Capitulo 16
• Para uma melhor experiência desse capítulo, ouça Electric Love - BØRNS.
Any Gabrielly
Quando chego em casa pra tomar um banho antes de ir para o The Jhon's Roller, encontro Amber na cozinha, sentada a mesa enquanto lambe uma vasilha com massa de bolo azul.
- Hum...o que você tá fazendo? - Franzo a testa para ela e abro a geladeira, sentindo o cheiro de massa no forno preencher nossa pequena cozinha branca. - Não devia estar dormindo ou sei lá?
- É chato ficar sem fazer nada o dia inteiro só porque estou grávida. - Ela abre um sorriso enorme e brincalhão, provavelmente feliz por eu estar falando com ela pela primeira vez em duas semanas. Eu não tenho escolha, já que meu pai praticamente implorou para eu ficar de olho nela enquanto estivesse no trabalho.
Dou de ombros e pego uma garrafa de água para tomar junto com meus remédios da noite.
- Que isso? - Aponto para um monte de pequenos envelopes azuis em cima da mesa, depois coloco um comprimido na boca e engulo com água.
- Ah, são os convites para o chá de bebê! - Animada, Amber larga a vasilha em cima da mesa e junta todos os envelopes na mão, me esticando um em seguida. Eu hesito, mas acabo o pegando de qualquer jeito. - Chegaram hoje de manhã. Lindos, não?
Abro o envelope e pego o papel com textura de foto na mão. Há um ursinho vestido de marinheiro e segurando uma bola de praia, ele está sentado no cantinho do convite, olhando para mim. Bizarro. Passo os olhos de forma preguiçosa pelas letras cursivas do convite, que dizem quando e onde vai ser, a hora e a sugestão de presente. Depois olho para Amber, que continua sorrindo animada, esperando minha reação.
- Fofo. - Ponho o convite dentro do envelope azul outra vez, e entrego para ela. - Só falta revelar o nome da porcaria do bebê de uma vez, não acha?
- Todo mundo vai saber no dia do chá de bebê.
Ela sorri com pretensão, e depois de levanta para pôr a vasilha dentro da pia.
- Hã...você vai ficar bem sozinha? Eu tenho que ir ver a Sofya. - Mordo o lábio inferior, desviando o olhar da barriga enorme de grávida da minha madrasta.
- Pode ir lá, seu pai já está chegando.
Saio da cozinha o mais rápido possível, mesmo a escutando dizer mais alguma coisa; aquela barrigona pontuda me deixa nervosa. Subo direto para meu quarto, onde junto minhas coisas e depois vou tomar banho rápido e quentinho. Quando termino, visto meu macaquinho jeans preto e uma camiseta listrada de mangas longas por baixo, junto com meu par de tênis brancos. Antes de sair, prendo o cabelo em um coque e pego minha mochila.
- Já tô indo... - Enfio a cabeça pela porta da cozinha, onde Amber ainda está, mas dessa vez lutando para se abaixar e pegar a forma de bolo no forno.
Suspiro e vou até lá para ajudá-la. Amber observa enquanto tiro a forma quente do forno, pondo em cima da pia, depois sorri.
- Muito obrigada! - Diz
- É...de nada. Tem certeza que vai ficar bem sozinha? - Ela não é minha pessoa favorita no mundo, mas me sinto meio mal de deixá-la sozinha quando tem dificuldade até de subir as escadas.
- Tenho sim, vai lá! - Ela me dá um tapinha com o pano de prato, rindo baixinho.
Afirmo com a cabeça e suspiro, me virando para ir como pediu.
🦋
Vejo Sofya me esperando de frente para a entrada do The Jhon's Roller, quando paro a moto no estacionamento. Tiro o capacete da cabeça e saio para a calçada, depois de ajeitar meu cabelo bagunçado no espelhinho retrovisor.
- Até que enfim! - Ela reclama e abre os braços, enquanto caminho em sua direção. - Parou pra asfaltar a rua antes de vim? Vamos!
Antes que eu se quer tenha a chance de zoa-la de volta, Sofya agarra meu pulso e sai me puxando para dentro do Jhon's. Quero zoa-la por estar usando vestidinho cor-de-rosa e ter passado um pouco de gloss. Ela está bonita, de verdade, só não entendo porque se arrumou toda apenas para vir até uma pista de patinação; ela não se arruma nem para ir ao shopping paquerar.
- O que tá acontecendo, Sofya? - Pergunto, me deixando ser arrastada até as arquibancadas de patinação.
Ela não me responde, mas também não precisa, porque estou vendo com meus próprios olhos o problema com ela hoje; Lamar Morris. Aqui, no Jhon's, junto com a namorada dele e os amigos. Isso inclui o Noah. Merda, eu não reparei que o jipe dele tava no estacionamento.
A pista hoje está bem cheia, apesar de ser segunda-feira. Parece ser um bom refúgio para as pessoas, depois de um dia cansativo de um início de semana. As luzes multicoloridas, a música e tudo o mais que há de alegre por aqui sempre parace trazer um pingo de alegria para almas infelizes. Ebaaa.
Suspiro e sigo Sofya até mais perto do grupo, mas ainda mantenho certa distância deles, que estão distraídos demais para notarem que também estamos aqui. Assim está ótimo, e espero que continue desse resto pelo restante do tempo em que ficarmos aqui. Amém. Sentamos nos bancos azul-bebê, e eu apoio os pés na pequena divisória de madeira que nos separa da pista, que nesse momento está bem movimentada.
- Me chamou pra ficar vendo você secar o Lamar? - Levanto uma sobrancelha para a Sofya, mas ela está ocupada demais ainda olhando para o cara que nem sabe que ela existe. Nesse momento, ele está com a Heyoon no colo, enquanto enfia a beija quase como se estivessem se comendo em público. Nojento. - Amiga, é sério, isso não é saudável pro seu coraçãozinho de duende Drag Queen.
Sofya continua não me escutando e eu solto um suspiro, abaixando as pernas para me inclinar um pouco mais para frente.
- Tudo bem... - Digo e analiso bem seu rosto moreno, para ter certeza de que ela está desligada da vida. - Errr...eu matei alguém, sabia? E enterrei no seu quintal. Além disso, beijei seu irmão e transei com o seu pai em cima da minha moto. Loucura, né? Pois é...eu também pulei de um prédio e morri, estou aqui agora por meio de projeção astral.
Espero alguns segundos, mas Sofya continua babando no idiota magrelo do Lamar. Ela sorri e balança afirmativamente com a cabeça para todas as coisas que eu disse, me fazendo revirar os olhos e me encostar de volta no banco.
- Tudo bem então, pode me ignorar pra ficar secando cara que toca violão.
Faço uma careta. Os caras que tocam violão, na maioria das vezes, são os piores.
notas da autora: e não, isso não é um pov.
Já que ela está distraída e eu não estou afim de sair daqui pra ir patinar, pego meu bloco de desenhos dentro da mochila e meu melhor lápis 6B, porque hoje estou inspirada - desenhei uma caricatura da minha professora de espanhol hoje; ela estava vestida como uma pinhata humana, e cospia fogo da boca. Primeiro penso no que posso fazer, e então minha mente "criativa" começa a rodar, então penso em algo simples; um par de patins pendurados no pescoço de um Tiranossauro Rex. Só a imagem na minha cabeça já me faz rir. Sabe, sou conhecida pelos desenhos estranhos...
Estou tão distraída traçando rabiscos no bloco de desenhos, apagando e recomeçando, que mal noto o movimento ao meu redor. A música que está tocando de fundo - Eletric Love - colabora bastante, porque está me estimulando, ainda mais por ser "agitadinha". Em algum momento, Sofya se levanta, porque Lamar também se levanta e vai para a pista com Heyoon e Joalin, que olha para nós duas com o canto dos olhos durante o caminho. Dou de ombros e continuo desenhando.
- Acho que eu devo ir patinar também? - Sofya fala pela primeira vez em vinte minutos, apoiando o cotovelo no meu ombro e olhando para a pista. - Tipo, ele tá com a namorada!
- Foi o que eu disse antes. - Murmuro, concentrada em esfumaçar uma parte do primeiro patins que fiz. - Sofy, esse cara não é pra você. Esquece ele. Tem um monte de caras legais por aí!
Abaixo meu bloco e o lápis, olhando para ela enquanto faço um gesto geral com o braço, dando ênfase ao que eu disse antes. No mesmo instante, ouço a risada de Josh conversando com os meninos do time.
- O Josh, por exemplo. - Mexo o queixo na direção dele. - Ele é legal e fofo.
- E arrastaria um caminhão por você. - Sofya arregala os olhos na minha direção e ri baixinho, igual a uma garotinha de onze anos que beijou a bochecha de algum menino. - Qual é? O Beauchamp ainda é louco por você.
- O quê? Nada a ver. - Franzo a testa e dou risada como se a ideia fosse absurda. - Ele já disse que foi coisa de sétimo ano, e que ele só achava que gostava de mim, porque defendi ele do idiota do Bailey.
Eu me lembro bem disso, apesar de ter sido a muito tempo. Naquela época, Josh era o cara mais nerd da escola, além de ser magrelo e muito tímido, então todo mundo se achava no direito de zoar ele. Eu não gostava disso, mas só fiz alguma coisa a respeito quando ele se recusou a passar cola para o Bailey durante a prova, e por causa disso levou um soco no olho depois da aula. Eu fui lá e soquei o Bailey de volta; ele chorou feito uma menininha. Daquele dia em diante, Josh cismou que eu era a "garota mais bonita da face da terra" e que gostava muito de mim - palavras dele próprio, quando me confessou isso dois anos depois, quando já não gostava mais de mim.
- E você caiu nessa? - Sofya sorri com maldade e empurra meus ombros, me fazendo quase borrar com a porcaria do desenho. - Ele é doidinho por você e todo mundo sabe disso, menos você, porque é cega.
- Eu fiz cirurgia de correção de miopia, se liga! - Dou risada junto com ela.
Olho para Josh com o canto dos olhos, enquanto ainda estou rindo um pouco baixo. Ele é bonito, isso é óbvio, principalmente depois que passou a fazer mais exercícios físicos. Ele é como um Ross Lynch e de olhos azuis; musculoso, mas um pouco magro. É uma combinação tentadora. Eu só queria poder me tentar com caras legais como ele, e não com caras como o Noah.
Viro um pouco o rosto e observo o cujo dito rindo também. Sorrio de canto; os olhos dele estão quase fechados, seu sorriso bonito está bem escancarado e o cabelo desgrenhado vai de forma adorável em seu rosto. Eu diria que é um anjo, mas Lúcifer também já foi um, e Noah está mais para a versão pós queda.
De repente, ele olha na nossa direção e nossos olhares se encontram. É rápido, porque ele sorri de forma debochada e eu reviro os olhos, voltando a prestar atenção no meu desenho.
- Enfim, só esquece o Lamar. - Digo, voltando ao assunto principal.
- Pra você é fácil falar. - Sofya se encosta no banco e faz bico, observando Lamar rir e se divertir com a namorada na pista. - Nunca teve que esquecer alguém, porque é impossível estar com ele.
É, muito fácil falar...
Me arrisco mais um olhar para Noah, e novo que ele ainda está olhando para mim. Ele joga a cabeça para trás, mordendo o lábio inferior antes de piscar e molhar os lábios com a língua. Solto um longo Suspiro.
🦋
- Tô com fome. - Sofya joga a cabeça em cima do meu caderno, e por muito pouco eu não borro o desenho que está ganhando forma. Ela faz bico e eu reviro os olhos.
- Eu também, mas tô sem grana. Dá um jeito.
Ela resmunga e se levanta outra vez, me dando licença para continuar desenhando.
- Hummm...já sei. - Sorrindo argilosamente, Alyssa se levanta e começa a ir em direção onde Noah está. - Noooooooo-aaahhhh!
Levanto os olhos do meu bloco só para observar. Quando chega perto do grupo deles, ela diz "licença" e empurra Sabina do colo do irmão, me fazendo rir. A morena parece captar isso, apesar de estarmos longe até para ouvir um espirro uma da outra, e estreita os olhos verdes na minha direção. Reviro os olhos e volto a desenhar.
Alguns minutos mais tarde, Sofya passa por mim balançando algumas notas de dinheiro na mão como se fosse ouro.
- Eu quero torta de Oreo! - Grito para ela, que faz sinal de joinha para confirmar.
Enquanto Sofya vai na lanchonete, lá do outro lado, eu largo um pouco meu lápis e estico oa braços. Eu estou desenhando compulsivamente, e nem mesmo sai da mesma posição de quase trinta e cinco minutos atrás, porque está bem confortável aqui. Gosto quando desenho assim, porque significa que não estou perdendo o ritmo e muito menos "desaprendendo."
Olho para a pista, onde agora quase todo o grupinho popular estar. Apenas Sabina, Noah e Joalin, que voltou depois de ter caído três vezes, estão nas arquibancadas. Ou melhor, Joalin e Noah; Sabina passa por mim nesse exato momento, escorregando sobre os patins verde-àgua até a pista de madeira polida. É o seu momento de brilhar, porque ela sempre se achou a melhor patinadora de roller, tipo, desde que éramos crianças. E o pior nisso é que é verdade - ela é a melhor, mas só entre nós da Bridgton...
- Espero que tenha algum desenho meu sem camisa nesse bloquinho, se não vou ficar chateado. - De repente, Noah senta no banco de trás e passa o braço por cima do meu, sussurrando no meu ouvido. - Pelo menos uma novela romântica em que eu disputo seu coração com um vampiro brilhante, ridículo.
Prendo o ar e sorrio, virando meu rosto para o lado. Dou de cara com ele, que sorri e morde o lábio inferior ao notar nossas bocas tão próximas, em três dias.
- Noah. - Digo, ainda sorrindo.
- Oi, gata. - Ele sorri de volta e passa a língua nos dentes.
- Não me chama de gata.
- Ah é...tinha me esquecido de como você é irritadinha. - Noah sussurra a palavra "irritadinha" no meu ouvido, e eu me arrepio. Tenho certeza que ele nota isso, mas não vou dar esse gostinho a ele, e vou fazer a egípcia. - Gosto de provocar você.
- Você gosta é de me ver perder a cabeça.
Bufo e fecho com força meu bloco, me levantando para encontra Sofya pra ir embora logo. Noah me segue.
- Não vai nem me deixar ver as fantasias sexy's que você desenhou sobre mim? - Ele enfia as mãos nos bolsos da calça, sorrindo todo debochado.
- Vai sonhando, Urrea. - Reviro os olhos e sorrio de canto, caminhando rápido para não ter que olhar pra ele. - Às vezes eu acho que Deus poupou nos neurônios que ele colocou na sua cabeça, e exagerou no ego.
- Ele tava inspirado naquele dia...
Ainda sorrindo, Noah me para quando estamos quase perto da lanchonete. Ele me segura pelo cotovelo delicadamente e me pressiona contra uma parede escondida, onde dificilmente conseguirão ver a gente. O calor sobe pelo meu colo dos seios, até minhas bochechas, as deixando avermelhadas - eu acho. Noah e eu estamos pertos demais, principalmente quando ele levanta o braço, espalmando a mão contra a parede amarela logo a cima da minha cabeça. Ele chega o rosto mais perto ainda e eu sinto sua respiração quente e suave, ao contrário da minha acelerada e nervosa.
- Meu Deus, Noah. - Exclamo, assustada com a rapidez que as coisas tomaram.
- A gente precisa conversar. - Ele sussurra, e sua voz rouca é como um inebriante para mim, ainda mais junto com o perfume.
- A gente já conversou hoje. - Minha voz está um pouco trêmula e eu faço esforço para não gaguejar.
- Eu falei com a Sabina sobre o beijo. - E ele me ignora completamente... - Disse pra ela que a culpa não foi sua, foi minha. Mas ela não quer acreditar, porque antes eu já tinha dito antes que você me beijou.
- Foi a maior burrice da minha vida. E por que você contou pra ela que a gente se beijou? Qual é o seu problema, caralho?
- Escapou, ok? Só queria que ela me deixasse em paz!
Apesar das exclamações, do nervosismo e da minha tremedeira interna, estamos os dois sussurrando. Não acho que alguém vá ouvir nossa conversa, porque estamos bem escondidos e a música é alta, mas todo cuidado é pouco.
- É? Bom, agora ela está no meu pé, Noah! - Agarro seus braços como reflexo, cravando as unhas nele. O mesmo nem parece sentir, mas me segura pelos cotovelos antes que eu me afaste, puxando-me para mais perto ainda. - Era por isso que vocês estavam brigando mais cedo? Por causa do beijo idiota?
- Mais ou...espera. - Ele levanta uma sobrancelha e sorri de canto. - Como você sabe que a gente tava brigando?
O rubor das minhas bochechas ficam ainda mais quentes e eu gaguejo sem nem falar nada, porque as palavras entalaram na minha garganta e eu não sei por onde começar. Solto seus braços e tento me afastar, mas Noah bloqueia minhas passagens apoiando os dois braços na parede, um de cada lado do meu corpo.
- Err...foi sem querer, ok? Eu tava na arquibancada com a sua irmã quando aconteceu. - Levanto o rosto para olhar pra ele. - Mas não estamos falando disso, estamos falando de você ter contado pra Sabina.
- Eu já falei que foi sem querer, deixa de ser dramática.
Noah revira os olhos castanhos esverdeados e sorri de canto. Dando apenas um passo para frente, nossos corpos estão tão juntos, que eu posso sentir a oscilação acelerada de seu peito subindo e descendo. Por que ele tá respirando tão pesado. Olhando fundo em seus olhos, levanto a mão bem devagar e toco seu coração; está batendo rápido e forte, exatamente como o meu nesse momento. A diferença é que ele não deve sentir medo de ter um ataque cardíaco. Sinto vontade de empurra-lo para longe. Sinto vontade de manda-lo ir fazer outra garota de trouxa. Mas eu não consigo, porque minhas pernas não saem do lugar, e no fundo eu esperei por isso o resto do meu fim de semana inteiro. Engulo em seco, certa de que estou hipnotizada por olhos esverdeados e inebriada pelo cheiro de sabonete e colônia masculina. Quanto mais nos encaramos, esquecendo completamente de que estamos em um lugar público, e que a qualquer minuto alguém pode aparecer - tipo a Sabina, ou pior, a Sofya -, mais próximo nossos rostos ficam.
Noah abaixa um dos braços lentamente, e, de forma sutil e suave, sinto sua mão tocar meu rosto. Deito a bochecha na sua palma quente, e fecho os olhos, enquanto o mesmo acaricia minha pele com o polegar. Quando volto a abrir os olhos, por um segundo, chego a pensar que algo ou alguém vai interromper. Sempre tem alguém para interromper.
Mas não dessa vez.
Me pressionando com força contra a parede, Noah agarra meu coque frouxo para trás e puxa meu cabelo, enquanto leva a boca até a minha em um beijo quente e molhado.
Quase que imediatamente, eu agarro meus braços ao redor do seu pescoço e o puxo para perto de mim, mantendo nossos corpos juntos o tempo inteiro. Nossas línguas seguem um comando instintivo, se entrelaçando uma na outra enquanto Noah suga meus lábios e puxa meu cabelo. Esse tem pegada... Me perco no sabor doce de sua boca - cereja; ele sempre tem gosto de cereja.
Tenho em plena consciência de que se formos pegos por alguém que conhecemos, eu tô fodida. Mas eu não quero parar dessa vez, quero ver até onde isso vai, e nem quero me perguntar o motivo, porque não vou gostar nem um pouco da resposta. Tudo o que importa agora é a forma deliciosa como sua língua entra na minha boca.
Eu subo minhas mãos pela nuca dele, até seus cabelos sedosos, da qual puxo com força entre os dedos. Noah geme. Meu Deus, que som gostoso. Puxo com mais força e ele solta o meu cabelo, mas escorrega as mãos até minha bunda, a apertando com toda a força que tem. Sou eu quem geme agora, sentindo cada vez mais calor explodindo no meu peito, no meu rosto e na mina barriga. Isso é bom, né?
Noah pega na minha coxa com uma das mãos, a puxando um pouco para cima. Levo alguns segundos para entender o que ele quer, mas logo capto sua intenção e laço seu quadril com a perna. Seus lábios soltam os meus, mas eu mantenho os olhos fechados e deixo que ele beijei meu pescoço, escorregando os lábios com experiência e certeza por todos os pontos que me deixam arrepiada. Solto outro gemido, dessa vez quando ele lambe logo abaixo da minha mandíbula, o que faz com que Noah também solte o mesmo som entre dentes. Quem é Yo-Yo Ma perto desse som delicioso e sensual?
Puxo ele pelo cabelo, para que volte a me beijar, e assim acontece. Esfrego com força seus fios loiros, puxando, alisando e tentando o manter com a boca colada na minha. Noah parece gostar, porque finca os dedos na pele da minha coxa, apertando-me e alisando-me. Quanto mais quente o beijo, mais a mão sobe até meu quadril, por debaixo do short do meu macaquinho. Quando os dedos de Noah alcançam o pano da minha calcinha, levo um sobressalto de susto, soltando seus lábios. Ele sorri com malícia para meus olhos e morde meu lábio, me dando alguns selinhos antes de voltar a descer a mão de volta para minha coxa. Esse foi o mais próximo da minha roupa íntima que um garoto já chegou.
Voltando a me beijar pela segunda vez, Noah estabelece um ritmo mais lento e menos intenso, mas sem deixar de ser gostoso...
Abro os olhos por um breve e rápido segundo, pegando Heyoon no flagra da foto. Ela abaixa o celular e sorri de forma maldosa para mim, antes de sair correndo.
Empurro Noah pelos ombros para longe e o mesmo se assusta com minha atitude repentina, seguindo meu olhar.
- O que foi agora? - Ele pergunta. Sua voz está mais rouca que o normal, e sua respiração ofegante.
- A Heyoon, ela viu e acho que tirou uma foto. - Ainda olhando na direção onde Heyoon estava escondida, eu mordo meu lábio com força e suspiro. - Noah, isso não devia ter acontecido.
Olho para ele e passo a mão no meu cabelo, que agora está solto e bagunçado. Pegos no flagra, e agora eu me sinto péssima por ter deixado isso acontecer de novo. Solto um grunhido e esfrego meu rosto com as mãos.
- Relaxa, foi só um beijo. - Ele põem a mão no bolso da calça e revira os olhos, ainda sorrindo como se estivesse tudo bem.
- Foda-se, ela vai querer mostrar a foto pra Sabina e eu vou amanhecer morta! E...aí meu Deus, se essa foto chegar na Sofya...?
- E o que tem? Ela é minha irmã, não minha dona; não tem que intervir nas bocas que eu beijo.
- Exatamente por ser sua irmã, ela não deveria ver essa foto. Ela é minha melhor amiga, cara.
- E...?
Bufo e começo a andar de um lado para o outro. A adrenalina do beijo quente ainda está tomando minha cabeça, e eu mal consigo pensar direito, porque só me lembro de suas mãos me apertando e seus lábios me beijando com fervor o suficiente para esquentar uma chaleira.
- Pensa só: você ia gostar se o Bailey, seu melhor amigo, beijasse a Sofya? - Ergo uma sobrancelha para ele.
- Nem por um caralho. - Ele franze a testa, irritado só de imaginar a cena.
- Então pronto, Noah! - Praticamente berro com ele. - Chega, você vai atrás da Sabina e da Heyoon, que eu vou atrás da Sofya pra a gente ir embora.
Antes que Noah intervenha ou tente me segurar, saio correndo do nosso "esconderijo" nem tão escondido assim. Corro até a lanchonete, onde encontro Sofya carregando nossos lanches nas cestinhas vermelhas com papel.
- Ei! Eu sei que demorei, mas não precisava vir até aqui. - Ela diz e sorri para mim, me entregando minha cesta com pedaço enorme de torta de Oreo. Pelo menos eu vou comer.
- Precisava, sim. Vamos embora.
Agarro Sofya pelo pulso e saio a arrastando comigo, parando apenas para pegar a mochila que deixei largada no chão, onde Noah e eu estávamos. Para minha sorte, ele já sumiu de lá.
- O que aconteceu? Eu ainda quero babar um pouco no Lamaaaar! - Sofya resmunga enquanto a puxo, fazendo birra e até pesando o corpo para demorar.
- Eu tô com...com cólica. - Minto, mas sem olhar para ela. - Vamos logo. Podemos comer na minha casa.
all for us
sem muitas palavras...ainda estou digerindo que o Brasil perdeu o jogo contra a Croácia...
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