04
Severus Snape estava, mais uma vez, no silêncio de seu quarto. Sentado na poltrona que ele havia transfigurado para que ficasse na sacada do quarto, dando uma bela vista dos jardins ocultos do Grimmauld n°12, seus pensamentos pareciam ressoar no ambiente. Ele se permitia um momento de introspecção, algo raro para alguém tão meticulosamente reservado. Olhou para o livro em seu colo, às frases que liam se misturando com seus pensamentos conturbados, lhe tirando qualquer atenção que antes possuía. Mas o que realmente o perturbava estava longe de qualquer outra coisa. Era Hermione Granger.
Nos últimos três dias, a presença de Hermione em seus pensamentos se tornara cada vez mais frequente. O que começava como uma simples consideração pela habilidade excepcional da jovem bruxa em teimar em cuidar dele, havia se transformado em algo mais complexo, e isso o desconcertava.
Em poucos dias, aquela garota insolente o desestruturara de uma maneira que nem ele conseguia compreender. Perguntava-se se estava tão carente a ponto de se deixar afetar por alguém como ela. A ideia de ter tido sonhos tão inapropriados com ela era completamente fora de seu padrão ético e profissional, afinal de contas, ela ainda era sua aluna.
Snape fechou os olhos por um instante, tentando ordenar seus pensamentos. Lembrava-se de como Hermione havia se destacado em suas aulas. Sua mente ágil, seus olhos atentos e sua capacidade de entender o complicado quando ele mesmo nem sempre tinha certeza. Mas a questão não era apenas a admiração profissional. Havia algo mais, algo que ele não conseguia categorizar, algo que desafiava suas crenças e seus sentimentos mais profundos, e ele odiava tentar entender isso.
Era confuso. Ele era Severus Snape, o mestre de poções, um homem que se dedicara à sua profissão e que, em grande parte, mantinha seus sentimentos trancados a sete chaves. E agora, parecia que uma jovem bruxa havia conseguido romper parte dessa fortaleza emocional, mas sem querer.
Snape se levantou da cadeira e começou a caminhar de um lado para o outro, - se sentia completamente melhor, - um movimento que ajudava a organizar seus pensamentos. Ele ponderou sobre a ética e a lógica de seus sentimentos. A diferença de idade, o respeito pelas normas da instituição, e a própria natureza da relação professor-aluno eram obstáculos significativos.
Ao mesmo tempo, não podia negar que sua consciência estava frequentemente ocupada pela imagem dela, completamente nua, e gemendo próximo ao seu ouvido, assim como em seu sonho. Seus olhos brilhantes, sua maneira de falar com uma determinação quase intimidante, e o modo como ela parecia enxergar além das aparências. Havia algo de sincero e transparente nela que contrastava fortemente com a complexidade que ele próprio representava, e mesmo assim, algo nele desconfiava de suas intenções.
Ele parou diante da janela e olhou para o exterior, a paisagem do jardim parecendo indiferente ao seu tormento interno. O que ele sentia por Hermione não era algo que pudesse ser facilmente categorizado ou explicado. Era uma mistura de respeito, admiração e algo que desafiava a própria definição do que significava sentir-se atraído por alguém. Porém ele ainda acreditava que poderia ser apenas uma atração de alguém que a tempos não se relacionava com alguém.
Finalmente, Snape suspirou, sabendo que, por enquanto, a solução não estava ao seu alcance. Os sentimentos eram algo que ele poderia tentar compreender, mas talvez nunca pudesse totalmente controlar. E por mais que isso o perturbasse, ele também sabia que teria que encontrar uma maneira de lidar com isso, mantendo o foco em sua responsabilidade e sua missão, sem permitir que esses sentimentos interferissem em suas ações ou decisões.
~~~
A cada dia que Hermione entrava por aquela porta, Severus sentia sua saúde melhorar. Sua perna já estava melhor, as dores no corpo haviam desaparecido e todas as cicatrizes estavam curadas. Embora fosse um martírio para ele ficar trancado naquele quarto, era evidente que, mesmo se a casa pegasse fogo, ele não saíria tão cedo, pelo menos, não até ter certeza se poderia ir embora.
Todos os dias e em todos os horários possíveis, Hermione aparecia em seu quarto. Severus não compreendia o motivo de sua persistência. Embora estivesse se sentindo melhor e fosse capaz de cuidar de si mesmo, lá estava ela, levando seu café da manhã, almoço, chá da tarde e jantar para ele.
Muitas vezes, ele sentia uma estranha satisfação em expulsá-la com a arrogância que lhe era tão característica, ele acreditava que era o melhor a se fazer. Isso se tornara uma forma de lidar com a situação, especialmente depois do sonho que tivera com ela, que, dia após dia, começava a chamar sua atenção de maneira desconcertante.
Fazia pouco mais de uma semana que Snape estava ali, e ele se lembrava nitidamente de como a presença dela o perturbava a cada vez que entrava pela maldita porta. Na manhã seguinte ao sonho, Hermione apareceu com o cabelo preso em um coque que ele considerava elegantemente arrumado. Ela usava um vestido leve e solto, se ele fosse chutar adivinhar seria feito de chiffon pela elegância e suavidade, às alças finas, e céus como o verde lhe caía bem. Ele notou o leve decote em v que abraçava seus belos par de seios, e como o tecido caía perfeitamente bem em sua cintura fina, o deixando mais encantado do que deveria de fato.
Ele se remoia por dentro por tratá-la tão mal. Ela estava cuidando dele, a pedido de Dumbledore mais estava ali. Ele não acreditava que ela se preocupava tanto, porém ele deveria mostrar um pouco de gratidão, mesmo sendo tão difícil se concentrar quando a única coisa que passava por sua mente perturbada, era o quanto os lábios dela ficavam perfeitos em volta de seu pau, como no sonho que sempre invadia sua mente.
Eram quase cinco horas da tarde, e ele já sabia que em poucos minutos ela estaria por aquela porta, com chá e biscoitos, tentando a todo custo dialogar com ele, que nunca respondia.
— Boa tarde professor. — entrou com um leve sorriso. — Trouxe chá!
— Estou vendo. — resmungou.
Para ele, era fácil afastá-la quando seus pensamentos iam além do que o necessário. Ele sabia que Hermione não fazia idéia do que se passava, e que ela não tinha culpa nenhuma, porém ele não sabia outro jeito de resolver a situação, não naquele momento.
Servindo o chá a ele, que estava de pé na sacada olhando para o jardim, ela se sentou na cadeira perto a mesa, como sempre fazia. Ele não entendia novamente, do porque ela queria ficar por perto, ele falando com ela ou não.
Enquanto se aproximava lentamente, e pegava um pouco de chá, ele notou que naquele dia específico a jovem bruxa se vestida mais confortavelmente, com calças largas e camiseta, porém aquilo não a fazia menos atrativo para seus olhos curiosos.
Ele notou também, que daquela vez, ela parecia mais ansiosa que o normal, e ele conhecia muito bem aquele comportamento.
— Há algo que você gostaria de perguntar antes que sua curiosidade a consuma completamente? — questionou, se sentando de frente a ela, cruzando às pernas e os braços esperando por uma resposta.
— Na verdade, só gostaria de saber como o senhor está? — disse olhando para o chá a sua frente.
Snape vacilou por um momento, não sabia se a garota estava zombando dele ou realmente demonstrava interesse. Isso o surpreendia, afinal, ele não estava acostumado a esse tipo de pergunta genuína. Após um breve silêncio, com um tom menos rígido, ele decidiu que uma conversa antena não faria mal.
— Não esperava uma pergunta tão... pessoal. Mas, se deve saber, tenho enfrentado desafios como qualquer outro. E você, como tem se saído com seus próprios desafios?
Levantando os olhos do chá, um pouco aliviada, Hermione sentiu algo florescer dentro de si. Snape não apenas respondeu sua pergunta com uma cortesia inesperada, como também disse mais do que ela imaginara que ele diria. Seu coração pareceu parar por um instante, e ela temia ter interpretado erroneamente o convite para uma conversa amistosa, já que essa era uma área onde nunca tinham avançado antes.
— Agradeço por perguntar. Na verdade, às coisas têm sido bem calmas para variar. Nada de desafios, apenas um tempo de qualidade e tranquilidade. Bem, isso até às aulas voltarem. Às vezes, um pouco de conversa pode fazer toda a diferença.
— Entendo. O que me surpreende, é a senhorita achar que sou uma ótima companhia para ter um pouco de conversa. — manteve um tom neutro.
— É verdade. — sorriu sincera. — E, se puder ser sincera, é bom ver um lado mais humano em alguém que normalmente é tão reservado. — sentiu seu rosto corar.
— Espero que não se acostume demais. — continuou ele, voltando ao tom habitual. — Não quero que pense que sou seu amigo Granger, pois não sou. Considere isso apenas como um leve agradecimento por sua, ajuda eu diria.
— Bem, não tem de quê! — deu de ombros.
Naquele dia, Hermione não havia voltado com seu jantar como Snape esperava, pelo contrário. Em seu lugar, Monstro aparecera em seu quarto num estalo, deixando a comida e sumindo sem mais, e pela primeira vez, ele confessou a si mesmo que sentiu falta da garota que insistia a cada vez mais se aproximar.
No meio da madrugada, Snape sentia seu braço latejar mais do que o costume. Eram como se facas cortassem a pele de seu antebraço, ou algo quisesse submergir de dentro dele, ele não sabia explicar naquele momento o quão incômodo aquilo era, porém o quanto era costumeiro.
Ele sabia que não poderia ignorar o fato da marca estar o chamando, que Voldemort precisava dele naquele momento, então apenas se levantou, vestiu sua vestes de sempre que graças a Merlin Lupin havia levado para ele, e sumiu saindo pela porta da frente silenciosamente.
Seus passos eram firmes e decididos à medida que se aproximava da antiga mansão, cuja estrutura ruída era apenas uma sombra de seu antigo esplendor. Pela primeira vez em anos, trabalhando ao lado do temível lorde das trevas, Severus sentia uma estranha sensação de paz. No entanto, assim que o encontro terminou, ele partiu rapidamente, dirigindo-se de volta a Hogwarts. Lá, precisava relatar a Dumbledore todos os eventos do encontro.
~~~
Quatro dias se passaram desde que Snape havia sumido, e Hermione não sabia o que fazer. Ela sabia que o professor já se encontrava melhor, porém não achava que seria do feitio dele sumir daquela maneira, sem mais nem menos.
Uma parte dela, queria acreditar que ele não iria embora sem se despedir ou a agradecer pelos cuidados, mas naquela noite quando ela percebeu que ele não voltaria, suas esperanças morreram com as de que eles poderiam continuar dialogando como fizeram alguns dias atrás.
Hermione não queria demonstrar, mais quando ficou tão próxima dele naquele banheiro, tudo pareceu virar de cabeça para baixo. Ela tentava o evitar, apesar de ainda de sentir na necessidade de ela mesma aparecer no quarto dele para levar comida, ou qualquer outra coisa.
Ela se odiava, afinal, depois daquilo ela notou o quanto ele estava mais rude do que o normal, o quão suas palavras estavam mais ácidas, porém mesmo assim ela tentava ficar perto, pois toda vez que o via, sua imaginação sobre aquele dia em específico ia a mil. E ela não se importava se aquilo poderia soar tão errado, afinal, sua curiosidade era muito maior, e Hermione queria explorar mais do que havia sentido.
Harry e Ron deram graças pelo homem ter sumido, o que a deixou extremamente irritada por dias, sem que eles soubessem o real motivo.
— Eu só acho que ele é um mal agradecido! — a voz de Rony soava abafada já que mantinha a boca cheia de comida.
— Você se empenhou tanto pra ajudar aquele bastardo, pra ele sumir assim? — Harry continuou. — Não que eu realmente me importe com ele, onde está ou o que faz.
— Eu acho que esse assunto já deu! Faz cinco dias que ele deve ter voltado para Hogwarts, só posso me sentir em paz por saber que cumpri a promessa de cuidar dele para Dumbledore. — Hermione disse, tentando esconder um pouco da falta que odiava sentir do professor.
O Grimmauld Place estava envolto em um silêncio tenso, quebrado apenas pelo sussurro do vento que se arrastava pelas paredes antigas. Harry, Hermione e Ron estavam juntos na sala de estar, cada um perdido em seus próprios pensamentos, principalmente os desafios que tinham pela frente. Os dias pareciam tranquilos, contudo a sensação de que algo ruim viria de surpresa permanecia.
A porta se abriu de repente, revelando Severus Snape, sua capa longa e preta ondulando como uma sombra. Ele parecia tão austero quanto sempre, mas havia algo no seu semblante que denunciava um leve cansaço. O trio imediatamente se endireitou, o coração batendo um pouco mais rápido. Snape era um mistério, e suas intenções eram tão desconhecidas quanto suas habilidades.
Hermione deixou seu olhar cair para ele mais tempo do que gostaria de dizer, e apesar da aparência cansada, ele estava tão imponente quanto ela se lembrava.
— Vocês três, — ele disse, sua voz soando como um eco na sala. — Precisamos ter uma conversa.
Harry trocou um olhar significativo com Hermione e Ron. Havia algo surreal em ver Snape, o homem que sempre fora visto com desconfiança e receio, aqui, agora, sendo a figura que parecia se importar.
— Sobre o que, professor? — Harry perguntou, tentando manter a voz firme, e torcendo para que o professor não desconfiasse que minutos antes ele falava mal dele.
Snape se aproximou, seu olhar escaneando os rostos dos jovens bruxos diante dele, olhando mais detalhadamente para Hermione, que desviou o olhar.
— Sobre como vocês podem se preparar para o que está por vir. E antes que possam dizer, não venham com essa ideia de que esta guerra é algo que vocês podem enfrentar sozinhos. — ele disse, seu tom misto de exasperação e preocupação.
— Desculpe professor, mas, o que aconteceu? — Hermione perguntou. Snape cruzou os braços e respirou profundamente, parecendo ponderar a melhor forma de abordar o assunto.
— Não que seja da conta de vocês, mas como Dumbledore me deu ordem de os informar, o lorde das trevas está cada vez mais perto de ter o que tanto quer. Não sei quando acontecerá, mas sei de alguns preparativos. — comentou.
— Suponho que você está aqui para nos ajudar? Por que deveríamos confiar em você? — Rony disse nervoso.
— Porque caso contrário, você será uma das primeiras pessoas qual o lorde das trevas irá decapitar, seu cabeça de cenoura ambulante. — zombou. — Sinto os informar, que ficarei aqui até às aulas voltarem. Comensais da morte tem vigiado a casa na tentativa de atacar, e Dumbledore pediu que os vigiasse, e isso significa que não haverá chances de sair escondido por aí, Potter.
Harry revirou os olhos irritado, já não bastava os dias que ele havia passado naquela casa quando Hermione cuidava dele, agora ter que ficar de babá?
— Estou tão infeliz quanto você, Potter! — Snape comentou.
— Não leia minha mente! — o garoto se irritou.
— Jamais perderia meu tempo. — sorriu irônico. — Infelizmente tenho o desprazer de o conhecer o suficiente para saber o que se passa nessa cabeça oca.
Olhando em volta, Snape encarou às três crianças se encarando, era notório que elas não haviam gostado da notícia, e ele deduzia que Hermione muito menos quando anunciasse a ela o que tinha a dizer.
— Granger! — chamou. — Preciso falar em particular.
Hermione arregalou os olhos quando chamada, e uma nostalgia tomou conta de si com aquelas palavras, se lembra do de quando Dumbledore pediu para conversar com ela, e a encarregou de cuidar de Snape.
— Por que quer falar com ela sozinho? O que tiver que dizer, não acha que deveria nos incluir, visto que toda situação envolve nós três? — Harry estufou o peito, tentando se mostrar mais importante.
— A não ser que os dois idiotas entendam o suficiente sobre poções, não acho que meus assuntos com a amiguinha de vocês importe.
Hermione notou que os meninos não gostaram nada dela ter de ficar sozinha com ele, porém não era como se ele fosse fazer alguma coisa, já que ela havia tido muito mais tempo só com ele do que realmente o necessário, então, o que seria mais alguns minutos?
Chegando no escritório da casa, enquanto ela passava pela porta, sentiu um arrepio tomar conta de seu corpo quando ouviu a tranca ser fechada. Hermione parou no meio da sala, não olhando para trás, com medo do que encontraria, já que sentia fortemente a presença de Snape atrás dela.
Por outro lado, Snape sabia que deveria ir logo ao assunto que o levará ali, porém se posicionando atrás dela, ele teve a visão do tipo da cabeça dela, notando o quanto era mais baixa que ele, e o quão o cheiro floral e refrescante dela invadia suas narinhas. Ele se perdeu completamente, e ele podia jurar que a sentiu se arrepiar, contudo sua observação fora interrompida pela voz feminina que questionava o que porque estava alí.
— Não posso dar muitos detalhes Granger, só que Dumbledore me pediu para que neste tempo que ficarei aqui, a ensine algumas poções mais, complexas. — disse profissionalmente.
— Me ensinar poções? Por que? — se virou para o olhar, dando alguns passos para trás por estar muito perto.
— Dumbledore acredita que a senhorita tenha um talento especial para isso, e claro, digamos que será útil, futuramente. — cruzou os braços.
— É por causa de você-sabe-quem, não é? — o encarou.
— Como disse antes, não posso dar detalhes!
— Dumbledore me disse a mesma coisa um tempo atrás. — disse séria. — Qual o problema de nos contar o que está acontecendo? Eu não sei se alguém lembra, mas é a vida de Harry que está em jogo, a vida de todos nós, até a sua. Então qual o problema de contar às coisas detalhadamente?
— Vai por mim Granger, eu não gosto disso tanto quanto você. Mas eu sigo ordens aqui, então se contente com isso.
Hermione cruzou os braços, seu rosto estava levemente vermelho de irritação, e sinceramente? Ela não sabia se era por falta de informação, ou por Snape estar a sua frente, depois de ter sumido por quase cinco dias.
— Granger! — ele chamou mais uma vez, notando a falta de atenção dela, ou o fato de ela o olhar tão irritada. — Qual o problema? — perguntou, já que ela tinha os olhos furiosos.
— Você sumiu! — ela disse calma.
— Perdão?
— Você some sem falar nada, e depois volta como se nada tivesse acontecido. — sua voz era dura, mais não havia nenhuma alteração.
— Gostaria de saber Granger, a partir de que momento, a senhorita achou que lhe devo satisfações do que faço? — questionou.
— Não deve, porém seria sensato avisar que iria embora, ou pelo menos, me agradecer. — cruzou os braços.
— Te agradecer? — ele perguntou, com um tom de surpresa misturado com sarcasmo.
— Você não acha que o mínimo que você poderia fazer é reconhecer o esforço que fiz? Não estou pedindo para que você se sinta obrigado, mas um simples gesto de cortesia seria bem-vindo.
Severus gargalhou de forma mordaz, fazendo Hermione se arrepiar com a cena notável e perturbadora. Sua risada não possuía um som alegre, mas uma explosão de ceticismo e desdém. Seus olhos, geralmente frios e calculistas, brilhavam com uma faísca de malícia. O riso era baixo, quase um rugido sombriamente irônico, e seu rosto pareceu se contorcer em uma expressão que mesclava desdém e prazer cruel. As sombras ao redor de seus olhos e seu sorriso sarcástico ampliaram a sensação de que ele pareceu se deleitar com o desconforto no qual Hermione demonstrou com sua atitude, revelando uma faceta mais cruel e implacável de sua personalidade.
Seu corpo gelou ao ver aquela cena, e apesar de se sentir acuada, não sentiu medo, somente a vontade de esconder a cara num buraco pelo arrependimento de ter chamado a atenção dele com algo que com certeza ele não se importava.
— Você deseja que eu expresse minha gratidão por algo que, de maneira bastante óbvia, você não estava verdadeiramente interessada em realizar?
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