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𝑭𝒊𝒇𝒕𝒆𝒆𝒏

Os pés doíam e latejavam dentro das sapatilhas de bailarina, [Nome] sequer sabia se queria olhar seus estados depois de passar tanto tempo treinando sem parar.

Poderia chutar que eram duas da tarde, mas como a professora de dança estava suspensa por tempo indeterminado, colocaria um fim no treino quando sentisse que não aguentaria ficar de pé.

As mãos pequenas dela pegaram a garrafa de água mineral, bebendo o suficiente para saciar a sede, voltando aos passos que não pareciam bons o suficiente, não a agradavam quando os via pelo espelho velho e empoeirado apoiado na parede.

Faltava alguma coisa, e faria de tudo para se aperfeiçoar e merecer ganhar a apresentação principal do final de semestre. Precisava que, quando estivesse dançando no palco e olhasse para a plateia, visse uma expressão calorosa no rosto de Mizuki, ela ficaria feliz em ver a evolução da filha, não?

Era difícil conciliar as aulas de balé e de Taekwondo com o colégio, as avaliações eram rigorosas, deveria ser firme se quisesse manter as notas altas, ainda mais quando decidiu que queria aprender outros tipos de lutas também.

Apenas aquela modalidade não era o suficiente.

Os passos não estavam perfeitos o suficiente.

Mais, [Nome] se sentou no chão, o suor desceu pela testa dela, precisava de mais.

Massageando o calcanhar, percebeu o quanto seu corpo estava quente, deveria aproveitar que todas as responsabilidades escolares estavam em dia e passar mais tempo treinando, fosse dança ou não.

Se apoiando na mesinha empoeirada que comportava a caixinha de música, deu um leve pulo ao ver alguém entrar no salão inutilizável dos fundos, nada comparado ao espanto de ver o sangue descer pelo nariz de Hayato, manchando o uniforme do time de futebol infantil.

As mãos tremeram quando se encontrou com o olho levemente roxo dele, provavelmente ficaria pior mais tarde.

Era muito recente, a perda ainda era... Crua demais, não tinha cicatrizado no coração dela.

Você não deveria estar na aula de dança?! — a voz saiu tão frágil, tão baixa, tão...

Ele estava segurando o choro como segurava o braço esquerdo, machucado.

Os tremores nas pernas foram esquecidos em segundos, os calos chiaram dentro dos sapatos de ponta, mas não parou enquanto não alcançou a criança suja e parada na porta descascante.

O que aconteceu?

Queria passar confiança, mas acabou vacilando em ficar ereta, o desespero ia subindo junto com o medo.

Não fora Mizuki, ela não o tocaria daquele jeito, mas mesmo assim agradecia por ela não estar em casa.

Nós não somos idiotas bastardos, né? — [Nome] arregalou os olhos ao ver o irmão cair sentado no chão, abraçando os próprios joelhos. — não vou deixar eles falarem assim de você, mana.

Tudo doía, as lágrimas se recusaram a cair, deixando o tremor que ela não gostava se apossar de seu corpo frágil e machucado.

[Nome] ignorava os comentários que a acompanhavam pelos corredores do colégio, ignorando os apelidos de "bastarda" e "indigna", falara com Mizuki e Kaede, e a única coisa que disseram fora que iriam tentar resolver.

Mas não resolveu, e ela aprendeu a se virar sozinha.

Teria feito algo mais útil se soubesse que os insultos também se estenderiam ao irmão. Não imaginava que fosse, porque ele era, sim, filho de Kaede, e não alguém que nasceu de um "caso" que a mãe teve muitos anos antes.

Balançando a cabeça, forçou o sorriso a sair, se sentando na frente de Hayato, tocou primeiro seus cabelos pretos sujos de terra.

Você não é nada disso que eles falaram, está bem? Olha aqui.

Os olhos verdes cintilaram ao levantar a cabeça, os membros de [Nome] se acalmaram vagarosamente, dando lugar a raiva que escolheu manter contida perto do irmão.

Se aninhou ao lado dele, tomando cuidado para não machucar nenhum lugar que haviam machucado, o abraçou naquele chão sujo por tanto tempo que não sabia dizer o quanto.

As memórias estavam embaçadas, estavam se apagando com o tempo ou sendo arrancadas por ele, pois a próxima cena que se lembrava não era tão acolhedora.

O estalo que o armário do vestiário masculino fez quando [Nome] bateu a cabeça do menino nele foi estrondoso, mal deu atenção ao amassado que ficou no metal, se dirigindo ao corpo caído próximo dos chuveiros.

Não sabia o nome dele, estava mais preocupada em não se deixar levar pela raiva e causar problemas, mas sabia que ele estava nas turmas mais avançadas, era mais velho que ela, mais velho que Hayato. E ainda assim, bateu nele.

Chutou a perna dele quando tentou se levantar, os socos que o tirou dos corredores e o levou até os vestiários pareceu ter dado resultado ao vê-lo conter um grito.

Você e seu irmão são mesmo dois bastardos, não perde por esperar o que vai acontecer com vo

[Nome] o segurou pelos cabelos, fazendo as unhas cravarem no couro cabeludo dele ao bater seu rosto no chão do banheiro, uma vez, duas vezes, três vezes, não dando importância ao corpo que se debatia abaixo dela.

Soube do que ele era capaz fisicamente ao bloquear seu caminho no corredor, mesmo que o deixasse se levantar ou a acertasse com seus movimentos vagos, o derrubaria de novo, e de novo.

Talvez deixasse ele se levantar.

Parou quando viu o sangue pingar do rosto dele, se afastando do corpo e o observando se levantar, derrubando sabonetes e shampoos neutros no chão.

Uma linha vermelha e espessa atravessava o rosto dele, saindo da testa e passando por cima da sombrancelha, achando um fim próximo do ouvido.

O menino xingou alto, passando as mãos na camisa do time de basquete do colégio, os dentes manchados de carmesim se trincaram para [Nome], olhando a porta fechada do vestiário com ansiedade.

Eles não vão vir.

A direção do olhar dele mudou, e ela não sentiu um resquício de pena ao chutar seu maxilar e derrubá-lo de novo.

Não se lembrava exatamente o que acontecera depois, mas se via na sala do diretor rodeada de homens adultos, sentada em uma das cadeiras acolchoadas enquanto uma das funcionárias do colégio entregava uma bolsa de gelo ao menino do lado de fora.

Podia vê-lo pela porta aberta, e ele podia vê-la também, mesmo que o ódio fosse tanto que se recusava.

O diretor entrou na sala com as sombrancelhas franzidas e rugas despontando na testa, se sentando na cadeira livre a frente dela.

O arrepio que [Nome] sentiu ao ver o homem alto e musculoso dispensar os seguranças da sala e fechar a porta quando Hiroshi passou foi vívido, ele tinha uma energia diferente, como se quisesse engolir o cômodo.

Naquele momento, não importava o que a mãe iria fazer com ela, não era a primeira vez era vítima de Bullying, mas era a de Hayato, e mesmo que sentisse mal por ao menos deixar aquilo acontecer, faria ser a última.

Era uma mocinha, deveria proteger o irmão mais novo.

Não importava de quem.

Era aquilo que irmãos faziam.

Temos as gravações das câmeras de segurança, o senhor pode abrir com um processo, se quiser.

A voz do diretor não passava de um fio trêmulo, que foi cortado quando o homem alto e mal encarado estalou a língua com raiva, puxando um cigarro do bolso.

E deixar todo mundo saber que uma menina com metade de seu tamanho o espancou? — olhou a porta fechada com desgosto, parecendo ver o garoto do outro lado. — enfim, foi culpa do meu sobrinho, quero que apague todas as filmagens que marquem esse... Triste acontecimento.

[Nome] se afastou na cadeira ao perceber que ele se aproximava, não deixando o desconforto chegar a superfície de sua pele e se mostrar a ele.

Sei o que ele fez com seu irmão, apesar de achar exagero quebrar seu nariz por isso. — cerrou os olhos, não havia um único toque de compreensão ali.

Acha três adolescentes contra uma criança exagero?

Não soube como a voz não falhou, como conseguiu formular uma frase coerente naquele momento. A única coisa que Mizuki pediu a ela quando a colocou para estudar ali era que não arrumasse problemas para Hiroshi.

E falhara naquilo.

Esperava chegar em casa e a encontrar cuidando de Hayato.

O sorriso que o homem devolveu deveria ter sido para acalmar uma criança com medo, mas [Nome] não sentia medo.

— Como eu disse, suma com as filmagens, não quero um só boato sobre o que aconteceu, entendido? — o direito engoliu em seco, afirmando com a cabeça, e somente quando a atenção foi voltada ao marido da mãe de [Nome] ela o olhou. — não a culpe, é uma criança corajosa...

Os cabelos pretos dele balançou ao olhar a criança sentada na cadeira, suspirando baixo em seguida.

O cigarro foi jogado no lixo junto com as palavras de ironia usadas, e saiu em seguida, levando os seguranças e o menino machucado com ele.

Ainda se lembrava de chegar em casa trêmula, pensando em tudo o que podia acontecer, pensando na dor que sentiria, mas faria o possível para não chorar.

Tentara não gaguejar quando pediu, ainda na sala de estar, que Hiroshi não contasse o que ela fizera com o menino ao irmão, ele só tinha cinco anos, e não queria que se afastasse por medo de sua agressividade.

Os pelos do braço dela se arrepiaram com a expressão feliz que contornou o rosto do homem.

No final, ele acabou considerando o pedido, [Nome] só não contava com o sentimento de culpa que a acompanhou depois da briga de Mizuki com Ichiro, com os gritos que vinham de dentro do escritório no segundo andar.

Ele deveria brigar com ela, não? Ela que batera em filhos de homens importantes e que quebrou o nariz de um deles, ela que foi uma criança ruim e desobedecera.

Então porque o beijo depositado em sua testa pelo avô antes que fosse embora com seus seguranças pareceu ser tão doce? Talvez sua mãe não tivesse ficado tão brava se ele não tivesse dito que resolveria tudo.

As três semanas que faltou as aulas para cuidar dos hematomas também passou remoendo as palavras de Ichiro.

Quando voltou, soube que o menino havia sido transferido e que os amigos dele não ousaram abrir a boca para falar sobre a agressão que sofreram duas quadras da escola, ou do vestiário.

Tudo parecia... Igual, mas diferente ao mesmo tempo, ninguém a incomodou mais.

[Nome] nunca desconfiaria que aquele menino que ela nunca mais ouvira falar era irmão de Nara. Suspirando, deixou o barulho do salão tomar conta da mente, roubando o espaço de todas as outras coisas que o queriam desesperadamente.

Como as coisas que aconteceram não muito tempo depois, então mesmo que quisesse, não se lembraria dele.

A brisa havia deixado a taça de vidro gelada aos dedos dela, pelos menos o champanhe ainda estava bom. Pegando um dos petiscos que estavam na mesa de pano branco, observou as pessoas chegarem para o casamento, todas bem vestidas e com boas posturas.

Se perguntou se Mizuki ou Hiroshi iriam aparecer, porque querendo ou não, eles eram influentes no mundo dos negócios, e amigos próximos dos pais de Haru. Acabou deixando o pensamento ir embora aos poucos, se aparecessem ou não, não faria diferença.

A grande construção ao lado do salão estava brilhante, deixando que a grama do jardim crescesse aos seus pés e adornasse todo o local da cerimônia, que aconteceria ao pôr do sol.

Os bancos já estavam revestidos de fitas brancas e rosas em seus extremos, enfeitando a passagem com suas pétalas caídas sobre o tapete vermelho, chegando até perto da fonte de anjos e pombas de concreto, derramando água com fleshs das luzes e das câmeras de telefones.

O grupo de adolescentes perto dela riu novamente, a cada segundo de risadas baixas e leves batidas de ombros a dizia que fizera uma boa escolha em preferir ficar sentada ao acompanhá-los.

Eles riam como faziam tantos anos antes, quando Naomi levava todos eles para ficar na piscina e roubarem algumas garrafas de vinho.

— Não aguento mais. — pensando nela, Naomi se sentou na cadeira vazia, bebendo mais que alguns goles da taça que trazia consigo antes de suspirar. — borrou?

— Não. — respondeu, pegando outro petisco, atenção da amiga foi até a fonte, se demorando nas várias cores de vestidos e sorrisos grandiosos.

— Por que não está lá? Disse que ia tentar.

— Disse que não iria ser antipática se viessem falar comigo, não fingir que gosto deles. — poderia ter mudado em alguns aspectos, mas sabia se comportar em uma festa, e não iria ficar atrás deles como um cachorrinho.

— Mas você nem está tentando, [Nome]. — a expressão de Naomi poderia ser algo entre chateada e brava.

O que diabos havia de errado em somente ficar ali?

— Por que está sendo tão insistente? — se virou, observando o colar cintilar no pescoço da amiga ao se virar a taça novamente.

— Não estou sendo insistente! Yoshida passou todo esse tempo arrependido, e agora você sequer olha para ele.

As palavras tiveram mais efeito nela do que gostaria, ninguém nunca a obrigou a aceitar o baseado quando lhe estenderam um, ninguém a obrigou a pegar o próximo e o próximo.

Yoshida nunca tivera culpa das escolhas dela.

Mas vê-lo ainda a lembrava do motivo pelo qual foi mandada a França.

Como uma boneca quebrada.

E não queria ficar relembrando.

— Isso não vem ao caso, nunca o culpei.

Deu de ombros, deixara claro quando o menino de apenas quinze anos chorou e se lamentou e implorou para que não contasse a ninguém que ele lhe vendia a maconha, por Mizuki ser amiga de seu pai, não demoraria para que um telefone sem fio fosse formado e o empresário descobrisse tudo.

Ele não parecia arrependido por [Nome] aquele dia.

O caso foi abafado e tudo esquecido.

— Mas [Nome]—

— Então era aqui que você estava. — uma senhora se aproximou, com luvas de seda chegando até os cotovelos e olhos claros franzidos em desagrado.

A mãe de Nara parecia uma nobre com todos aquele adornos em volta do pescoço, mas a expressão dirigida a Naomi era de irritação, qual foi devolvida na mesa intensidade.

— Não estava me escondendo. — falou, sorrindo ladina para a senhora.

Ela franziu o nariz, olhando cada canto do salão e o local no jardim onde a cerimônia aconteceria. A mãe de Nara era a única da família dela que comandava o casamento, [Nome] não ousou perguntar sobre seu pai, evitando um assunto incoveniente.

— O chofer irá chegar em poucos minutos, preciso de alguém para receber Nara na entrada.

Naomi deixou um sorriso simpático se alastrar pelo rosto, um dos que [Nome] sabia que eram puramente falsos.

— E?

— E que ocorreu um contratempo, quem deveria entrar com Nara não irá comparecer, então eu irei, mas não poderia buscá-la lá fora. — cruzou os braços abaixo dos seios, olhando Naomi exatamente como Nara fazia.

— Eu sou madrinha do meu irmão, não posso sair.

— Não quero um estranho recebendo minha filha, não estaria te pedindo isso se soubesse que outra pessoa poderia fazê-lo.

As duas pareciam cravar uma guerra no silêncio que se seguia, [Nome] bebericava da taça quieta, observando e lembrando que família de Nara não era tão grande, e seus contatos eram apenas profissionais, não deixavam terceiros se aproximarem muito.

Por isso Naomi estava arrumando coisas que parentes da noiva precisavam fazer, e por isso era um evento fechado e com poucos convidados. Nenhuma imprensa passaria por aquelas paredes.

— Somente receber e entregá-la para você? — indagou, se dando por vencida.

— Sim, estarei esperando nos limites dos bancos.

Disse por fim, não se despedindo ao segurar o vestido verde claro entre os dedos e sair caminhando entre as pessoas.

A amiga se levantou, passando as mãos pelos cabelos feitos em cachos.

— Como eu disse, você não vai escapar dessa conversa, vamos dar uma volta antes? Prometo que será rápido.

Não sabia dizer o que ela ganharia com aquela insistência, mas talvez descobrisse se fosse.

Levando a taça em mãos, arrumou o vestido azul ao se colocar de pé, arrumando a bolsa no ombro direito. Um pingo de satisfação tomou os lábios cheios de Naomi, passando o braço pelo cotovelo de [Nome] e a guiando entre as várias mesas até a grama verde do jardim.

— Eu não quero parecer chata, mas vocês ficarem sem se falar é ridículo, por que não o respondeu? — disse rápido demais.

— Falei com ele na faculdade, não é o suficiente?

— Estou falando da mensagem que ele enviou, poderia ter falado com ele pelo telefone se não queria vê-lo pessoalmente. — ela ergueu um pouco o queixo, como se estivesse incomodada.

— Olha eu não sei que mensagem é essa. — rebateu.

— Yoshida me disse que te chamou para conversarem e você nem visualizou. — o aperto entre os braços ficaram fracos. — falo sério quando digo que ele está arrependido, não só de você, mas de tudo.

Os olhos escuros dela estavam vidrados nas portas que não demorariam a chegar, o rosto convicto de alguma coisa.

— Dê uma chance, por mim.

Pediu, tomando cuidado com a maquiagem ao apoiar delicadamente a cabeça no ombro de [Nome], os cabelos escuros de Naomi voaram com a rápida brisa que passou por elas.

Respirando baixo, deixou os olhos rolarem até às pedrinhas beges sob seus saltos, notou apenas nessa conversa que a amiga realmente se importava com aquele assunto, quando sua voz quase vacilara ao pedir aquela chance.

— Vou tentar. — disse por cima do instrumental, e foi sincera, poderia tentar aquilo por Naomi.

— Obrigada! — se endireitou, puxando-a mais para perto.

A conversa parecia ter acabado, pois já seguiam até os portões da frente, as pessoas começando a se organizar nos bancos de madeira escura, os músicos arrumando os aparelhos e se colocando em posição.

— Já vou para o meu lugar.

— Vai ter tempo para chegar lá, vamos comigo pegar ela?

Não precisava perguntar para saber que Naomi estava nervosa, apesar de se gabar de que iria ficar com a casa sozinha para si, o sentimento de se separar de Haru era cortante.

Ela não parecia mais tão feliz. Se aproximando mais um pouco, acenou com a cabeça, talvez fosse algo parecido com o que sentiu ao se separar de Hayato cinco anos antes.

Esperavam do lado de fora até verem o carro branco se aproximar, Naomi desceu os degraus até o chão, a jovem se deteve no quarto degrau, vendo o vestido branco se desdobrar para sair de dentro do veículo, tão brilhante quanto Nara, que estava maquiada e linda, o coque estava enfeitado e portava um pingente na lateral.

Os olhos pintados varreram o lado de fora, parecendo decepcionada ao encontrar Naomi, ou a não encontrar quem queria. Logo os disfarçou, segurando a barra do vestido com as mãos enluvadas, e antes de subir os degraus, olhou o motorista e sorriu, o tipo de sorriso que estava estampado nas fotos mais cedo.

O meio sorriso de [Nome] congelou no rosto ao ver quem dirigia o carro, o machucado na boca se ondulando enquanto devolvia o gesto de Nara, os cabelos azuis na altura do ombro escondia a parte raspada do lado da cabeça, e o corte que o desenhava.

Nervosismo tomando conta dos olhos azuis de Hakkai Shiba assim que a notou, deixando a expressão feliz ir embora.

Ainda processava sobre o que ele estava fazendo ali, mas os brilhos do vestido de Nara chamou atenção ao se moverem, segurando o braço de Naomi durante o processo.

[Nome] voltou o olhar ao Shiba, que tamborilou os dedos no volante antes de fazer o pneu cantar de um modo exagerado.

As outras duas não olharam para trás, mas ela pensava sobre o por quê do vice-líder da segunda divisão estar dirigindo o carro de Nara.

— Onde está minha mãe? — a noiva perguntou, só então [Nome] as acompanhou de volta ao salão.

— Esperando lá dentro. — a amiga respondeu.

— Ela lhe disse alguma coisa? Quando pediu para me buscar?

— Que quem deveria fazer isso não pôde vir. — disse, erguendo uma das sombrancelhas.

Os brincos que pareciam de diamantes cintilaram quando ela ergueu o queixo, engolindo em seco toda a emoção que não queria deixar transparecer no rosto.

O buquê que fora lhe dado por uma das cerimonialistas eram de rosas brancas e azul claro, e ela ficou o encarando todo o tempo em que a mulher retocava o vestido.

[Nome] tocou de leve seu ombro ao passar em direção aos bancos, lançando um sorriso a ela, mas não esperou um de volta depois do que aconteceu no quarto mais cedo.

Mal se sentou antes de escutar o piano começar a tocar, ao ver Naomi andar rápido até o altar pelas laterais, tentando manter os cabelos arrumados.

A cerimônia em si fora bonita, só enfim se deu conta de que o vestido de Nara estava para lá de tirar o fôlego, mesmo Naomi deixou a hostilidade de lado ao vê-la andar pela grama dos jardim, em direção ao altar e a pessoa que a esperava com felicidade estampada no rosto.

Todos os votos foram feitos ao som de um teclado baixo e melódico, a noite já estava quase presente quando a confirmação mais aguardada saiu dos noivos.

Assim que se beijaram todos se levantaram e bateram palmas, alguns amigos de Haru gritaram em comemoração, jogando arroz e pétalas de flores enquanto eles passavam pelo tapete vermelho que atravessava as duas fileiras de bancos.

O barulho camuflava os pensamentos dela, havia tirado a noite para relaxar, poderia pensar sobre Hakkai no outro dia.

O vento, que aquela altura estava mais frio que antes, balançou o pano do vestido azul que [Nome] usava ao se levantar e se posicionar entre tantas outras garotas para pegar o buquê.

Naomi riu ao pegá-la pelo braço e ao levá-la mais para frente, a garota fingiu tristeza ao ver algumas pétalas caírem das rosas antes de se encontrarem nas mãos de uma mulher mais velha que ela, provavelmente amiga de Nara se considerasse o sorriso que recebeu dela.

Não ficou triste por não ter pegado, mas não se lembrava da última vez que fora a um casamento, e as rosas eram lindas.

A recepção foi rápida, os noivos agradeciam pela presença de todos, fazendo poses para fotos com flashs fortes, então saíram com gritos de comemoração até uma limosine que os esperavam do lado de fora, recebendo piadinhas dos mais novos sobre a "consumação do casamento".

Então, a festa seria totalmente dos convidados.

A música saira do clássico de cerimônias assim que o DJ tomou conta da festa, a comida foi servida e [Nome] tentou ser simpática com as outras pessoas que se sentavam a mesa com ela, a maioria antigos amigos que tinha em comum com Haru.

Ficou agradecida por nenhum tentar forçar conversa com ela, apesar da atenção extra que Yoshida, sentado quase a sua frente, depositava nela a cada nova palavra.

Se estava tentando disfarçar, falhava.

A comemoração provavelmente duraria até que não restasse mais ninguém com disposição para dançar, pois com o passar do tempo, as pessoas mais velhas iam se despedindo dos pais do noivo e da mãe de Nara, indo embora logo depois, conseguia reconhecer alguns conhecidos de festas empresariais que ia quando pequena.

A barra do vestido estava suja, mas se manteve firme em permanecer de saltos, não sabia se os cabelos estavam ao menos arrumados, mas sentia a pressão de um de seus broches especiais pesar sobre a cabeça.

Estava sendo divertido para um casamento da alta classe, comparado a todos os outros que já fora convidada, com música que pudesse dançar um pouco ou bebidas que não fossem mais champanhe.

Sabia que Naomi tinha um dedo ali, especialmente na parte das bebidas que estavam sendo servidas pelo bar montado no canto do salão.

A madrugada ia passando junto com cada ritmo tocado pelas caixas de som, a maioria da pessoas, tanto na pista de dança quanto no jardim — que estava vazio desde que tiraram os bancos e o altar — eram adolescentes.

Era quase libertador poder dançar daquele jeito depois da semana que tivera, sem membros da Toman lhe irritando ou o Sano com seus planos sem sentido. Cada gota de álcool parecia ser a última garrafa de água do deserto.

Um meio sorriso ocupava o rosto de [Nome] quando se olhou pelo espelho do banheiro feminino, sentindo falta de cor nos lábios além da coloração natural que possuíam, brilhantes pelo gloss que acabara de retocar.

Apoiou as mãos na pia, admirando seu reflexo por alguns segundos, se virando quando viu outra figura se juntar a ela pelo canto do enorme espelho retangular, teve mais consciência em deixar as mãos atentas ao enfeite de cabelo ao ver Yoshida se aproximar.

— O que está fazendo aqui? — indagou, passando o anel prateado no mármore branco da pia.

— Passou a festa sozinha, vim ver como estava.

A preocupação que tentou passar não chegou aos olhos.

— Agradeço a preocupação — disse com doçura, piscando os enormes cílios postiços. — agora saia.

Suas últimas palavras saíram secas, tanto por sua audácia de entrar no banheiro feminino tanto por sua nula vontade de falar com ele.

— Não fale assim, sabe que não precisa ficar na ofensiva... Você está assim desde que voltou. — ele cruzou os braços, se apoiando de lado na pia.

O sorriso que ofereceu a ela um dia poderia ter sido tentador, e ainda poderia ser para algumas pessoas, mas naquele momento era forçado e deslocado.

— Está sendo incoveniente desde que cheguei, então pare de encher meu saco.

[Nome] ouviu o estalar de língua nitidamente, ele fechou a mão em punho, o sorriso quase vacilando.

— Eu adoraria, mas é uma festa, e o banheiro masculino está tendo mais de uma utilidade nesse momento. — ele ousou rir, se movendo para dar mais um passo.

— E isso é um problema inteiramente seu.

Yoshida insistiria se soubesse que ela jogou um homem do terceiro andar de um prédio por ter lhe irritado? Gostaria de colocá-lo para fora com as próprias unhas pintadas de azul royal metálico, mas o escândalo que poderia se seguir seria irritante.

— Sempre com respostas na ponta da língua, não mudou tanto quanto eu pensava. — se olhou pelo espelho, arrumando o cabelo castanho com uma mão e colocando a outra no bolso, [Nome] sentiu a respiração pesar ao ver o pó branco que saiu junto de sua mão, refletindo o plástico as luzes do banheiro. — precisa se acalmar, não sei já provou dessa, mas aposto que gostará, é como... Estar no céu.

Yoshida riu enquanto empurrava o saquinho pela extensão da pia, os olhos dela acompanharam cada deslize.

A música que chegava ali era abafada, mas a risada que [Nome] exibiu foi nítida, do fundo do coração.

— É isso? E eu achando que você queria apenas conversar... Abriu um negócio próprio ou ainda vende nas escolas? — riu de novo. — se veio até aqui me entregar isso, saia.

A mandíbula dele trincou com força, o viu usar todo o autocontrole para fazer um sorriso falso brotar ali. Parecia que relembrar os tempos do colégio ainda mexia com ele.

— Se quiser conversar, sabe onde me encontrar.

Observou ele sair em passos largos e fortes. Encostando-se na pia, pegou o saquinho e o colocou na palma da mão, ele era cauteloso antigamente, mas agora não parecia ter nenhum receio em levar uma droga daquela para um casamento.

Sinceramente, o universo pareceu ter tirado o dia para fazê-la se lembrar do passado.

E aquilo fugia do plano de ter uma "noite tranquila".

Se ainda acreditasse em promessas, diria que fizera uma a si mesma naquela madrugada, quando deixou de sentir o corpo e a mente, na madrugada que parecia enclausurada em um lugar aconchegante.

Quando se deixou vulnerável.

E não aconteceria de novo, porque por mais que não acreditasse em promessas vazias, ainda pensava ter alguma força de vontade em algum lugar dentro de si.

O suspiro pareceu um peso saindo de suas costas ao andar até a cabine mais próxima, jogando o saquinho no vaso sanitário, então hesitou, não porque queria, mas a risadinha e os passos a fez se virar para trás, para um homem alto parado em frente a cabine.

Ele arrumou a gravata dourada escura, intercalando os olhos da mesma cor entre [Nome] e o vaso de cerâmica.

— Achei que fosse usar, mas já que não ia, podia ter dado para mim. — disse, em um tom de divertimento que ela não gostou.

O homem deu de ombros, [Nome] notou a tatuagem na mão direita puxar um baseado do bolso, o acendendo com a outra que também portava uma tatuagem.

— Se quiser, pegue.

Saiu da cabine, passando ao seu lado para lavar e secar as mãos, decidida de sair dali e não deixar sua mente balançada pela bebida ficar mais cheia.

— Não precisa ser tímida, hi hi.

Ofereceu o baseado, [Nome] se distanciou em direção a porta sem olhar para trás, sentindo o peso do próprio broche afiado nos cabelos.

— Não achei que uma amiga de Haru e Yoshida fosse dispensar um desses... — o olhou por cima do ombro, ele soprou a fumaça para cima, não parecia ser o primeiro da noite. Deixaria passar se fosse apenas Yoshida, mas a família de Naomi era completamente rígida com aquilo...

A jovem cortou o pensamento, estava, de novo, dando mais importância a eles que a diversão que lhe esperava do lado de fora.

A tatuagem ficou mais explícita ao jogar os cabelos castanhos com mechas loiras para trás, rindo sozinho de novo. Era uma grande irresponsabilidade deixarem alguém daquele jeito entrar no banheiro feminino.

— Saia daqui depois de mim, e isso não é um pedido. — era a última vez que falava aquilo, em consideração a todas as garotas que bebiam no salão.

O homem arqueou uma sombrancelha, deixando um riso ecoar pelo banheiro.

— Que audácia querer arrumar encrenca com o irmão da noiva na festa do seu casamento.

As palavras ficaram soltas no ar como a fumaça em torno de [Nome]. Desacreditando do que ele havia falado, saiu do banheiro sem retrucar. Não duvidaria da veracidade das informações de Naomi, Nara tinha apenas um irmão, e ele era cinco anos mais velho, com uma cicatriz no rosto que ela causara.

Ele sequer estava presente na cerimônia, não tirou foto com os noivos recém casados, era a primeira vez na noite que o via. Se fosse mesmo irmão dela, porque a mãe de Nara insistiu que Naomi fosse buscá-la do lado de fora, e não ele?

Desistiu de pensar quando avistou a amiga perto do bar, e depois de dizer que havia alguém suspeito no banheiro feminino, um segurança ficou alguns metros da porta perolada, pois não o achou por perto.

[Nome] pediu uma bebida, e não seria a última da noite.

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