Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

07 - GETTING INTO TROUBLE

CAPÍTULO SETE
❛se metendo em problemas❜

── ⋆⋅l⋅⋆ ──

Ela sempre teve consciência de que era uma criança mimada. Seus pais nunca pouparam esforços para agradá-la, tendo plenas condições de dar a ela absolutamente tudo o que o dinheiro podia comprar. Eles sempre davam as filhas o que elas queriam na hora que elas queriam. A loira não tinha vergonha disso, ela sabia que isso era porque os país as amavam e queriam o melhor para as filhas.

Mas Jenna já tinha mais de 30 anos agora. E nesse tempo ela cometeu alguns erros. Se meteu com gente errada, passou fome, dormiu na rua, teve até que roubar pra sobreviver — Ela nunca se imaginaria naquela situação. Foi uma queda brusca de vida que ela não estava preparada, mas que a fez ter consciência e valorizar as coisas que conquistou.

E quando casou com Benício, os luxos voltaram, mas agora ela já entendia mais as coisas, sabia que nada vinha sem um preço. Ainda gostava do conforto, das roupas caras, dos jantares em restaurantes sofisticados, mas agora tinha plena noção de que aquilo não era garantido. Que tudo podia ruir de uma hora para outra.

Jenna não falava muito sobre o passado. Nem para Benício, nem para ninguém. Ele não sabia as dificuldades que ela já tinha passado e nunca o faria. Benício Wright definitivamente era a última pessoa que saberia o quão fundo ela tinha caído, ele não era importante o bastante pra isso.

Mas às vezes, no silêncio da casa enorme, cercada de coisas caras, ela sentia um peso no peito. Como se ainda estivesse naquela época, com o estômago vazio e o frio cortando sua pele. E, por mais que tentasse ignorar, sabia que parte dela nunca esqueceria o que foi perder tudo.

Ela suspirou, balançando a cabeça para espantar as lembranças do passado enquanto clicava em "Confirmar transferência". Suspirando aliviada quando o comprovante de pagamento total de mensalidades da faculdade de cinema apareceu na tela do notebook. Jenna se inclinou para trás na grande cadeira do escritório do marido, olhando para o teto.

Benício era tão mimado quanto ela, sempre foi. A diferença entre eles era o claro fato de que ele não tinha passado pela fase das dificuldades, muito menos das dificuldades que ela passou. O resultado disso era um velho de 40 anos extremamente birrento que descontava sua raiva em qualquer coisa que podia.

Ele não tinha um motivo real para parar de pagar a faculdade da filha, ainda mais em pleno verão. A volta de Adam tinha apertado alguns botões no filho da puta, principalmente quando ele descobriu que o homem agora tinha aberto um bar, porque significava que a vinda dele para Outer Banks era permanente. E a forma mais eficaz de extravasar sua raiva era descontado nas filhas, obviamente.

Benício era um idiota, ela sabia bem disso quando se casou. Mas honestamente, ela não esperava que ele fosse tão idiota nesse nível. Tanto kook nessa maldita ilha, e eu escolhi logo o pior pra casar. Eu devia saber que os mais ricos são os piores.

Não, Jenna não tinha vergonha nenhuma de admitir pra si mesma que casou com ele por interesse puro. E não se iluda, ele também nunca a amou. O casamento era um acordo benéfico pra ambos, um equilíbrio de interesses que, na prática, funcionava melhor do que muitos casamentos por amor. Ele queria uma esposa bonita, charmosa e disposta a aturar suas crises de ego. Ela queria estabilidade, conforto e um sobrenome que mantivesse as portas certas abertas e não ocasionasse em tumulto em sua vida. Não era um conto de fadas, mas Jenna nunca acreditou em contos de fadas mesmo.

Mas isso não significava que ela concordava com tudo que Benício fazia. Pelo contrário, às vezes sentia um impulso quase incontrolável de quebrar uma taça de vinho na cabeça dele. Como agora, por exemplo.

A única coisa que ainda a segurava naquele casamento eram suas meninas. Sim, suas meninas. Evie e June eram dela não importava o que Benício dissesse. E ela jamais deixaria as duas para lidarem com o pai completamente doido da cabeça sozinhas.

Fechou o notebook e estalou os dedos, satisfeita por ter resolvido o problema. O importante era que June continuaria na faculdade. Benício podia fazer birra o quanto quisesse, mas Jenna sabia como contornar suas decisões estúpidas sem que ele percebesse. Se dependesse dela, Benício podia viver na ilusão de que ainda tinha controle sobre alguma coisa, enquanto ela cuidava do que realmente importava.

Essa era uma lição valiosa que ela tinha aprendido com a vida: não deixe que ninguém te controle. Benício podia ter esse comportamento bizarro de querer demonstrar controle o tempo todo, mas não funcionava com ela, não. No fim do dia, era ela quem tava no controle.

Ergueu-se da cadeira e ajeitou o cabelo loiro, caminhando pelo escritório espaçoso. O relógio na parede indicava que ele voltaria logo para casa. Jenna suspirou e pegou um cigarro, acendendo com calma enquanto olhava pela janela.

Ela não era uma heroína. Nunca foi. Mas se tinha algo que aprendera nas ruas era que quem espera que os outros façam a coisa certa sempre acaba perdendo. Lute pelo seu e se esforce pra mantê-lo, esse era seu mantra.

A porta do escritório se abriu com força, batendo contra a parede, e Jenna nem precisou se virar para saber quem era. Continuou tragando o cigarro com calma, sem desviar o olhar da janela.

— Você tá brincando comigo, né? — A voz de Benício veio carregada de irritação. — Me diz que eu não vi uma transferência de um valor absurdo saindo da minha conta.

Jenna soltou a fumaça devagar antes de finalmente se virar, apoiando-se na mesa com uma expressão de tédio.

— Sua conta não, meu bem. Nossa conta. A gente casou com comunhão de bens, se lembra?

Nossa conta. O que significa que você não pode sair fazendo o bem entende sem falar comigo.

— Ah, Benício, não me enche.

— Não te enche? — Ele bufou, fechando a porta atrás de si. — Você acha que pode simplesmente meter a mão no meu dinheiro e bancar de boazinha?

— Eu acho que posso, sim. Até porque, se você queria tanto impedir sua filha de estudar, devia ter sido menos óbvio. — Jenna sorriu de lado, cruzando os braços. — Você realmente achou que eu ia deixar?

Benício apertou a mandíbula, os olhos brilhando de frustração.

— Isso não te diz respeito, Jenna.

— Não me diz respeito? Ah, então eu não posso intervir quando você resolve agir como uma criança birrenta e descontar suas frustrações na sua própria filha? Engraçado, porque quando você precisa que eu sorria e banque a esposa perfeita pros seus amigos, aí eu sou sua mulher, né?

Ele apontou um dedo para ela, irritado.

— Não tenta inverter as coisas. Você não tinha esse direito.

— Eu tenho todos os direitos que me convêm, Benício. — Ela deu mais uma tragada e apagou o cigarro no cinzeiro com calma. — Se você queria tanto impedir June de estudar, deveria ter pensado em uma desculpa melhor do que esse showzinho de "não vou sustentar seu capricho". Ninguém acredita nisso, nem você.

Benício passou a mão no rosto, exasperado.

— Você acha que pode fazer o que quiser nessa casa, mas não pode.

Jenna soltou uma risada curta.

— Ah, meu amor, eu faço o que eu quiser sim. E sabe por quê? Porque enquanto você tá aí, batendo o pé e surtando, eu tô resolvendo as cagadas que você faz. Como sempre.

Benício se aproximou com passos pesados, os ombros tensionados e o maxilar trincado. Jenna conhecia aquele olhar. Ele queria intimidá-la.

— Você tá brincando com fogo, Jenna — ele rosnou, parando a poucos centímetros dela.

Ela nem piscou. Cruzou os braços, mantendo a expressão de tédio.

— Nossa, que assustador. Vai fazer o quê? Gritar mais alto?

O olhar dele ficou ainda mais sombrio. Num movimento brusco, ele ergueu a mão e varreu os papéis da mesa para o chão, fazendo o cinzeiro tombar com um barulho seco. Jenna não mexeu um músculo. Aquele tipo de atitude era recorrente para Benício. E ela já tinha visto homens mais perigosos fazerem coisas piores. Então ela nem se abalou. Nem mesmo quando ele pegou o braço dela quando ela tentou se afastar e o apertou com força.

— Isso, fica a vontade. — Ela foi fria. — Aperta bem forte. Amanhã vou fazer questão de usar uma regata. O que acha que vai acontecer quando a Beth vir um roxo desses no meu braço, ein? Ela não é boa o bastante pra te denunciar, mas obviamente isso vai virar fofoca no Figure 8 todinho. Quanto tempo você acha que vai demorar pra chegar nas meninas? Ou no Adam?

Ele a soltou de forma brusca, respirando pesado, o peito subindo e descendo de forma descompassada. As mãos estavam cerradas em punhos, e Jenna podia ver a raiva fervendo por trás dos olhos dele.

Mas não. Ele não ia fazer nada.

Benício Wright gostava de parecer no controle. Mas a verdade? Ele nunca deixaria sua máscara escorregar o suficiente para cruzar um limite do qual não pudesse voltar.

Jenna sabia disso melhor do que ninguém.

Benício cerrou a mandíbula com tanta força que ela quase pôde ouvir seus dentes rangerem. Mas não disse nada. Apenas virou de costas e saiu do escritório, batendo a porta com força suficiente para fazer o cômodo tremer. Ela se segurou para não soltar uma gargalhada alta. Adorava vê-lo perder a paciência — era a prova do controle que tinha sobre ele, e isso alimentava seu ego.

Talvez fosse uma vadia, mas que se foda.

Se abaixou, pegando a chaves da antiga casa de Cora que ela tinha deixado em cima da mesa, mas que tinham ido parar no chão depois do showzinho de Benício, enfiando-as no bolso da calça antes de pegar o celular. Seus olhos pararam no visor por um momento: 3 ligações perdidas de Adam. Ela suspirou, resistindo à vontade de ligar e pedir que ele fosse com ela.

Não. Precisava fazer isso sozinha. Tinha que entender no que estava se metendo antes de dizer qualquer coisa a ele. Se estivesse certa sobre o que descobriu, isso o afetaria de uma forma péssima e ela sabia disso. Por isso tinha que ter certeza.

Jenna guardou o celular no bolso e saiu do escritório. Tinha coisas mais importantes a fazer do que aguentar Benício Wright.

[•••]

Hey, aqui é a Jenna. Se você está ouvindo isso então quer dizer que eu morri... Brincadeira. Só tô ocupada, mas deixa um recado que eu vejo quando puder.

Adam bufou, jogando o celular no balcão após ouvir pela terceira vez aquela maldita mensagem do correio de voz.

Ele passou a mão no rosto, tentando conter a irritação. Jenna nunca foi difícil de encontrar — pelo menos não para ele. — Mas agora, do nada, ela tinha sumido. E isso nunca era um bom sinal. Não era paranoia, ele conhecia bem aquela mulher para saber quando ela estava armando alguma coisa.

E Jenna Wright definitivamente estava armando alguma coisa.

Adam pegou um copo e encheu com um resto de uísque barato que tinha sobrado na garrafa. O gosto amargo desceu queimando, mas não ajudou em nada a aliviar o aperto em seu peito. Ele não gostava dessa sensação.

A última vez que Jenna desapareceu assim, ela voltou com um casamento e um novo sobrenome.

E aquilo tinha sido um desastre.

Adam sabia que Jenna era esperta, mais esperta do que a maioria das pessoas a sua volta, mas também sabia que ela tinha um talento especial para se meter em merda. E o fato de que ela não atendia suas ligações só reforçava que ela estava enfiando a cabeça em algo que não devia.

Ele girou o copo vazio entre os dedos, os olhos fixos no líquido âmbar que restava no fundo. Tinha uma coisa sobre Jenna que ninguém mais entendia: por trás daquela pose de socialite fria e calculista, ela tinha um código próprio. Ela não fazia nada sem motivo.

E se tinha algo que o preocupava mais do que o sumiço dela, era não saber esse motivo.

Ele não queria ser um babaca superprotetor nem nada. Tinha prometido que ficaria por perto e que daria tempo a ela. E mais importante, ele tinha prometido que confiaria nela, e ele honrava suas promessas. Ainda assim, ele sabia do fundo do coração que sempre tentaria proteger Jenna de qualquer coisa, mesmo quando ela não precisasse ou quando ela não quisesse a proteção dele.

Era quase certeza que Jenna estava entrando dentro de um vespeiro, parecia que ela tinha talento pra esse tipo de coisa, e ele tinha que estar por perto pra garantir que a tiraria de dentro quando as coisas dessem errado — o que certamente fariam.

Abrir um bar não estava no plano inicial, mas nem voltar pra Outer Banks estava. A verdade é que a essa altura ele já devia ter aprendido que seus planos sempre acabariam frustrados. De qualquer forma, ele precisava de um emprego se quisesse ficar alí de forma permanente. Nessas horas ele agradecia por ter feito os contatos certos.

Porque sim, sua vinda era permanente. Quando ele foi embora a 15 anos ele era um garotinho desesperado. Agora ele é um homem, com responsabilidades, não pode ficar fugindo quando as coisas dão errado e ele também estava cansado de fugir.

Talvez aquele tenha sido um dos maiores riscos que já correu, um passo em falso e tudo do qual ele vinha fugindo voltaria e puxaria seu pé a noite. Mas a essa altura não tinha mais volta, depois de ver o estado que Benício deixou aquela família, o jeito que aquele maldito quebrou as próprias filhas, não podia ficar longe por nem mais um minuto.

Adam suspirou, ponderando se devia ligar para Jenna mais uma vez ou deixar que ela retornasse, quando ouviu uma movimentação do lado de fora, erguendo a cabeça. O som de passos apressados e vozes baixas veio logo em seguida, seguido por um estrondo quando a porta foi aberta de supetão. Ele nem teve tempo de reagir antes que quatro jovens entrassem às pressas, ofegantes e olhando para trás como se esperassem que alguém viesse atrás deles. Eram três garotos e uma garota que ele nunca tinha visto na vida.

— Tranca essa merda! — Um garoto loiro foi o primeiro a falar, já empurrando a porta de novo e segurando a maçaneta como se sua vida dependesse disso.

— O que diabos…? — Adam começou, mas outro garoto, esse com uma camisa florida e uma bandana no pescoço, o cortou.

— A gente só precisa ficar aqui por um tempo. Cinco minutinhos.

— Se alguém perguntar, você não viu ninguém, beleza? — O garoto negro de boné completou, ainda tentando recuperar o fôlego.

Adam olhou de um para o outro, tentando entender o que estava acontecendo. A garota de cabelos cacheados já estava abaixada atrás do balcão, espiando pela borda, enquanto o loirinho se encostava na porta como se estivesse pronto para barrar qualquer invasor com o próprio corpo.

— Posso saber por que diabos tem um monte de adolescentes suados e desesperados invadindo o meu bar?

— Uh, questão de sobrevivência? — O loiro sorriu, mas claramente estava elétrico.

— Eles tão vindo? — A menina sussurrou, se encolhendo mais.

— Acho que conseguimos despistar. — O de bandana disse, espiando por uma fresta da janela. — Mas melhor não arriscar.

Adam suspirou e passou a mão no rosto.

— De quem, exatamente, vocês estão fugindo?

— Longa história — O de boné murmurou.

— Basicamente… — O loirinho fez um gesto vago. — Digamos que os kooks não gostaram muito de ver a gente no clube deles de novo.

— De novo? — Adam ergueu uma sobrancelha.

— Pô, eu nem fiz nada dessa vez! — O menino levantou as mãos em rendição.

— Não fez nada? — A garota de cachos olhou feio. — Você pegou a chave do barco do Topper!

— Não é culpa minha que ele deixa dando sopa!

Adam respirou fundo, sentindo uma dor de cabeça iminente. Ele não estava exatamente surpreso. Na verdade, ver um grupo de pogues metido em encrenca era praticamente uma tradição em Outer Banks.

— Tudo bem, fiquem quietos e não façam barulho. Se alguém bater na porta, eu resolvo.

— Você é um anjo, cara — O da bandana sorriu.

— Porra nenhuma. Só não quero que chamem a polícia e fechem meu bar antes mesmo de eu conseguir uma licença decente — Adam resmungou, indo até o balcão e voltando a encher o copo vazio de uísque. Pelo visto ele ia precisar.

Os garotos se entreolharam, ainda tensos, mas começaram a relaxar minimamente. O loirinho largou a porta devagar, testando se o perigo já tinha passado, enquanto a menina de cachos ainda espiava pela janela com olhos atentos.

— Então... — O de boné começou, olhando ao redor do bar. — Você que é o tal do Adam?

Ele levantou a cabeça lentamente, encarando o garoto.

— Depende. Quem quer saber?

— JJ Maybank. — O loiro abriu um sorriso presunçoso. — Prazer.

Adam analisou o menino por um momento, seu olhar se estreitando levemente. Quase engolindo em seco ao reconhecer o sobrenome. Maybank... Ele conhecia bem o dono do sobrenome. Luke tinha trabalhado com ele como faz tudo em uma casa rica, não passaram de colegas de trabalho. Mas desde que ele tinha chegado, ouviu muitas fofocas sobre como ele virou um ladrão bêbado e como seu filho parecia estar indo pelo mesmo caminho.

— Certo, JJ Maybank. — Ele inclinou a cabeça. — E o que vocês estavam fazendo no clube dos kooks?

JJ trocou um olhar com os amigos e deu de ombros.

— Digamos que foi um estudo sociológico. Descobrimos que kooks não gostam quando a gente respira o mesmo ar que eles.

— Impressionante. — Adam zombou, levando o copo à boca.

— Pois é, estamos revolucionando a ciência — JJ sorriu, ainda meio agitado.

Adam bufou, apoiando os cotovelos no balcão enquanto observava o grupo. Eles tinham aquela energia clássica de encrenqueiros de Outer Banks, mas o loiro na frente dele… aquele garoto lembrava alguém. Algo nos olhos, no jeito de ficar sempre em alerta, no sorriso fácil que parecia esconder outra coisa.

Por algum motivo, não foi de Luke que ele lembrou.

Era outra coisa, outra lembrança enterrada sob anos de distância.
O jeito que JJ se apoiava na borda do balcão, meio desafiador, meio brincalhão. O brilho nos olhos azuis, como se estivesse pronto para aprontar de novo no segundo seguinte. Era algo familiar. Algo que ele não via há anos.

— Você me lembra alguém. — Ele disse devagar, saboreando as palavras.

JJ piscou, surpreso por um instante antes de sorrir.

— Pô, espero que seja alguém legal.

Adam não respondeu de imediato. Apenas olhou de relance para a garota de cachos, ainda meio encolhida atrás do balcão, e depois para o garoto de bandana, que mantinha uma postura descontraída, mas claramente estava pronto para correr de novo se fosse preciso. O de boné analisava o ambiente com uma atenção quase militar. Ele já tinha visto dinâmicas assim antes.

— Vocês tão sempre enfiados nesse tipo de encrenca? — Ele perguntou.

— Defina "tipo de encrenca". — O de bandana retrucou, um sorriso de canto.

— Fugindo, invadindo lugares, pegando o que não é de vocês… — Adam girou o copo entre os dedos. — Soa familiar?

— Bom… — O loiro riu, coçando a nuca. — Depende do que você quer ouvir. Se for uma resposta convincente pra polícia, a gente é só um grupo de jovens explorando a sociologia local.

— E se for a verdade?

— A gente é só um grupo de jovens tentando se divertir.

Adam soltou um riso curto. Ele não sabia se gostava daquilo. Por um lado, era divertido ver um moleque que claramente não levava nada muito a sério. Por outro, ele sabia o tipo de caminho que esse jeito de viver podia levar.

Ele suspirou e terminou seu uísque. Enquanto o garoto de boné soltou um suspiro e olhou para JJ com uma expressão exasperada.

— Você sabe que a gente podia simplesmente ter ficado de boa hoje, né? Um tarde sem confusão, só curtindo. Mas não, você tinha que pegar a maldita chave do barco do Topper.

— Ei, ele nem tava usando! — JJ levantou as mãos em um gesto inocente

— Isso não é um argumento válido, idiota! — A garota de cachos sibilou, ainda espiando pela janela. — E se ele chamar a polícia?

— Ah, por favor. — JJ revirou os olhos. — O Topper? Chamando a polícia? Isso seria admitir que um bando de pogues conseguiu enganar ele. O ego dele não permite.

— Se ele não chamar a polícia, os amigos dele vão dar um jeito de se vingar. — Pope cruzou os braços, claramente irritado.

— Se eles vierem atrás da gente, a gente dá o fora. — JJ deu de ombros.

— Porque fugir sempre funciona. — Kie ironizou.

— Sim, funciona! — JJ insistiu. — Olha pra gente, ainda estamos vivos, não estamos?

— Por enquanto. — Pope murmurou.

Adam observava a troca com um misto de tédio e curiosidade. Ele já conhecia esse tipo de dinâmica. Tinha visto antes, vivido antes.

— Vocês discutem assim toda vez ou é só quando invadem bares de desconhecidos? — Ele cortou, apoiando-se no balcão.

— Desculpa aí, cara. — O da bandana, que até então estava mais quieto, se adiantou. — A gente devia ter perguntado antes de entrar, mas tava meio urgente.

— Normal, vivo isso todo dia. — Adam arqueou uma sobrancelha. — E vocês são..?

— Pope. — O de boné disse, espiando pela janela de relance.

— John B. — O de bandana completou.

— Nome esquisito. — Adam apontou o copo pra ele.

— Nome composto. — John B deu de ombros.

— Ainda esquisito.

— E eu sou Kiara. — A garota se levantou um pouco, ajeitando os cabelos. — Valeu por não botar a gente pra fora.

— Ainda. — Adam corrigiu.

— Certo, então antes que você mude de ideia… — JJ se inclinou no balcão. — Já que estamos aqui, que tal um drink por conta da casa?

Adam riu, descrente.

— Você é bom de lábia, moleque, mas não tanto assim.

— Ah, qual é. — O loiro ergueu as mãos. — Só uma cerveja, um golinho de nada.

— Tenho cara de babá de menor de idade?

— Na verdade, você tem cara de alguém
que já precisou de uma bebida depois de
um dia ruim. — John B apontou. — E, meu amigo, nosso dia foi um desastre.

— Bom argumento. — Kiara murmurou.

Adam riu, balançando a cabeça.

— Se querem beber, esperem até serem presos por alguma idiotice quando forem adultos. Aí sim vão precisar.

— Não sei se isso foi um conselho ou um aviso. — Pope comentou.

— Os dois.

Eles riram, finalmente relaxando. JJ bateu as mãos na bancada.

— Beleza, beleza, já estamos indo.

Os quatro começaram a se mexer, mas antes de sair, Kiara olhou para Adam, um pouco mais séria.

— Você é novo por aqui? Não lembro de ter visto você antes. — Adam hesitou um segundo antes de responder.

— Digamos que eu 'tô voltando.

Ela analisou a resposta, como se tentasse entender o que isso significava, mas acabou apenas assentindo.

— Bom, boa sorte com o bar. Você vai precisar.

Adam riu baixinho enquanto via os quatro sumirem pela porta. Ele sabia que Kiara estava certa. Ele ia precisar de muita sorte. Principalmente se aquele grupo continuasse cruzando o seu caminho. Adam os observou desaparecer pela rua antes de soltar um longo suspiro. Definitivamente não era a última vez que via aqueles garotos.

3820 palavras.

Tivemos um capítulo só dos divos adultos porque eu tô me segurando pra não escrever um livro só deles porque EU NÃO POSSO FALAR A HISTÓRIA DELES AINDA.

O que não me ajudou porque eu gostei muito de escrever pelo ponto de vista deles. Mas quero saber o que vocês acharam.

Enfim, no próximo teremos de volta nossos bebês JJ e Evie que eu sei que tá todo mundo pedindo. Beijinhos 😘

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro