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𝑐𝑎𝑝𝑖𝑡𝑢𝑙𝑜 𝑠𝑒𝑡𝑒

META: 20 VOTOS E 20 COMENTÁRIOS.

O vestido de Arabella deslizava suavemente pelo seu corpo enquanto ela se olhava no espelho, ajeitando os últimos detalhes do penteado. O baile de verão dos kooks de Outer Banks era um evento importante, mas para ela, parecia apenas mais uma noite cheia de aparências e regras que precisava seguir.

Ela suspirou, tentando ignorar o incômodo que sentia no peito. Só queria que essa noite passasse rápido.

O som de batidas na porta a tirou dos pensamentos.

— Entra. — Disse, ainda focada no espelho.

Seu pai entrou no quarto, vestindo um terno perfeitamente alinhado, como sempre. Ele a observou por um momento, com um olhar que mesclava orgulho e algo mais, algo que Arabella não conseguiu identificar completamente.

— Você está linda, filha. — Ele disse, com um sorriso suave.

— Obrigada. — Ela sorriu de canto.

Ele deu alguns passos à frente, analisando-a com atenção.

— As coisas têm estado complicadas ultimamente… — Ele começou, e Arabella franziu o cenho, sentindo a tensão crescer no ar. — Mas no final, você vai entender que tudo o que está acontecendo e o que ainda está por vir… é para o seu bem.

Arabella sentiu um arrepio na espinha. Aquela frase soava misteriosa demais, carregada de algo que ela não conseguia decifrar.

— O que você quer dizer com isso? — Ela perguntou, tentando não demonstrar sua inquietação.

— Confie em mim. — Alexandre sorriu, como se quisesse tranquilizá-la.

Ela queria questionar, queria entender o que ele estava insinuando, mas no final apenas assentiu, sentindo que, qualquer que fosse a verdade, ela ainda não estava pronta para descobri-la.

Alexandre se aproximou e depositou um beijo no topo de sua cabeça antes de se afastar.

— Divirta-se esta noite. — Alexandre disse com um tom gentil.

Arabella o observou sair do quarto, sentindo um aperto no peito. Algo estava acontecendo, e ela odiava estar no escuro.

Suspirando fundo, pegou a pequena bolsa de mão e se virou para sair.

Assim que abriu a porta, deu de cara com Theo, que saía do quarto ao lado vestindo um terno azul-marinho impecável.

Ele parou por um instante e abriu os braços, exibindo-se com um sorriso convencido.

— E então, o que acha? — Theo perguntou com um sorriso convencido.

— Hum… não sei. Talvez uma voltinha ajude na avaliação. — Arabella cruzou os braços, fingindo analisá-lo com seriedade.

Theo bufou, mas girou no próprio eixo de forma exagerada, arrancando uma risada da irmã.

— Muito bem, chatinho. — Ela brincou. — Você até que se veste decentemente quando quer.

— E você até que consegue não parecer uma peste quando me elogia. — Theo provocou de volta.

Arabella revirou os olhos e ia responder, mas foi interrompida pela voz firme e autoritária de Victoria Moreau.

— Pelo amor de Deus, vocês dois. — Victoria disse em um tom autoritário.

Eles se viraram ao mesmo tempo para ver sua mãe parada no corredor, impecável como sempre, usando um vestido preto elegante com uma fenda na perna. Cada detalhe dela exalava sofisticação e rigidez.

— Vocês precisam aprender a ter classe e postura. — Victoria disse, com os olhos afiados. — O nome dos Moreau não pode ser enfraquecido por infantilidades.

Arabella sentiu a irritação borbulhar dentro de si. Era sempre a mesma coisa. Regras, postura, aparência.

Ela se forçou a respirar fundo, engolindo qualquer comentário que pudesse iniciar mais uma discussão.

— Sim, mãe. — Respondeu apenas, desejando que ela fosse embora logo.

Victoria os olhou mais uma vez antes de simplesmente virar nos saltos e sair pelo corredor.

Arabella soltou o ar devagar, aliviada.

— Isso foi doloroso de ouvir. — Theo murmurou ao lado dela, fazendo-a soltar uma risada baixa.

Ele então se virou para a irmã e sorriu de lado.

— Bom, se vamos manter a classe e a postura, é melhor eu parar de fazer piadas. — Theo ergueu os ombros.

— Isso é impossível para você. — Arabella arqueou uma sobrancelha.

— Verdade. Mas pelo menos vou tentar te irritar menos hoje. — Theo deu de ombros, divertido.

— Isso também é impossível para você. — Arabella concluiu.

— Vamos então, irmãzinha. Antes que nossa querida mãe volte para nos dar mais um sermão. — Ele soltou uma gargalhada e ofereceu o braço para ela.

Arabella aceitou o braço dele, rindo.
Talvez a noite não fosse tão insuportável assim com Theo ao seu lado.

A mansão onde acontecia o baile de verão dos Kooks estava deslumbrante. Lustres de cristal refletiam a iluminação dourada pelo salão, enquanto garçons elegantemente vestidos circulavam com bandejas de champanhe e canapés sofisticados. A música suave preenchia o ambiente, e as conversas se misturavam com risadas contidas e olhares avaliadores.

Arabella caminhava ao lado dos Cameron, seu vestido fluindo a cada passo, destacando-se em meio à multidão. Seu olhar percorria o salão automaticamente, sem muita pressa, até que ela sentiu uma presença incômoda.

Seus olhos encontraram Rafe Cameron.

Ele estava encostado em uma das colunas, segurando um copo de uísque na mão, vestindo um terno impecável. A forma como ele a olhava não era nada casual—seus olhos deslizavam lentamente por ela, avaliando, testando seus limites.

Um pequeno sorriso de canto surgiu em seus lábios, como se ele soubesse exatamente o efeito que causava nela.

Arabella sentiu um calor subir pelo pescoço, mas se recusou a demonstrar qualquer tipo de reação. Virou o rosto e prendeu a respiração por um segundo antes de soltar o ar devagar, tentando ignorar a sensação de formigamento na pele.

— Vamos pegar um champanhe antes que minha mãe me encontre e me obrigue a cumprimentar todos os sócios do meu pai. — Sarah segurou seu braço, puxando-a para longe da entrada.

Arabella deixou-se ser guiada pela amiga, e juntas pegaram suas bebidas em um canto mais tranquilo do salão. Sarah pegou uma taça de champanhe, enquanto Arabella optou por um refrigerante.

— Está se divertindo? — Sarah perguntou, tomando um gole de sua bebida.

— Se por divertindo você quer dizer tentando não morrer de tédio, então sim. — Arabella respondeu, fazendo Sarah rir.

— Ah, Bella, você tem que aprender a encontrar diversão nessas festas. — Sarah tentou animar a amiga.

— Não vejo como isso seria possível. É só um monte de kooks fingindo que são mais importantes do que realmente são. — Arabella fez careta assim que terminou de falar.

— Você não está errada. Mas pelo menos a comida compensa. — Sarah revirou os olhos, mas riu.

— Isso eu posso concordar. — Arabella sorriu, pegando um canapé de uma das bandejas que passavam por elas.

Antes que pudesse dizer mais alguma coisa, Theo apareceu, parecendo aliviado por encontrar rostos conhecidos.

— Ah, até que enfim achei vocês. — Ele suspirou, pegando um canapé também. — Meu Deus, que chatice de evento.

— Você fala como se nunca tivesse ido a um baile antes. — Arabella arqueou uma sobrancelha.

— Não é isso. É só que todas essas conversas são tão… ensaiadas. Ninguém diz nada de interessante..— Theo cruzou os braços, igual uma criança birrenta.

— Bem-vindo ao mundo dos kooks, Theo. — Sarah riu.

Eles continuaram conversando por alguns minutos, rindo das interações forçadas que tinham presenciado. Até que, sem perceber, Theo deixou escapar.

— Pelo menos a Kiara está aqui. Ela é muito bonita, né? — Theo pareceu não pensar antes de soltar aquilo.

O silêncio que se seguiu foi quase cômico.

Arabella e Sarah trocaram um olhar carregado de diversão antes de se voltarem lentamente para Theo, que piscou, percebendo tarde demais o que tinha acabado de dizer.

— Espera aí… — Arabella começou, um sorriso se formando em seus lábios.

— Theo, você tem uma queda pela Kiara? — Sarah perguntou, segurando o riso.

— O quê? Não! — Theo tentou negar rapidamente, mas suas bochechas já estavam ficando vermelhas. — Eu só disse que ela é bonita, nada demais.

— Nada demais... aham. — Arabella estreitou os olhos, claramente se divertindo.

— Olha, Theo, se precisar de uma ajudinha para se aproximar dela… — Sarah provocou.

— Ah, parem! — Ele reclamou, revirando os olhos. — Vocês são insuportáveis.

— Mas somos insuportáveis com amor. — Arabella riu, cutucando o irmão de leve.

— Sério, vocês acham que sou burro? Se eu demonstrar o mínimo interesse, Kiara vai me matar. — Theo comentou, olhando na direção que a garota estava.

— Eu não teria tanta certeza. Ela pode fingir que não liga, mas Kiara gosta de desafios. — Sarah balançou a cabeça

— Ótimo. Mais um motivo para eu ficar longe. — Theo bufou, pegando mais um canapé como se isso fosse ajudá-lo a fugir do assunto.

— Então quer dizer que você quer, mas não quer? — Arabella arqueou a sobrancelha, provocando ainda mais.

— Não! — Ele exclamou, irritado. — Meu Deus, chega desse assunto.

— Tá bom, tá bom. — Arabella ergueu as mãos em rendição, ainda sorrindo. — Mas se um dia quiser admitir, estarei aqui para te lembrar desse momento.

Sarah riu junto com Arabella, e Theo apenas bufou, tomando um gole de sua bebida para tentar ignorá-las.

A noite mal tinha começado, e já estava rendendo boas provocações. Mas, no fundo, Arabella sabia que aquele olhar de Rafe Cameron ainda estava pairando em sua mente mais do que deveria.

O burburinho alto da festa ficou mais abafado assim que Arabella entrou na parte interna do local. O ar ali era um pouco mais fresco, e a música já não soava tão intensa quanto no salão principal.

Caminhando com passos calmos pelo corredor, ela estava prestes a entrar no banheiro quando um barulho vindo do vestiário masculino chamou sua atenção.

Era um som abafado de vozes alteradas e algum tipo de movimentação brusca. Algo dentro dela acendeu um alerta.

Normalmente, ela simplesmente ignoraria qualquer confusão envolvendo garotos Kooks e Pogues, mas, por algum motivo, seus pés começaram a se mover sozinhos naquela direção.

Assim que se aproximou, a visão que encontrou não foi uma surpresa completa, mas ainda assim a fez suspirar.

Kelce segurava JJ pelo colarinho da camisa contra os armários metálicos do vestiário, enquanto Rafe, parado à frente deles, falava algo em um tom provocativo. JJ, visivelmente furioso, tentava se soltar, seu olhar carregado de raiva.

— Você sempre foi um imprestável, Maybank. — Rafe murmurou, um sorriso frio nos lábios. — Mas, sério, pensei que pelo menos teria mais dignidade depois de ser chutado pela Arabella.

JJ tentou se soltar, rangendo os dentes, mas Kelce apenas apertou mais seu aperto.

— Fala isso mais uma vez, Cameron, e eu juro que... — JJ começou a se defender, mas foi interrompido.

— Vai fazer o quê? — Rafe riu, inclinando a cabeça. — Berrar igual um cachorrinho raivoso?

Arabella sentiu seu coração acelerar ao ver aquela cena. Seus instintos a mandavam simplesmente sair dali e não se meter, mas antes que pudesse raciocinar, suas pernas já estavam avançando para dentro do vestiário.

Assim que Rafe a viu, sua expressão mudou instantaneamente. Ele fechou a boca e seus olhos se prenderam aos dela, como se tivesse sido pego no flagra. Kelce percebeu a súbita mudança no comportamento do amigo e olhou para trás, vendo Arabella parada ali com os braços cruzados.

— O que diabos vocês estão fazendo? — Ela perguntou, sua voz soando mais firme do que esperava.

Foi o suficiente para Kelce vacilar por um segundo, permitindo que JJ se soltasse de seu aperto. Assim que conseguiu se livrar, JJ ajeitou a camisa amassada e se virou para encará-la, sua expressão passando de raiva para pura frustração.

— Ótimo. Claro que você ia aparecer aqui para defender o seu novo namorado, né? — JJ cuspiu as palavras, seu olhar queimando nela.

Arabella revirou os olhos, sentindo um cansaço imediato.

— Não começa com essa besteira, JJ. Eu não estou defendendo ninguém, só estou perguntando que diabos está acontecendo aqui. — Arabella se explicou.

— O que está acontecendo é que o Cameron não sabe ficar na dele e precisa sempre bancar o babaca. Mas eu esqueci, né? Você gosta disso. — JJ provocou, claramente irritado.

— Vai se ferrar, JJ. — Arabella bufou, cruzando os braços.

— Uou, uou… vamos manter as boas maneiras. — Rafe interveio com um sorriso malicioso, seu tom carregado de ironia.

JJ virou a cabeça na direção dele tão rápido que Arabella temeu que ele fosse partir para cima do Kook ali mesmo.

Antes que pudesse acontecer, no entanto, um dos seguranças do evento apareceu na porta do vestiário, atraído pela confusão.

— O que está acontecendo aqui? — O homem perguntou em um tom firme, os olhos analisando a cena.

JJ, ainda fervendo de raiva, respirou fundo e se afastou. Ele sabia que se causasse mais problemas, acabaria sendo expulso da festa.

— Nada que valha a pena explicar. — JJ murmurou, passando pelo segurança.

O homem permaneceu parado, observando a situação com desconfiança, mas pareceu satisfeito ao ver JJ deixando o local. Arabella deu um longo suspiro, já se preparando para ir embora também, quando Rafe soltou uma última provocação:

— A propósito, Maybank… — Ele chamou JJ, cruzando os braços. — O beijo da Arabella foi incrível.

JJ parou de andar. Seu corpo inteiro tensionou, e Arabella sentiu seu estômago afundar. Ela se virou imediatamente para Rafe, sua boca se abrindo em choque.

— Você é um idiota, sabia? — Ela disparou.

JJ, sem pensar duas vezes, se virou e partiu na direção de Rafe, a raiva brilhando em seus olhos. No entanto, antes que pudesse alcançá-lo, o segurança rapidamente se colocou entre eles, impedindo que a situação se transformasse em uma briga.

— Já chega. — O segurança ordenou. — Vamos, garoto. Você está fora da festa.

JJ ainda encarou Rafe por mais alguns segundos, os punhos cerrados, antes de finalmente se virar e sair, suas passadas pesadas ecoando pelo corredor.

— Você realmente não consegue passar um segundo sem ser insuportável, não é? — Arabella soltou um longo suspiro e balançou a cabeça.

— Seria entediante demais. — Rafe sorriu, passando a mão pelo cabelo.

Ela revirou os olhos e saiu do vestiário sem dizer mais nada, deixando para trás a confusão que ele sempre parecia arranjar.

Arabella saiu do vestiário ainda com o coração acelerado e a cabeça latejando por causa da confusão.

Seus olhos foram imediatamente atraídos para os Pogues, que estavam deixando a festa juntos, caminhando para fora após a tentativa do segurança de expulsar JJ. Kiara e Pope andavam ao lado do amigo, claramente tentando acalmá-lo, enquanto ele mantinha a postura rígida e o olhar tempestuoso.

Ela ficou ali, observando enquanto eles se afastavam, mordendo o lábio inferior em um gesto distraído. Foi só quando sentiu um hálito quente roçar sua nuca que seus músculos enrijeceram, e um arrepio percorreu sua espinha.

Arabella girou nos calcanhares rapidamente, já sabendo exatamente quem estava atrás dela.

Rafe Cameron estava perigosamente próximo, um sorriso divertido brincando em seus lábios.
Sem dizer uma palavra, ela virou de costas para ele e começou a caminhar para longe dali, sentindo seu peito se apertar de irritação.

Mas, como era de se esperar, ele a seguiu.

— O que foi? Não vai nem agradecer pelo show particular? — A voz dele soou divertida atrás dela.

Arabella revirou os olhos e continuou andando, ignorando-o completamente.

— Sério, Arabella? Você vem atrás de mim no vestiário, interrompe minha diversão, e agora age como se eu fosse o problema? — Rafe continuou, acelerando o passo para acompanhá-la.

— Eu não fui atrás de você, eu fui ver o que estava acontecendo, e adivinha? A mesma coisa de sempre, você sendo um babaca. — Ela soltou um suspiro pesado.

— Não vejo como isso é um problema. Eu me divirto, e, no fundo, você também. — Rafe riu, o que só serviu para irritá-la ainda mais.

Arabella parou abruptamente e se virou para ele com um olhar afiado.

— Você realmente acha que eu me divirto com você infernizando a minha vida? — Arabella perguntou, arqueando uma sobrancelha.

— Acho que você se diverte mais do que admite. — Rafe inclinou a cabeça de leve, analisando-a com os olhos azuis penetrantes.

Arabella abriu a boca para retrucar, mas, em vez disso, apenas bufou e passou a mão pelo rosto, exausta.

— Quer saber? Eu perdi o clima da festa. Só quero ir para casa. — A ruiva contou.

— Ótimo, eu te levo. — Rafe disse casualmente, enfiando as mãos nos bolsos.

— Nem ferrando. — Arabella soltou uma risada sem humor.

— Qual é, ruiva. Vai ficar bancando a difícil? Minha moto está logo ali, e se eu fosse você, escolheria ir comigo em vez de chamar um Uber vestida desse jeito. — Ele arqueou uma sobrancelha.

— O que tem de errado com o meu vestido? — Arabella cruzou os braços, estreitando os olhos para ele.

Rafe deu um olhar óbvio para o vestido longo e elegante que ela usava, com o tecido justo destacando suas curvas e a fenda na perna chamando atenção.

— Nada. Mas vai chamar atenção demais. — Ele sorriu de lado. — E, sejamos sinceros, você não quer que seu pai descubra que você fugiu no meio da festa que ele provavelmente ajudou a financiar, né?

Arabella apertou os lábios. Droga. Ele tinha razão.

Rafe percebeu a hesitação dela e, como se já soubesse que tinha vencido, pegou o capacete extra que estava pendurado na moto e estendeu para ela.

— Anda logo, Moreau. Eu não tenho a noite toda. — O Cameron resmungou.

Ela cruzou os braços, tentando fingir que ainda estava considerando outras opções. Mas, no fundo, já sabia que cederia.

— Eu vou me arrepender disso. — Arabella disse, suspirando mais uma vez.

— Provavelmente. — Ele deu um sorriso presunçoso.

Arabella revirou os olhos, arrancou o capacete das mãos dele e o colocou na cabeça, prendendo a cinta de forma rápida. Rafe montou na moto primeiro, e ela hesitou por um segundo antes de subir atrás dele.

Assim que a moto ligou e vibrou sob seus corpos, Rafe olhou para trás com um olhar divertido.

— Vai segurar onde, ruiva? — Ele não perdeu a oportunidade de provocá-la, o que a fez revirar os olhos.

Ela prendeu a respiração, percebendo que suas opções eram extremamente limitadas. Com um suspiro de irritação, passou os braços ao redor da cintura dele, tentando manter o mínimo de contato possível.

— Não se ache por causa disso. — Arabella disse, com uma tentativa de tom ameaçador.

Rafe riu, acelerou a moto e disparou pela estrada.

Arabella queria se convencer de que odiava aquele momento. Mas, no fundo, sentia algo completamente diferente.

A moto parou suavemente em frente à casa dos Moreau, e Arabella desceu primeiro, retirando o capacete e soltando um longo suspiro. Ela ainda sentia o coração acelerado, não pelo trajeto em si, mas pela sensação dos braços ao redor de Rafe, o vento bagunçando seu cabelo e a proximidade inevitável entre os dois.

Rafe desligou a moto e a observou enquanto ela passava os dedos pelos fios ruivos, tentando desembaraçá-los.

— Bem, foi um prazer salvar sua noite — ele disse, com um sorriso convencido.

— Você não salvou nada, Cameron. Só me trouxe para casa porque insistiu. — Arabella cruzou os braços, encarando-o.

— Ainda assim, você aceitou. — Ele deu de ombros.

Ela revirou os olhos e virou-se em direção à porta. Porém, antes que pudesse pensar muito sobre isso, as palavras simplesmente escaparam de sua boca.

— Quer entrar? — Arabella perguntou, em um tom baixo.

O silêncio durou apenas um segundo antes de Rafe abrir um sorriso lento.

— Uau. Isso foi um convite? — Rafe parecia realmente surpreso.

Arabella travou por um instante, percebendo o que tinha acabado de fazer. Mas em vez de se mostrar afetada, cruzou os braços e manteve a expressão neutra.

— Foi educação. Não significa que eu queira ficar sozinha com você. — Arabella se defendeu.

— Hmm... Claro. Educação. — Ele assentiu de forma exagerada. — Então, por educação, eu aceito.

Arabella suspirou, sabendo que ele não perderia a chance de provocá-la, mas não disse nada enquanto destrancava a porta e entrava. Rafe a seguiu, observando o ambiente elegante e bem decorado da casa dos Moreau.

Eles caminharam até a cozinha, e Arabella pegou um copo, enchendo-o de água antes de beber um gole e, em seguida, oferecê-lo a Rafe.

— Quer? — Ela ofereceu.

— Estou bem — ele respondeu, apoiando-se no balcão.

Por um momento, a conversa entre eles foi surpreendentemente normal.

— A festa foi... intensa, né? — Ela quebrou o silêncio, a voz soando casual, mas carregada de uma certa hesitação.

— Sempre é. Os kooks não sabem se divertir sem transformar tudo num ringue de luta. — Rafe, encostado no balcão, passou a língua pelos dentes antes de responder.

— Acho que virou tradição. Se não tiver gritaria e alguém saindo com o nariz sangrando, nem parece festa dos kooks. — Ela riu, cruzando os braços, mas sem desviar o olhar dele.

— Exato. — Ele ergueu o queixo, meio sorriso se formando. — Sempre alguém pisando no calo do outro. Bebida demais, orgulho demais...

— E juízo de menos. — Ela completou.

— Isso sempre. — Ele também disse em um tom mais descontraído.

Os dois riram, mas o riso logo se dissipou, deixando um vazio preenchido por uma tensão que não era só desconforto. Havia algo mais, algo que nenhum dos dois mencionava, mas que pairava entre eles.

Ela abaixou o olhar por um instante, encanrando o copo em suas mãos.

— O Theo teria um ataque se soubesse que eu voltei de moto com você. — Arabella puxou assunto novamente.

— Você não vai contar? — Rafe ergueu as sobrancelhas, um brilho provocativo nos olhos.

— Claro que não. — Ela fez uma careta. — Ele ia surtar.

— Posso imaginar. — Rafe apoiou as mãos nos bolsos da calça, mas os olhos continuaram fixos nela. — Ele sempre foi meio maluco quando se tratava de você.

Ela bufou, balançando a cabeça.

— Sempre. Ele me vigia como se eu tivesse dez anos ainda. E você... bom... — Ela pausou, como se avaliasse se deveria mesmo continuar.

— Eu...? — Rafe inclinou a cabeça, se fazendo de desentendido, mas ela percebeu o tom desafiador por trás da pergunta.

— Você sempre foi... o perigo. — Ela sorriu de lado, mas havia um traço
de verdade naquelas palavras.

— É... Eu sei. — Rafe sustentou o olhar dela, e dessa vez não havia ironia.

Ela sentiu o coração acelerar um pouco, sem querer. A lembrança dos motivos pelos quais Theo dizia para ela ficar longe dele era bem clara, mas o que fazia seu peito apertar agora não era exatamente medo. Era outra coisa. Algo que ela odiava sentir, mas sentia mesmo assim.

— Mas você não se importou muito com isso hoje, né? — Ele continuou, a voz mais baixa, quase num tom arrastado.

— Eu precisava de uma carona. Não tinha muita escolha. — Ela respirou fundo, tentando não parecer afetada.

— Sei... E não foi tão ruim assim, foi? — Rafe sorriu de lado, como se não acreditasse na desculpa.

— Você dirige bem... Eu admito. — Ela apertou os lábios, lutando contra a vontade de sorrir também.

— Sempre dirigi. — Ele se gabou.

Os olhos dele percorreram o rosto dela por alguns segundos, e ela sentiu a tensão se intensificar. Não era só sobre a moto, nem sobre a festa. Era sobre eles. Sobre o que tinha sido e o que talvez ainda estivesse ali, debaixo de todo aquele caos.

— Acho que a gente sobreviveu bem à noite, então. — Ela tentou quebrar o momento, mas a voz saiu mais suave do que gostaria.

— Por enquanto. — Rafe deu um passo à frente, se aproximando só o suficiente para ela perceber. — Mas quem sabe o que o Theo vai fazer se descobrir...

— Bom, aí você que se cuida. Eu sou a irmã, ele nunca vai fazer nada comigo. Você que é o perigo. — Ela engoliu em seco, mas manteve a pose.

— É... sempre fui. — Rafe riu baixinho, o olhar ainda preso ao dela.

Por um instante, o ar pareceu pesado de novo, como se ambos esperassem que algo acontecesse. Mas nada aconteceu. Apenas ficaram ali, sustentando a presença um do outro, como se qualquer movimento pudesse romper o frágil equilíbrio que tinham encontrado naquele momento.

— É, e no fim, você fez com que eu me sentisse como o mocinho da história — Rafe disse, com um sorriso irônico.

— O mocinho? Você? Só porque me trouxe até aqui? Acho que você ainda não entendeu como o conceito de herói funciona. — Arabella o encarou com um olhar desconfiado.

— Eu sou o herói, ruiva, não o vilão. Estou te salvando de um monte de confusão. — Rafe deu um sorriso travesso, seus olhos brilhando com diversão.

— Oh, claro. Como se você fosse algum tipo de cavaleiro. — Arabella levantou uma sobrancelha.

— Eu sou o cavaleiro que está te tirando de toda essa bagunça. Eu sei que você está adorando isso. — Ele deu uma risadinha.

— Você não é nada disso. Só está aproveitando a oportunidade para causar mais problemas. — Arabella respirou fundo, tentando manter a calma.

Rafe se aproximou mais dela, sua presença imponente preenchendo o espaço ao redor deles.

— Eu não estou causando nada, Arabella. A questão é, você não consegue ficar longe de mim. E isso te deixa maluca, não é? — Rafe questionou.

— Não é isso. Eu só... não gosto de perder meu tempo. E você definitivamente é uma perda de tempo. — Arabella sentiu um calor subir até o rosto, mas não cedeu.

Ele riu baixinho e então, com um movimento rápido, se aproximou ainda mais, até que estavam a poucos centímetros de distância. O olhar dele estava fixo nela, e

Arabella sentiu o ar entre eles se tornar mais espesso.

— Tem certeza? — Rafe perguntou, sua voz agora mais baixa, mais carregada de intenção.

Arabella sentiu a tensão crescer, o calor entre eles sendo quase palpável. Ela queria se afastar, mas algo a impedia de se mover. Ele estava tão perto, e algo dentro dela dizia para não resistir.

Rafe se inclinou um pouco, como se fosse beijá-la, mas parou repentinamente, dando um passo para trás.

— Relaxa, ruiva. Não estou aqui para fazer você perder o controle — disse ele, com um sorriso maroto.

Arabella ficou sem palavras por um momento, a decepção tomando conta dela. Por que ela sentia tanto isso? Era só mais uma das suas provocações, mais uma dessas jogadas de poder que ele gostava de fazer.

— Você... — ela começou, mas não sabia o que dizer.

Rafe olhou para ela com um ar de satisfação.

— Não se preocupe, eu já vou indo. — Ele deu de ombros. — Acredito que você tenha mais o que fazer.

Arabella sentiu uma pontada de frustração.

— Sério? Era isso? Eu... eu não quero isso! — Arabella resmungou.

— E o que você quer? — ele perguntou, com a voz sarcástica.

Arabella respirou fundo, tentando controlar suas emoções. Ela estava irritada, mas, ao mesmo tempo, sentia que ele havia deixado a situação no ponto exato para que ela se sentisse derrotada.

— Eu só queria que você... — Ela parou, sem conseguir encontrar palavras para completar a frase.

Rafe, percebendo a batalha interna dela, apenas deu uma risadinha e começou a se afastar.

— Tchau, Arabella. E, da próxima vez, se quiser me provocar, tente ser mais convincente. — Ele se virou para sair, mas antes de passar pela porta, olhou para trás. — E, por favor, não fique com ciúmes da nossa conversa. Você sabe que não sou de me envolver em drama.

Arabella ficou em silêncio, observando Rafe sair. Ele a deixou ali, sozinha, e, por um momento, ela se questionou sobre o que exatamente havia acontecido entre eles. Mas antes que pudesse mergulhar mais fundo nesse pensamento, ela sabia que estava mais confusa do que nunca.

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