acompanhar.
— Sophie, sei que estamos nos divertindo, mas você não acha que está indo longe demais nas bebidas? — Caroline perguntou, preocupada com a amiga
— Carol, pelo amor de Deus! Você parece uma mãe falando. — Sophie disse passando a mão no cabelo
— só estou preocupada com você.
— você também tá bebendo e eu não disse nada.
— é, a diferença é que eu ainda estou na 4 cerveja. — a loira disse olhando o estado da amiga
— aqui está, duas doses de vodka. — o garçom falou colocando a bebida na mesa
— uuuh, obrigada gatinho. — Sophie falou piscando logo em seguida para o garçom
O ato da moça fez ele e Caroline rir, ele volta para o balcão e elas ficam ali.
Sophie costumava beber de modo social, porém algo não estava certo nela, o que a fez querer encher a cara dessa vez.
Já passava das 11 horas da noite. Caroline decidiu que era hora das duas irem pra casa, mas a morena teimosa não quis.
— vai você, eu vou ficar.
— não vou te deixar aqui, você está bêbada. Não posso te deixar aqui. — Caroline dizia enquanto amarrava o cabelo da amiga em um rabo de cavalo por a mesma já estar suando
— eu não vou demorar, Rol. — ela disse e riu — entendeu? Rol, de Carol, Rol. — continuava a rir sem parar — eu amei, vou te chamar assim agora.
— o que deu em você hoje heim? Geralmente eu que fico bêbada logo.
— nada, Rol. — ia continuar, porém foi interrompida pela amiga
— para de me chamar de Rol, que saco!
— tá, desculpa. — Sophie disse segurando o riso, mas parando na mesma hora e ficando séria — o que há de errado comigo, Ro... Desculpa, Carol? — perguntou, não esquecendo de corrigir o nome da amiga
— como assim?
— conheci um cara hoje, aliás, o Shy conheceu, depois eu conheci. Não. Pera. É melhor dizer que eu conheci né? — ela se enrolava toda para explicar e a amiga rolava os olhos quase sem paciência
— Sophie, fala logo.
— eu conheci um cara, mais cedo. Ele não gosta de mim. Como ele pode não gostar de mim, Carol? — ela sussurrava para sua companheira
— ele disse que não gostava? — a mesma perguntou
— não, mas...
— então, como você pode dizer que ele não gosta de você? — Caroline perguntou interrompendo a jovem
Sophie parou, sabia que não ia conseguir fazer a amiga acreditar que o cara não gostava dela. Caroline a chamou mais uma vez para ir embora.
— não, já disse que não. Eu vou ficar, preciso ficar. Não se preocupe. Vou chamar um Uber quando sair daqui.
Caroline, já conhecendo a amiga, não insistiu mais pois sabia que ela não aceitaria o convite de se retirar do local.
— pelo amor de Deus, me avisa quando chegar em casa.— ela pediu
— tudo bem, mamãe. — respondeu Sophie
Carol a olhou, olhou e finalmente foi embora.
Sophie pediu mais uma dose de vodka para o garçom. Enquanto esperava, olhou sem querer para a mesa onde Ryan estava e pode ver o mesmo a olhando, quase da mesma maneira que olhou para o cachorro quando pulou em seu prato mais cedo.
Ela, sem graça, rolou os olhos e se levantou, tirou dinheiro do bolso e deixou sobre a mesa para quitar a conta, pegou seu agasalho que havia tirado pelo calor que sentira e saiu do bar.
Ryan a acompanhou com os olhos até a porta do local se fechar atrás dela. Viu quando o garçom chegou até a mesa da moça, porém ela não estava mais lá. Ele pegou o dinheiro e voltou com a bebida até o balcão.
O Soldado nunca imaginou ver a garota daquele jeito, aliás, nunca quis a ver para ser exato.
De certa forma, Ryan havia se preocupado com Sophie. Sabia que ela não estava bem, muito alcoolizada, se fosse para casa sozinha provavelmente não acharia o caminho de volta. Ele não queria baixar a guarda, mas seu instinto protetor falou mais alto.
— aqui, minha parte pra ajudar na conta. To indo nessa. — ele disse deixando o dinheiro na mesa e se levantando para sair
— ah, qual é, RJ? — seu amigo George levantou as mãos no ar sem entender — fica mais um pouco, você passou seis anos fora cara, é muito tempo!
— vamos lá, Jones. Senta aí e vamos terminar a noite. — disse Seth, seu outro amigo
— eu sei rapazes, mas dessa vez vou ficar por dois anos. Vamos ter muitas outras noites dessa. Agora eu tenho que ir. — Ryan disse e se despediu dos amigos
Já muito longe do bar, Sophie tremia de frio enquanto andava nas calçadas da rua. Um arrependimento bateu quando lembrou que poderia ter voltado de carro com sua amiga. A garota não havia chamado o Uber como prometera a Caroline, seu celular havia descarregado, o que fez o arrependimento bater mais forte.
Além do frio, ela cambaleava de um lado para o outro, estava bêbada e não conseguia ficar em pé. Suas pernas tremiam pela temperatura da cidade.
Mais à frente, viu um beco com uma fogueira acesa. Não pensou duas vezes e fora em direção a ele para se esquentar. A garota adormeceu ali.
Ryan andava olhando de um lado para o outro, para ver se via a garota bêbada que havia deixado o bar sozinha alguns minutos antes.
Não vendo a garota, deixou de pensar na mesma focando na ideia de que ela deveria ter pego um táxi ou alguém fora a buscar. Continuou seu caminho para casa, normalmente.
Ao passar por um beco, que de primeira o pareceu como outro qualquer, ouviu vozes e palavras que o intrigaram pelo baixo calão. Ele resolveu voltar dois passos para trás e ver do que se tratava. Ao inclinar o corpo, viu quatro homens em volta de algo. O Soldado não quis se manifestar por não saber ao certo o que era. Bom, esse foi seu pensamento até ver um dos indivíduos abaixar e logo em seguida um grito feminino ecoar pelo beco.
— tira a mão de mim. — era o que ele escutava enquanto caminhava até os homens
— vamos lá bonitinha, nos deixe fazer o jogo fácil. — um dos caras dizia enquanto a garota encurralada tentava sair dali
Ryan não tinha visto ainda o rosto da jovem, porém estava sendo muito cauteloso. Sabia que não poderia se aproximar demais e nem chegar brigando com todos, afinal, eram quatro contra um.
Ele se manteve na distância que determinou certa e retrucou a frase dita por um dos homens.
— conheço um lugar onde jogo fácil não é motivo de redenção. — ele disse e os quatro olharam ao mesmo tempo para ele
Quando um dos indivíduos deu alguns passos à frente, Ryan pode ver quem era a garota.
"Não! De novo não!"
Pensou ao ver Sophie no meio deles. Era óbvio que Ryan, mesmo querendo distância da jovem, não iria deixá-la ali. Ele respirou fundo, colocou as mãos no bolso da calça e continuou.
— o que fazem com a garota?
— pra que você quer saber? Vai nos ajudar com isso?
— não, vou impedi-los. — Ryan disse e os homens olharam entre si e riram — eu conheço a garota. —ele continuou — ela estava comigo há algumas horas, nós brigamos e ela saiu correndo. — ele disse e pôde perceber a cara da moça, assustada.
Os brutamontes olharam novamente entre si, duvidando da palavra do soldado.
— você conhece ele? — um deles perguntou à garota, que não disse nada
— já sei! Big Rock, — chamou o que parecia ser o maior deles — leva ela ali no canto do beco e pergunta o nome dela, vou fazer o mesmo com nosso amigo aqui. — ele disse olhando para Ryan — se você souber o nome dela, deixamos ela ir com você, caso contrário, dá o fora daqui.
Sophie estava apavorada. Sabia que o rapaz não a conhecia direito e muito menos ia saber seu nome.
Ryan não tinha certeza se conseguiria acertar o nome da moça, rezava para o que tinha em mente ser o nome dela.
— Big Rock? Já tem a informação? — Ryan perguntou
— tenho, pivete. Só resta saber se você fala a verdade. — o mesmo respondeu, trazendo a moça de volta pelo braço
— vamos, diga o nome dela. — o outro grandão o apressou
Ryan engoliu seco. Havia um nome em sua cabeça que ouvira sair da boca da loira quando ainda estavam no bar. Ele não tinha certeza de nada. Poderia dizer e conseguir levá-la dali ou a deixar com eles. A menina o olhava com os olhos mais tristes, parece que sabia que ele não ia acertar.
Tomou coragem e arriscou.
— Sophie. — disse ele, recordando claramente de quando a amiga dela havia voltado do balcão, no bar, falando alto o nome da jovem e outras coisas o chamando a atenção
A mesma parecia não entender e não acreditar em como ele havia acertado seu nome. Os homens esperaram que Big Rock dissesse se o rapaz estava correto ou não.
— então, acertei? — Jones perguntou ansioso e nervoso para saber qual seria o destino da garota naquela noite
O homem que ainda segurava Sophie pelo braço, olhou para seus parceiros e disse:
— sim. — Ryan por sua vez, soltou toda tensão que percorria seu corpo naquele instante, respirou fundo e o grandão continuou — pode levá-la. Ela é toda sua. — terminou de falar, jogando-a em direção a ele
— obrigada. — o moço disse recolhendo Sophie, que quase caira no chão aos seus pés
— bom, faça bom proveito. — um deles disse enquanto saiam do beco, deixando os dois ali
Ryan esperou até que eles sumissem de vista. Quando o aconteceu, ele imediatamente olhou para a garota que tinha os olhos cheios d'água. Não conteve sua indignação e perguntou rude:
— por que não disse que me conhecia? Por que não disse nada? — a jovem por sua vez, só o olhava — tem ideia do que teria acontecido com você se eu não tivesse chegado aqui? Ou se eu não tivesse acertado a droga do seu nome? — ele parecia irritado
Ele também a olhava nos olhos, que eram muito bonitos a propósito, o oposto dos dele. Eram verdes e brilhantes.
— você só precisava dizer que me conhecia, ou apenas balançar a cabeça confirmando. Você poderia ter colocado tudo a perder e, a essa hora, poderia estar morta ou sabe-se lá Deus o que. — ele ainda continuava com o sermão.
Eles se olharam ainda mais durante um tempo. A jovem chorava pelo susto que passou. Ele se encostou na parede do beco e ela se aproximou. Quando ele ia continuar a falar ela o abraçou, fazendo-o esquecer o que iria dizer. O rapaz, que mal teve tempo de processar direito o que estava acontecendo, apenas colocou suas mãos na cintura da garota.
O abraço durou um tempo, era como se Sophie quisesse mostrar o quão agradecida estava, apenas pelo gesto.
Ela saiu do abraço devagar e o olhou, se dando conta do que acabara de fazer ela muito sem jeito se desculpou:
— me desculpa por isso.
Sophie tinha certeza que ele não gostava dela, e sabia que muito provavelmente ele não gostara do que ela havia feito.
Olá people!
O que acharam desse
encontro, heim?
Eu amei, já quero que
esses dois fiquem juntos
logo :D
Comentem o que vocês acharam
desse capítulo
e votem também,
é importante para o
desenvolver da história 😘
Me desculpem
qualquer erro na
ortografia... 😉
Vejo vocês no próximo
capítulo :)
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