Capítulo Cinco | Fire And Water
Eles me julgam como um livro de imagens
Pelas cores como se esqueceram de ler
Acho que somos como fogo e água
Acho que somos como vento e mar
Enquanto você queima, eu esfrio
Brooklyn Baby | Lana Del Rey
━ ANY GABRIELLY
EUA · Nevada · Las Vegas
Seguindo o homem de um metro e noventa e sendo, ao mesmo tempo, guiada por Josh que tem a palma de sua mão espalmada em minhas costas, sigo um caminho pelos longos corredores da mansão exuberante. Depois daquele sorriso que me causou calafrios o capo se direcionou em uma direção única sem dizer absolutamente nada.
Tentando controlar todas as minhas emoções eu respiro fundo, mas não sei se foi o suficiente para disfarçar minha ansiedade que costuma ser evidente. Por um lado acho que funcionou, eles não deram a mínima bola para isso.
Uma porta de madeira maciça no final do corredor foi aberta revelando um escritório enorme, composto por uma das paredes decoradas por prateleiras preenchidas por diversos livros, outra por um quadro enorme e abstrato, e as outras duas tem janelas francesas.
O homem se sentou na cadeira principal e Josh e eu nos sentamos nas cadeiras a sua frente, como ele ordenou com um simples aceno.
- Any Gabrielly, você é uma mulher esperta. - o Capo começou a falar não me olhando diretamente, pois sua atenção estava no iPad que ele pegou em mãos.
- É o que dizem. - falei vagamente o analisando.
- Já sabe o que veio fazer aqui? - ele questionou.
- Por alto, não obtive detalhes aprofundados. - respondi remotamente. O loiro a minha frente passou a me encarar, enquanto Josh ao meu lado se mantêm quieto.
- Então vou ser objetivo, rodeios não combinam comigo. - ele deu mais uma vez aquele sorriso lindo, mas também assustador e eu odeio a ideia de no momento parecer uma garota indefesa.
Porque eu não sou.
- Gosto disso. - eu sorri também.
- Sabe sobre Matteo Bianchi e o tráfico, você quase o capturou e quase o matou, mas falhou. - ele arrastou a última palavra. - Mas eu sei que foi propositalmente.
- Por que eu faria isso? - eu questionei querendo entender até onde ele sabia e sobre o que ele pensa ao meu respeito.
- Conhece essa mulher. - ele afirmou mostrando para mim no tablet que estava segurando a foto de Heyoon Jeong. - Ela trabalhou com você por um tempo e foi sequestrada, foi feita de refém e agora está desaparecida.
- Sim, aonde quer chegar?
- Na verdade que te trouxe até nós. - o sorriso no rosto dele cresceu e eu olhei para Josh que me olhou de volta. Um olhar indescritível.
Eu não sei definir Josh Beauchamp em outras palavras que não sejam: Frio, Calado, Quente e Gritante.
Ele é uma mistura ousada cheia de contradições.
Sua postura é de alguém que não tem qualquer sensibilidade a emoções, mas quando a gente o olha com atenção vê uma mistura de uma personalidade fria, mas uma pessoa quente como o inferno. O que o faz ser gritante é toda essa mistura que mexe com a nossa lógica, ele é silencioso, mas desde sua beleza até seu jeito enigmático grita.
Realmente diferente, talvez, ou obviamente, único.
Uma batida na porta ecoou e o loiro a minha frente permitiu a entrada da pessoa.
Eu me virei ao ouvir os passos mais firmes devido ao salto alto que Heyoon Jeong está usando.
Ela adentrou o escritório vestida com um elegante vestido preto e alguns acessórios caros. Ela está diferente do que eu costumei ver por um tempo.
Está mais bonita.
- Oi Any. - ela acenou se aproximando. Eu me levantei e fui até ela.
- Você está bem? Estávamos te procurando. - eu falei tocando o rosto dela.
- Estou bem, não tem com o que se preocupar. - ela disse sorrindo e se afastou de mim para ir até o loiro do outro lado.
- Heyoon vai te explicar em parte. - ele falou e ela ficou parada ao lado dele com os braços cruzados.
Eu estou realmente tentando entender o que está acontecendo.
- Depois que me infiltrei e os Black Poison me descobriram, me trouxeram para cá. Eles iriam me matar, mas viram em mim uma utilidade. - ela contou não revelando como a descobriram. - Durante nossa missão antes da morte de Lilith eu descobri algo sobre você sem querer.
Eu franzi a testa vendo um certo receio em suas feições.
- O que? - questionei. Por dentro me roendo de ansiedade.
- Seu pai é Sílvio Vittielo. - o Capo disse abrindo um sorriso que me fez sentir um embrulho no estômago.
Porra.
- Esse sobrenome já não significa muito? - Josh, que até então estava em silêncio, se pronunciou.
- Ele estava a sua procura, eu nunca disse porque fui ameaçada e perseguida, então eu cai nas mãos da Camorra e aceitei a proposta de trabalhar para eles. Eu tive que contar, senão era nossas vidas em risco. - Heyoon declarou como se pedisse desculpas, mas não diretamente.
Eu soltei o ar que não percebi estar prendendo.
- Se não pretendem me matar agora o que querem comigo? - eu perguntei me mantendo neutra.
Porém, por dentro estou tentando não colapsar. Tudo o que eu tanto lutei para esconder, facilmente, foi descoberto pelas merdas dos mafiosos mais cruéis já falados.
- Ninguém sabia que Sílvio tinha uma filha, mas Heyoon, uma simples agente sem a mínima intenção descobriu toda uma verdade escondida, então não sabemos ao certo o que fez você fugir das garras dele, apenas queremos usar isso ao nosso favor. - ele disse não respondendo nada claro.
- O que ele quer dizer é que por algum motivo sórdido você se revoltou contra Sílvio e resolveu seguir uma vida falsa como uma honesta policial. Sílvio cometeu um erro imperdoável e nós queremos a cabeça dele, é para isso que precisamos de você. Para que juntos possamos dar um basta nas atrocidades cometidas pelo seu pai. - Josh explicou.
Eu fiquei em completo silêncio.
- O seu trabalho será o retorno para a Famiglia e a destruição do império imundo dele. - o Capo falou com um sorriso sombrio.
- E por que eu aceitaria isso? Ele ainda é o meu pai. - eu tentei retrucar.
- Não tente fugir do que você já sabe que será o destino dele. - o Capo se levantou. - Ele não foi bom para você, é por isso que se deixou frágil naquela noite sabendo dos riscos depois de ter assumido uma missão.
- Eu sei que tem sublinarmente procurado qualquer apoio, e por que não os camorristas? Somos considerados os piores e também os melhores. - Josh disse se levantando também.
Eu não disse nada, apenas me levantei.
- Antes do seu retorno trabalhará com Hunter, ambos farão a preparação de todo o plano. - o loiro ao lado de Heyoon disse mesmo sem eu ter dito se eu faria parte ou não.
Porque a realidade é que eu não tenho outra escolha.
Um mal precisa ser arrancado pela raíz.
O que resta saber é por onde ele se inicia.
...
Após algumas horas do retorno para a casa de Josh, eu estava pensando e repensando em meu passado até eu chegar em meu atual estado. O loiro estava escondido em algum lugar da casa e eu trancafiada dentro do quarto, ainda que a porta não esteja mais trancada.
Ele havia me dado a mínima liberdade de caminhar pela casa totalmente seguro de que que não tenho como fugir para longe.
Eu também não me arriscaria quando fui eu quem lutei para chegar aqui.
O passado com meu pai não era mais algo que somente eu sabia, mas agora mafiosos tão poderosos quanto tinham o conhecimento de minha existência e da minha batalha para acabar com a merda que meu pai tem feito desde que tomou o lugar do meu avô. Muitos o vêem como temido, mas também amado, ele fingi ter princípios, mas só eu conheço a verdadeira face de Sílvio Vittielo.
O meu progenitor é um dos homens mais repugnantes que eu conheço, e olha eu já me deparei com os piores tipos.
Eu deixei o quarto para ir atrás de Josh pela casa afim de tirar uma dúvida que permeou minha mente.
Eu procurei pelos dois andares até ouvir o ecoar baixo de uma música do Elvis Presley, eu procurei pelo lugar de onde a música vinha e em poucos segundos encontrei o cômodo nos fundos da casa. Uma academia de treino.
Com direito aos mais modernos tipos de máquinas para treinos corporais, desde os de academia até para os de combate corporal. Josh estava no ringue acompanhado de um homem que eu não conhecia.
Provavelmente alguns de seus parceiros de trabalho.
Ambos estão com um short de luta e os troncos desforrados e reluzentes de suor, enquanto um ataca o outro. Eu parei na porta vendo eles lutarem brutalmente.
O sangue escorre dos lábios de Josh e do supercílio do homem de cabelos castanhos e jogados para trás.
Eu fiquei observando por um longo tempo um sendo o saco de pancadas do outro, até a música acabar e um telefone começar a tocar.
A atenção foi voltada para mim.
Os homens saíram do ringue tirando as luvas. O moreno fez um aceno de cabeça e correu até o telefone que estava do outro lado do cômodo. Josh pegou uma garrafa de água e bebeu pela metade jogando o resto na cabeça deixando escorrer cada gotícula do seu belo rosto marcado até o abdômen definido por músculos firmes.
Me esforcei para não arfar diante da visão tentadora.
Ele veio até mim se secando com uma toalha.
- Quer algo? - ele perguntou.
- Não. - eu neguei porque no momento não consigo nem raciocinar como uma pessoa decente. - Depois nos falamos.
Eu ia voltar para o quarto, mas ele agarrou meu pulso demorando com sua mão ali.
- Deixe-me te apresentar Luca, ele é como o subchefe. - ele disse neutro e eu concordei.
Josh me soltou e nós seguimos juntos até o homem que terminava a ligação.
- É a Kiara? - Josh perguntou.
- Sim, ela está naqueles dias e precisa de mim. - falou o homem se virando para nós.
- Bom, então deve ajuda-la. - eu me intrometi.
- Você é a Any. - Luca disse e esticou a mão para mim.
- Você é o Luca. - ele assentiu.
- Realmente tenho que socorre-la, espero que faça um bom trabalho como tem feito no FBI. - ele disse pegando uma bolsa e vestindo uma blusa.
- Eu vou. - falei curta vendo que ele estava realmente com pressa.
- Eu tenho que voar, trarei Kiara aqui em breve. - Luca disse antes de sair as pressas.
Eu sorri.
- Ele é simpático. - falei cruzando os braços me virando para Josh.
- Não se engane, ele é o pior de todos, só Kiara para domina-lo. - falou também com os braços cruzados.
- É a mulher dele? - perguntei curiosa.
- Sim, são loucos um pelo outro, ela é a única pessoa a conseguir o melhor dele.
- Bom para ela. - falei mordendo meu lábio inferior.
- O que você quer? - me questionou.
- Quando eu terei que retornar? - perguntei e ele descruzou os braços.
- O quanto antes melhor, mas não empurraremos para a cova dos leões sem antes ter um pingo de fé para sobreviver. - ele falou citando uma das poucas passagens que eu conhecia.
- Eu tenho confiança. - falei e ele quase riu.
- Nós temos muito o que ver antes disso, não se preocupe com o tempo.
- Vocês brigam como animais. - falei vendo a boca dele inchada e o um roxo no rosto e por seu abdômen.
- Hoje pegamos leve. - falou tirando os shorts ficando apenas com uma cueca boxer na minha frente. Eu fiquei estática.
Caralho.
Ele pegou o short na mão e saiu andando para o interior da casa indo até o elevador que dá para ir para o segundo andar, caso seja preguiçoso demais para não querer usar as escadas. Eu o segui calada.
- É a minha sombra agora? - questionou. No espelho do elevador ele me encarou através do reflexo.
- Sou. - respondi balançando os ombros.
- Eu vou sair, então já que é minha sombra se vista com algo para uma festa. - ele disse saindo do elevador assim que o mesmo parou de portas abertas.
- Que tipo de festa? - perguntei.
- Do tipo que se vai para curtir a noite. - falou seguindo para o quarto dele. Eu analisei ele de costas para mim enquanto caminha pelo corredor revestido apenas pela boxer preta que marcar o volume generoso da bunda.
Muitas mulheres invejariam uma bunda dessas.
Eu asfastei todos os pensamentos maliciosos com relação a ele e fui me arrumar do tipo para quem vai a uma festa para curtir a noite, como ele mesmo disse.
To be continued???
Muitas garotas já invejam ele Any, não só as garotas.
Logo mais vocês vão conhecer as mulheres da Camorra. Elas são incríveis!
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