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𝟎𝟏𝟑. 𝗁𝗈𝗅𝗂𝖽𝖺𝗒'𝗌

𝐂𝐀𝐏𝐈́𝐓𝐔𝐋𝐎 𝐓𝐑𝐄𝐙𝐄
𝖿𝖾𝗋𝗂𝖺𝖽𝗈𝗌


𝐂𝐀𝐑𝐈𝐍𝐀 𝐉𝐀́ estava junto das outras pessoas dentro do trem e ir para casa, para suas famílias, por conta do feriado.

E o engraçado era que ela não estava rindo como eles, ela não estava feliz indo para lá, não queria ver o que chama de família, mas, ao menos em sua cabine, não estava quieto.

- Ok.. ok.. E o que a zebra disse para a mosca? - Perguntou Evan rindo.

- O que Evan? - Barty olhou para o mesmo sem achar graça.

- Você está na minha lista negra - Gargalhou Rosier, tão idiota ao ponto de rir de si mesmo.

Carina amava isso em Evan, nunca se abalava por nada, por mais que se preocupava com o mesmo as vezes por conta de seu probleminha com bebidas.

A menina resolveu encostar sua cabeça na janela e pensar um pouco, muita coisa tinha acontecido nesses últimos 3 meses, e isso estava gritante dentro de sua cabeça.

A próxima coisa que lembrava era acordar quando o trem já havia parado, estava sozinha na cabine, rapidamente pegou suas coisas e desceu do transporte com o rosto inchado.

A primeira coisa que viu foi sua irmã, Narcissa, e seu marido, a mesma deu um beijo rápido em sua cabeça e a reprimiu sobre não estar o suficiente apresentada, Lucius apenas balançou a cabeça em sinal de comprometimento.

Eles aparataram até a Mansão Black, e Carina passou direto por seus pais indo até seu quarto, só queria cavar um buraco em sua cama e se enfiar lá dentro.

Enquanto arrumava suas coisas, a Black ouviu um barulho de sopro perto de si, era Estel, com seus olhinhos redondos e brilhantes a olhando.

- Estel só queria dar boas vindas à senhora Carina, e avisar que madame Druella à pediu para se preparar que amanhã terá o jantar de natal, e haverá famílias ricas de sangue puro, do jeito que meus senhores gostam - Cruzou as mãozinhas perto do colo.

- Obrigada Estel, se puder, diga à ela para não se preocupar, já está tudo arrumado - Sorriu pequeno.

A elfa apenas confirmou com a cabeça e aparatou dali.

Carina ainda estava curiosa sobre essas famílias que apareceriam, mas ao mesmo tempo estava nervosa, e se isso for algum tipo de reunião de comensais? Ou, um evento para receber sua marca?

Tudo que ela queria era sair dali, fugir com Estel e ir para um lugar à quilômetros da Inglaterra, ela poderia ir ao Brasil, pensou, quem sabe poderia terminar seus estudos em Castelobruxo.

Mas saberia que seria impossível isso, mas um noivado foi quase a gota d'água, mais uma coisa e Carina sairia dos trilhos, esse era o medo dela, se descontrolar na frente de todo mundo, explodir.

A menina resolveu tomar um banho quente para relaxar, não adiantaria nada se remoer por algo que nem aconteceu, resolveu deixar as coisas para agirem conforme seus devidos momentos.

A mesma colocou seus pijamas e foi deitar, estava tão exausta que nem se deu ao trabalho de se cobrir com o lençol.

(...)

A Black acordou assustada, correu as mãos pelos cabelos e suspirou, outro pesadelo, era só chegar em sua casa, pensou.

Suas costas ardiam, era como se pegassem fogo, andou até seu espelho e tirou sua blusa, vendo as enormes cicatrizes que haviam lá, estavam inflamadas e vermelhas, procurou por alguma poção em seu banheiro e achou uma para dor, era o que tinha no momento.

A menina trocou de roupa e desceu para o andar abaixo, eram 6 da manhã, mas seus pais já estavam acordados, sua mãe dando ordens para Estel sobre a organização de hoje e seu pai bebendo whiskey sentando em sua poltrona lendo jornal.

Ela só pegou uma maçã e resolveu voltar para o quarto, até que sua mãe a chama:

- Carina! Você não acha melhor só comer uma pequena quantidade hoje no almoço? Você irá ficar uma baleia se continuar assim, ainda mais que temos um jantar importante hoje - Disse sorrindo cínica.

- Não acho que uma maçã irá me fazer rolar, mamãe - Respondeu a Black.

- Por que você não segue o exemplo de suas irmãs? Olhe para Narcissa, magra, bonita, casada e respeita as tradições familiares, você está em excesso de peso e seu cabelo está caindo, ao menos vai se casar logo - Acariciou o braço de Carina com a mão.

- E Andrômeda, mãe? Não quer que eu seja como ela? Ou ela simplesmente parou de ser família? - Se alterou.

- Ela é uma vergonha para nosso sangue, nunca irá ser uma Black de verdade, é só mais uma traidora de sangue imunda - Ajeitou seu vestido.

- Ela é minha irmã! E eu não lembro dela! Tem noção do que é isso? Saber que sua própria mãe está te proibindo de ver sua irmã? - Gritou Carina.

- Cale-se! Já chega! Vá para seu quarto se arrumar, e me dê isso - Falou tomando a maçã de sua filha.

A Black mais nova riu em indignação, não entendia como nunca tinha percebido o quanto sua mãe só ligava para essa bobagem de puro sangue.

E ficou ainda mais indignada ao perceber que seu pai nem tentou intervir, ou fazer algum comentário.

As vezes só queria gritar, berrar e urrar muito alto, até que todos os vidros estejam quebrados, sentia muita raiva no momento.

E para não descontar em sua mãe resolveu subir, e realmente iria se arrumar, pelo menos algo de útil iria tentar fazer.

Mas de qualquer forma, ainda sentia aquele formigamento em seu pulmão, a implorando para se mexer, fazer alguma coisa, para se sentir viva.

A dor de cabeça estava forte e não conseguia ver muito depois de subir as escadas, sua visão estava turva, e se sentia tonta, não, de novo não, pensou.

Sua visão começou a desfocar e seu coração à bater rápido, já conseguia sentir sua respiração acelerada, tentou contar de 3 em 3, mas nada adiantava.

Estava sozinha, de novo, seu corpo todo tremia enquanto ela o forçava a se manter firme, ela segurou no batente de sua porta e a fechou.

Por mais que poderia chorar em paz, não queria das esse gostinho à sua mãe. A apoiou sua testa em seus braços e se concentrou em seu pés.

Ela não recomendava essa dor para ninguém, nem mesmo seu pior inimigo.

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