Capítulo Quarenta e Seis | Face To Face
Demonstrando os meus medos até eu conseguir encará-los
Deixando minhas lágrimas caírem até eu conseguir saboreá-las
Como posso saber para onde você e eu vamos?
Caramba, espero que você volte para casa
Come Back Home | Sofia Carson
━ ANY GABRIELLY
EUA · New York · Manhattan
Faz quase uma semana desde a fuga de Josh e desde então não consigo dormir uma noite inteira sem ter uma crise de preocupação e pura ansiedade. Ele disse que eu não poderia encontrá-lo por um tempo e que não deveria me preocupar, mas é inevitável.
A cada pensamento que tenho boa parte é sobre ele e o que ele está passando no momento atual, se está em um lugar seguro, se também pensa em mim como eu penso nele.
Ele disse que continua me amando, eu sei que é verdade, porque algo tão potente e forte como o amor não acaba de uma hora para outra, ainda que eu tenha errado muito.
Eu não sei se ele me perdoou, se vai nos dar uma chance. Eu apenas quero que ele fique bem e seguro, por isso eu aceitei a proposta de Noah e me aliei a ele. Agora preciso inventar uma mentira para meus superiores, para que assim eu consiga retornar para Las Vegas sem precisar fugir, abandonando tudo sem explicações.
Meu nome foi chamado e eu entrei na sala do meu chefe. A reunião começou e terminou rápido, ainda que tenha tido muita resistência e hesitação eu consegui o que queria.
Uma boa postura e uma fala limpa com autoconfiança pode ser mais eficazes do que muitas armas de fogo.
Neste mundo as pessoas te ajudam esperando algo em troca, nada é de graça, ou seja, apenas aceite se você tiver um preço a pagar ou dar para eles.
Eu encontrei Joalin no lado de fora do prédio, com uma roupa toda preta e um boné camuflado.
- Conseguiu? - ela questionou com expectativa cintilando em seus olhos azulados.
- Sim, vamos para Las Vegas. - ela sorriu brilhantemente e lançou um braço por cima dos meus ombros. Saímos em direção ao meu carro.
- Vou ter que passar no departamento para ajeitar as coisas e anunciar um substituto temporário. - falei e a loira mordeu o lábio inferior, pensativa.
- Eu vou ficar escondida no carro, quero esperar por você, caso não demore muito. - ela disse me encarando.
- Não vou. - sorri e segui a rota.
E foi como eu disse não demorei, por ordem dos meus superiores Maxwell voltou ao posto não tão contente, mas satisfeito em saber que seria por pouco tempo. Ele odeia ser o chefe.
- Se cuida, menina. Acabe com eles e salve seu casamento. Sei que sabe que não gostei tanto do seu marido, mas ele te ama e você ama ele, quero que seja feliz, porque você merece. - Maxwell disse em nossa despedida.
- Obrigada, Max! Se cuida também e fique de olho na Sav por mim.
- Acho que já tem de olho nela. - ele falou e eu franzi a testa.
- Ela está trocando muitos olhares com um agente. - ele disse com um sorriso malicioso.
- Ótimo, pelo menos ela está vivendo, sua vida ficou muito conturbada desde que por minha causa tantas coisas aconteceram a todos vocês. - forcei um sorriso e o abracei uma última vez.
- Você não teve culpa, mas agora precisa ser ainda mais forte para destruir os verdadeiros culpados. Eu acredito em você, sei que vai dar tudo certo. Tchau! - ele acenou e eu acenei de volta.
No meu carro, coloquei minha bolsa no banco traseiro e entreguei a chave do automóvel para Joalin dirigir até nosso local de encontro com Noah.
Ao chegarmos, peguei minhas malas no carro e também minha bolsa e Joalin me ajudou a carrega-las até o carro que nos aguardava. Joalin deu a chave do meu carro para um dos homens de Noah que deixaria ele em seu devido lugar, já que é alugado.
No carro estava Noah e seu segurança no banco do motorista.
- Deu certo. - eu disse assim que entrei no automóvel. Ele se virou para nós e sorriu satisfeito.
Fomos até o local onde fica guardado o jatinho particular do Sr. Urrea e em pouco tempo embarcamos e foi levantado vôo.
...
O carro parou em frente aos enormes portões da propriedade de Henry. Assim que anunciei minha chegada a entrada foi liberada e Henry estava do lado de fora junto a Giulia com sua barriguinha, quase imperceptível, de grávida.
Eu sai do carro, Joalin e o Sr. Urrea saíram em seguida. Henry nos encarou com os olhos semicerrados em confusão e desconfiança.
- Any! - Giulia correu para mim e me agarrou em um forte abraço aconchegante. - Senti sua falta!
- Também senti. Como vai o bebê e a mamãe dele? - eu acariciei a barriga de Giulia.
- Ele está bem, mas eu estou morrendo de enjôo. - ela disse com uma careta, mas logo sorriu. - Estou feliz também, porque você veio. Josh também está de volta?
Ela questionou e eu neguei.
Ficamos em um silêncio estranho que logo foi cortado por Henry.
- O que ele está fazendo aqui? - ele estava se mantendo firme e neutro, mas havia uma certa raiva.
- Temos que ter uma longa conversa, Boss. - Noah deu um sorriso debochado que fez Henry estralar os ossos dos dedos que estão firmes em punhos.
O silêncio reinou por alguns instantes.
- Vamos para meu escritório. - Henry anunciou, saindo e pisando duro. Nós fomos atrás dele até seu escritório.
Noah e eu nos sentamos e Joalin optou ficar de pé. Henry se alinhou em sua cadeira revestida por couro.
- Expliquem-me! - ele exigiu.
- Você lembra do contrato da década de oitenta em que nossos antecessores? - Noah perguntou para Henry.
- É claro que eu me lembro, foi o fodido trato que vocês da famiglia quebraram. - Henry zombou.
- Isso está ligado aos nosso antecessores, não a nós. - Noah falou entredentes. Os dois estão com os nervos aflorados.
A pura rivalidade masculina e a necessidade de mostrar quem é o mais poderoso, quem comanda o território.
- Sejamos maduros, senhores. - eu falei séria e eles respiraram profundamente.
- Sílvio quem o quebrou, traindo não só a Camorra, mas também a famiglia. Nós não nos responsabilizamos pelos atos dele depois que ele cometeu o erro grave, mas meu pai ainda foi misericordioso em o deixar vivo. Mas, hoje, por tudo o que ele está fazendo eu terei que tomar providências. - Noah falou firmemente. - Sílvio não está mexendo apenas com a Camorra, mas com todos nós. Eu ajudei Hunter a pouco tempo e disse que queria a volta do contrato, mas ele rejeitou. Então penso que devemos tentar algo novo.
Enquanto Noah fala Henry alisa o queixo por cima da barba, em uma atitude de alguém que está pensativo com as declarações dadas agora.
- Que tipo de algo novo?
- Tenho a total certeza que se nos aliarmos somos capazes de derruba-los sem fazer muito esforço. Então por que não unir forças e terminar com essa intriga de uma vez por todas? - Sr. Urrea sugeriu.
Eu olhei para Henry, que passou a me encarar, com expectativa. Essa é a nossa melhor chance de acabar com uma guerra antiga que ultrapassou uma geração.
Henry suspirou.
- Teremos que imprimir um contrato. - ele disse.
- Somos homens de palavras, papéis são só papéis. - Noah disse querendo apressar os negócios.
- Não confio em você, Urrea. - Henry murmurou. - Mas eu aceito o trato.
Ele levantou e esticou ao mão. Noah levantou e a apertou.
Olhei para Joalin e nós sorrimos vitoriosas.
Esse é o passo que precisávamos dar para finalmente por um fim a toda essa confusão absurda.
- Você já tem onde ficar? - Henry perguntou a Noah.
- Tenho, te passo as informações necessárias e nos encontramos amanhã de manhã.
- Aqui em minha casa, às sete. - Henry disse, ambos concordaram e assim finalizou a conversa.
Noah seguiu sozinho para seu lugar secreto. Joalin e eu permanecemos no escritório.
- Henry, essa é a Joalin, a irmã de Josh, a criada pelo Cavallaro. - eu apresentei.
- Eu já ouvi tanto falar de você. - ele disse a cumprimentando, um pouco simpático. - Assim que Josh resolver aparecer ele ficará contente em te ver. Aliás, já tem informações sobre o paradeiro dele, Any?
- Eu ficarei mais. - Joalin disse em sua postura séria, um pouco intimidada pelo Henry.
- Não, eu estou tentando, mas ele parece ter sumido do mapa. - contei e ele suspirou frustrado.
- Ele quer nos deixar loucos com isso, sabe? Pelo o que eu fiz. - ele passou a mão pela cabeça.
- Nós dois cometemos erros, mas Josh entenderá que foi para o bem dele. - eu tentei ser positiva.
- Espero, não gosto do pensamento de perder meu irmão caçula. - ele sussurrou baixinho.
- Você não vai. Agora se me der licença, tenho que ir. - ele assentiu.
- Meu motorista as levará para casa. - ele falou antes que saíssemos.
O caminho foi rápido até minha casa, eu cheguei e fui recebida por Sávio, Sofya e Thor, que estavam juntos no jardim de casa.
- Sra. Beauchamp. - Sofya me abraçou apertado.
Thor, latindo, pulou em minhas pernas abanando o rabinho.
- Como você está, Sofya? - eu sorri e a soltei.
- Eu estou bem. - ela sorriu. - O Sr. Beauchamp não veio? - ela franziu a testa.
- Não, mas logo ele voltará. - eu acariciei o rosto fofo dela. Me abaixei para alcançar Thor. - Oi, pequeno que já está grandinho.
O cachorro lambeu minha mão e pulou em mim, quase me derrubando com tudo no chão.
- Sofya, essa é a Joalin, irmã do Josh. - eu apresentei e Sofya arregalou os olhos e foi abraçar Joalin.
- Josh me disse um pouquinho sobre você. - Sofya disse para Joalin, com um sorriso genuíno.
- Ainda não o vi, mas Any me disse um pouco sobre você e mais sobre ele. - Joalin disse simpática. - Fico feliz que ele arranjou uma nova irmãzinha.
- Sério? - Sofya perguntou, mordendo o lábio inferior. - Eu não estou aqui para roubar ele de você, nem de ninguém.
- Eu sei que não, fiquei muito contente em saber o que ele fez por você. Josh é um irmão sensacional.
- Sim. - Sofya disse com os olhos lacrimenjantes.
- Entrem meninas, eu vou ajudar Sávio a levar as malas. - falei e Sofya foi mostrar a mansão para Joalin.
- Você está estranho, Sávio. - eu murmurei, enquanto carrego minha bolsa e ele as malas.
- Eu estou sentindo uma sensação estranha. - ele disse meio distante.
- Que tipo de sensação?
- Nada demais, é coisa minha. - ele falou sem dar-me abertura. Fiquei quieta e segui com ele para meu quarto, com as minhas coisas, após deixar as de Joalin num quarto de hóspedes extra.
O bom dessa casa é a variedade de quartos, parece que não acaba nunca.
Ao mais tardar com meu banho tomado, depois de ter acomodado Joalin e ter conversado com ela e Sofya, retornei para meu quarto e cai em um sono profundo, graças ao cansaço.
Sinto a sensação estranha de estar sendo observada, quando olho para trás encontro Josh na ponta de um penhasco após uma floresta densa. Suas vestes brancas estão manchadas de sangue e seus olhos estão vermelhos e inchados.
- Josh. - eu grito chamando por ele. Ele está de costas para mim, virado para a ponta do penhasco. Ele parece não me ouvir.
Eu grito mais, mas ele não me escuta.
Eu tento me mover, mas não consigo.
- Meu amor, sai dai! - eu grito sentindo as lágrimas descerem.
Um homem aparece ele está todo de preto e eu não posso ver seu rosto, ele é pouco maior que Josh e quando fica atrás dele o esconde da minha vista.
Eu puxo o ar dos meus pulmões e grito perdendo todo meu fôlego.
- Não toque nele! Não, Não, Não! - eu grito, tentando lutar contra a força sombria que mantém meu corpo imóvel, congelado.
Quando vejo o homem se afasta ao empurrar Josh. Num piscar o homem desaparece e a força sombria me libera, eu corro até a ponta e vejo Josh caindo.
Eu grito.
Grito.
Grito.
Mas nada posso fazer para mudar isso.
Ele caiu e eu não pude impedir.
Eu respiro ofegante e me levanto num impulso. Olho para um lado e para o outro, sentindo uma dor cavando em meu peito.
- Foi um pesadelo. - sussurro para mim mesma, arranhando meu peito.
Meus olhos estão lacrimejando.
- Apenas um pesadelo. - uma voz soa e eu grito.
- PORRA. - eu grito e xingo ao mesmo tempo ao ver a sombra alta e imponente, perto da porta da sacada do quarto.
- Shhh, não faça barulho, querida. - a sombra se aproxima e eu reconheço a silhueta.
Eu pulo para fora da cama de abrupto e lanço meus braços ao redor do corpo forte dele.
- Josh. - eu soluço, o apertando em meu abraço. - Você me assustou.
Ele me envolve com seus braços e me aperta contra seu peito duro. Minhas lágrimas molham o moletom escuro que ele está usando, mas ele parece não se importar e nem eu me importo com esse detalhe.
Eu suspiro de alívio por tê-lo agora.
- Eu senti sua falta, tanto. - eu murmuro contra a curvatura do pescoço dele.
Os dedos dele se prendem nos meus cachos e ele acaricia-me com cuidado.
- Me perdoa, por tudo. - eu falo repetidamente. - Eu cometi muitos erros com você.
- Shhh, amor. - ele beija minha testa e logo a ponta do meu nariz. - Vamos deixar isso para outra hora, vamos descansar.
Ele diz baixo, me levando até a nossa cama.
- Mas você me perdoa? - eu pergunto tentando secar as lágrimas.
- Any, shhh, depois vamos conversar. - ele repete.
Eu decido me calar. Josh me deita na cama e me enrola no edredom.
- Deita aqui. - eu peço, batendo ao meu lado na cama. Ele puxa o moletom por cima da cabeça e junto vai a blusa também.
Ele se deita ao meu lado e eu encosto minha cabeça em seu peito, ouvindo o bater forte de seu coração. O coração que eu quebrei em parte naquele dia.
Meu peito dói em arrependimento, ou remorso.
- Você voltou para ficar? Ficar comigo? - eu questionei sonolenta.
- Sim, Any. Mas também voltei para acabar com tudo isso de vez. - ele disse baixo.
- Eu te amo. - sussurro.
- E eu amo você. - ele sussurra de volta.
Eu traço uma ferida que está cicatrizando em seu abdômen.
Senhor, por favor, tudo o que eu te peço é que ele sempre fique bem e seguro, mesmo que o Senhor precise me levar para longe dele.
Eu pedi em minha sonolência antes de adormecer nos braços do meu lindo marido.
To be continued???
As coisas tão começando a caminhar para a finalização, graças!
Eles juntinhos de novo, quem pediu?
sou tão rendida por eles que fiz uma pasta no Pinterest só pra essa fic!
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