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𝑺𝒆𝒗𝒆𝒏𝒕𝒆𝒆𝒏

Colocando uma mecha do cabelo atrás da orelha, [Nome] fazia o possível para não deixá-lo atrapalhar sua visão, assim como tentava se concentrar ao máximo nas unhas quase que completamente feitas a sua frente.

Emma havia escolhido o preto, e como queria algo que chamasse atenção ao mesmo tempo, deixou que [Nome] escolhesse o que fazer com o esmalte prateado brilhante.

Decidiu passar uma francesinha fina nas pontas das unhas, se ficasse como havia imaginado, uma profissional seria desnecessário.

Apoiou o esmalte cintilante sobre a mesa, o copo ao lado continha a mistura de um drink feito pela loira, uma bebida azul misturada com vodka pura.

Aquele era o combustível que poderia fazer [Nome] beber o resto do dia, o gosto impecável não abandonou a boca dela enquanto retocava os cantos e começava a passar a base.

— Você é muito corajosa por me deixar mexer nas suas unhas, sério. — disse, o sorriso que escapou foi mais largo do que deveria devido o efeito do brisadeiro, mas não achou ruim. Estava sendo divertido.

— Por quê? Eu estou gostando. — respondeu ao mesmo tempo em que virava a mão para analisar melhor, [Nome] a viu apertar os olhos, como se o álcool já começasse a mostrar as presas.

— Tem certeza? As únicas unhas que fiz na minha vida foram as minhas, e quase nunca gosto do resultado.

Emma riu baixo, olhando o prato limpo ao lado, o chocolate já havia acabado há muito tempo, antes mesmo dela decidir que queria que [Nome] pintasse suas unhas, mal esperando um segundo depois da confirmação para deixar as sacolas cheias no sofá e ir buscar os materiais.

— Elas ficaram ótimas! Queria falar que não sei e ainda deixar elas assim.

Puxou o prato para perto de si, tomando cuidado e evitando que manchasse o esmalte ainda molhado, os fios loiros recém feitos em cachos caíram na frente de seu rosto, mas não o suficiente para disfarçar o olhar de desapontamento pelo fim do doce.

— Pode fazer mais, né? — indagou, [Nome] não havia comido tanto quanto ela, mas o resultado daquelas grandes colheradas eram as risadinhas que escapavam entre uma conversa ou outra.

— Claro. — disse baixo, se concentrando na última pincelada de base. — acabei.

Emma olhou as unhas novamente, mandando um beijinho sobre a palma da mão para [Nome], elogiando a precisão da linha prateada.

A vontade de perguntar o por quê de não aproveitar a oportunidade de já estar na cabeleireira do shopping e marcar as unhas juntas foi grande, porém, não queria passar a impressão de que estava reclamando.

Então deu de ombros, jogando o cabelo — que também foi feito no shopping — para trás.

— Só não me ofereço para fazer as suas porque sou péssima nisso, sério. — inclinou a cabeça, mexendo no celular com a parte de baixo do dedo. — mas sei fazer maquiagem, posso retribuir quando quiser.

— Vou me lembrar. — piscou um olho, terminando de virar o copo em seguida, o gosto doce e amargo se misturou na língua dela por deliciosos segundos. — onde estão as roupas mesmo?

— Ah... Na sala? — a resposta pareceu mais uma pergunta, mas [Nome] se levantou mesmo assim.

— Vou buscar. — Emma se aproximou da caixinha de esmaltes, a segurando pelos cantos das palmas das mãos. — deixe aí, depois guardarmos.

Ela apoiou o objeto na mesa novamente, com um sorrisinho bobo brincando nos lábios. Pelo o que havia dito, era a primeira vez que comia brigadeiro de maconha, e sua reação estava indo bem até então.

Quando [Nome] voltou da sala, com as sacolas de várias lojas nos braços, Emma estava entretida na televisão que descera do teto, tentando colocar em um canal interessante.

As grandes sacolas quase taparam a imagem da loira do outro lado da mesa, mas ela se virou, deixando o controle largado ao lado da caixa de esmaltes e um canal aleatório passando.

— Você lembra quais são suas sacolas?

Indagou, pois compraram a maioria das coisas nas mesmas lojas, sem contar que tinham gostos parecidos. Puxou uma que parecia conter um sapato, o diferenciando apenas por isso, então tirou o salto de plataforma alta, as fitas de strass brilhantes eram o que chamavam atenção.

— Pior que não. — abriu a que estava mais perto, tirando um macacão preto, o decote longo quase chegava a liga da cintura. — esse é meu. — pegou a alça da sacola bege com cuidado.

Abriram bolsa por bolsa, segurando as peças e mostrando uma a outra. [Nome] encarava uma caixinha com um par de brincos de ouro, as esmeraldas pendentes nas pontas brilharam quando ela as virou contra a luz.

— Foi esse que você comprou na joalheria?

Emma a olhou por entre as poucas sacolas que sobraram entre as duas. Ela queria suprir um pouco da vontade que ficou de comprar uma jóia desde que fora com Takemichi procurar uma aliança para Hina, todos aqueles acessórios brilhando para ela eram como um chamado, e [Nome] não resistia direito aquele tipo de tentação.

— E mais esse... — pegou a outra caixinha, o anel chamativo era de ouro branco, com duas pequenas linhas de pedrinhas a contornando.

Combinaria com o colar que tinha comprado recentemente.

— Você gosta mesmo de jóias.

— Você não? Vi que comprou uma também.

— Ah, meu pingente! — procurou nas bolsas que sobraram, tirando um círculo de ouro rosé, também incrustado com pequenas pedras e, se olhasse mais de perto, veria letras a contornando. Provavelmente o nome da marca. — eu já tenho o colar, faltava apenas o acessório...

— Que lindo. — se desapoiou da mesa, fechando a caixinha que continha o anel, mas Emma continuou encarando a pequena jóia.

— Está afim de sair a noite? — indagou, enfim guardando-a junto ao resto das compras, [Nome] inclinou um pouco a cabeça, afirmando.

— Sim, tem algum lugar em mente?

— Não, mas quero estrear essas roupas, o pingente também.

As duas começaram a juntar as coisas, a mesa da cozinha deveria estar vazia se quisessem voltar a mexer com a maconha e o brigadeiro. 

Arrumava as sacolas no antebraço, entretanto, dando um pouco de atenção a televisão ainda ligada durante a ação, e depois de escutar um "ataque terrorista" sair da jornalista, passou a olhar também.

Eram imagens da noite anterior, de uma operação policial em um galpão completamente fechado, as imagens cortaram quando o chefe fez um sinal de "avanço", voltando a mostrar os dois jornalistas no estúdio de algum jornal que ela não se interessou em saber o nome.

Emma também havia parado para assistir, não demostrando nenhuma reação ao enunciado abaixo, onde havia acabado de aparecer "Gangue Manji" com letras exageradas.

No fim, foi uma operação falha, pois a informação de que era um possível esconderijo dos responsáveis pela balbúrdia da noite era falsa, e não acharam nada além de ratos e caixas velhas.

— Você já deve saber, não é? — a loira se voltou para frente, [Nome] tirou os olhos do policial mascarado, alegando que não deixariam que aquelas ações continuassem se agravando.

— Sei, sim. — deu de ombros, levantando as bolsas de novo, sequer viu quando as apoiou.

— É... Um porre, eu deveria ter contado. — suspirou, se levantando também, pegando a caixa de unhas delicadamente.

— Relaxa, você não tinha obrigação de me contar algo tão íntimo. — disse, e era verdade, Emma quase não tocava no nome do Sano, não se lembrava nem da última vez que o fizera, além de que não era um assunto que queria deixar em pauta.

— Esconder que o irmão é um dos criminosos mais procurados do Japão não é bom para se começar uma amizade. — respondeu, parecendo descontraída.

— Bem, não me lembro de te dizer que meu primo trabalha para o seu irmão. — a cutucou com o cotovelo enquanto iam até o quarto dela.

— Ah, mas eu já sabia.

— Eu também sabia, então estamos quites. — piscou um olho, Emma devolveu de leve a cotovelada.

— Eu deveria ter imaginado que você já sabia.

As duas riram juntas por um momento, [Nome] se distanciou do assunto ao emendar a risada com um comentário sobre a cama dela ser macia, pois sentou nela assim que entrou. A loira tomou um lugar na ponta, tirando as roupas das sacolas, indo e voltando do closet.

Começou a procurar algum lugar legal nas redes sociais, olhando todos os estabelecimentos que pareciam ser bons.

Depois de cinco minutos, ainda estava entre conversar com Emma e descer as páginas de bares pela tela do celular quando achou uma, era uma reinauguração de uma boate no centro de Tokyo, a lista de pessoas confirmando presença era quase ilimitada, comentários sobre como suas noites chatas iriam acabar também eram inúmeras.

— O que acha? — virou a página da boate para a amiga, ela tomou o celular em mãos, descendo para saber mais.

— É uma boa, nunca tive oportunidade de ir. — devolveu com um sorrisinho nos lábios, pegando um dos cabides e o balançando enquanto falava, [Nome] continuou olhando os dj's que iriam tocar. — você provavelmente nunca foi, mas era umas das boates mais faladas de Tokyo, até que fechou para uma reforma.

— Parece que vai lotar. — rolou na cama, deixando o celular acima do rosto.

— Sempre lotava, nada vai mudar.

Saiu da página do estabelecimento, desligando o celular e se apoiando pelo cotovelo, observou Emma entrar no closet com um vestido rosa claro curto e voltar de mãos vazias.

— Abre daqui seis horas. — afirmou, sentindo o impacto quando a amiga se jogou ao lado dela.

— Ainda dá tempo da gente comer mais brigadeiro e se arrumar. — disse, observando as unhas minuciosamente.

[Nome] virou de bruços ao ver o celular apitar com uma nova mensagem de Takemichi. Apesar dele insistir em dizer pelos cantos que não estava sentindo mais aquela dor indescritível, sabia perfeitamente sobre sua própria condição.

Ele ainda precisava de ajuda para se levantar em certos momentos e remédios controlados que permaneciam ao lado da cama, mas todos os hematomas haviam sumido, deixando quase nenhum resquício do amarelado para trás.

Quando saira, viu que Chifuyu estava com ele na piscina, [Nome] passou tempo o suficiente lá para beber um gole da cerveja deles, se apressando ao receber um áudio de Emma dizendo que já estava no shopping.

A situação atual era estranha, ainda mais depois de descobrir que um dos homens de Lewis provavelmente estava no Japão, juntamente com Hidetaka, qual não tinha notícias desde a morte de Arata.

— É notícia ruim? — Emma indagou, dando um gole em uma garrafinha de líquido avermelhado, ela voltou a olhar a mensagem.

— Não, parece que os pais da Hinata vão jantar na casa do Takemichi. — respondeu, digitando de volta um "okay".

— Ele já se recuperou? O Draken me contou, sabe.

— Um pouco, ainda não pode fazer muito esforço.

A conversa acabou ficando mais séria do que [Nome] esperava, e não havia parado para pensar sobre como tudo aquilo a  envolvia por ela ser irmã de Manjiro.

Por outro lado, Emma parecia ter uma vida que não espelhava aquele parentesco, mesmo que o bairro que ela morasse fosse um dos mais seguros da capital, não era um condomínio fechado, além de não ter seguranças rondando sua casa.

Talvez apenas ter laços com ele fosse proteção o suficiente.

— Hina parecia tranquila quando liguei ontem... Mas espero que ele fique bem logo, Ken não me fala nada sobre a gangue, mas acabei sendo um pouco chata e insistente. — revirou os olhos, rindo consigo mesma.

— Pelo o que ele me contou, ela está lidando... Bem com a situação, se ficar extremamente preocupada for um sinônimo de bem. — balançou a cabeça, pegando a garrafinha das mãos dela, pronta para beber um gole. — e esse sorrisinho aí, eu vi viu. — o sorriso tremeluziu no rosto da loira, mas não sumiu.

— Não viu, não. — cruzou os braços, os cabelos como uma cascata quando se sentou na cama. — sério, acho que eu precisava desse tempo que a gente tá dando mais do que pensava.

— Fico feliz por não ser um problema. — se juntou ao lado da loira, entregando a garrafa meia cheia para ela. — vamos, ainda precisamos escolher nossas roupas... Acho que vou cobrar a maquiagem que você falou ainda hoje.

— Uhum, e eu ainda não te contei todo meu final de semana. — piscou um olho, como se fosse um segredo, mas já conhecendo as histórias sobre as noites de Emma, soube que era uma mesmo.

                                     ☾︎

As nuvens que enfeitavam os céus a noite estavam pintadas de cinza e incrivelmente carregadas, apagando qualquer brilho que deveria ter das estrelas, e apesar de parecer que iria chover até o dia seguinte, não impediu que Emma colocasse um vestido curto dourado brilhante que combinasse com o pingente.

— Conhece mais alguém que vai, além da gente? — ela indagou, e da posição em que [Nome] estava em frente a pia do banheiro, não conseguia vê-la sentada na cama, arrumando mais os cachos com o babyliss.

— Eu não parei para ler a multidão que confirmou presença... — respondeu, colocando o anel. — acho que você vai reconhecer mais gente que eu.

A maquiagem que a loira fizera — em menos de uma hora — estava perfeita, o delineado gatinho deixou o olhar de [Nome] marcante, do jeitinho que pedira, a esfumação era pouca, quase que mínima, mas se encontrava com um pouco de glitter no final.

Estava realmente digna da reabertura de uma boate daquele nível.

A mão de Emma se esgueirou pela cintura de [Nome], a puxando para perto enquanto segurava o celular. Inclinou o quadril no mesmo instante, o vestido preto subiu pelas coxas ao fazer uma pose, deslizando mais sobre a pele exposta ao erguer um pé revestido pela bota de cano alto.

— Vamos descobrir... Daqui a pouco. — a loira riu voltando ao quarto enquanto digitava.

[Nome] olhou o colar que escolhera, ele tinha o design de uma gargantilha prateada e atraía atenção o suficiente para o colo descoberto.

Mas ainda parecia que faltava alguma coisa.

— Nós realmente estamos divinas, sortudo vai ser o homem que conseguir apenas um "boa noite" nosso. — ouviu a loira, ela sorriu de lado, não se demorando em voltar ao cômodo também.

— É a primeira festa que vou passar com você, acho que a sortuda sou eu. — olhou a loira desde o salto branco até os cílios postiços sobre a maquiagem, então piscou duas vezes.

— Eu realmente não sei quando você está ou não flertando comigo. — sibilou.

— Estou brincando. — riu de leve, pegando a bolsa de pedrinhas prateadas sobre a cama, ao lado do frasco de perfume que havia passado antes de ir colocar as jóias no banheiro. — Vamos?

Emma passou o braço pelo cotovelo dela, ainda sorrindo, guiando as duas para fora do quarto. [Nome] a ouviu falar sobre as pessoas que tinha respondido a foto que postou, a maioria eram elogios e emojis de coração, o restante eram perguntas sobre onde elas iriam.

Algumas delas a loira rótulava como interessantes e quem sabe, né?, outras como nem pensar, além de mostrar as fotos para [Nome], alertando possíveis encontros desagradáveis.

— Esse é insistente e chato, sério, não dê abertura para ele se não quiser que sua noite seja horrível. 

— Anotado. — no cruzamento da escada com os outros dois corredores, vira Takemichi quase que se arrastar pelas paredes, usando um terno azul escuro, os cabelos até mesmo haviam sido penteados. — Emma, pode me esperar um minuto no carro?

— Por quê? — tirou os olhos da tela para encará-la, entendendo após ver o loiro se aproximar devagar. — ah, posso sim. — Emma acenou para ele antes de descer na frente, recebendo outro da parte dele.

[Nome] percebeu o tronco curvado dele, a gravata ao menos parecia ter sido bem arrumada.

— Acha que vai conseguir fingir... Isso? — indagou erguendo uma sombrancelha, o primo torceu o nariz, mas não recusou ajuda para descer as escadas.

— Qual é, eu já estou nervoso.

— Tem pelo menos uma desculpa se eles perguntarem o por quê não consegue andar direito?

— Estou pensando, não posso falar para eles que eu ainda estou envolvido com esse tipo de coisa. — afirmou, apoiando a mão no lugar que a faca havia sido cravada. — e eu já deixei a Hinata na mão no nosso último jantar.

— O acidente no trabalho não cola?

— Não, eu disse que estou trabalhando na empresa de um amigo e em um cargo elevado, não acho que isso aqui possa acontecer em um trabalho assim. — um pouco de seu nervosismo acabou escapando, mas ele não demorou para disfarçar. — Naoto está me ajudando nisso.

— Naoto?

— Irmão da Hinata, ele trabalha muito, então não sei se você conhece ele.

Procurando na memória se Hina tinha dito algo sobre um irmão, parou ao ver os cabelos pretos encostados no sofá, de costas para [Nome] e para a careta que Takemichi fizera ao se estabilizar no chão.

— Olha ele aí. —  falou com certa animação, se aproximando do sofá e quase se jogando ao lado dele. — eles já estão vindo?

— Não... — olhou o relógio no pulso com rapidez, colocando o calcanhar sobre a coxa. — você tem exatamente meia hora para arrumar uma desculpa decente, e não acho que mordida de cachorro vá enganar meu pai.

Dando uma pequena volta no sofá, observou mais nitidamente o homem sentado confortavelmente, segurando na mão livre o que parecia ser água com gás e fatias de limão. E ao levantar o rosto para olhá-la, não pareceu surpreso por sua presença.

— Ah, você é a prima do Takemichi.

— Sim, Naoto? — disse, [Nome] o observou se levantar do sofá, passando o copo para outra mão enquanto erguia a outra em um cumprimento.

— Prazer em conhecê-la, ele fala muito sobre você. — apertou a mão dele com um pequeno sorriso, olhando a feição pouco controlada do primo do outro lado.

— Espero que só coisas boas. — riu arrumando a bolsa no ombro, Naoto sentou novamente, bebendo um gole da água com gás. — que tal fingir uma queda da escada? Você acabou deslocando o ombro e machucando a costela.

— Ele vai me achar ainda mais idiota. — passou uma mão pelo rosto, descendo pela gravata que com certeza queria tirar.

— É sua melhor opção, Takemichi, ele com certeza quis fazer uma visita encima da hora para pegá-lo desprevenido, e cair da escada pode acontecer com qualquer um. — o irmão de Hina apoiou, e [Nome] não quis saber quais eram as outras opções se aquela que pensou na hora era a melhor.

— Eu vou indo, Emma está me esperando, foi um prazer te conhecer, Naoto. — ele apenas afirmou com a cabeça, voltando a beber da água. — qualquer coisa me liga. — disse olhando diretamente a face do primo, ele acenou derrotado.

— Okay.

Foi a única coisa que escutou antes de sair, como se tivessem esperado ela sair antes de começar uma conversa. A amiga mexia no celular quando entrou, e logo o guardou para retirar o carro da vaga.

— Ele está bem? — perguntou, [Nome] retirou o gloss de cereja da pequena bolsa, começando a passar.

— Sim, a preocupação dele, no momento, é o jantar com os sogros. — deu de ombros, encarando pelo retrovisor a mansão e os arbustos da frente sumindo pouco a pouco.

— Ah, acho que isso deixa qualquer um nervoso. — estourou um chiclete em seguida.

O celular da loira apitou com alguma notificação, e depois de pedir para que [Nome] verificasse, viu que perguntaram se, ao menos aquela noite, estava livre e se iria parar de enrolá-lo como fazia todo final de semana.

A risada de Emma foi algo quase genuíno, então imaginou se a noite não seria mais interessante do que imaginava.

                                      ☾︎

A boate não parecia nada com qualquer outra coisa que [Nome] já esteve.

O nome Tropical estava em um letreiro extravagante, mas ao mesmo tempo não era nada cafona com muitos leds e luzes, era chamativo e sofisticado.

Todo o prédio brilhava entre um azul claro e lilás que lembrava alguma bebida forte de uva.

A fila de entrada era nada mais que enorme, parecia que todos os jovens de Tokyo e de outros lugares tinham marcado de se encontrarem em um único lugar. Emma demorou para encontrar uma vaga, ficando uma rua longe da atração principal.

Os olhares acompanhavam as duas durante todo o trajeto, [Nome] sabia que se o barulho não fosse tão alto, daria para escutar o som do salto de suas botas batendo contra a calçada, assim como sua bolsa se chocava contra seu quadril a cada novo passo.

Emma reclamava sobre como iria demorar horas para conseguirem entrar, e até mesmo pensou em subornar o segurança que estava próximo as pilastras de mármore brilhantes do lado de fora, mas desistiu no caminho.

— Será mesmo que ele não aceita um suborno? — [Nome] indagou, tentando achar o final da fila, a loira cruzou os braços.

— Me deixe ir perguntar. — disse, e por mais que parecesse ser uma brincadeira, não era.

Acabou vendo primeiro a blusa social branca com detalhes pretos antes de realmente ver Inui, com as mãos nos bolsos e um brinco que brilhava a ouro pendente em uma das orelhas.

Mas, ao que parece, ele a havia visto muito antes, desde que andava sobre pequenos saltos escuros em direção a elas.

— Não sabia que iria vir. — falou, Emma se virou a ele, olhando de um a outro.

— Parecia que todo mundo de Tokyo iria, eu não poderia perder. — devolveu o meio sorriso.

— Não estão pensando em pegar essa fila toda, não é?

— Estávamos pensando em subornar o segurança. — a loira se pronunciou, jogando o peso do corpo apenas em uma perna.

— Venham comigo.

Não protestou antes de andar ao lado do loiro, Emma também não demorou a acompanhá-los, se colocando ao lado da amiga quando, simplesmente, passaram pela enorme entrada sem nenhum tipo de interferência.

A música logo invadiu os ouvidos de [Nome], e por um pequeno momento, se sentiu impressionada pelas luzes em tons frios brilhantes, passeando pelo lugar.

Acima de suas cabeças, o teto parecia ser feio de vidro desenhado para refletir mais a iluminação, o guarda-corpos do andar superior era igual, com uma pequena extensão de metal nas extremidades.

Parecia ser o tipo perfeito de lugar para esquecer um dia estressante ou entediante, e era aquilo que as pessoas faziam no meio da pista, dançavam como se não tivesse amanhã, tão entretidos na música eletrônica que vinha de algum lugar que não ligavam para outras coisas.

As mesas ao redor da pista eram de vidro transparente e azul escuro, uma garrafa de espumante em cada uma delas estavam em um balde de gelo, seis copos ao redor.

Era uma recepção digna da fama.

— Isso é pela a aposta. — disse se aproximando mais delas.

— Acho que quero ficar em dívida com você mais vezes. — recitou, sorrindo enquanto ele balançava a cabeça.

Emma ainda parecia estar atordoada pelo lugar, então segurou sua mão para que subissem por uma das escadas situadas nos dois extremos do lugar, todas se inclinando a outro andar totalmente organizado por luzes correndo por fios transparentes, as pessoas daquele ambiente se encostavam nas proteções de vidro, conversando e fumando.

Inui as levou até um dos bares do andar, e segundo ele, não sabia ainda quantos tinha.

As mesas eram diferentes do primeiro piso, e algumas tinham baixas paredes que separavam umas das outras, a luz não era predominante nesses lugares, para terem privacidade, talvez.

Felizmente, o bar em que pararam era iluminado o suficiente para que escolhesse uma garrafa de whisky que parecia deliciosa.

— Aqui. — Seishu chamou o barman, que se virou com certa rapidez. — elas estão comigo, avise aos seus amigos. — o homem acenou, olhando ela e Emma de cima abaixo, parecendo estar marcando-as.

— O que significa "estão comigo"? — a loira perguntou, a boca envolta de espuma da batida que pediu.

— Não terão que pagar por nada.

Os olhos de [Nome] quase brilharam com as palavras, poder beber sem ter que pagar. Mas o choque de entendimento veio logo após. Não era má ideia terem como propriedade um dos pontos de encontro mais badalados de Tokyo, entretanto, estava tão imersa no plano de se divertir que não tinha pensado na possibilidade de pertencer a Toman.

— Isso também é pela aposta?

— Não entendo de vinhos, então espero que baste.

— Eu realmente preciso jogar mais. — [Nome] riu, dizendo um valeu junto de Emma antes de deixarem os copos vazios sobre o balcão, juntamente pedindo outra.

— A decoração está melhor do que eu imaginava.

Haviam acabado de pegar a segunda rodada quando Mitsuya chegou, sendo acompanhado de Takuya, os dois com uma corrente de prata brilhando ao redor do pescoço.

— Vocês deixaram isso nas mãos do Koko, eu não esperava menos. — Inui deu de ombros, Mitsuya riu.

— Falando nisso, onde ele está? Precisamos falar com ele. — não era a primeira vez que [Nome] notava como Takashi era lindo.

— Não sei, acabei de chegar. — olhou para todo o enorme círculo que rodeava acima da pista abaixo.

— Tks, parece que eu vou demorar.

— Vocês não vão conseguir achar ele agora, bebam uma enquanto esperam. — o loiro levantou o copo, como um convite.

Mitsuya foi o primeiro a ceder, pedindo um copo também, Takuya esperou para fazê-lo, esperando que todos estivessem ocupados com a conversa para vê-lo pedir um.

Os cinco ficaram ali no bar, encostados no que parecia ser madeira maciça e vidro temperado, bebendo enquanto falavam ou bebendo enquanto dançavam, porque não importava o que faziam, [Nome] não deixava o copo em mãos ficar vazio.

O balançar de seu corpo estava lento ao levar o vidro recente cheio a boca, grandes quantidades do que quer que Emma havia pedido descendo por sua garganta, a garota se aproximou dela, cantando o refrão que chegava até eles de forma pouco abafada.

Se deixando levar mais pela melodia do que pela conversa aparentemente séria que prendia Inui e Mitsuya no chão sem movimento algum, ergueu o copo acima do colo, dançando no mesmo eixo que Emma, seguindo seus passos sobre o piso branco iluminados pelos leds do bar.

Apenas o final do toque ecoou pelo lugar antes de se emendar em outra música, e entre esses dois acontecimentos, [Nome] e Emma cruzaram os braços, virando a bebida no mesmo instante que a batida melódica retumbou pelos ossos.

— Por que está aqui sozinho? — se aproximou do acastanhado, ele tirou os olhos de algum ponto específico para encará-la.

— Não quero conversar sobre o trabalho, e parece que os dois aí gostam disso.

— Bem, eu e Emma vamos dançar lá embaixo, pode escolher ficar aqui sozinho ou ir com a gente. — inclinou a cabeça.

— Pedindo desse jeito, não tem como negar. — Takuya virou o copo logo em seguida, ganhando um sorriso animado dela.

— Vamos ir dançar, querem ir? — escutou a loira chamar.

— Estou bem, por enquanto. — Takashi falou, os olhos de Inui se voltou as escadas inclinadas.

— Não, pelo menos não sóbrio.

— Duas dessa, e não vai estar mais. — Emma virou o restante de bebida que ainda tinha, acabando com ela em segundos. — peça se mudar de idéia.

Um lado da boca de Inui se ergueu, dizendo que iria considerar a sugestão. Mitsuya permaneceu impassível, mas afirmou que em breve se encontrariam de novo, e se Takuya visse Koko, era para falar que eles precisavam conversar.

O trânsito para subir e descer era mínimo, porque diferente do bar em que conhecera Emma, aquela era espaçosa e ampla, com um corrimão de vidro que ela segurou para descer até o piso.

A onda de calor que a atingiu foi tão acolhedora que sorriu. Se espremer entre as pessoas para achar um lugar em que conseguisse se mexer sem esbarrar em alguém a cada dois segundos não era fácil, apesar do salão ser enorme. Parecia que entrava mais gente a cada segundo.

Não notou quando pararam, apenas viu que já dançava ao lado de Emma, e até mesmo o acastanhado acompanhava o ritmo da música.

Três músicas inteiras passaram, cada uma dando um pouco de ânimo a mais a ela, também levando um pouco de sua disposição.

Sentiu o cheiro da maconha antes de ver o baseado próximo de seus lábios, sendo segurado pelo Takuya de olhos avermelhados.

O colocou na boca primeiro para depois tirá-lo das mãos dele.

A onda veio em poucas tragadas, dando mais importância a sensação que a invadia e a música do que o que realmente o cantor falava.

Ainda entretida com o baseado, achou que a mão se apoiada sobre sua cintura fosse da loira, mas ela estava se divertindo na sua frente.

Curtindo a sensação, não evitou apoiar as costas no peito dele, então a outra mão também desceu até sua cintura, como se tivesse feito aquele toque ser uma experiência de como ela reagiria ao dançar com ele.

E como foi positiva, não teria pedidos formais.

Felicidade era uma palavra forte demais, entretanto, estava contente com o efeito da maconha, com o gosto da bebida na boca, com a música, até mesmo a sensação de querer dançar com alguém que não fosse uma amiga.

Momentos como aqueles eram como uma amnésia, onde não se lembrava do que havia feito ontem, do que faria amanhã ou da arma na bolsa prateada, poucos centímetros da mão de Takuya.

O desapontamento de que uma hora aquele sentimento iria acabar veio em uma dose pequena em seguida.

Queria mais. Bebida. Maconha. Música.

Os tons que se mesclavam nos vidros do teto eram lindos, as figuras desenhadas quase que apagando o céu azul escuro por trás delas.

Foi virada em algum momento, observou os olhos dele encarar cada centímetro dela, cada movimento.

E tinha quase certeza, que mesmo lá de cima, ninguém veria os dedos do acastanhado descerem e subirem por suas costas, a puxando para perto.

Sorriu, com o baseado ainda nos lábios, fazendo pressão na nuca dele, aproveitando o momento que poderia acabar em segundos, ou se estender pela noite inteira.

Um arrepio subiu pelas costas dela ao sentir sua mão parar sobre o zíper do vestido, tamborilando o dedo sobre o tecido.

A noite havia acabado de começar, acabar com ela tão rapidamente seria um desperdício. [Nome] tocou o pescoço dele, se atentando ao movimento que ele fez com a cabeça, procurando um jeito de tentar não olhar para a boca dela.

— Vou ir pegar uma bebida, quer? — perguntou, encarando seus olhos, estando ciente do quão perto suas bocas estavam.

— Não... — suas íris desceram até o gloss repassado, transparecendo uma decepção quase que bonita.

Sorriu sem mostrar dentes, se inclinando para beijá-lo antes que fosse embora.

A boca de Takuya estava com gosto de vodka e maconha, sua língua acariciava a dela com certa calma, mesmo que suas mãos apertassem sua cintura sem muita delicadeza.

Cruzou os braços atrás de sua cabeça, tomando cuidado com o restante do baseado entre os dedos, se ondulando com Takuya por gratificantes segundos.

Seu corpo esquentou de outra forma ao ter um lado do quadril segurado, sendo puxado para frente e para trás, um suspiro de alívio quase lhe escapa.

Puxou uma mecha do cabelo sedoso ao se afastar, vendo o desejo estampado nos olhos castanhos claros, o resultado de não ter segurado a vontade de dar pequenos puxões em seu lábio inferior era uma boca avermelhada.

Takuya se inclinou de novo, querendo outro beijo, e não pôde negar que gostou de sentir as mãos dele ficarem trêmulas ao tocar suas costas.

— Já volto. — apesar da investida, não impediu que [Nome] se desprendesse.

Subir as escadas foi divertido, acompanhar os pontos de cores diferentes correndo junto com ela até encima parecia um arco-íris a guiando até o pote de ouro no outro lado.

Um ouro líquido que a embriagaria mais um pouco.

E foi isso que fez, pediu uma bebida acobreada e segurou a garrafa contra o balcão antes que fosse levada embora.

Ah, a lembrança dos toques do acastanhado em si arrepiou seu corpo, talvez tivesse perdido aquele toque ao afastar-se dele, talvez ele não estivesse mais lá quando voltasse.

Mas o whisky sempre estaria no lugar em que o deixasse, e era feliz por voltar para ele.

Pegou um morango antes de sair, sorrindo simpática, o barman devolveu o sorriso com um leve balançar de cabeça.

Continuou andando pelo segundo piso com a garrafa nas mãos, pensando que era uma péssima ideia ir até a pista com uma peça de vidro.

Se aproximou da proteção de vidro enquanto bebericava devagar, os corpos abaixo dele era quase como borrões, densos borrões se movimentando.

Uma movimentação chamou a atenção dela, foi automático olhar para frente, exatamente onde o outro acompanhante de Arata a observava. Os cabelos loiros dele estavam penteados para trás, sem aquele ar de alucinado que tinha.

Sequer sabia o nome dele, mas lembrava de como ele puxara a arma da cintura, sem nenhuma hesitação.

E agora, portava um olhar nervoso e acuado. Nada parecido com o que vira.

O observou até ver seu corpo se afastar do buraco que os separava, andando com rapidez para o outro lado.

Não deu sequer tempo para que [Nome] pensasse algo antes dele sumir como fumaça, e, se apertasse mais o passo, chegaria ao ponto de correr.

O líquido da garrafa balançou ao molhar a língua dela, não entendendo o por quê da correria.

Sim, tinha dito que se importava apenas com Arata, que encobriu o atentado de Takemichi.

Mas Hidetaka havia sumido, não achou nem mesmo uma maldita câmera de segurança que poderia ter captado sua imagem em toda a Tokyo, nem mesmo uma que indicava que ainda tinha encontros com os homens de Marcel.

Evaporado. Ou se escondido.

A forma que o cara loiro apertou o vidro antes de cortar contato visual com ela foi interessante o suficiente para atrair sua atenção, mas não iria ir atrás dele naquele momento, mesmo que conseguir alguma informação fosse útil.

Outros grupos na jogava atrapalhava o plano, o que significava que deveria ser retirado dela, entretanto, deveria agir com certa cautela se quisesse garantir que tudo ocorresse como queria.

Deu de ombros, a pequena chama que clamava por um pouco de ação naquele momento se apagando com o gole do álcool.

Pelo menos por um momento.

Girando sobre os saltos, teve uma visão ampla do lugar. A julgar pela sua inquietação, ele deveria estar fazendo algo suspeito, conversando com alguém era uma possibilidade.

— Não achou quem estava procurando? — sentiu os sentidos ficaram mais apurados ao ouvir a voz de Manjiro.

Talvez a capacidade de percepção do Sano fosse maior do que julgava, pois não olhou mais que dois segundos a sua volta, e, mesmo assim, notou na sua expressão sem brilho que sabia o que ela procurava.

— Posso mandar ele vir te encontrar, só precisa pedir. — passou a mão pela gola da camisa social preta, o ar de superioridade se fez tão presente quanto o estralo do grave da música.

— Estou começando a achar que sou mais interessante do que acho, porque pensei que, ao menos aqui, você teria outras coisas para fazer.

— Mas seria mais intrigante para mim se você conseguisse alcançar ele.

Ficou quieta, achando que com o tempo, e com sorte, Manjiro esqueceria aquilo, notaria que ela não iria dar corda e acharia outro instrumento para acabar com o tédio, pois sabia que ele tinha uma nova fonte de entretenimento a cada novo passo, se levasse em conta os olhares das pessoas em volta.

Era aquilo que Mizuki dizia, "não fale nada, não faça nada, e não atrairá problemas para mim, sorria, apenas.

O que quer com Riki? — o tom fez com ela parasse de bater as unhas no vidro, e, se virando, notou mais do que apenas um tom sério.

— Riki...

A seriedade instantânea do loiro foi quebrado pelos olhos, que desceu para o colar prateado no pescoço dela, os pequenos brilhantes cintilaram quando inclinou a cabeça.

— Seu Riki estava me encarando com tanta atenção que achei que a vontade de me matar tinha sido substituída por outra coisa. — e então o silêncio veio, juntamente ao perceber que tinha mais olhares voltados a eles do que deveria.

Ele se aproximou, o suficiente para que as pessoas que assistiam não ouvissem ou tentassem ler seus lábios.

— Disse que não iria mais se meter nos meus assuntos, não sei dizer se acreditei, mas achei que iria demorar mais para invalidar isso.

— Não me meti em nada. — ficou tentada em dizer ainda, mas aquilo poderia render mais um diálogo que não queria continuar.

[Nome] bebeu mais um pouco, não contou os goles, mas foi o suficiente para ter que puxar uma lufada grande de ar depois, suspirando ao ver que Manjiro ainda estava lá.

— Não quero escutar que viram você atrás dos meus homens, a sorte que teve da primeira vez pode não ser estendida mais. — nenhum toque de divertimento poderia ser visto ali, nenhuma sombra de sorriso.

— Achei que eu fizesse parte dos seus homens até a poeira abaixar, queria apenas chamar o Riki para beber comigo. — falou, o mais doce e tranquila possível.

O encarou de lado, esperando uma reação, um trincar de dentes ou até mesmo um xingamento, mas não veio nada, o que poderia ser classificado como uma ameaça maior do que uma ação instantânea.

Por ínfimos segundos, notou as persistentes olheiras abaixo dos olhos obsidiana, ainda emoldurados pela expressão impassível, e se perguntou o motivo delas estarem ali.

— Achei que tivesse ido embora sem mim, de novo! — a voz estridente de Emma a alcançou, então esquivou o olhar da figura do Sano, observando a loira se materializar atrás dele como uma estrela no céu, e ao pensar nessa comparação, decidiu que era melhor parar de beber. — Takuya me disse que tinha vindo pegar bebida, mas—

Parou no mesmo instante que notou o irmão, permanecendo em silêncio enquanto tentava focar apenas nele, mas não conseguia deixar de olhar [Nome] pelo canto do olho.

— Emma, estava te procurando. — a julgar pela expressão da amiga, bom entretenimento estava vindo.

— Sério? Deu para perceber. — então foi a vez de Manjiro olhar de uma a outra, e se não sabia que eram amigas, não demostrou surpresa.

[Nome] optou por evitar ficar entre um possível conflito familiar, disse no ouvido de Emma que iria dar privacidade, e recebeu um pequeno aceno.

Se distanciou dos dois, andando pela beirada das mesas e pela frente dos bares, pensando se acharia alguém para virarem umas doses enquanto esperava Emma.

Achou ter visto Mitsuya e Inui no mesmo bar em que os havia deixado, mas aquela altura tudo parecia tão igual. Piscou para ter certeza se os longos cabelos azuis eram de Hakkai, e se deixou sorrir por aquilo.

— Cansou da pista? — Inui indagou, ela deu de ombros.

— Me recupero rápido. Não bebeu o suficiente para ir dançar comigo? — piscou os cílios.

— Ah, ainda não. — um riso saiu misturado com um suspiro, mas se virou a outra pessoa perto dela.

Pensou ter visto o corpo do azulado ficar tenso, mas estava muito escuro para dizer com certeza, entretanto, sua recusa de olhá-la era clara.

— Hakkai, que bom te ver de novo. — riu, ele se virou o suficiente para vê-la.

— É... bom.

— Vocês se conhecem?

— Sim.

— Não. — o Shiba falou um pouco mais rápido do que deveria, e uma sombrancelha de Takashi se levantou em completa confusão. — ainda não fomos... Apresentados, direito.

— Ah, sou Miyazaki. — sorriu, o cenho dele se contraiu.

— Hakkai Shiba. — se apresentou, ela se absteve de dizer que já sabia.

Entretanto, Mitsuya permanecia com o cenho franzido.

— Ele foi te procurar aquele dia, quando estava na casa de Takemichi, você tinha saído para atender uma ligação. — esclareceu, a atenção do azulado estava fixada enquanto ela explicava.

O primeiro pensamento que teve no momento era que ele era um suspeito em potencial, mas Draken apareceu antes que ela conseguisse confirmar aquilo.

Achou Hakkai um pouco familiar, e bastou poucos minutos de pesquisa para saber que ele era o vice-capitão da segunda divisão.

— Não saíram daqui esse tempo todo? — tentou mudar de assunto, Inui balançou a cabeça.

— Estamos esperando uma pessoa.

— E essa pessoa acabou de chegar. — a roupa vermelha escuro era chamativa, fazendo um conjunto perfeito com o sorriso sarcástico que ele carregava.

— Não acha que ser pontual uma vez ou outra faz bem? — a voz do Seishu estava calma, apesar de não parecer.

— Sim, talvez um dia eu tente. — deu de ombros, os cabelos negros passando do ombro se mexeram. — a sala está pronta, todos chegaram?

— Sim, vou chamá-los. — Hakkai se pronunciou, não esperando uma afirmação antes de ir embora.

O homem novo se virou para [Nome], a examinando de cima a baixo sem nenhuma  descrição, os olhos se contraindo debaixo do delineado vermelho, parando no pescoço dela.

— Miyazaki, imagino.

— Sim. — ergueu uma sombrancelha. — como sabe?

— Gosto de me manter informado, seu nome foi muito pronunciado nos últimos dias.

— Nossa, não imaginava. — copiou o sorriso ladino dele, não sabendo se deveria ignorar aquela informação ou não.

— Uh, sou Kokonoi Hajime, é um prazer.

— Digo o mesmo. Foi você que organizou isso tudo, não foi? — ele acenou, os brincos que combinavam com o colar balançaram. — tem bom gosto.

— Pelo visto, você também. — Kokonoi se inclinou , passando os dedos pelo colar ao redor do pescoço de [Nome]. — diamantes?

— E ouro branco. — se deixou ficar um pouco convencida por ele ter notado que ela carregava alguns milhares pendurado no pescoço.

— Pode falar sobre jóias com ela mais tarde, Koko. — Inui se afastou do bar, esperando-o para irem para algum lugar, provavelmente onde Mitsuya esperava, desde que havia sumido.

— Claro. Belo colar. — colocou as mãos nos bolsos do sobretudo vermelho escuro, passando na frente do loiro antes de sumir da vista dela.

Mal tivera dois minutos sozinha com os próprios pensamentos antes que Emma aparecesse, batendo um pé no chão enquanto esperava, pacientemente, uma taça de água.

Ficou tranquila com a volta dela, mesmo que não pudesse fazer muito para apaziguar a irritação da loira.

— Tudo bem? — indagou, vendo-a beber a água em apenas dois goles.

— Vou ficar melhor depois. — disse estalando a língua em seguida. — eu acho.

Pensou no que poderia dizer, e, novamente, escolheu ficar calada. Talvez devesse fazer alguma coisa ao invés de falar, entretanto, achou que seria mais difícil.

Então entrelaçou um braço nela, pegando mais dois morangos da bacia de vidro e entregou um deles a Emma, ela falaria alguma coisa se se sentisse a vontade.

— Quer voltar para a pista?

— Huhum, depois de uma dose, pode ser? — um pequeno sorriso se fez presente, poderia ser um pouco diferente dos que a loira gostava de exibir, mas era alguma coisa. — pelo visto, as coisas entre você e Takuya evoluíram.

— Nada demais. — deu de ombros, observando-a beber a vodka.

— Eu não diria que um beijo daqueles é "nada demais".

— Eu diria, querida. — riu, recebendo um daqueles olhares confusos de Emma, em seguida de um riso misturado com suspiro.

A notificação de uma nova mensagem apitou no celular da loira, [Nome] não conteve a curiosidade de olhar quem era.

— Vai responder? — indagou, a outra negou, guardando o aparelho na bolsa.

— Não, hoje não.

Apesar de não ter respondido, ela sumiu por alguns minutos algumas horas antes de amanhecer, voltou com o batom borrado e a alça do vestido fora do lugar.

A última coisa que ela lembrava antes de mergulhar mais na euforia, foi de uma mensagem de Takuya, onde estava escrito: não vai escapar da próxima.

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