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𝑭𝒐𝒖𝒓

[Nome] se encostou na cadeira, observando a discussão se desenrolar ao redor da mesa redonda, agoniada e se segurando para não mandar todos a merda e rasgar todas as folhas.

Eles tinham adiado o dia de fazer o trabalho na semana passada, e aquela foi a única decisão que tomaram sem uma briga interferir. União não era a palavra certa para descrevê-los.

Por situações como aquela ela preferiria fazê-lo sozinha, mas não era uma escolha que podia fazer. A garota olhou pela janela da sala que disponibilizaram, o sol estava se pondo e eles estavam empacados no mesmo lugar há horas.

— Por hoje chega. — ela afirmou, pegando as próprias coisas.

— Não podemos ir embora sem decidir isso. — uma garota falou, pegando um dos livros em mãos.

— Eu posso sim, vocês só estão gritando nos meus ouvidos. Continuamos amanhã.

Arrastando a cadeira, ela se levantou, e depois dos outros soltarem um suspiro cansado, saíram reclamando que perderam a tarde por nada.

[Nome] andou devagar até a saída, respondendo mensagens e ouvindo áudios que não teve oportunidade de ver antes, pulando várias pessoas irritantes e persistentes, quando uma mensagem de Emma chegou.

Foi com surpresa que ela lera a mensagem da loira na manhã do dia anterior, perguntando onde ela estava, e a jovem se lembrou que não avisara a garota antes de ir embora, e pelas mensagens recebidas, Emma ficara um pouco preocupada quando procurou [Nome] e não achou.

Respondendo a nova colega, que perguntava se ela estava livre no final de semana, [Nome] arrumou a jaqueta escura, não achou que Emma fosse querer manter contato, mesmo que tivesse pedido seu número, pensava que seria apenas uma amizade de uma noite.

Mas percebeu na noite anterior que ela era bem animada e extrovertida, a loira a chamara para comer alguma coisa, e sair para comer era algo que [Nome] não recusava. As duas passaram horas conversando, comendo e bebendo cerveja em um lugar na beira da estrada.

A jovem arrumou os cabelos, sentindo a coluna doer, estava irritada e a fome não ajudava nem um pouco no seu humor, o céu ao menos estava bonito, as misturas em tons de rosa, azul e laranja estavam quase sumindo e se tornando escuro.

[Nome] colocou as mãos nos bolsos, voltando a olhar o caminho, queria tanto chegar em casa logo, queria tomar banho, comer e dormir, mesmo que tivesse passado mais da metade do dia anterior dormindo. O que podia fazer? Gostava de dormir.

Virando uma esquina, ela cortara caminho para chegar em casa mais rápido, mas sua atenção se prendeu no carro jogado contra as grades, fazendo um buraco enorme. A parte da frente do veículo soltava fumaça e estava amassada.

[Nome] olhou os arredores, aquela parecia ser uma área industrial, se considerasse que não havia nada do outro lado da rua além de um muro alto e com paredes espessas.

Voltando sua atenção ao carro poucos metros longe dela, [Nome] olhou o enorme galpão rodeado pela cerca quebrada, ponderou se deveria se aproximar ou ir embora.

Mas sua curiosidade acabou vencendo, e se aproximando do veículo, percebeu as portas abertas, e olhando mais um pouco, uma arma jogada no chão perto do volante.

[Nome] deu um passo para trás, mesmo com o parabrisa quebrado, dava para perceber o furo do tiro. Mas não havia sangue. Ela olhou em volta, sem sinal da pessoa que estava ali dentro.

Suspirando, ela pensava se iria embora ou não, mas seus olhos se voltaram ao galpão quando um grito alto e esganiçado ecoou de lá, literalmente do nada. Era familiar demais.

Ela o escutou gritar de novo, um nome. [Nome] deixou a bolsa cair enquanto se segurava na grade, usando o carro de apoio ela pulou até o outro lado. Caindo sem fazer o mínimo de barulho.

Em passos apressados, ela andou até às paredes espessas do galpão, até o enorme portão meio aberto. Parada entre várias caixas, empilhadas uma sobre a outra, passou os olhos pelo local, procurando quem quer que tivesse gritado.

Sua atenção se prendeu em uma cabeleira loira caindo metros a frente dela, derrubando as caixas e levantando poeira. Um pé chutou o papelão, a caixa voou e derrubou mais algumas, revelando dois homens loiros entre elas.

Regulando a respiração, viu um deles desviar de uma faca e rolar no chão, batendo a cabeça. O dono daquela voz familiar avançou, desarmado. Os olhos dela se arregalaram, mas ele não recebeu a facada que ela esperava, e sim um soco em cheio no rosto.

Não era o primeiro, ela percebeu em segundos, o sangue descia do nariz dele, do rosto cortado.

[Nome] contou os homens que se aproximaram, cinco. A faca reluziu na mão do homem aos poucos e últimos raios de sol que entravam pelas rachaduras quando a girou nas mãos, ciciando palavras que ela não escutava pela distância, talvez fosse pelo sangue esfriando nas veias.

Aquilo era a porra de uma faca, e quem a segurava se aproximava do cara loiro de olhos azuis caído com um sorriso maldoso. Uma faca.

Lembranças desagradáveis apareceram na mente dela como um flash de um filme em preto e branco. Mas com os batimentos completamente controlados, ela moveu os pés devagar.

Nenhum deles notou quando os passos dela se tornaram rápidos demais e extremamente leves. Mortais. [Nome] calculou a distância com os olhos se cerrando, e pulou quando teve certeza, acertando a sola do tênis escuro nas costas dele antes que o metal fizesse seu trabalho.

O som da faca tilintando no chão ecoou por todo o galpão, em um eco, se misturando as respiração pesadas dos dois caras no chão. Quicando antes de parar.

Ela se virou aos outros quatro, ainda atordoados pela rapidez que tudo acontecera, atordoados pelos olhos frios demais dela.

— O que vocês pensam que estão fazendo, porra? Quem caralhos vocês acham que são para tocar nele?

A fala de [Nome] parecia alta demais entre as paredes, e firmando os punhos, ela sorriu, um sorriso nada amigável. Os caras no chão a olhavam em uma mistura de surpresa e confusão, mas sua atenção estava no homem que levantava com as sombrancelhas franzidas de raiva.

Os outros sacaram as facas.

— Que é isso, não sabia que putinhas lutavam por vocês. — falou depois de se levantar do chão, pegando a arma branca. — mas não vou deixar isso barato seus merdinhas.

— Eu também não, seu puto.

Ele poderia estar irritado, mas não chegaria perto da raiva extremamente calma e fria que ela estava sentindo, e se soubessem, já estariam tentando correr, pelo próprio bem e pela sobrevivência.

[Nome] respirou fundo mantendo os olhos neles, caminhando lentamente até estar entre os homens armados e os dois no chão.

Ela se preparou para o ataque assim que ele correu na direção dela, mirando a faca em seu pescoço.

Ela deixou ele chegar perto o suficiente para fazer a rasteira derrubá-lo no chão, não esperando um segundo a mais antes de chutar o rosto dele, sem medir forças, viu um dente voar.

Os outros engoliram em seco, e sem lhes dar tempo para conversar, [Nome] se virou a eles, não era uma combinação muito boa deixá-la tão irritada quando não estava com paciência, e deixou isso claro ao se mover com agilidade no meio dos corpos deles, acertando chutes e socos, desviando das investidas atrapalhadas feitas com as armas afiadas.

O loiro, que ainda estava no chão, se apoiou pelos cotovelos para ver a cena melhor com os olhos inchados, o outro se levantou, segurando o braço e se aproximando do aliado, sem tirar os olhos da garota.

[Nome] voltou até o cara que avançou nela primeiro, e puxou o braço dele para trás e para o lado totalmente errado, o pé apertando suas costas no chão com força.

E alguma parte de si ficou animada o suficiente para fazer crescer um sorriso maldoso nos lábios bem desenhados dela.

— Ele tomou socos demais, talvez eu deva quebrar seus braços. — o som do osso de seu ombro se deslocando soou antes do grito que saiu da boca dele.

Mas ela não soltou, e o próximo som que acompanhou o ruído que vinha do homem se deu pelo pulso que ela girou e entortou, soltando o braço inerte ao lado do corpo caído e trêmulo dele, seu pé saiu das costas dele, pisando no pulso quebrado.

O sangue sujava o casaco dele, e virando minimamente a cabeça, olhou com atenção as roupas de outros dois, eram iguais, os mesmo símbolos e palavras, o mesmo brasão.

— [Nome]?

A fala dele saiu mais como uma pergunta que como uma afirmação, sua voz estava baixa e rouca, o sangue descia pelo seu nariz, os machucados do rosto começando a ficarem roxos.

Aquela cena não melhorou seu humor, e o olhar que ela lançou aos outros fez com que se arrastassem para trás, com medo.

A jovem se aproximou deles, chutando uma faca para longe, ela puxou o que chutara o amigo do loiro pelos cabelos, acertando em cheio uma joelhada na cara dele.

Era um dos que usava a roupa com os mesmos símbolos e desenhos.

Ele caiu para trás, e teve certeza do nariz quebrado quando o sangue escorreu e sujou a roupa.

Pelo canto do olho, percebeu um se aproximar das facas, e teve seu encontro com o pé dela contra sua cabeça, batendo seu crânio no chão com força.

[Nome] se virou ao loiro, ainda no chão, e se permitiu mudar seu sorriso venenoso a apenas um pequeno levantar de lábios enquanto andava até ele.

— O tempo passa mas você continua apanhando, né, Take?

Ela estendeu a mão a ele, Tekemichi não tardou em segurá-la e usar para se levantar.

Em uma olhada rápida, reparou nos machucados roxos ao redor dos olhos azuis, no sorriso que ele lhe dava enquanto fazia o mesmo com a garota.

No terno completamente surrado e rasgado, com vários cortes, ele provavelmente teve que desviar de muitas investidas das facas.

[Nome] continuou segurando sua mão, e se virou aos cinco homens no chão, três deles desmaiados. Em breve, seriam os cinco.

— E se metendo em problemas também.

— Quando você voltou?

— É melhor lidarmos com eles primeiro, eu ainda não acabei. — [Nome] soltou a mão dele, voltaria para terminar de quebrar a cara deles com prazer, e se estivesse sozinha...

Ela não se deixou terminar o pensamento, voltando a atenção ao outro cara que se aproximou deles um passo, soltando o braço que parecia dolorido.

— Eu cuido disso. — seu rosto contraiu quando dobrou o braço para pegar um celular no bolso, ficando quase aliviado ao ligá-lo e ver que não havia quebrado.

O cara saiu de perto deles, ligando para alguém.

— O que tu tá fazendo de terno? — indagou, olhando novamente a roupa social amassada suja de sangue.

— É uma longa história... — Takemichi coçou a cabeça, parecendo envergonhado e hesitante.

— Ah, eu tenho tempo. — cruzou os braços, e os olhos azuis dele se encheram d'água. — você é impossível... não precisa chorar.

— Não estou chorando. — ciciou com a voz embargada, passando a mão por debaixo dos olhos, fez uma expressão de dor ao tocar em um ferimento.

— Tem certeza que não querem ajuda com eles?

— Tenho, você já fez demais. — disse, voltando o olhar ao outro homem, que se aproximava guardando o celular.

— Eles vão chegar em breve... — avisou passando a mão machucada pela gravata quase desfeita.

— Ótimo. — suspirou, logo se virando a [Nome] de novo. — obrigado pela ajuda...

A jovem não quis imaginar o que aconteceria se não tivesse aparecido, em vez disso, reparou no cara ao lado de Takemichi, nos olhos verdes observando os dois.

— Você é amigo do Take? — ele franziu as sobrancelhas, provavelmente pelo apelido que chamara.

— Sim, sou Chifuyu Matsuno. — se apresentou.

— [Nome], é um prazer. — bateu a ponta do pé no chão.

Vocês são amigos? — foi a vez do loiro perguntar, olhando de um a outro.

— Ela é minha prima...

Hanagaki disse, [Nome] sorriu pequeno, se lembrando do tempo que passara fora, e da saudade que sentia do primo.

— Acho que é melhor você voltar, Takemichi, eu estou bem, posso ficar aqui com eles. — Chifuyu passou a mão pelos cabelos. — pelo menos deu tudo certo...

Pelo canto do olho, [Nome] viu exatamente o momento da prata sendo iluminada.

— Que merda... Que merda... Isso não deveria acontecer, onde está a porra da arma?

Escutou um dos homens estava jogado no chão sussurrar, apesar das palavras, sua mão tremia enquanto firmava a faca.

— Não podemos voltar... Não assim... Seus filhos da puta.

Xingou, avançando rápido. [Nome] se moveu, segurando o braço dele em direção ao teto, tomando a faca dele, apertou o outro braço nas costas. Seu joelho fez pressão na perna dele, seu corpo caira no chão.

— Porra, não podemos voltar sem resultados!

Sussurrou de novo, [Nome] arrumou a mão para segurar seu braço com facilidade, apertando o outro pulso, acertou o punhal da faca na cabeça dele sem muita delicadeza.

— Vocês são insistentes, ein.

Disse, apontando a arma branca despreocupadamente ao único que ainda estava inteiro, mas o aviso serviria aos cinco. Assistiu ele engolir em seco com satisfação, apertando as mãos contra o chão de cimento, o suor descendo por sua testa.

Ela se aproximou, pegando as cinco facas do chão, - não desviando dos que estavam deitados - as juntando nas mãos, [Nome] as passou nas pontas dos dedos, vendo o quão afiadas estavam.

— Não deixem jogadas no chão.

Avisou, entregandó-as ao primo, Matsuno apertou o telefone em mãos.

— Vou ficar com elas. — as pegou, olhando os cara de novo.

Chifuyu sussurrou algo no ouvido de Takemichi, ela não se importou em tentar ouvir, apenas observou o primo afirmar com a cabeça.

— O carro tá fudido... Mas já chamei outro.

O ouviu dizer antes de se afastar, se lembrando que largou a bolsa no meio da rua, e torcia para ninguém a ter roubado, levando as malditas anotações daquele trabalho.

Ela escutou Hanagaki a chamar, se virando de lado, o loiro mancava até ela. Atrás dele, Chifuyu sacou uma faca em uma das mão, se encostou nas caixas e começou a vigiar os outros.

Do lado de fora, o céu já estava escuro, o vento beijou seu rosto, foi revigorante, mesmo que continuasse com fome. Pelo menos metade de seu estresse havia ido embora.

— Aí ai. — Takemichi reclamou, a alcançando. - o carro já está a caminho... Vou levá-la para casa.

Disse, ele não parecia muito diferente do que ela lembrava, os anos não o mudaram.

— Não não, você é um inconsequente, aposto que não sabe ferver um macarrão, não vou deixar que cuide desses ferimentos sozinho. — ela disse, como uma ofensa.

— Isso seria de grande ajuda. — sorriu, o rosto ficou ainda mais inchado.

[Nome] segurou uma parte da grade para passar, o loiro a acompanhou.

Takemichi abriu o porta-luvas do carro, pegando algumas folhas e uma carteira preta, as guardou no bolso sem verificar. [Nome] pegou a arma e a girou nas mãos.

— É sua? — perguntou, vendo quantas balas tinha.

— N-não, mas vou precisar dela. — afirmou, [Nome] deu de ombros, a entregando despreocupadamente depois de travar, mas com uma pitada de curiosidade.

O primo mudou de assunto logo em seguida, explicou que o carro pegaria eles nas ruas acima para não chamarem atenção.

[Nome] mordeu a língua para não perguntar de onde Takemichi tirara dinheiro para um carro com motorista, ou por que ele estava tão cauteloso sobre.

Mas ela apenas se jogou nos bancos de trás do carro escuro assim que abriu a porta, aspirando o ar gelado e se acomodando no assento.

                                    ☾︎

[Nome] observou a fachada da mansão branca com as sobrancelhas franzidas, o jardim bem cuidado exibia flores e folhas bonitas, olhando o loiro com um olhar desconfiado, ele teria muito o que dizer.

— O-o que foi? — gaguejou abrindo as portas.

— Quando se mudou?

Eles adentraram a residência, [Nome] prestou atenção a cada detalhe caro e brilhante da sala e das escadas, ali poderia ser a casa de qualquer pessoa menos de alguém tão bagunceiro quanto Takemichi, e ela sequer poderia reclamar dele, desde que era igual, ou pior.

— Faz algum tempo.

O loiro se jogou no sofá, o sujando de terra e sangue, com certeza alguém limpava aquele lugar com frequência.

— Onde fica a cozinha? Preciso limpar suas feridas. — ela jogou a bolsa do lado dele, sabia que se sentasse, não levantaria tão cedo.

— E-eu mostro!

Takemichi a levou pelo corredor até o local, as portas de vidro davam a uma área de lazer com piscina e espreguiçadeiras. [Nome] abriu os armário até achar uma bacia, a colocando para encher enquanto ia atrás da caixa de primeiros socorros.

— Você... Deve ter muitas perguntas. — ele se encostou na soleira da porta.

— Como adivinhou? — colocou a bacia e a caixa branca sobre a bancada.

— Vou fazer o possível para responder todas.

Takemichi se sentou na banqueta, a jovem viu ele encarar o chão, parecia uma mistura de irritação, cansaço e outra coisa que ela não conseguiu identificar a primeira vista.

— Tenho certeza que vai, não prometo que não vai doer.

Ela começou a desinfetar as feridas dele, alguns cortes eram extremamente precisos. O silêncio era quebrado vez ou outra por suspiros contidos do loiro.

[Nome] ainda pensava no e se da situação, aconteceu tudo rápido demais, não era naquele tipo de situação que pretendia reencontrar o primo depois de cinco anos.

Cinco anos. Muita coisa mudava em cinco anos. Talvez Takemichi não sentisse mais aquele carinho por ela, talvez tivesse se esquecido dela até aquele momento, e aquela irritação se dava específicamente por ela estar ali.

[Nome] não podia esperar que ele fosse sincero ou amável, Hanagaki poderia pensar que depois de tanto tempo, ela era apenas uma estranha querendo informações sobre sua vida.

— Então, o que quer saber primeiro?

Ficou em silêncio por alguns segundos, pegando a pomada e começando a passar.

— Como passou os últimos anos? — os olhos de Takemichi se voltaram a ela, que agora se ocupava com um ferimento na bochecha. — não me diga os passou apanhando.

— Claro que não. — disse em um tom risório. — bem, eu conheci muitas pessoas.

— Chifuyu é uma delas? — virou a outra bochecha dele, sem cortes, mas muitos hematomas.

— Sim, eu conheci ele no tempo do colégial. — Hanagaki pareceu se perder nas lembranças, mas ela cutucou a ferida, querendo saber mais.

— E essa casa? Ganhou na loteria?

A resposta demorou para vir, [Nome] achou que ele não diria, então começou a colocar as gases, as ataduras e as fitas.

— Não, eu... comecei a trabalhar. — ela soltou uma risada nasal, guardando as coisas na caixa, mas se sentou em uma das banquetas.

— Quarde você, eu já fui boazinha e coloquei os curativos. — empurrou as coisas ao loiro.

Takemichi guardou as coisas em silêncio, [Nome] viu um maço de cigarro perto da cesta de frutas, o pegando em segundos.

— Tem isqueiro? — perguntou, Hanagaki entregou um a ela, se sentando na sua frente.

— Esse aí maço aí é de um dos meninos. — disse depois de analisar a embalagem.

— Foda-se os meninos. — acendeu um, o tragando.

— Você não mudou mesmo. — Takemichi se apoiou pela palma, observando a prima fumar. — mas antes não fumava.

[Nome] soltou a fumaça devagar, colocando um sorriso ladino no rosto.

— E você não usava terno, pelo menos parou de usar aquelas roupas feias?

Feias? Eu sou estiloso, e minhas roupas são lindas. — apontou indignado.

— Pelo visto, não parou.

Uma brisa fresca entrou pelas portas abertas da cozinha, levando a fumaça embora, eles ficaram em silêncio por tempo suficiente para que [Nome] acabasse o cigarro e pegasse outro.

— Os meninos vão me matar. —passou a mão pelo rosto com cuidado.

— Qual é, eles compram outro... Então, quem eram aqueles homens?

Takemichi engoliu em seco, exatamente como fazia antigamente antes de contar uma mentira, e antes que ele pudesse o fazer, ela levantou a mão, tragando o cigarro e soltando um pouco da fumaça.

— Não minta. — avisou, o loiro suspirou baixo, se dando por vencido, apoiou os cotovelos na bancada de mármore.

— Não posso contar tudo porque não sou o único envolvido... Mas queríamos testar uma... Coisa, tínhamos um plano, mas ele meio que falhou.

Hanagaki tentava buscar as palavras certas para explicar, mas o olhar atento e quase felino da garota não ajudava no seu nervosismo. [Nome] passou a mão pela bochecha.

— E qual era o plano? — indagou, a voz melodiosa dela envolta em deboche.

— Iríamos mandar uma mensagem na hora que tudo acontecesse, mas não tivemos tempo.

Ela apagou o cigarro, olhando o primo por longos e agoniantes segundos, Take desviou o olhar, nervoso, pelo visto ele também não esqueceu daquele olhar dela.

— Cacete... tudo bem... — suspirou, teria suas respostas outra hora. — você também deve estar curioso sobre minha volta.

— Como a França é?

A frase saiu com empolgação, ela se lembrou do dia que o primo soubera que iria embora, de como ele pediu para ela tirar fotos de tudo e trazer presentes, também se lembrou da tristeza que sentiu e das lágrimas derramadas.

Descrevendo a escola que estudara, Hanagaki escutava tudo atentamente, fazendo comentários e perguntas, ele ficou embasbacado quando ela disse que tinha um lago com patos nos jardins da escola, reclamando da própria que estudara na adolescência.

Aproveitando que o primo estava entretido, [Nome] estava no terceiro cigarro, agradecendo por ele não notar que ela já estava acabando o maço.

— E as fotos? Você tem? — perguntou, ela procurou o celular sobre a bancada.

— Tá lá na sala, perai.

[Nome] apagou o resto do cigarro no cinzeiro enquanto se levantava, deixando o primo brincando com as frutas da cesta para trás, ela entrou na sala, ainda desacreditada que aquela casa era de Take, e pelo visto, morava sozinho.

Abrindo a bolsa e desbloqueando o celular, ela começou a caçar as fotos na galeria, vendo o que deveria ou não mostrar. Pelo canto do olho, percebeu a porta grande se abrir antes mesmo da pessoa passar por ela.

Se virando, presenciou o homem alto e loiro parado na soleira da porta, ainda segurando a maçaneta a olhava com uma sombrancelha erguida e um semblante meio confuso.

— Hã, quem é você?

[Nome] olhou atrás dele quando um movimento se fez presente, ele não estava sozinho, outros caras estavam atrás dele e queriam entrar. Ele colocou as mãos nos bolsos, a trança que pendia da cabeça balançou ao descer os dois pequenos degraus.

— E cadê o Takemichy?

— Calma grandão, uma pergunta de cada vez.

Aqueles deveriam ser os meninos que o primo falara mais cedo, o resto acompanhou o cara alto, três apenas, não se incomodaram com apresentações.

— Ele tá lá na cozinha. — deu de ombros, não perderia tempo com brigas naquele momento.

Ele estalou a língua no céu da boca, não se importando enquanto xingava alto, dando uma boa visão a jovem ao passar do lado dela, a tatuagem de dragão foi o que chamou mais sua atenção.

— [Nome]? — se virou para trás, o olhando de baixo a cima, ele se aproximava devagar. — que foi, se esqueceu de mim?

Se lembrando dos cabelos castanhos claros e dos olhos da mesma cor, [Nome] se virou completamente para ele, reparando no quanto mudou.

— Takuya? — indagou, quase desacreditada.

— Eu mesmo. — aquele era o Takuya?

— Gente... — sussurrou para si mesma, ainda lembrava daquele garoto fraco e medroso.

— Quanto tempo ein... Quando você voltou?

— Não faz muitos dias. — ele estava até mais alto.

—E nem avisou. — Takuya cruzou os braços, balançando a cabeça.

—Você sabe que eu amo fazer surpresas.

[Nome] sorriu ladino, o acastanhado acompanhou, não admitiria, mas ela tinha se esquecido dele, e dos outros do grupinho de Takemichi também, deles apanhando de todo mundo quando ela não estava por perto e acabavam roxos.

Esperava que todos eles tivessem mudado como o Yamamoto.

— O mundo é pequeno mesmo.

O sorriso de Takuya falhou por segundos, ela olhou em direção a porta, vendo um cara loiro se aproximar com um sorriso travesso.

— Obrigado por achar ela, Yamamoto, eu estava a procurando.

Disse, parando ao lado do acastanhado, o sorriso se alargou ao encarar a garota.

— Claro. — Takuya desviou o olhar, parecendo emburrado.

— Cadê o resto? — indagou, se afastando em um único movimento fluído.

— Na cozinha, com o Takemichi.

Disse com a voz entediada e com as costas eretas, ao contrário do outro, que mantinha a postura relaxada, [Nome] ergueu uma das sombrancelhas. De onde ele a conhecia?

— Ótimo, vá com eles.

Deu de ombros, em um gesto casual, mas o timbre firme da voz não passou despercebido por ela. Takuya lançou um único olhar a garota antes de ir em direção a cozinha. [Nome] sabia que ele a procuraria depois.

— Não imaginei te encontrar aqui.

— Eu te conheço? — [Nome] inclinou de leve a cabeça, o olhando de cima a baixo, ele soltou uma risada nasal, pensando antes de respondê-la.

— Achei que eu fosse mais marcante, você se esquece de todas as pessoas que tenta empurrar de uma escada?

Ela relaxou a expressão quando se lembrou do que ele estava falando, parecia mesmo ser os mesmos cabelos loiros, os mesmos olhos negros. Mas o cara não parecia estar irritado com a ação dela, ou estava fingindo para pegá-la desprevenida.

— Ah... — deixou escapar, cruzando os braços. — Você sai segurando todo mundo que esbarra em você?

— Quem sabe...

As olheiras contornavam os olhos fundos e baixos dele, mas uma pequena chama de divertimento fazia sua boca se erguer.

— Imagino que esteja triste. — disse, com a voz calma.

— Pelo o que? — era uma indagação idiota, sequer sabia o nome dele.

— Por não ter conseguido. — falou, colocando as mãos nos bolsos da calça escura.

— Claro que não. — ele pareceu pouco surpreso pela resposta, e ela tentou deixar a feição neutra, mas um sorriso venenoso tomou seus lábios. — se eu tivesse conseguido, não teria visto, e assim não tem graça.

Os fios de cabelo loiro mexeram quando ele inclinou a cabeça, o sorriso voltando a sua face aos poucos.

— Qual é seu nome? — perguntou, parecendo se divertir com a situação.

— Não acho que seja da sua conta.

— Vamos, apenas quero saber seu nome.

Dessa vez, [Nome] o avaliava com atenção, talvez não fosse seguro dar seu nome a ele, não sabia o que ele podia fazer pela sua tentativa de derrubá-lo de uma escada tão alta quanto aquela do bar. As pessoas não perdoavam as outras tão facilmente assim.

— Não lembro de você me dizendo seu nome. — disse, e a resposta veio mais rápido do que ela esperava.

— Mikey. — se aproximou um passo, ela não respondeu.

Se ele estava ali, então era um dos amigos do Takemichi, e bastava apenas uma pergunta a seu primo para saber que ela lhe dera um nome falso... A jovem suspirou, alto e fundo, provavelmente o encontraria novamente.

— Não estou perguntando nada demais.

— [Nome]. — ela deu de ombros, revirando minimamente os olhos, deixando claro sua animação.

— Só [Nome]? se aproximou outro passo.

— Só, você também não me deu um segundo nome.

A casa ficou tão quieta que ela achou que aqueles homens tinham saído pelas portas dos fundos.

Mikey olhou por cima do ombro dela, voltando a atenção enquanto passava ao lado da mesa de centro, o casaco dele era grande o suficiente para a ponta se arrastar sobre a superfície de vidro e madeira.

— Vou dizer na próxima vez que nos encontrarmos.

— Quem disse que vamos nos encontrar de novo? — a fala saiu uma mistura de sarcasmo e ironia.

— Hum, quem disse que não?

Ele sorriu, passando ao lado dela, [Nome] o observou entrar no corredor, Mikey sumiu sem fazer barulho. Tentando processar o que tinha acabado de acontecer, ela desbloqueou o celular.

Com certeza não esperava que aquele cara fosse um dos amigos de Takemichi, também não esperava que o primo fizesse tanta amizade doida, se considerasse aquele grandão mal encarado e Mikey um espelho do resto.

Os dedos se arrastaram pela tela do aparelho, não se lembrando do por quê estava no whatsapp, mas sua atenção se focou na foto da janela de um avião com uma música brega no fundo.

[Nome] não esperou para pegar a bolsa do sofá e jogá-la por cima do ombro, Takemichi estava ocupado, então mostraria as fotos ao primo outro dia.

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