Oneshot
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Rayssa Lee
Flashback_On
Eu não podia estar acreditando! Isso nunca tinha acontecido comigo antes...
-Você simplesmente não pode ficar? -Perguntei enxugando as lágrimas do rosto, meus olhos estavam cansados! Bobby iria se mudar, depois de tanto tempo morando nesse bairro! Ele era meu melhor amigo, era a melhor parte de mim.
Isso não pode estar acontecendo!
-Ray! -Ele sussurrou me aconchegando em seus braços e eu inalei seu perfume... Até seu cheiro me causaria uma falta danada! Como eu ia conseguir tendo coragem sem as palavras de encorajamento dele? Quando tudo só parece ter sentido quando ele está?! Isso só pode ser uma brincadeirinha dele de mal gosto.
-Me diz que isso não passa de uma brincadeira, Bobby. -Falei me desvinculando para encará-lo e não tão diferente de mim ele também se encontrava em lágrimas e mais lágrimas.
-Não é brincadeira, Rayssa... Eu não tenho outra opção. -Falou virando o rosto para o lado evitando me olhar. -Melhores amigos não mantém uma brincadeira de mal gosto por muito tempo.
-Então... -Espremi os olhos e torci o nariz numa tentativa falha de fazer cessar as lágrimas. -Por quê você não fica lá por casa? -Vi um sorriso se formar no rosto da pessoa que mais me apoiava na vida após meu pai.
-As coisas são piores do que parecem ser Ray. -Falou demonstrando sinceridade com aquelas palavras, senti um aperto no peito, ele estava estranho. -Não posso abandonar meus pais assim sem mais nem menos. Você concorda comigo que tenho que acompanhar eles certo?
-Concordo, mas por quê você precisa ir? Meu pai te considera como filho, não tem problema algum se você ficar lá em casa
-Você não entende mesmo não é?
-Por favor. -Pedi segurando seu maxilar. -Então me explica! -Senti umas gotas molharem o topo da minha cabeça e meu ombro. -Me explica já que eu não tô entendendo.
-É confuso explicar. -Disse o mais velho passando a mão na nuca.
-Não é, acredite. -Suspirei quase desistosa. Só queria acreditar que isso era só uma trolação, mas na verdade não...-Vai parecer menos confuso se você puder me dizer com calma. -Ele continuava sem olhar pra mim. - Kim Jiwon! -Chamei a atenção dele quando falei alto demais.
-O que você disse?
-Sinceridade.
-O que tem essa palavra?
-Bobby... Seja sincero! O que tem acontecido de errado contigo? -Perguntei pousando as mãos em seus ombros e ele sorriu pequeno, meu coração se esquentou de uma forma que exteriormente nem parecia fazer frio.
-Eu quero entender primeiro pra poder te explicar. -Fiz uma expressão de confusa e esfreguei as mãos em meus bíceps, logo me abraçando. -Pegue isso. -Disse ele gentil me entregando seu casaco, 3 vezes maior que eu.
-Mas quanto a você?
-Fica sossegada, tô bem por você estar aquecida. -Falou por fim me lançando seu sorriso e os olhinhos dele sumiram naquele instante e eu cheguei a conclusão de que não tinha como eu me apaixonar mais por Kim Jiwon.
Meu amor por ele ia além do físico. Seus atos e gestos para comigo me fizeram acreditar que o amor é manifestado por ações e era exatamente isso que mais me encantava nas diversas qualidades dele, eu queria que ele me considerasse tanto quanto eu o considero. Queria fazer ele sentir o que eu sinto; ele me faz me sentir especial e eu queria retribuir isso á altura.
Era uma amizade linda? Sim, demais!
Quantos anos? 5 anos!
Se ele se mudou mesmo? Sim também, para a Califórnia.
Ele sempre era bem aplicado na disciplina de inglês, nossas playlists se resumiam em músicas internacionais e passávamos horas e horas compartilhando dos nossos gostos distintos mas que era respeitado, ele respeitava os tipos de músicas que eu me acostumei a ouvir e o melhor: a sentir, e eu as músicas que ele gostava, que geralmente era um rap ou um Bruno Mars.
Depois daquela noite de despedias, de algumas lembranças que tínhamos e que foram recontadas por nós enquanto olhávamos as estrelas eu queria dar replay sempre que preciso naquele momento tão vívido e presente na minha mente. Bobby definitivamente era o homem da minha vida.
Lembro que nesse dia os pingos de chuva pararam e ficamos deitados na grama verde da minha casa enquanto admirávamos a constelação estampada no firmamento. A melhor decoração dos céus á noite sem sombra de dúvidas são as estrelas.
Meu pai estava ouvindo música lá dentro da garagem enquanto arrumava mais um dos carros da sua locadora de carros.
-Qual o nome do bluetooth do aparelho do carro do meu sogro? -Arregalei os olhos na direção dele enquanto ele num movimento rápido se sentou. -Seu pai, eu quis dizer seu pai Rayssa.
-Relaxa. -Por dentro meu coração estava á mil, calma Rayssa, foi só um engano. Talvez não. Que incerteza! GRR! -É irmãos "Y".
-irmãos Y?
-É, lembra que meu pai é o filho do meio de 3 irmãos?
-Ah. -Bobby gargalhou do modo como eu perguntei, ele conhecia meus tios e meu pai. Caraca! Se ele continuasse vivendo aqui perto nós poderíamos continuar nossa maratona de doramas e ainda por cima com a autorização do meu pai. Que as vezes aparentava gostar mais do Bobby do que eu ou preferir mais o Bobby que a mim!
E sobre esse lance dos meus tios é que tanto eles como meu pai tem seus nomes iniciados com "Y". Dã. É o óbvio né! Mas enfim, o mais velho que é o tio Yifan ou como ele gosta de ser chamado "tio Kris", tio Yuta que era o mais novo e meu pai: YoonGi.
Meu pai ouvia Camila Cabello pela sei lá qual vez naquela noite fria de fim de novembro quando Havana foi substituída por uma música do Shawn Mendes.
Entendi que Bobby que havia selecionado "Never be alone" quando ele sorriu ladino pra mim.
-Como é minha última noite aqui quero aproveitar o máximo com você. -Ele disse de uma forma fofa e apesar do frio senti minhas bochechas em chamas. -Tá cansada de olhar as estrelas? -Continuou ele enquanto me encarava e eu não parava de olhar pro fio que estava ao ar por conta da ventania.
-Nunca vou me cansar de ver as estrelas. Inclusive quando estou contigo Jiwon. -Deitei minha cabeça no seu colo enquanto ele fazia cafuné nos meus cabelos e ele disse que tinha revelado várias fotos nossas, como lembrança e queria que eu as colasse na parede do meu quarto, para nunca esquecermos de todos os bons e ruins momentos que enfrentamos juntos. A nossa amizade era muito valiosa.
Ele disse que faria o mesmo no novo quarto dele da nova casa dele na Califórnia, ele parecia querer estar feliz, até porque é a Califórnia né meus queridos? Quem não queria? Mas ao mesmo tempo que ele parecia empolgado com a ideia de morar em outro continente parecia triste, mas triste por mim, talvez em como eu fosse ficar. Mas nós éramos como irmãos, inseparáveis, únicos, quem eu teria além dele pra alegrar meus dias e fazer parte da minha história?
Por uns instantes enquanto a música tocava essa perguntava latejava em minha mente. Evitei pensar mais sobre. A real é que eu odeio pensar, raciocinar, eu odeio dores de cabeças desnecessárias.
-Acho engraçado e original suas fotos. -Ele disse passando as fotos da minha galeria enquanto eu via um grupo que ele fazia parte no kakao talk, eu não parava de rir das mensagens que o June mandava (que se resumia em "shit" e mais "shit"), das fotos de pratos de comida do Yunhyeong se achando porque era bom na cozinha e que ia ser o primeiro a ter uma mulher mais velha no grupo, do Jinhwan mandando áudio cantando, do Donghyuk contente por ele terem deixado ele furar o septo, o Chanwoo pedindo conselhos amorosos e como ser sensual pra garota que ele tava afim e o B.I só observando tudo, dando vácuo em todo mundo. -RAYSSA LEE! -Bobby apertou minhas bochechas muito forte e eu dei um grito que ecoou na rua toda.
-CARAMBOLAS! O QUE RAIOS ACONTECEU?
-Calma, Rayssinha! -Ele disse com as mãos pra cima depois de eu ter bufado pelo celular ter caído na minha cara fazendo minha testa doer.- Falei que acho engraçado e original suas fotos.
-Ué, por que? O que elas tem de tão engraçado?
-É que nelas você faz um biquinho muito lindinho, suas bochechinhas ganham vida, seu cabelo, seus olhinhos, você toda!
-Nha. Só tá falando isso porque é meu amigo. -Devolvi o celular pra ele e ele me devolveu o meu.
-Você só tá falando isso por quê é meu amigo.
-Imagina se eu falasse como namorado, você me mataria.
-O-O-O que? Repete por favor! -Tentei não entrar em estado de choque mas antes do Bobby cogitar em algo que disfarçasse o quanto ele deixava na cara que sentia algo intenso por fim foi logo sendo interrogado pela mãe que deu um berro da janela, chamando seu nome alto. Quem da rua 909 não conhecia Kim Jiwon, ou de uma maneira mais íntima: Bobby.
Bobby disse que mandaria mensagem pra mim, enquanto me abraçava forte. Por que eu sentia que esse era nosso último abraço? Senti meu coração vibrar triste enquanto via ele se afastando enquanto olhava pra trás vendo minha figura pequena lhe dando "tchau" com as mãos ou talvez um "até logo".
Entrei pra dentro de casa sem que meu pai percebesse enquanto passei pela garagem pra ir pra sala e eu não consegui assistir nada de Big Time Rush por conta que o caro e desejado Min YoonGi fez o favor de colocar um paredão enquanto escutava altamente a música "One after 909" dos Beatles.
-Pai! Por TUDO QUE É MAIS SAGRADO ABAIXA UM POUQUINHO ISSO!!! EU QUERO ASSISTIR MEU BIG TIME RUSH EM PAAAAAAAAZ! -Gritei pra ele mas foi o mesmo que nada, não me contive e me matei de rir enquanto gravava ele descontraído fazendo de guitarra um dos canos que ele estava usando pra concertar uma das torneiras da garagem, enquanto ia à loucura balançando a cabeça freneticamente para frente e pra trás imitando o barulho da guitarra. Ele é tão dos anos 1970!
Tentei me concentrar nos meus preciosos ot4 vulgo Big time rush, que com toda certeza da galáxia inteira é minha série de banda favorita, eu nunca superei o término mas sigo acompanhando, porque fã quando é fã nunca esquece. Sempre tá ali, te lembrando que um dia fizeram do seu dia um dia mais divertido até mesmo com um simples vídeo!
Eu não estava crente 100% dessa ideia de que o Bobby se mudaria pra Califórnia, ele parecia tão... Incerto? Inseguro? Do jeito que o conheço ele deve estar escondendo algo de mim. Mas por que ele esconderia logo de mim? Por que tenho a leve impressão de que ele quer me poupar de algo? Não não... Talvez seja só um mal pressagio, já passa... Mas hoje ele estava tão diferente, não com aquele jeito dele todo peralta e brincalhão todo; Bobby estava agindo de forma mais carinhosa que o normal...
Se ele fosse (ou se ele vai mesmo pra Califórnia), como eu ficaria? Eu me acostumei tão mal com ele aqui, porque ele estava presente, sempre, era ele, ele estava ali pra mim dar suporte, pra mim apoiar, pra aliviar as tensões e crises de ansiedade que vez ou outra eu sentia.
Como me readaptaria tão fácil assim com a ausência de Kim Jiwon?
Flashback_Off
3 anos depois
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Junhoe estava na varanda conversando comigo sobre a faculdade dele e de como estava pra surtar e eu ri pelo jeito que ele estava falando. Não demorou muito, ChanWoo e Yunhyeong chegam e após de falar com eles fui na cozinha preparar uma lasanha para nós comermos.
Estava me auto-desafiando a fazer aquela lasanha antes do Donghyuk, Hanbin e Jinhwan chegarem.
Peguei tudo que precisava e comecei a fazer, conectei meu celular na minha caixinha de som e depois de ouvir minhas cantoras coreanas prediletas, começou a tocar Say you won't let go. E nossa! Perdi as contas de quantas vezes escutava aquela música junto com Bobby. Já faziam meses desde a última vez que trocamos mensagens, e mesmo sendo difícil me comunicar com ele, eu ainda continuava conversando com ele com o mesmo sentimento de 3 anos atrás.
Quando eu estava montando a lasanha, os meninos chegam. O Yunhyeong tirou os óculos escuros e arregaçou as mangas compridas, o Junhoe estava gravando tudo com o celular apoiado no bastão de selfie, o Donghyuk tentando equilibrar um pote de ketchup na cabeça e o Hanbin com o Chanwoo estavam cantando cantando e dançando as músicas da Brithney Spears.
Amava ter a amizade deles!
Foi a única coisa que me restou (depois das lembranças) do Bobby e conhecer os amigos dele foi uma das melhores coisas que poderiam ter me acontecido.
Junhoe começou a cantar e tanto os outros garotos como eu rimos tanto das veias do pescoço dele se amostrando e ele se esforçando mais que tudo pra cantar.
-Cara, não vai dar a luz agora! -Donghyuck disse brincando.
-Vou poupar esforços, vocês terão de começar a pagar pra ver meu show, com as músicas compostas pelo Hanbin.
-Com certeza. -Hanbin diz se debruçando sobre a mesa, enquanto um trap tocava do celular do Jinhwan.
-Quer ajudar, Rayssa? -Yunhyeong se oferece.
-Não precisa, Hyeong-ssi. Você pode pegar os copos?
-Posso sim! Fica naquela parte? -Perguntou apontando pra uma prateleira alta.
-E eu? O que eu posso fazer? -Chanwoo brota atrás de mim.
-Pode pegar o refrigerante na geladeira, huh? -Ele assentiu e eu fui colocar a travessa de lasanha no centro da mesa. Aquela travessa era muito preciosa para o meu pai, se ele chegasse de Gangnam-gu e desse falta ele brigaria comigo até o sol raiar.
Jinhwan, Junhoe, Donghyuck e Hanbin se aproximam pegando um prato na mesa depois de eu chamá-los avisando que estava pronto. Yunhyeong e Chanwoo chegam com os copos e refrigerante e cada um se serve, me servi por último.
Quando eu estava colocando refrigerante no meu copo, escuto a campainha tocar, os meninos cochichavam entre si, Hanbin e Junhoe se colocaram na minha frente.
-O que deu em vocês?
-Você não pode abrir a porta agora, Ray. -Hanbin responde com os braços estendidos na minha frente.
-Precisa seguir os passos da nossa surpresa! -Junhoe fala fazendo os outros meninos caírem pra cima dele tapando a boca dele. -Ops... Não, eu estava falando do Uno, seria um jogo surpresa, pra jogarmos assim que terminarmos a lasanha e... -Antes de ele terminar a porta se abre revelando um Wonpil com um teclado imenso perto dos pés.
-Demorei um ano pra achar a chaves, até que achei! -Ele disse se explicando, sorrindo simpático e eu o ajudo a carregar o teclado. -Vim em uma boa hora, não é mesmo? -Os meninos o cumprimentaram e logo Wonpil se juntou conosco.
Quando nós terminamos de comer, meu namorado ainda estava comendo. Os meninos trouxeram Uno para jogarmos e começamos a jogar na sala.
-Ray, posso conversar com você um instante? -Não respondi, porque a carta no alto do jogo era "7", levantei as mãos pra ele e apontei pra carta, ele entendeu e sorriu assentindo. Chanwoo jogou a próxima carta da mesma cor que estava antes e eu me levantei pra conversar melhor com ele no meu quarto.
-Gostou da lasanha, meu bem? -Perguntou abraçando seu pescoço.
-Estava muito bom, você é ótima na cozinha!
-Se não fosse pelo Jiwon, eu continuaria sendo um desastre na coz... -Ai, não! Eu não falei aquilo, só pensei alto. Óh, não! grr!
-É aquele tal de Bobby, de novo não é, Ray?
-Falei sem pensar, Wonpil... Bobby é só... Só...
-Alguém que você ainda não conseguiu esquecer, mesmo depois de tanto tempo. -Encarei o mais alto, totalmente confusa.
-Onde você quer chegar exatamente? -Me afastei dele, encarando bem fundo seus olhos.
-Recebi um convite, pra viajar, quero investir na minha carreira de tecladista. Quero muito fazer parte de uma banda, Ray, você sabe mais do que ninguém desse meu sonho. -Respirei fundo, eu não podia acreditar que aquilo estava se repetindo...
-Você tá falando mesmo sério? Nós iremos terminar? Esse seria um motivo pra terminar comigo assim, Wonpil? Como sem mais nem menos você só joga isso pra cima de mim? Por quê que... Grr! -Controlei minha vontade de chorar, sentindo um nó se formar no meu estômago e minha garganta se trancar, eu queria realmente desabar de chorar ali.
-Rayssa, vamos abrir o jogo um para o outro, okay? Não quero te magoar, você é boa demais pra mim, não merece chorar assim, de verdade, não chore. -Ele disse me com um abraço, dando tapinhas na minha costa.
-Certo, vamos ser sinceros! -Falei me desvencilhando do seu abraço caloroso e limpei a lágrima que escorreu rapidamente pelo meu rosto. -Acho que nunca consegui ser totalmente livre pra ser eu mesma, quando estava com você... Isso não quer dizer que você foi um cara ruim, que me privava e nem nada, eu só não me sentia espontânea quando estava perto de você. Mas me apeguei mesmo assim, fantasiei uma história linda contigo, mas essas amarras no meu peito, essa encenação de que nós somos o certo, que somos um casal que se ama quando na verdade não é bem assim, durante mais de um ano eu vejo que talvez tenhamos ido longe demais...
-Dois corações quebrados, tentando se remontar, mas tão incertos...
-Isso... -Meu nariz estava escorrendo, estava me sentindo patética por soluçar.
-Concordo com você, em tudo que disse. Nós viemos de dois relacionamentos distintos, e querer ver a saída um no outro não nos fez bem, num momento em que deveríamos ter repensado em nos relacionar ou não, nós só insistimos. Rayssa, eu te acho muito maravilhosa, linda, inteligente, legal e uma ótima cozinheira, mas você ainda ama muito o Bobby. Sempre percebi isso e fui terrível em querer empurrar com a barriga um "nós" que não existiria, a gente quer viver algo verdadeiro, você concorda?
-Sim, parece que estivemos adiando essa conversa há tempos... -Sorri de canto e ele juntos nossas mãos.
-Então eu vejo que esse é o momento certo pra colocarmos um ponto final nisso.
-Obrigada pela sinceridade, Wonpil! E me perdoa pelas vezes que fui imatura demais...
-Está tudo bem, Ray. Você não tem noção do quanto eu quero te ver bem. -Seu sorriso fez meu coração tirar o peso da culpa que eu imaginei que sentiria depois, que eu era o motivo principal do término. Mas percebi que ele estava tentando apaziguar tudo entre a gente, sem deixar qualquer sentimento ruim ficar, afinal de contas, poderíamos ser bons amigos.
-Também! Você é muito talentoso, você vai conseguir fazer parte de uma banda! Com certeza! -Ele sorriu de orelha a orelha. - E Kim Wonpil? -Perguntei quando ele virou para sair do meu quarto.
-Hum?
-Espero que você encontre o que procura em alguém e que mesmo que falte alguma coisinha, que essa pessoa o faça muito, mas muito feliz!
Aquele era exatamente o fim do nosso namoro, o abraço de compreensão mútua me fez entender que o término de um relacionamento saudável possibilitam uma leveza inexplicável, para que só assim, outro se inicie com uma mentalidade diferente, uma sensibilidade diferente, um amor diferente, um amor que apesar dos defeitos, seja por fim, um amor certo.
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3 dias depois...
Acordei cedo pra dar um retoque na casa, meu pai voltaria hoje e se tem uma coisa que o senhor Yoongi detesta é casa bagunçada.
Se bem que sozinha eu não fazia muita bagunça, já que me trancava no quarto e maratonava minhas séries ou doramas; levava tudo que precisasse pra me alimentar enquanto assistia.
Fazia 3 dias desde que eu tinha terminado com Wonpil e naquela noite, mesmo com os meninos passando a noite comigo e não suspeitando de nada, eu acho que disfarcei muito bem, porque embora eu quisesse inundar meu rosto de lágrimas eu segurei até.
E foi só eles saírem pra que eu desabasse de vez. Sabia que a conversa que eu tinha tido com meu ex foi muito esclarecedora, eu não tinha culpa ou peso, eu só chorei por todas as expectativas que tinha criado, do que eu tinha inventado e me apegado.
Queria me desfazer disso, apenas isso.
Fui tomar um banho depois de ter terminado de assistir Pretty Little Liars pela décima vez, vesti uma roupa confortável e macia de moletom e fui esperar meu pai chegar, lá na varanda eu fiquei até umas 18:30pm, me balançando na cadeira de balanço.
Não sou especialista em carros, mas sabia que aquele era um Hyundai Creta, com fumê que parou em frente a minha casa e eu sorri, ficando de pé, esperando meu pai sair do carro.
Mas na parte de trás, do passageiro, vejo Junhoe, Jinhwan, Chanwoo, Donghyck e Yunhyeong saírem do veículo, dando um respiro bem fundo após saírem do aperto e acenaram em minha direção, com gestos que me pedindo pra que me aproximasse deles.
Por quê eles não poderiam vir até mim? Esses meninos!
Aposto que estavam aprontando alguma!
Quando estou caminhando até eles, Hanbin sai do banco do volante, com um boné de aba reta e óculos de sol (o que me fez rir sem querer, já que o sol poente se fazia presente).
-Hoje não é seu aniversário, mas temos um presente pra você! -Hanbin fala apontando para o banco do passageiro, ao lado do seu. Dou a volta no carro e antes de abrir e assistir as expressões dos demais, eu fazia ideia de quem estava ali...
Bobby!
Abri a porta do carro e vi a pessoa que eu tanto amava e admirava, de cabelos tingidos de um lilás tão lindo quanto seu sorriso tortinho, seus olhinhos em harmonia com sua face escultural. Bobby se põe de pé na minha frente e puxa minhas mãos para sua cintura, eu o abraço como se fosse nossa última despedida, mas estava longe de ser.
Chorei tanto, a ponto de molhar a manga da camisa social que ele estava usando, tão elegante!
-Senti tanto sua falta! -Bobby revela, afagando minha nuca num carinho lento na minha nuca.
-Eu senti saudades suas, a cada dia que se passava! -Desfiz o abraço para olhar em seus olhos tão cintilantes feito as estrelas.
Sentia falta até de olhar em seus olhos. Como eu o amava!
Os meninos se aproximaram de nós dois, com palmas incessantes. Logo após eu os cumprimentar nós ficamos conversando, sentados na grama do quintal da minha.
Relembrando os velhos tempos e momentos que passamos juntos.
Hanbin convenceu os meninos a irem assistir um filme com ele, mas os meninos disseram que não tinham dinheiro o suficiente para o ingresso, mas Hanbin disse que estava por conta dele. Na verdade, acho que a intenção de Hanbin era me deixar a sós com Bobby, não odiei a ideia, muito pelo contrário.
Acompanhamos os meninos até o carro e Bobby voltou a se sentar comigo na grama, ele me mostrou as fotos dos lugares incríveis que ele já tinha ido e me contou dos negócios que sua família tomava no ramo musical.
Parecia que eu estava destinada a me envolver com pessoas desse meio, eu amava escutar músicas e mais ainda sentir cada letra.
Nós estávamos em silêncio, escutando as mesmas músicas da mesma playlist de 3 anos atrás. Quando Bobby chega mais perto de mim, entrelaçando seus dedos nos meus e beijando nossas mãos unidas. Nessas horas eu lembro que ainda tô na fase da puberdade e descobrindo de um jeito diferente novas sensações, estava contente por estar com Bobby.
-Eu fingia estar calmo quando sentia medo de perdê-la... -Bobby cantarolou baixinho, sua voz grave me fez arrepiar os pelinhos do braço.
-Eu sabia que precisava de você, mas nunca demonstrei... -Continuei cantarolando, tentando não perder a melodia e não parecer nervosa assim que ele aproximou o rosto do meu e beijou meus lábios carinhosamente, foi simplesmente o melhor e mais duradouro beijo de língua da minha vida.
Bobby beijava tão bem, seu beijo tinha gosto da balinha icekiss energy e nossa! sem contar o cheiro do perfume amadeirado que ele exalava.
-Eu nunca mais vou largar você, Ray! -Ele sussurou contra meus lábios.
-Eu nunca vou te deixar, mesmo se ficarmos velhos e com os cabelos brancos! -Por um momento pensei que fosse balbuciar dizendo aquilo, mas disse com toda certeza que existia em mim.
-Te amo, Rayssa! -Ele disse beijando minha testa, segurando delicadamente meus dedos, juntando com os seus, fazendo linhas imaginárias no dorso da minha mão, "te amo, Rayssa", foi o que ele fez na minha mão, com seu dedo indicador. Sorri feito boba.
-Eu também te amo, Bo...
-Olha só quem está de volta! -Meu pai chega de repente, nos surpreendendo. -Você tá mais alto que eu! -Bobby estava sorrindo de nervoso e eu mais ainda. Bobby era mais alto que meu pai, sim, pouca coisa.
-Quanto tempo, sr. Yoongi! -Bobby disse cumprimentando meu pai, ao fazer uma breve reverência e eu fiz o mesmo, o abraçando em seguida, recebendo um beijo no topo da cabeça.
-Trouxe uns álbuns das suas cantoras prediletas, filha! Depois que eu arrumar algumas caixas e achar, estão em algum lugar. -Ele disse antes de eu dizer qualquer coisa, assenti e disse que o amava, ele saiu, me deixando com meu grande "amigo",amigo por enquanto, né?! Quando me virei, pra escolher uma música pra escutar com Bobby, meu pai dá meia volta. -Se os dois pombinhos forem lá pra dentro, deixem a porta bem aberta, okay?
-Okay! -Bobby dissemos em uníssono e fizemos o gesto de "ok" com as mãos. Típico '6'. E eu já podia sentia uma tomada de vergonha se descarregar sobre mim, Bobby ainda estava gargalhando do comentário do meu pai.
-Bobby?
-Fala, meu anjo!
-Eu também te amo, demais! Muito! -Disse abraçando-o fortemente, sentindo seu peitoral se agitar, numa risada gostosa de ouvir.
-Não tanto quanto eu!
-Negativo, meu bem! Amo mais!
-Te amo muito muito muito mais!
-Ah, para, se tivesse um medidor de amor, eu extrapolaria.
-Duvido muito. Te amo muitão! Maior do que todos os universos, galáxias, asteróides, cometas e todos os astros celestes juntos!
E assim a noite seguiu, com nós dois" discutindo" quem amava mais, e eu pensando que tinha atingido o auge da minha maturidade... Que nada.
Adicionamos mais músicas à nossa nova playlist, a maioria eram músicas românticas.
Uma playlist bem a nossa cara.
Tudo o que eu precisava era de liberdade (em diversos aspectos da minha).
Todos nós merecemos sentir internamente essa liberdade, é algo que vem de dentro. Uma liberdade sem culpa, sem restrições, sem condicionamentos. Bobby tinha muito disso, de liberdade, de um caráter que não se limitava atrelado com um sentimento de remorso, Bobby ainda era o mesmo de 3 anos e eu a mesma garotinha, só que crescida, mas ainda a mesma Rayssa Lee, com uma definição de liberdade refeita.
Bobby estava de volta, eu estava de volta também.

THE END
N/a: No final de 2018, uma menina chamada Rayssa amou muito minha primeira oneshot (Healed), ela me deu um ótimo feedback. Perdi contato com ela e não sei se ela mudouo user :( por favor, Rayssa, se você tiver lendo isso aqui, por favor, quero muito voltar ser amiga de uma ikonic como você!
A todos que leram e gostaram, obrigada por terem lido! ❤️
Amo cada uma(um)! ❤️❤️❤️❤️❤️❤️❤️

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