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𝑻𝒉𝒊𝒓𝒕𝒚 𝒇𝒐𝒖𝒓


Olá, meus amores! Gostaria de começar me desculpando pelo atraso, o capítulo deveria ter sido liberado antes, mas aconteceu alguns contratempos. Enfim, quero agradecer pelos 50k, é muito gratificante saber que atingi esse marco, e para comemorar, vou ver se consigo encomendar uma ou duas artes para a fanfic.

Quem quiser participar da escolha, pode dizer aqui um momento marcante para vocês, aquele que gostariam de ver uma ilustração sobre.

Boa leitura ♡

☾︎

Poucas vezes [Nome] se permitia agir tão precipitadamente, mas a necessidade de um momento submersa em quietude se fez mais forte, e reteve o pressentimento ruim dentro de seu peito turbulento.

A sensação assemelhava-se a uma ervilha entalada no fundo de sua garganta. Uma que não sairia nem se arranhasse sua carne viva diretamente, ou se apertasse até seus pulmões implorarem por um único respiro. [Nome] poderia inspirar o ar do paraíso, e sentiria que inalava fumaça.

O desconforto pedia constantemente por uma atenuação que não sabia onde encontraria, e ameaçava rasgá-la a cada segundo sem ser atendido. Seu passado nunca foi brando, entretanto, aquilo que a abatia era puramente... Físico. Sentia-se enlouquecendo no confinante carro de Manjiro, presa por cordas invisíveis e ásperas, cortando fiapos em sua pele a cada movimento para mudar de posição no banco do carona.

Para onde ia sinceramente não interessava, e pouco fazia para tentar distinguir as construções ao redor, que mudavam com uma constância que tornava difícil descobrir em que área estavam. O que lhe deu algum norte, foram os estabelecimentos ladeando uma curva ampla, tornando visível a planície que acomodava o prédio de Mitsuya. A passagem abriu-se após Manjiro retirar um pequeno controle do porta luvas, [Nome] seguiu seus movimentos corporais com olhos fatigados, um pouco sobrecarregada demais para tentar disfarçar.

- Aqui é um ambiente muito exposto. - ela não gostou de ser aquela a se pronunciar primeiro. Parecia estranho ter que fazê-lo, principalmente quando estava na presença do Sano. Ele sempre tinha seus próprios comentários. - Espero que tenha salas com isolamentos acústicos.

- Posso te mostrar uma, se estiver interessada. - [Nome] apoiou a cabeça no banco, sentindo certa vontade de respondê-lo em um tom igualmente cativante.

- Você não estaria sorrindo se soubesse em que estou interessada agora.

- Diga, e eu decido isso.

- Envolve algumas unhas arrancadas e desmembramento sem direito a anestesia.

A diversão antes contida nos contornos de seu rosto vacilou, um risinho nasalado ecoando entre eles ao estacionar o carro, destravando as portas.

- Tão sádica.

Não quis negar o que seria uma acusação ou provocação bem humorada. Tratando-se de Manjiro, era difícil distinguir uma da outra. Saindo para o ar não muito libertador do estacionamento, analisou os arredores e os muitos automóveis enfileirados ao longo do ambiente espaçoso, a quantidade indicando quantas pessoas estavam ali.

- É isso que faz quando está triste? Tortura pessoas? - O Sano perguntou com uma voz mansa. Mansa demais para ser dele.

Já o ouvira sussurrar com a sensualidade de um amante e comandar com a autoridade do líder temido que era. Porém, assim, como quem andava cuidadosamente em um ninho de cobras e calculava cada passo para não acabar sendo infectado por veneno, não. E certamente não destinado a ela.

- Por que supõe que estou triste?

- Você estava chorando. - Essas pequenas palavras foram além das expectativas dela, afetando sua frequência cardíaca a ponto de errar uma batida. - Seu nariz fica vermelho quando chora.

[Nome] via o choro como um claro sinal de desequilíbrio emocional, de não ter aptidão em lidar com os próprios sentimentos e os deixar rolar pelo rosto como rendição. Ser vista como desamparada por Manjiro, uma potência de valor no submundo que ela também caminhava, trouxe um pulsar de ódio quente por suas veias, contendo a vontade de buscar pelo retrovisor um vislumbre de tal desalento.

Esse pequeno e maldito detalhe fisiológico perdeu-se na confusão da noite - perdeu-se diante da importância das lembranças de Théo e Natasha. Da presença de Yoshida, de que ele lembrava da sua tortuosa dependência dos entorpecentes.

- Não posso ficar emotiva com uma peça? É uma das histórias mais comoventes do balé clássico. - respondeu, cortando com calma todo e qualquer instinto que tentava desespera-la.

- Ah, claro. É uma trama que envolve amor, traição, vingança... - Listando a premissa, Manjiro deixou os olhos vagarem por seu rosto. - Ao menos essa última eu sei que se alinha com você.

- As outras não?

- Não consigo te imaginar passando por elas.

- Vingança sem razão é apenas caos generalizado, e você disse que eu não faço nada sem motivo. - sem que conseguisse conter, um sorrisinho nada contente apareceu em seus lábios ao vê-lo aceitar sua alegação.

- Então você é a minha Giselle da vida real. Amou, foi traída, e busca vingança. - entrando em uma jogatina, Manjiro não parecia estar buscando formas de desvendar mais. Talvez por estar emotiva, deixou-o continuar falando, que expusesse seu ponto de vista sobre um cenário sangrento. - O que isso custou? Você está viva, ao contrário dela.

Aquela não era a única diferença entre ela e a camponesa apaixonada. O amor que a empurrou para a perdição não era romântico. A traição pouco comparava-se com um possível parceiro esconder sua noiva em algum lugar. Teria sido muito melhor se fosse.

- Eu estou. - sua voz se comparou a um sussurro, não ousando desviar os olhos. Não agora.

A troca de olhares perdurou por segundos barulhentos. [Nome] soube que sua insinuação foi entendida quando Manjiro abaixou levemente a cabeça, os cabelos loiros seguindo o movimento como um véu.

- Quem foi?

Por pouco, não arrependeu-se de ter incentivado a curiosidade do Sano. Mas aquela coisa calorosa, confortável e gentil a forçou a abrir os lábios secos. Isso não era sobre ela, não era a história dela. Era sobre dois irmãos que nasceram em um mundo injusto, e que sonhavam com uma liberdade que não puderam ter.

Irmãos bons demais para viverem em terra, que estenderam as mãos para alguém indigno das preces de suas almas. Eles trouxeram feixes de luz para a escuridão que envolvia a pele suja dela. Não se importavam de olhar em seus olhos, de considerá-la uma amiga, mesmo sem conseguirem fugir do terror a qual estavam acorrentados.

O egoísmo poderia moldá-la em todas as formas, fazê-la não dormir a noite e buscar meios de conseguir o que queria sem pensar duas vezes nas consequências. Entretanto, não poderia ser egoísta sobre isso. Não os levaria para sua cova imunda quando fosse feita. Não tinha a honra de ser a única pessoa que os conheceria e se lembraria deles. Não seria justo.

- Natasha e Théo. - falou os nomes com uma graça desconhecida, o luto subindo por sua garganta em uma ardência inflexível. - Levamos uma vida complicada, Manjiro. Nem todos por escolha. Eles não escolhiam onde iriam acordar e nem onde dormir. Não tiveram chance de provar o ar da liberdade ou de escolher a própria morte antes que ela batesse a porta.

- É por eles que você faz as coisas que faz?

- Faço o que faço para que eu consiga bater na porta das pessoas certas. - a ternura antes envolvendo seu tom foi sucumbindo às promessas letais - Quero ver seus rostos quando perceberem que a morte chegou para eles também. Que eu a trouxe.

Em silêncio, Manjiro absorveu todas as ameaças e destinos selados planando ao redor dela.

- E quem são essas pessoas?

- Quer uma lista? - um meio riso desacreditado escapou dela, apoiando-se na lateral do carro em uma clara recusa ao pedido.

- Quero saber por que você age assim. - a concentração do Sano traçou uma linha imutável na direção dela enquanto dava a volta pelo capô brilhante, pontuando cada palavra com um passo calculado. - E em uma noite, no lugar certo, com as perguntas certas, eu consegui saber mais sobre você do que esperava.

Não havia vangloriação, mas também não soube dizer o que tornava suas afirmações tão precisas.

- Toda essa merda é complicada, como você disse. Nenhuma escolha é fácil. - um buraco abria-se a cada sentença, ameaçando cobri-la com dúvidas amargas e possíveis certezas que soavam impossíveis. - Mas você não vai fazer isso sozinha. Eu não estava blefando quando disse que você é minha responsabilidade.

Depois de tantas demonstrações de vulnerabilidade, [Nome] recusou-se a afastar-se enquanto ele tornava a distância mais escassa.

- Uma parceria requer confiança, e você não está sendo muito sincera com suas intenções.

- Eu acabei de contar mais do que você pode imaginar, Manjiro. - o quanto queria parar de dialogar a fez segurar um suspiro. Afastando-se dele e do enclausuramento que parecia consumir os centímetros entre eles, decidiu que havia se exposto o bastante em um período muito curto de tempo.

- Bem, não querendo abusar muito da sua repentina boa vontade, espero que possa me responder mais uma coisa. - Parecia um pequeno preço a se pegar e, com sorte, desfaria suas dúvidas com uma meia verdade ou enganação. Girando a mão em um aceno, indicou que prosseguisse. - Me disse que procura Hidetaka porque ele tem algo que você quer. O que é?

Aquele sim era um território sombrio. Não como as vidas significantes de Théo e Natasha e os futuros brilhantes que teriam se ela não tivesse sido incompetente. Poderia ter ficado horas a fio falando sobre como seus cabelos feitos em cachos rubros pareciam sempre mais vividos à luz do sol, ou em como não desistiam de um ao outro de forma alguma, em como ainda eram fortes o bastante para continuarem sonhando.

O motivo de precisar de Hidetaka, no entanto, morava alguns degraus abaixo do terreno sólido que era sua infância assombrosa.

Qualquer palavra errada, qualquer vislumbre de como sua garganta fechou trairia seus verdadeiros sentimentos, e não se perdoaria se passasse por tola mais uma vez naquele dia. Seu corpo não acompanhou a resposta ligeira de sua mente, pronta para mentir mais uma vez, mas sua língua pesou na boca, trazendo o mal gosto do sangue e de remédios que se enraizaram em seu sistema biológico. [Nome] não sabia por que estava se sentindo daquela maneira, não era certo e parecia que havia alguma coisa errada com sua visão. Mesmo o toque no material de sua bolsa vacilou, as pontas dos dedos dormentes.

- Informações. - resumiu anos de busca naquele pequeno termo, um sussurro de noites de insônia e dias adormecendo em cantos com o sono mais leve que uma pena. Sua criança interior resmungou, engolindo seus temores. - Ele conhece alguém que me interessa.

- Quem?

Apesar da pergunta, não existia demanda. [Nome] tocou a têmpora esquerda quando a sentiu latejar, arrepiando os cabelos de sua nuca com a inquietação de seus nervos.

- E, de repente, não me sinto mais tão benevolente. - Protestou, franzindo as sobrancelhas ao olhá-lo. - Você não o conhece, suponho.

Um problema muito grande iria formar-se se Manjiro conhecesse o homem da tatuagem de pássaro. Pior seria se nutrissem uma aliança de qualquer tipo. Meses atrás, voltar ao Japão era uma situação que concretizava-se apenas em seus pensamentos mais alucinados, quando sentava na varanda de seu apartamento com uma vista impecável e dolorosa da torre Eiffel, queimando cigarros e secando garrafas com a mesma frequência que olhava para o rosto inegavelmente cruel de Marcel e repensava todas as maneiras que gostaria de matá-lo.

Sem saber se ele honraria sua palavra de não envolver sua família em qualquer negociação perigosa, sem saber se veria Hayato e Takemichi novamente. Deixada no escuro, sem chances de conquistar o que queria. Contudo, ali estava ela. Lidando com uma das partes mais angustiantes de seu passado com a pessoa mais perigosa do Japão a observando, atento a cada ação.

- Faço negócios com muita gente, talvez eu conheça.

- Então teríamos um desentendimento muito grande. - A franqueza fora tão crua que a impactou tanto quanto impactou Manjiro.

- Eu disse que talvez conheça, não que vou estar do lado dele, independente da merda acontecendo entre vocês. - ele passou uma mão nos cabelos, mas ela virou o rosto, teimosia petulante em cada fibra de seu corpo. - Tem a ver com eles?

Não precisou ter nomes especificados para que soubesse sobre quem estava falando. Negando ligeiramente, ela mordeu o lábio inferior.

- Como eu disse. Vida fodidamente complicada. - Cruzou os braços, esperando o abraço fantasma que a sufocava ir embora. - Quando eu achar Hidetaka, vou querer um momento a sós, depois, podem fazer o que quiserem com ele. É tudo o que precisa saber.

Nenhuma resposta veio, Manjiro afastou-se silenciosamente, o único ruído estremecente foi ao abrir o porta malas. [Nome] olhou por cima do ombro, observando-o segurar o segurança inconsciente pela gola da camisa social, arrastando-o como uma sombra em seu encalço.

Quase o pressionou por uma confirmação acerca do pedido, mas sua disposição estava escassa, e toda a concentração restante foi levada para a entrada interna da garagem, por onde Ran, se não estivesse enganada, caminhava com as mãos nos bolsos da calça social azul escura. Os cabelos ainda estavam arrumados para o lado, a gravata púrpura profunda combinava com os olhos ligeiros correndo entre ela e o Sano.

- Ah... Eu sentia falta disso aqui. Não tive descanso desde ontem, e você não deixa as coisas entediantes, não é, Mikey? - sua apreciação parecia divertidamente calculada ao virar-se na direção dela. - [Nome] Miyazaki. Estava ansioso para te conhecer, sabia?

Inevitavelmente, franziu as sobrancelhas, pensando no significado por trás de sua energia elegante e palma estendida em cumprimento cortês.

- Apenas porque me viu com o seu chefe? - incapaz de afirmar com certeza a natureza de seu sorriso, decidiu retribuir o gesto. [Nome] não havia notado como sua pele estava fria até que fizesse contato com a de Ran em um aperto suave.

- Apenas porque ouço falar de você da Tailândia até aqui. - sua sutil confusão foi suplantada pela gentileza inesperada dos lábios dele beijando as costas de sua mão, olhando-a como quem esperava uma reação.

- E o que falam de mim na Tailândia, Ran? - indagou, estudando-o com cautela. Não conhecê-lo a deixava em aborrecida desvantagem.

- Alguns boatos curiosos sobre uma mulher invadindo o patriarcado da máfia - dando uma segunda olhada em seus sapatos sofisticados e olhar afiado, ele sorriu de novo. - Nenhum fazia jus a sua beleza, no entanto.

- Achei que estivesse ocupado. - Manjiro falou logo após ele, não dando oportunidade ou tempo para [Nome] responder ao elogio lisonjeiro. A presença de Ran, juntamente de sua aparência atraente e retraída energia intimidante a fez arrumar a postura. Ela reconhecia alguém perigoso quando encontrava um.

- Eles não duraram meia hora. Careciam de massa corporal e energia para ficarem vivos. - A pouca explicação foi o suficiente para o entendimento dela. Tortura. Ele estava torturando alguém, e não se acanhou nem um pouco em dizê-lo. - Rindou conseguiu o nome do receptor das mercadorias. Toshiro Hiroto.

Ran mencionou o nome como se fosse de conhecimento do Sano, e recebeu uma expressão impassível dele, esperando esclarecimento mais elaborado.

- O irmão dele tentou formar uma gangue alguns anos atrás. As regras e condutas chamaram nossa atenção, e acho que você lembra o que aconteceu. - em um piscar de olhos, a feição felina de Ran escureceu, trazendo um brilho cruel que ela particularmente achou que combinava mais com ele.

A reação de Manjiro, no entanto, foi um pouco mais pesada. Um suspiro pareceu ficar preso em sua garganta, e não teria notado se não tivesse visto como a respiração parou de movimentar seu peito.

A ascensão do crime no Japão era diferente da qual estava habituada. Não como as tradicionais europeias, comandadas à risca sob a mão de um líder familiar que provavelmente estava no poder há anos. O sistema de operações da Gangue Manji, assim como conseguiram atingir tal controle político e territorial, não era um assunto que conhecia com profundidade. Havia a organização liderada por Hanma como representante, e a única significante a qual ouviu. Não duvidava que houvessem outras tentando atingir sucesso, apenas para serem pisadas pelo Sano.

Antes de ir embora, conhecer a criminalidade não estava em suas tarefas diárias e, após ser jogada no buraco imundo que a transformou em um animal hostil, achou poucos indícios de crime organizado em Tokyo. Marcel não lhe dava liberdade para saber muito, e não era como se esperasse voltar a pisar naquele solo oriental.

- Agora, ele é dono de uma rede de bares, mas seu negócio mais famoso é uma boate em Nagoya. Nossas armas seriam transferidas para um depósito de bebidas lá.

- Draken já sabe? - Manjiro perguntou, mascarando o que quer que sentiu com uma feição composta.

- Sim, mas ainda não fizemos nada. Os policiais ligaram para ele e, bem, você não estava aqui - o risinho faceiro de Ran atravessou o ar denso, lançando uma olhada significativa para [Nome]. - Ele não está com o melhor dos humores, e não sei se vai gostar do presente. - com a ponta do sapato social, cutucou o homem no chão, fazendo pressão em seu joelho.

- Foi necessário. - Uma leve careta apareceu no rosto dela, imaginando como Ken poderia usar a situação para criticá-la mais uma vez.

- Vou gostar da sua presença mais do que eu pensava, Miyazaki.

- Não vai ser problema. - pisando entre eles, Manjiro puxou o segurança sem delicadeza, deixando-o empoleirado na frente de Ran. - Leve ele lá para baixo, e o amarre. Não comece nada ainda, preciso dele vivo.

- De volta aos velhos hábitos, realmente. Espero que Sanzu não tenha destruído tudo na minha ausência. - Cantarolando em satisfação, ele enrolou os dedos na gola amassada pelo aperto do Sano, acenando em uma clara demonstração de animação. Virando-se, Ran dirigiu-se para um dos três elevadores no extremo do estacionamento.

[Nome] apreciou o nada tomando seus sentidos, apenas sentindo a calmaria chocando-se contra a muralha inquietante a cercando, corroendo-a de dentro para fora.

- Você acha que Hanma vai ajudar Toshiro, como fez com Hidetaka? - a pergunta deslizou como uma brisa de seus lábios, branda e com certa angústia velada. - Ou vai matá-lo, como Arata?

- O Sato tinha alguma relevância, e Arata parecia saber demais. - ajustando a arma na lateral do terno, certificou-se de estar bem presa ao cós da calça antes de travar o carro. - Não sei em qual ele se encaixa.

- Deveríamos agir rápido, então. - contemplou, andando ao lado dele, ignorando qualquer futilidade que estivesse sentindo. - Temos um nome, um lugar e, com sorte, podemos chegar antes de descobrir qual seu nível de importância.

- E você vai querer estar ativamente incluída, não é?

- Alguma objeção?

Refletindo, o Sano tocou o pescoço em um gesto despreocupado. Todavia, a tensão espreitando-o ficou evidente sob o olhar dela. Nervosismo ou hesitação, não soube distinguir.

- Você sempre pensa pelo lado pessimista? Nem tudo se resume a problema, relaxe um pouco. - [Nome] não o deixou fora de vista, examinando-o atentamente para não ficar empacada com a visão do interior do elevador recém aberto. O metal e vidro iluminou-se para eles e, após entrar, demorou um instante ou dois para retrucar.

- Vou relaxar quando souber que não vou ser deixada de lado de novo.

- E quando isso aconteceu?

- Hoje. Foi contra me deixar investigar o litoral. - ela não ousou baixar a guarda entre aquelas estreitas paredes frias, permanecendo de costas para as portas firmemente fechadas.

- Aconteceu apenas uma vez. E tive meus motivos.

- Quais? - o som dos andares passando foi a única resposta que recebeu. A turbulência massiva contida nos olhos de Manjiro ressoou contra ela, falando mais do que poderia considerar tentar entender. A visão ínfima e ligeira ficou, inconsequentemente, acomodada em sua cabeça.

Intocável, pulsante. Fazendo-se presente e indomável.

- Chegamos. - cedendo a ele e ao próprio cansaço, inspirou fundo, saindo do elevador diretamente para o apartamento se abrindo em cores neutras e luzes acesas.

O ambiente sem a obscuridade festiva e música parecia mais como uma acomodação aconchegante, adequada para moradia, com uma televisão plana e um sofá enorme sobre o carpete escuro. O que permaneceu igual, fora as prateleiras repletas de garrafas transparentes, marrons e verdes. Uma delas brilhava, virando whisky em sete doses distribuídas na bancada por Ken.

Erguendo o rosto, suas sobrancelhas loiras franziram enquanto os inspecionava, sem perder o ritmo ao adicionar a bebida em todos os recipientes. Sentado na banqueta alta, Mitsuya deixou o celular de lado para olhá-los também, tendo uma reação mais calma. Ainda usava a mesma jaqueta jeans preta da última vez que o viu - naquela manhã, que parecia ter sido há dias.

- O que eles queriam? - Manjiro adiantou-se, tirando dela o peso de ter que falar.

- A Senju arrumou encrenca de novo. Três policiais voltaram com o olho roxo e muitas reclamações. - Takashi empurrou um copo para ela, e não recusou. Precisava daquele calmante depois dos últimos momentos conturbados. O álcool ardeu em seu estômago, fiapos de eletricidade encheram suas veias com efervescência, afastando parcialmente a inquietação que dominava seus sentidos.

- De novo? - o Sano pegou uma das doses, virando-a de uma vez antes de puxar a próxima para perto.

- O Inspetor Keisho está limitando as entradas e saídas do autódromo. O fluxo está aumentando, e ele quer impedir isso, ou, ao menos, prender o maior número de pessoas que conseguir. - Mitsuya informou, colocando o cotovelo no pequeno apoio da banqueta. - Um dos policiais sob seu comando parou ela e, bem... Não é difícil imaginar o que aconteceu. Tivemos que usar nossa influência para impedir que ele abrisse uma queixa séria.

Ouvindo atentamente, ela estreitou os olhos para Ken enquanto o via encher seu copo de novo assim que o colocou na superfície de madeira lustrada. Acenando em agradecimento, bebeu apenas o suficiente para molhar a boca dessa vez.

- Quem é Keisho? - perguntou, sua atenção mudando de um a outro, esperando quem iria responder-lhe.

Como havia prometido, iria se embrenhar o quanto fosse possível no emaranhado ilícito liderado pela Toman. Poderia precisar de algum tempo para ligar rostos, nomes e patentes, além do grau de importância deles social e criminosamente, por isso começaria o quanto antes.

- Ele faz parte da pequena parcela da polícia que ainda não temos controle. - Manjiro contou solenemente, virando o whisky e logo pedindo silenciosamente outra dose a Ken.

- Um inconveniente.

- Ele ainda não causou danos sérios. Embora eu duvide que seja apenas um profissional visando livrar a cidade da criminalidade. - Takashi indicou uma das banquetas ao seu lado, e sem um convite, ela sentou-se com uma perna cruzada sobre a outra.

- Quem não é aliado, torna-se ameaça em potencial. - [Nome] o olhou, piscando docemente. - Deveriam substituí-lo, colocar outro no cargo. Alguém que confiem.

- Cheia de opiniões. - a fala de Ken aparentou ser uma crítica, seu rosto demonstrando os julgamentos velados.

- É apenas uma rota fácil. - era difícil prever até quando estenderia-se essa desavença quase unilateral, entretanto, considerou que, se a situação fosse contrária, estaria tão cismada quanto.

- Eu estava falando com Takemichy. - e essa pequena frase fez desmoronar qualquer mínima empatia que poderia ter crescido naquele meio segundo.

- Ele foi falar mal de mim para você também?

- Apenas perguntar se eu sabia o que você está aprontando. - o sarcasmo veio atrelado à avaliação. Draken tinha o porte físico invejável, músculos trabalhados por anos ficavam visíveis sob a camisa preta a cada movimento para beber mais do whisky, e sua fama, junto de sua feição conspícua, contribuiria para ser um homem respeitado e temido.

Entretanto, se deixava levar pelas emoções. Era fácil adivinhar o que pensava.

- Não estou aprontando nada. - respondeu, inclinando a cabeça ligeiramente para o lado. - Suponho que tudo o que faço agora é do conhecimento de vocês. - uma pausa, apenas para retribuir o olhar do Sano, que permanecia quieto perto de si. - E meus assuntos pessoais não são de conhecimento público. Se estendem apenas a mim.

- A menos que seus assuntos interfiram na gangue.

Seu pulsar ecoou mais alto em seus ouvidos, inconscientemente analisando a astúcia que Ken usou. [Nome] sentia-se cansada, o incômodo que havia se instalado em seus ossos recusava-se a sair e o que falavam, fosse ou não intencional, soava como se ela fosse a única a estar insciente de algo importante. Esse pensamento a fez raspar a ponta da unha no vidro do copo.

- Você gostava mais de mim quando me conheceu.

- Gostei da garota que não parecia perigosa.

- Todo mundo gosta de uma boa mentira.

Nenhuma explicação parecia plausível, se o que incomodasse Ken fosse sua periculosidade. Irreal. Alguma coisa parecia fora do lugar, as peças não se encaixavam como deveria e isso a enviava em uma espiral de estresse incabível.

- O Corvo entrou em contato. - encerrando por completo as farpas, Mitsuya tomou a liderança da conversa. - Parece que o Keisho contactou as autoridades de Seoul. Ele não sabe o motivo, mas os policiais da Coreia fizeram uma grande movimentação ontem a noite, em Busan.

Tomando meia inspiração para acalmar os pulmões, [Nome] se pôs a ouvir a conversa.

- Descobriu o que pode ser? - retirando o paletó, Manjiro ajustou as mangas da camisa branca, subindo-a em dobras suaves pela curva dos cotovelos.

- Ao que ele descobriu, pareciam estar procurando alguém. Um gangster, talvez. Mas não achei nenhum alerta de foragido internacional, então descartei a possibilidade de ter sido uma Investigação Conjunta.

- Nenhuma ficha aberta no sistema da polícia?

- Nada registrado.

- Ele está agindo por conta própria. - O Sano fez suas considerações em sussurros, seu semblante repentinamente sério transbordava uma concentração intensa. - E por que ele notificaria isso? Não parece alarmante.

- Eu não sei... Foi uma ligação rápida, como sempre.

O codinome "Corvo" ficou fixado na língua de [Nome] enquanto ela a rolava mentalmente, palpitando sozinha se seria um agente duplo instalado na polícia. Eles falarem tão tranquilamente sobre isso em sua presença a fez apertar as mãos no colo, pesando o quão significativo seria dar tal informação a ela. Seria inteligente se fosse um teste de lealdade, se estivessem esperando para ver se isso sairia dali, pois saberiam quem foi o responsável e...

- Descobrimos para onde nossas armas iam. - Draken cortou seus pensamentos, trazendo-a a superfície da realidade.

- Sim, Ran adiantou isso.

- Uhm... Ele estava mesmo ansioso para fazer alguma coisa. - Takashi suspirou, levantando-se com um leve alongar preguiçoso, as mãos estalando atrás da nuca. - Ficar sem fazer nada não é muito a praia de nenhum Haitani.

- Eu dei trabalho para ele, só espero que esteja fazendo direito. - Manjiro rolou os olhos, o líquido âmbar que segurava balançando em pequenas ondas ao levar o copo a boca.

- Tem como vigiar alguém errado? - ela perguntou, parecendo ser a coisa mais tranquila que disse nas últimas vinte e quatro horas.

- Do que estão falando? - interessado, Ken saiu de seu lugar, deixando a garrafa quase vazia esquecida no canto.

- Achamos um homem que teve contato com Hidetaka antes dele sumir, e que também tem uma tatuagem de estrela. Está lá embaixo.

- Como achou?

Uma olhada do Sano para ela foi o suficiente para receber um leve a estalar de língua. Draken passou pela abertura na lateral da bancada, calçando as botas brancas jogadas próxima a saída para a área da piscina com cuidado preciso.

- Ah... eu deveria ter adivinhado.

- Fiz algo certo, não? - contentamento badalou a frígida muralha de seu turpor. - Espero ganhar minha estrelinha brilhante, Ken.

A risada contida, dessa vez, veio de Mitsuya. Um som ameno que abrangeu a raiva dirigida a si mesma, borbulhando em seu âmago tempestuoso. Não foi debochado ou sardonico, mas meramente autêntico divertimento. Mesmo Manjiro havia inclinado o copo na direção dela, aprovando a resposta que fez Draken bagunçar sua trança em chateação.

Por um momento, a oscilação pungente vacilou, chiando em resposta ao sutil deleite de conseguir oferecer algo além da aflição que a corroía. Foi, indescutivalmente, um pouco agradável.

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