( 𝗰𝗮𝗽𝗶́𝘁𝘂𝗹𝗼 𝗾𝘂𝗮𝘁𝗿𝗼 ) nosso acordo
•❄️⛄️•
Eu não tinha percebido a burrice que tinha me enfiado até hoje de tarde, quando Silena saiu do quarto, gritando por mim pela casa inteira. Ela me entregou o celular e me mostrou os trending topics no Twitter, os vídeos no TikTok e as contas de fofoca do Instagram. Wren não era a única que sabia sobre Matt e eu. A Internet sabia de tudo! Como eu pude não pensar nisso antes?
Embora soubesse muito bem do que estava acontecendo, tentei sair para o trabalho e focar apenas nas reuniões. Mas, à noite, eu já estava pensando em Matt, Wren, na internet e em tudo. Isso afetaria a turnê? Se esse fosse o caso, eu teria que resolver imediatamente, mesmo que Rick não tenha mencionado nada sobre isso durante as reuniões e ensaios de hoje.
Fui liberada às oito e quarenta da noite. Eu estava elétrica como se tivesse bebido energéticos desde o dia em que nasci. Segurava meu celular, encarando a DM vazia do Instagram de Matt, sem saber se faria aquilo ou não. Eu sei que dissemos que nos veríamos por aí, mas não sei se esperava que fosse tão rápido. Ou talvez não seria. Talvez Matt nem respondesse ou iria ler e ignorar porque não tem tempo para coisas assim.
Eu comecei a escrever. Escrevi várias formas diferentes de "Oi" até que a palavra não fizesse mais sentido quando lia.
Eu estava sendo boba. Não era nada de mais.
lexidankworth
oi matt
tudo bem?
eu sei que parece meio estranho
eu mandar mensagem agora, mas
preciso resolver umas coisas com vc
você consegue me encontrar daqui uns
15 minutos no mesmo starbucks que
nos vimos?
matthew.sturniolo
oi
posso sim
você tá bem?
aconteceu alguma coisa?
lexidankworth
eu to bem
não é nada tão sério
eu acho pelo menos
só precisava falar com vc
matthew.sturniolo
tudo bem
te vejo em 15
Quando cheguei no Starbucks, não foi nada difícil encontrar Matt. O lugar estava praticamente vazio,
deveria fechar em alguns minutos e nós provavelmente estávamos sendo o motivo pelo qual os atendentes odiavam trabalhar ali.
Matt estava sentado à uma mesa, bem ao lado da parede. Ele estava balançando a perna, ansioso. Vestia um moletom cinza, calça jeans escura e um tênis branco. A ansiedade no rosto dele pareceu se dissolver quando olhou para a porta e eu estava ali, parada. Ele acenou para mim e eu sorri de leve, principalmente pelo alívio de saber que ele não tinha furado. Não que Matt me daria um bolo, mas eu ficava nervosa de qualquer forma.
Ia ficar tudo bem. Eu explicaria que a fofoca tinha espalhado pela Internet — se é que ele ainda não tinha visto — diria que tínhamos que resolver aquilo antes que eu partisse para a turnê e nós encontraríamos uma solução. Tudo ia se resolver.
O problema é que Matt não foi o único a perceber que eu estava ali. Duas outras clientes me espiaram por cima do ombro e sussurraram algo entre si. Aquilo não fazia eu me sentir melhor. Nem um pouquinho. Elas sabiam? Deveriam saber. Deveriam saber porque olharam para trás, viram que Matt estava ali e sussurraram mais alguma coisa.
Mas que merda.
— A gente precisa conversar — eu falei, então olhei para as duas garotas atrás de mim. — Mas precisamos sair daqui.
Matt assentiu, um pouco confuso, mas entendeu assim que viu as meninas. Ele não tinha pedido nada para comer ou beber, o que deve ter deixado os atendentes ainda mais irritados.
Nós saímos pela porta e o sino tocou, mas tornou-se distante à medida que andávamos para longe pela calçada. Não havia lugar mais reservado que poderíamos conversar. Os carros passavam pela rua, pessoas passavam por nós e talvez seria pior ficarmos ali fora que dentro do Starbucks. Eu o chamaria para conversarmos no meu carro, mas Silena tinha o pegado emprestado para visitar a mãe em San Diego.
Mas parece que Matt leu meus pensamentos. Ele sempre pareceu saber o que eu pensava.
— Podemos conversar no meu carro — ele falou um pouco hesitante. — Se for tudo bem para você.
— Ah, sim. Claro. Vamos.
Matt me levou até seu carro, ficava à esquina do Starbucks e ao lado contrário da minha gravadora. Eu o segui, em silêncio, até encontrar o carro dele. O carro era grande, de lataria brilhante e preta, mas eu definitivamente não sei dizer que tipo de carro era. Só sei que não era a minivan que Mary Lou costumava dirigir para nos levar à escola. Tentei não pensar muito se nos veriam ali dentro do carro. Reservados. Sozinhos.
Era possível eu tornar tudo isso pior?
— Todo mundo sabe — despejei assim que fechamos as portas do carro.
Matt me olhou, confuso.
— Todo mundo sabe. Sobre nós. A Internet já está sabendo e eu não sei como estão sabendo, mas, se for atrapalhar minha turnê, a gente precisa resolver isso logo.
— Espera, como eles sabem? Acha que alguém na festa fez alguma coisa?
Eu percebi que estava mais elétrica que antes, meu coração estava batendo muito rápido e meu corpo inteiro estava fervendo. Então respirei fundo. Tentei pensar da forma mais racional que conseguia.
— Não sei — balancei a cabeça, desconcertada. Então, minha mente iluminou como se uma lâmpada tivesse acendido lá dentro. — Foi a Wren. Ela deve ter contado pro Ash, ele tem vários amigos famosos, deve ter chegado em alguma página de fofoca. Só pode ter sido isso. Eu não acho que ninguém da festa se importava o suficiente com nós dois.
Ele parou, tentando assimilar tudo e depois assentiu, devagar.
— E quando você diz todo mundo...?
— Eu quero dizer todo mundo, Matt! Para de ser lerdo por pelo menos um minuto, por favor.
Eu vi Matt dar uma risada, mas tentou disfarçar. Ele estava achando que era tudo uma brincadeira? Eu estava prestes a ficar maluca ali!
— Você está achando isso engraçado?
— Não. Não, claro que não — Matt sacudiu a cabeça e olhou bem para mim. — Desculpa.
Matt estava despreocupado demais para o meu gosto. Não sei se essa postura deveria ter me deixado mais calma, mas foi totalmente o contrário!
— Que merda. Isso é tudo culpa minha! — Eu estava com os pés no banco agora, mas Matt não pareceu se importar. Eu suspirei, cobrindo o rosto. — Mas eu não achei que... Eu entendo por que Wren contaria pro Ash. Afinal, juntar os dois foi o motivo de toda essa confusão. Mas... por que Ash contaria para todo mundo?
Ele deu de ombros.
— Por que não contaria?
— Como assim?
— Você vai sair em turnê agora, sua carreira está crescendo dia após dia. Não sei se você já tinha aparecido com algum namorado ou coisa assim antes, mas se eu for o seu primeiro, talvez seja uma informação importante pra compartilhar.
Eu neguei, balançando a cabeça e olhando para os pés, desordenada.
— Acho que você pode ter razão.
Fazia sentido. Mas talvez Ash não tenha feito por mal, deve ter sido um telefone sem fio bem maluco entre todos os amigos até chegar nas redes sociais e agora minha vida doida e instável — pelo menos uma pequena parte dela — estava exposta.
Eu respirei fundo e comecei a olhar pela janela, com um pouquinho de medo de que as pessoas poderiam nos ver ali dentro e presumir um monte de coisas. Tentei ignorar como Matt estava me examinando, como ele estava relaxado, apoiando as costas e a cabeça no banco, virado para mim. Não era para ele estar calmo, Matt deveria estar louco, irado, maluco. Na verdade, se eu o conheço bem, ele deve estar surtando por dentro, mas não está dizendo nada para não fazer com que eu me sinta pior. Bem, não está funcionando, Matthew!
— Nós precisamos dizer às pessoas que isso não é verdade e que inventamos tudo. Só que daí vão achar que eu sou louca, e talvez que você seja louco também, então precisamos inventar outra história. Que inferno, eu vou embora daqui quatro dias, Matt!
— Eu sei! Estou tentando pensar... — ele olhou para o chão, mordiscando o lábio. — Mas se dissermos que inventamos tudo, o que Wren e o fulano de tal vão fazer?
Eu parei de olhar a rua e virei o rosto para ele.
— Como é?
— Eles não vão desistir de namorar se souberem que não estamos juntos? Ou que você mentiu para eles?
Eu não tinha pensado nisso. Mas quando é que eu penso em alguma coisa, não é?
Não tinha como eu fazer isso com Wren. Ela parecia estar feliz. Talvez ela e Ash devessem estar em um encontro agora mesmo no restaurante preferido dela, logo depois de ter contado a ele sobre Matt e eu. Wren definitivamente estava mais feliz. Sei disso porque, hoje mais cedo, o rosto dela estava radiante. Ela tinha passado maquiagem — o que uma estudante exausta de Direito nunca faz — e sorria mais que o normal. Que desgraçada. Mas era exatamente isso que eu queria.
— Vai contar a verdade pra ela?
Eu deixei um grunhido de pânico escapar.
— Eu não posso. Pelo menos não agora. Se ela ficar muito brava, pode pedir ao pai que cancele a minha turnê e eu não posso lidar com isso agora. Sei que parece egoísta da minha parte, mas...
— Lexi, você ajudou a sua amiga ficar com o seu ex-ficante só pra ver ela feliz. Eu acho que você pode ser um pouquinho egoísta às vezes.
Ele estava certo, eu acho. Mas, meu Deus! Por que eu fui inventar de sair com Ash? Que merda. Eu nem estava tão a fim dele. Sim, claro que o sotaque britânico e as covinhas eram bonitinhas, mas não valiam todo esse drama. Não mesmo.
— Então nós dizemos às pessoas que eu terminei com você, que tal? — perguntei, cutucando a unha.
— Isso vai pegar muito bem — respondeu ele, mas eu não conseguia entender sua expressão.
Por Deus, quando foi que Matt se tornou tão difícil de ler? Eu não sabia se ele estava brincando ou não.
— Tudo bem. Podemos dizer que você terminou comigo.
— Ninguém ia acreditar nisso.
Eu não tinha certeza de que tinha escutado certo nem entendi o que ele quis dizer, mas estava começando a ficar irritada. Tudo bem, fui eu quem o beijou primeiro — ignorando o nosso beijinho em 2017 —, mas as atitudes dele também não ajudaram em nada. Ele podia pelo menos demonstrar um pouco de preocupação. Não era possível que estivesse tranquilo com o fato de todo mundo achar que ele estava namorando comigo, levando em consideração a grande quantidade de fãs dele que eram garotas.
Quando eu sugeri que deveríamos dizer às pessoas que o término foi uma decisão dos dois, Matt estava quase pulando do carro e dizendo para todo mundo que eu era uma idiota. De acordo com ele, ninguém ia acreditar que há alguns dias fomos vistos juntos e terminamos poucos dias depois. Não fazia sentido nenhum.
Ele olhou para mim com calma por um instante e, quando abriu a boca para falar, seu tom de voz era muito razoável, de um jeito que me fazia lembrar como Matt era sempre o primeiro a me acalmar. Ele era sempre o primeiro a ouvir sobre as brigas com a minha mãe, me abraçar quando eu precisava e só ele conseguia me trazer de volta ao normal. Nate também conseguia, de certa forma; do jeito dele, mas ele conseguia.
— Se o que te incomoda é as pessoas comentarem sobre o nosso relacionamento, sinto dizer que esse estrago já está feito — ele disse, me olhando do jeito mais sincero que já vi. — Dizer a todo mundo que terminamos não vai mudar o fato de que eles acham que nós namoramos e, se isso for afetar sua turnê, já afetou de qualquer jeito.
— Tudo bem. Se você tem alguma ideia de como consertar tudo isso, estou aberta a ouvir...
— Vamos deixar que continuem pensando que estamos namorando.
A Lexi de vinte anos está nervosa, surtando por dentro, mas a Lexi de quatorze anos já está morta. Vá com Deus, pequena eu!
— O quê?
— Podemos deixar as pessoas pensarem que estamos namorando. Vai resolver o seu problema com Wren e o fulano de tal e você vai poder sair para a turnê sem se preocupar, eu acho.
Aquilo era... De todas as opções... Em toda a minha vida, eu nunca, nunca...
— O quê? — perguntei de novo, incrédula.
Matt deu de ombros.
— Fingimos isso até seus amigos não estarem mais namorando? Ou estarem um pouco mais comprometidos? Não sei. O que for melhor, eu acho. Parece uma situação em que todos saem ganhando.
Mas não parecia mesmo, pelo menos não para mim. Parecia mais uma situação em que todos saíam perdendo, depois perdiam um pouco mais e então um pouquinho mais ainda. Uma insanidade. Matt não estava pensando que isso poderia interferir no trabalho dele e na influência que ele tinha na Internet? Ele não estava pensando direito. Com certeza não.
Matt tinha vinte anos, era bonito, educado e deveria ter várias garotas — além das fãs — querendo saber como seria namorar com ele. Ele era inteligente, mesmo que fosse um pouco lerdinho às vezes, e, mesmo que conseguisse ser temperamental de vez em quando, algumas mulheres não se importariam. Algumas poderiam até gostar.
— Espera, você não está namorando ou ficando com alguém?
— Minha namorada não vai se incomodar.
É O QUE?
Eu senti o corpo inteiro fervendo, fervendo como uma panela de pressão. Meu rosto ficou todo vermelho e eu quase morri de vergonha, porque, meu deus, eu tinha forçado Matt a me beijar e ele namora! O que a namorada dele ia pensar disso? Por que Matt retribuiu o beijo se namorava? QUEM ERA A GAROTA?
— Ai, meu Deus, Matt! Como você pode sugerir isso sendo o namorado de outra garota? Eu vou sair daqui...
Quando eu agarrei a maçaneta, escutei o carro inteiro fazer um barulho e eu entendi o que tinha acontecido. Matt tinha travado as portas. Eu o olhei, assustada, com os olhos arregalados.
— Matt! Está ficando maluco? O que é isso?
— Lexi, escuta...
— Eu não vou escutar nada. Vai ver se a sua namorada quer ouvir alguma coisa e abre essa porta, seu idiota!
— Lexi, eu estava brincando! Eu não namoro. Eu não tenho nenhuma namorada ou ficante, nem nada.
Eu fiquei aliviada, mas quis socar a cara dele. Ao invés disso, suspirei devagar e apertei a parte de cima do nariz. Se o estresse deixasse cada fio de cabelo branco, eu já tinha me transformado no Dumbledore.
— Por que... O que você tem a ganhar com isso?
— Ganhar com o quê?
— Fingir que está namorando comigo. Além de estar levando em consideração nossos anos de amizade, qual é a vantagem pra você? — o olhei, espreitando os olhos, desconfiada.
Ele abriu a boca, e, por um instante, eu tive a impressão de que iria dizer algo importante. Mas então ele desviou o olhar e falou:
— Vai ajudar você. — Ele hesitou. — Não somos desconhecidos. E tenho meus motivos.
— Que motivos?
— Motivos.
— Você não vai me contar? — perguntei, mas ele parecia certo daquilo.
Eu o conhecia, não havia nada nesse mundo que o faria mudar de ideia quando ele colocava algo na cabeça. Suspirei e olhei para a rua novamente, as lanchonetes e cafeterias estavam fechando. Já deveria ser nove da noite, eu tinha que voltar para casa.
— Você chegou a namorar alguém desde que fui embora?
— Sim — Matt falou, um pouco incerto. — A Nicole.
— Nicole?! — perguntei, me movendo sobre o banco de couro do carro.
Nicole era uma das amigas que eu tinha feito nas primeiras semanas do ensino médio. Ela era bonita, tinha cabelo castanho e liso, usava óculos e era sempre bem arrumada e gentil. Agora fazia sentido porquê ela me perguntava tanto sobre Matt. Será que eles andavam de mãos dadas no corredor? Se beijavam nos tempos livres de aula? O Matt? O meu Matt? Não. Não, não, não. Eu não posso me torturar assim. O que eu esperava? Esperava que Matt nunca fosse arranjar uma namorada? Isso era loucura.
— Ela era legal — consegui dizer. — Por que terminaram?
— Não sei. Ela não era você.
— O quê?
Matt arregalou os olhos como se não tivesse percebido que tinha dito em voz alta.
— Digo, ela não era minha melhor amiga, sabe? Acho que as namoradas devem ser além de apenas namoradas, devem ser melhores amigas também...
— Sim. Sim, com certeza.
Eu fiquei em silêncio e o encarei, deixando que ele ficasse me olhando também. Era engraçado como ainda conseguíamos conversar sobre essas coisas, mesmo depois de anos. Agora, Matt era o único que sabia sobre a maior mancada que já tinha cometido na vida. Além de estar incluído na maior mancada que já tinha cometido na vida.
— E você? — perguntou ele, olhando bem para os meus olhos.
— Eu o quê?
— Você namorou alguém desde que foi embora, além desse fulano de tal?
— Não — respondi. — O nome dele é Ash, Matt. E nós não namoramos. Graças a Deus.
Ele riu e eu dei risada também. Mesmo que tudo estivesse uma bagunça, era bom não estar passando por tudo sozinha. Mas, ainda assim, tinha uma única coisinha martelando na minha cabeça. O que eu deveria fazer? Como nós deveríamos agir? Aquilo me deixou um pouco abalada. Eu deveria ter tido uns cinco encontros na vida, incluindo aqueles com Ash, e foram meio chatos e angustiantes, passando por aterrorizantes. Eu adoraria namorar alguém de verdade, mas duvidava que fosse acontecer assim tão cedo.
— Como devemos agir? O que pessoas que estão namorando fazem?
— Saem juntas, fazem coisas juntas... se beijam.
A ideia de beijar Matt sem ser em um jogo ou para ajudar outra pessoa a ficar com quem ela quer parecia absurda. Como eu faria isso? Bem, exatamente da mesma forma que fiz da última vez. Não era nada de mais. Eu só tinha que avisá-lo agora.
— Certo — falei, ainda desconcertada. — Você pode ir ao meu show em Boston e o que vou fazer aqui em Los Angeles daqui três dias. Pode levar Nick e Chris também se preferir. Consigo colocar vocês no VIP. Vou ficar uns dias em Boston para aproveitar a cidade, podemos sair juntos. O que você acha?
— Acho bom. Eu já estava pensando em ir visitar a minha mãe de qualquer jeito.
Eu balancei a cabeça, assimilando tudo. Estava acontecendo. Estava acontecendo e eu não acreditava nem um pouquinho. Parecia uma história dos filmes de comédia romântica que eu assistia tanto, mas a diferença era que tudo estava sendo trágico demais.
Liguei o celular para ver as horas e eram quase dez. Eu soltei um suspiro surpreso e desbloqueei a tela para encontrar o aplicativo do Uber.
— O que você está fazendo? — Matt perguntou, se inclinando para ver meu celular.
— Eu preciso ir pra casa. Estou pedindo um Uber. Silena, minha melhor amiga, pegou o meu carro para ir visitar a mãe em...
— Eu te deixo em casa.
Eu olhei para ele. Ele estava me olhando com aqueles olhos azuis e gentis de sempre. Não importava quantas vezes ele me mostrasse que era educado, eu sempre me surpreenderia.
— Tem certeza? Não quero te atrapalhar.
— Tenho certeza. Vamos.
Ele colocou o cinto de segurança e pediu que eu colocasse o endereço no Google Maps. Não fomos em completo e mortífero silêncio. Conversamos sobre algumas coisinhas não muito importantes enquanto eu observava a rua pela janela. Quando Matt estacionou à frente do portão de casa, desci do carro e dei a volta para dar uma última olhada nele. Eu ainda não tinha certeza de que iríamos fazer aquilo mesmo.
— Vamos fazer isso mesmo? — perguntei, aflita.
— Sim — ele assentiu e, quando me virei para abrir o portão, ele me chamou: — Não vai dar um beijinho de boa noite no seu namorado, Lexi? Não é isso que namorados fazem?
Eu virei, de boca aberta, dando risada. Ele estava sorrindo, como se estivesse se divertindo com tudo aquilo.
— Boa noite, Matt.
•❄️⛄️•
i. o capítulo enorme CHEGAAAA
ii. o matt tá muito engraçadinho né nem parece q vai se meter em um monte de merda
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