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𝟎𝟏𝟓. 𝗍𝗋𝗎𝗌𝗍

𝐂𝐀𝐏𝐈́𝐓𝐔𝐋𝐎 𝐐𝐔𝐈𝐍𝐙𝐄
𝖼𝗈𝗇𝖿𝗂𝖺𝗇𝖼̧𝖺


𝐀 𝐀́𝐑𝐄𝐀 𝐇𝐎𝐒𝐏𝐈𝐓𝐀𝐋𝐀𝐑 não era exatamente o lugar que achava mais confortável, era tão branco que seus olhos doíam, acordar com 7 cabeças em cima de você também não é uma das melhores visões.

A primeira pessoa que viu foi Sirius, que à deu um sorrisinho e apertou a mão da mesma, em sinal de carinho.

Ouviu vozes, mas sua cabeça estava muito tonta para conseguir reconhecer, tudo estava girando e turvo para a mesma.

Ouviu Madame Pomfrey gritando, mas só conseguiu distinguir a palavra "descansar", e foi aí que tudo veio à tona. Tinha sido expulsa de casa, deserdada, esquecida, abandonada, bem no natal.

Não sentia suas pernas, e isso a fez se desesperar, como assim não conseguia sentir suas pernas?

- Madame Pomfrey! - Gritou Carina desesperada - Não consigo sentir minhas pernas! - Choramingou.

Sentiu alguém sussurrando algo para ela, mas não conseguia ouvir nada, sua preocupação era com suas pernas.

- Acalme Senhorita, suas perna vão voltar ao normal, mas devido ao que ocorreu, você está sem força para se curar - Explicou calma - Você precisa descansar, mas antes, se você pudesse me dizer o que aconteceu com você... - Acariciou a mão da menina - Não consegui corretamente perceber o que foi.

Carina olhou para os outros 7, todos estavam ali esperando para que ela falasse, mas à sua esquerda, estava Sirius, que não tinha saído de seu lado desde então, e estava acenando com a cabeça positivamente.

- Você pode confiar em nós, Car - Disse Sirius, a incentivando, e pela primeira vez em muito tempo, sentiu segurança em seu olhar.

- Eu levei 3 Crucius.. - Disse baixinho quase sussurrando, mas mesmo assim, ouviu exclamações de surpresa vindo de algumas vozes.

- Ah querida.. - Disse Pomfrey - Mas, Crucius não tem como deixar tanto sangue assim, preciso que me fale qual feitiço que usaram, irá facilitar seu processo de cura - Sorriu aconchegante.

- Eu não sei qual feitiço minha mãe usou.. Mas isso não foi de ontem - Olhou para ela enquanto falava.

- Entendo.. foi de quando? - Sirius apertou mais sua mão.

- Final de Novembro, eu acho - Olhou para suas mãos junto das de Sirius e o olhou - Obrigada - Sussurrou apenas para ele ouvir, ele assentiu.

- Os cortes devem ter sido abertos por conta da força da maldição Cruciatus - Carina estremeceu ao lembrar da sensação - Agora você precisa descansar querida, beba isso se quiser para dormir sem sonhos - Deixou a poção em cima da cômoda ao lado - Vou deixar vocês conversarem, mas só por 10 minutos, depois quero todo mundo fora! - Avisou e saiu de lá.

Todos os outros chegaram perto dela, James à olhava como se fosse algo delicado, como se ela pudesse se quebrar a qualquer hora.

- O que.. - Respirou fundo - O que aconteceu? - Olhou para seu primo.

- Você desmaiou na Comunal, nós trouxemos você aqui, estava sangrando muito - Respondeu James enrugando o nariz.

- O que aconteceu Car? - Perguntou seu primo, a menina olhou para o resto das pessoas lá e suspirou.

- Fui expulsa de casa - Disse simples, ouvindo James perguntar o porquê - Porque, eu não queria ser uma comensal - Sorriu triste.

Todos ali à olharam surpresa, achavam que Carina era aquela menina fria e grossa, que apreciava a lei do sangue puro mais que tudo, mas perceberam estar errados.

- No primeiro dia, todo mundo já vai saber - Enterrou seu rosto entre as mãos.

- Por que? - Perguntou James, novamente.

- Algumas famílias estavam lá quando aconteceu, tive que ser rápida - Sirius aceno com a cabeça para ela continuar - Peguei minha mala de roupas e um envelope de dinheiro, tive uns imprevisto aqui e ali - Disse se referindo aos Crucius - E vim para cá com pó de Flu, mas fui para a Comunal de vocês pois não consegui terminar de falar "Comunal da Sonserina" - Fechou os olhos.

- Por que? - Dessa vez quem perguntou foi uma menina loira, Carina achava que o nome dela era Marline, ou Marley, alguma coisa assim.

- Levei um Crucius vindo para cá - Puxou mais a coberta para seu queixo.

- Agora vamos deixar você descasar - Falou Sirius fechando suas cortinas.

Mas mesmo que tivesse fechado, Carina não era surda, e conseguia ouvir o que estavam conversando sobre ela.

- A gente faz alguma coisa? - Perguntou Remus.

- Lógico - Respondeu Sirius e James ao mesmo tempo, mas todos encararam o Potter estranhando a resposta.

- Vou ver se consigo contato com Andrômeda - Suspirou Sirius.

- Parece ser uma boa ideia - Respondeu Lily - Ela é uma boa pessoa, sabe - Sorriu - Ela que me salvou de Severus.

- Mas as vezes ela estava trabalhando com ele! - Exclamou Mary.

- Não acho - James piscou - Ela desmaiou na nossa frente - Olhou para todos ali - E ela tomou 3 Crucius, gente - Relembrou James - Além de que, ela foi deserdada - Olhou para a cama dela - Igual nosso cachorrão aqui - Bagunçou os cabelos de Sirius.

- E ela é minha prima gente, gostaria que vocês dessem uma chance para ela - Sorriu Sirius enquanto batia na mão de James para não mexer em seu cabelo.

Lupin estava viajando em sua mente pensando o que aconteceria a seguir, sentia que poderia confiar em Carina, mas ainda mantinha um pé atrás só por segurança.

- Moony? - Perguntou Sirius ao vê-lo viajando - O que está pensando?

- Eu acho que deveríamos dar uma chance, Se Sirius confia nela, eu também confio - Deu um sorriso à Sirius.

- Mesma coisa! - Exclamou James.

Assim, todos foram concordando, e Sirius agradeceu a Remus mentalmente por isso, Carina era sua prima e merecia ser protegida, amava ela, e sabia que ela o amava também, por mais que não demonstrava tanto.

- Peter? - Perguntou James ao ver que o mesmo não havia falado nada.

- Uh? Ah - Resmungou Pettigrew - Sim claro! Com certeza - Sorriu pequeno e Remus estranhou.

- Meninos! O que eu falei? - Gritou Pomfrey - Para fora! - Apontou para a porta - Agora!

- Mas Poppy.. - Implorou Sirius.

- Sem mas! Ela precisa descansar, vamos! Vamos! Andando! - Disse os empurrando em direção à saída.

James deu uma última olhada em Carina e pensou consigo que eles finalmente iriam ter confiança nela, mas ao mesmo tempo queria abraçá-la por tudo que ela passou, sentia pena dela, por ter uma família tão negligenciável.

Já Sirius, estava orgulhoso de sua prima, outra Black deserdada, pensou o mesmo, e ele ficou animado que agora poderiam ser amigos, pelo menos outro membro da família iria falar com o mesmo, e automaticamente lembrou de seu irmão.

Carina estava quase dormindo, mas imaginava aqueles olhos castanhos novamente para à acalmar, quem diria, o menino que estava a irritando por décadas estava a deixando em paz.

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