𝟎𝟎𝟖. 𝖻𝗅𝗈𝗈𝖽
𝐂𝐀𝐏𝐈́𝐓𝐔𝐋𝐎 𝐎𝐈𝐓𝐎
𝗌𝖺𝗇𝗀𝗎𝖾
𝐑𝐄𝐆𝐔𝐋𝐔𝐒 𝐓𝐈𝐍𝐇𝐀 ido embora, tinha voltado a Hogwarts, e como previsto, Carina teve que ficar por mais uma semana. Agora estava seus pais e ela. Estel a avisou que Druella e Cygnus a estavam esperando no escritório de seu pai. Não tinha feito nada errado, ela se perguntava o porque disso.
Assim que abriu a porta, sua mãe a puxou para dentro e trancou a porta, eram poucas vezes que Carina tinha permissão para entrar ali, então não desperdiçou e analisou o cômodo, era amplo, perfeito para seu pai.
- Carina, a chamamos aqui para discutir seu comportamento, agora que seu noivo foi embora - Disse Cygnus, mas a única palavra que ela ouviu foi noivo, ainda era esquisito, passou pela sua mente se algum dia ia deixar de ser.
- O que quer dizer com isso? - Perguntou a mesma arqueando levemente as sobrancelhas.
- Severus, nos contou que anda falando com o deserdado - Maldito, pensou Carina, tinha falado uma vez com Sirius no trem, provavelmente Snape deve ter ouvido e resolveu a atormentar, ela se xingou mentalmente por não ter visto isso - Você sabe que é extremamente proibido falar, ao menos chegar perto de traidores de sangue - Cuspiu seu pai olhando-a com nojo. Carina ficou calada.
- Sua imunda! - Gritou sua mãe - Não vai ao menos falar nada?
E antes mesmo que ela pudesse falar algo, Druella lançou Impedimenta, fazendo com que Carina bata as costas na parede a fazendo gemer de dor. Cygnus encarava aquilo com divertimento e Carina o olhou com desapontamento, não era a primeira vez que isso acontecia, mas toda vez parecia ser a primeira, sempre a mesma dor de decepção. Antes que pudesse se levantar, sua mãe lançou outra azaração que prendia suas mãos em cordas, e quando menos esperava sentiu a dor de vários cortes sendo feitos em sua costas. Druella vendo o sofrimento de sua filha, pegou na mão do marido carinhosamente e o levou até fora do quarto, a única coisa que Carina ouviu foi a porta sendo trancada.
A Black se debatia para tentar soltar das cordas, mesmo que cada vez que fizesse isso, seus cortes se esticavam. Estava tudo escuro, ela não conseguia ver nada, só queria ajuda, e com esse pensamento, desmaiou.
(...)
Regulus estava inquieto, não conseguia prestar atenção nas aulas, viu o quão Carina estava emotiva e se sentiu mal por deixá-la assim, mas não poderia ficar, sabia disso.
Assim que chegou em Hogwarts, Potter ficou o encarando, provavelmente se perguntando o porquê de sua prima não voltou junto com ele. Regulus não conseguia nem conversar com seus amigos, não contou a eles sobre o noivado, não tinha coragem, nenhum de seus amigos perguntou porque Carina não estava junto deles, então não sentiu vontade de explicar.
Regulus estava no Salão Principal, brincando com sua comida, não sentindo fome e nem vontade de falar. Ficava encarando seu anel frequentemente, não gostava da ideia de casar a força, queria fazer algo sobre isso, mas tinha medo, medo de algo acontecer a ele, ou Carina. Desde que Sirius foi embora, ele era o herdeiro Black, e com isso vinha a pressão da perfeição, estava começando a entender o porque de seu irmão ter fugido, e as vezes desejava ter sua coragem, ao menos coragem para falar com ele novamente.
Assim que a comida sumiu, se levantou e andou em direção a comunal da Sonserina, mas parou ao sentir uma mão apertando seu braço. Regulus se virou e viu James Potter, estranhou mas decidiu ouvir-lo.
- Onde ela está? - Perguntou Potter falando baixo e apertando mais seu braço.
- Quem? - Regulus sabia quem, mas não iria falar assim tão fácil.
- Sua prima. Onde ela está? - Repetiu. Regulus se soltou do aperto e saiu sem olhar para trás, James estava estático o olhando ir embora.
Regulus só queria esquecer tudo isso, deitar em sua cama e dormir, pelo menos assim ele tem um pouco de descanso.
(...)
Carina acordou se sentindo tonta, sentiu a corda rasgando sua pele e se lembrou do que aconteceu, se perguntou quanto tempo passou desacordada, e a quanto tempo estava ali. Sua cabeça doía, como se houvesse um martelo a martelando o tempo todo, ouvia um zunido e presumiu que era pelo seu estado, sua blusa estava manchada de sangue e seu pulso ardia. Sua garganta estava começando a queimar, precisava de água, sabia disso.
Ela quis desmaiar de novo, a dor estava começando a ficar insuportável, e seus cortes já deveriam estar inflamados. Ela quis Hogwarts, quis sua cama em seu dormitório. Ela quis Regulus, desejava que ele nunca tivesse saído, desejava que Snape apodrecesse no inferno.
Pensar estava começando a doer, e ela resolveu fechar os olhos, sentiu a unha ficando sua mão novamente, e dessa vez gostou do sentimento, pelo menos iria distraí-la. Seu coração palpitava forte, sua respiração estava fraca e não sentia mais forças para tentar sair dali.
Tentou lembrar de Dora, sua única amiga, sua melhor amiga, tentou se lembrar de quando se conheceram, de quando fofocavam juntas, do sorriso dela ao falar de Xenophilius, de suas teorias malucas. Pandora era especial, era seu porto-seguro, amava ela, mesmo que nunca a dissesse isso, Dora sabia, ela sempre soube.
A Black sentiu ódio de seus pais, e pela primeira vez viu que isso não era amor, ela queria sentir amor, e a partir daí se prometeu que seria uma mãe muito melhor para seus filhos, nem que se precisasse morrer para isso.
Amava seus pais, sabia que sim, nunca que conseguiria odiá-los, mas nesse momento quis nunca mais voltar para essa casa, para esse cômodo, quis fugir de seus pais, de suas irmãs, quis ser como Andrômeda, desejou ter sua coragem, e começou a entender o porquê dela não falar com Carina, deve pensar que seria igual seus pais, igual suas irmãs, e desejou um dia conseguir falar para ela isso, falar que entendia ela, que não tinha raiva.
E Carina queria sair viva dali, precisava sair viva dali, e iria lutar com todo seu sangue para isso.
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