( 𝗰𝗮𝗽𝗶́𝘁𝘂𝗹𝗼 𝘁𝗿𝗲̂𝘀 ) apenas um garoto idiota
• ❄️⛄️ •
𝑚𝑎𝑡𝑡ℎ𝑒𝑤 𝑠𝑡𝑢𝑟𝑛𝑖𝑜𝑙𝑜
Eu sabia que havia algo de estranho entre eu e Lexi desde a festa de quatorze anos do Nate. Apenas alguns meses antes dela se mudar para Los Angeles.
Era a primeira semana de setembro. Nate tinha escolhido comemorar semanas depois do dia do aniversário de verdade, porque estava de férias no Havaí com os pais. Lembro que ele voltou todo bronzeado e com o cabelo mais claro.
Nate tinha convidado alguns amigos e colegas da escola. Já estávamos há duas semanas no primeiro ano do ensino médio. Eu era um adolescente cheio de espinha e com um corte de cabelo esquisito. Ao menos eu não usava aparelho de metal ou óculos de grau, senão seria o pacote completo para parecer um grande nerd.
A festa foi no quintal da casa dele, onde todo mundo pulava na piscina, brincava de briga de galo, bebia várias latas de refrigerante e comia o churrasco que meu pai e Mark — pai de Nate — preparavam. Era uma das últimas semanas do verão.
Lexi tinha feito amizade com duas meninas logo nas primeiras semanas de aula e passou grande parte da festa conversando com elas. Ela tinha escolhido um biquíni azul claro que eu nunca tinha visto antes, talvez tivesse comprado no dia anterior quando saiu com o pai para o shopping.
Eu estava sentado na beira da piscina, balançando as pernas dentro da água, enquanto ouvia mais uma história maluca que aconteceu com Nathan no Havaí. Caleb — um garoto do segundo ano, que Nate tinha feito amizade nas aulas eletivas de economia — sentou ao meu lado com uma lata de coca-cola e cumprimentou Nate com um aceno e um sorriso educado. Eu não tinha conversado muito com Caleb além de conversas bobas nos corredores e previsões sobre o placar de jogos de hóquei futuros.
— E aí, gente? — disse Caleb, dando um gole na coca-cola em sua mão.
— Só estava contando da história da camareira do hotel no Havaí para o Matt — Nate riu, passando a mão no cabelo molhado.
— Essa foi a história mais doida que você me contou da viagem, cara — Caleb deu risada também e socou o punho de Nate.
Caleb balançou os pés dentro da água e olhou para mim por um instante. Me senti um pouco desconfortável, porque sabia que ele queria alguma coisa, mas parecia não saber como dizer. Então, finalmente, ele me cutucou com o ombro e disse:
— Ei, Matt. Você sabe se a Lexi está gostando de alguém?
— Claro que ela não está — falei, vendo Nate arquear a sobrancelha. — Por que?
— Ah... Ela é bonita, né?
Eu senti o corpo inteiro queimando. Senti muita raiva e não sabia porquê estava tão irritado. Acho que meu rosto ficou todo vermelho. Eu queria jogar aquela latinha de coca-cola para longe e impedir que ele chegasse perto de Lexi.
— Você acha que ela aceitaria sair comigo? Imaginei que você fosse saber já que é amigo dela há tanto tempo.
— Hum... Acho que...
— Acho que não, Caleb — Nate estalou de repente, como se precisasse me tirar de uma enrascada. — Ela me disse algo sobre estar afim de um garoto da aula de literatura.
Fiquei confuso. Que garoto da aula de literatura? Ela não tinha me dito nada disso. E por que ela contaria ao Nate primeiro e não a mim? Talvez porque tinham literatura juntos? Não, ela não faria isso.
Caleb saiu desapontado e eu permaneci confuso, olhando para Nate com as sobrancelhas tortas e uma careta.
— Que garoto da aula de literatura? Ela não me contou nada disso — disse, olhando em volta para ter certeza de que nem Lexi e nem Caleb estavam por perto.
— Matt, para de ser lerdo por pelo menos um minuto, por favor — disse Nate, saindo da água e puxando a toalha de cima da cadeira. — Eu estava evitando que aquele idiota roubasse a sua garota.
Minha garota? Do que ele está falando?
— Que garota? A Lexi?
— É óbvio, seu idiota.
— Ela não é minha garota, Nate. Pare de insistir nisso. — Eu tirei as pernas da água e parei em pé ao lado dele. — E eu pensei que ele fosse seu amigo.
— Ele é meu colega. Mas de qualquer forma. Você já ouviu sobre a fama desse cara? Não importa se a Lexi é sua garota ou não, não quero ele perto dela.
O que Nate disse permaneceu martelando a minha mente até o fim do dia, quando o sol se punha em um gradiente lindo de rosa e laranja no céu. Ninguém mais estava na piscina, a maioria dos convidados já tinha ido embora e eu estava no quarto de Nate, trocando as roupas úmidas por roupas secas e sem cheiro de cloro.
Escutei uma conversa baixinha ao lado de fora da casa, então espiei pela janela. E lá estava ela. Lexi estava a menos de dez metros de mim. Minha Lexi com Caleb Clarke. Ela estava rindo. Sobre o que ela estava rindo? Como ela poderia ficar ali em pé, rindo e ser tão bonita?
Senti um embrulho no estômago e soube que havia algo de errado entre nós dois. Eu fechei a cortina, peguei meu celular e sentei na cama. Tentei me distrair de alguma forma, mas era como se eu conseguisse ouvir a risada dela bem ao meu lado. Minutos depois, Lexi entrou no quarto. Ela não parecia uma garota que tinha acabado de ser convidada para um encontro — se é que Caleb tivesse realmente a convidado.
Ela sentou ao meu lado na cama, encostou a cabeça no meu ombro e suspirou fundo. Eu estava morrendo por dentro, meu sangue estava fervendo.
— Caleb Clarke acabou de me convidar para um encontro — disse ela.
Merda.
— Sério? — perguntei, então limpei a garganta. — E você aceitou?
— Não.
— Por que?
Lexi tirou a cabeça do meu ombro e olhou para mim. Ela olhou bem para os meus olhos e parecia que queria me contar alguma coisa, mas não contou. Ao invés disso, ela desviou o olhar e deu de ombros.
— Não sei. Ele não faz o meu tipo.
Senti uma vontade enorme de comemorar, mas apenas balancei a cabeça como se tivesse entendido e continuei mexendo no celular. Dois dias depois, na segunda-feira, sentia raiva toda vez que cruzava com Caleb no corredor. Ele acenava para mim e eu apenas passava reto. Eu estava agindo como um idiota, mas não conseguia evitar. Mesmo que grande parte de mim estivesse feliz por Lexi não ter aceitado ir ao encontro com ele.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro