𖠵ฺ۟ ⃟👾↷ Hitoshi Shinsou x Fem Reader

Onde ❲Nᴏᴍᴇ❳ não entende
o porquê de seu namora-
do estar estranho de re-
pente e depois de um jo-
go eles conseguem con-
versar.

⏤ ⏤ ✎ Ou 'ˎ-

Onde Shinsou se questio-
na sobre seu namoro, co-
meçando a nutrir insegu-
ranças.↶🔮◌໋̼݊ꓸ

Senti alguém balançar o meu ombro de forma delicada na intenção de me acordar aos poucos, abri os meus olhos aos poucos conseguindo distinguir a imagem de Shinsou ajoelhado na minha frente.

- O que foi?- Perguntei sonolenta sentindo o tecido do casaco que me cobria escorregar pelos meus braços. Sorri involuntariamente ao perceber toda a atenção que ele teve comigo.- Está ajoelhado porque planeja me pedir em casamento de uma vez por todas? É isso?- Sorri ao ver suas bochechas assumirem um tom avermelhado de puro constrangimento. Bom, ele que lute, me escolheu porque quis e sabia da minha doideira e falta de papas na língua.

- Não, ainda não é isso. Apenas chegamos no acampamento.- Como se fosse um passe de mágica, meus olhos se arregalaram e toda a energia do universo se concentrou em mim. Me levantei animada o puxando para sairmos daquele ônibus mofado o quanto antes. Senti algo fofinho sobre os meus pés e antes que sequer pudesse olhar o que foi já ouvi gritos estridentes e irritantes

- MEU PÉ SUA MALDITA DESGRAÇADA!!!- Bakugou berrou me fazendo encolher os ombros na falha tentativa de cobrir os ouvidos e evitar a surdez.

- Mimimi nhenhenhe.- Provoquei e, antes que ele começasse a me xingar de coisas que eu nem iria entender, o empurrei de volta no banco do ônibus tentando de sair dali o mais rápido que conseguisse.

Saindo daquela lata velha apertada, encontramos um campo com a grama rasteira e muito bem cuidada. Mais afastado de nós, logo abaixo de uma árvore, o professor Aizawa se escolhia ajeitando os óculos de sol e a roupa preta.

Ele era um enorme e gritante contraste com o restante da paisagem que parecia alegre e infantil. Meus olhos correram pelo restante do local finalmente encontrando que eu planejava falar logo no começo. Por impulso, soltei a mão de Shinsou e comecei a correr como uma louca até o loiro.

- S/n!!- Mirio gritou abrindo os braços assim que me viu ali.

- Mirio!! Que saudade!!- Berrei pegando um rápido impulso e, literalmente, pulando em seus braços sendo girada no ar por alguns segundos.

Rimos um pouco e o apertei ainda mais no abraço pela saudade que sentia dele. Posso dizer que Mirio foi quem mais me ajudou a controlar a minha individualidade (por pura consideração ao meu irmão que era um amigo seu de infância) e que por isso acabamos ficando bastante próximos.

- Vocês chegaram há muito tempo?- Perguntei o soltando e cumprimentando Nejire com um beijinho na bochecha enquanto dava um outro abraço em Tamaki que se escolhia envergonhado.

- Vai fazer quase uma hora. Por que se atrasaram? Teve algum problema?- Nejire perguntou enquanto arrumava o meu cabelo que devia estar todo bagunçado por causa da sonequinha no ônibus.

- A lata velha que o Bakugou teimou que iria funcionar direitinho deu a doida no meio da estrada. A bombinha ambulante se irritou e começou a brigar com o Deku dizendo que era culpa dele. O Todoroki intervir e... Enfim, tiveram algumas confusões e por culpa delas a gente se atrasou. Mas agora já está tudo bem, não é? É aqui que iremos ficar essa semana? Essa casa é linda, ainda tem aquele lago ali pra gente se divertir. Pode nadar nele, não pode? E se a gente fizer uma festinha de noite toda linda cheia daqueles piscas e comemorasse entrando no lago e...

- Não vai ter festa nenhuma!- Aizawa disse chegando por trás de mim e me fazendo esconder-me atrás do Tamaki que "se escondia" atrás do Mirio.

- Por que não?- Nejire questionou colocando a mão na cintura.

- Porque vocês têm que dormir cedo. Não estamos aqui para brincadeiras, pode acontecer alguma coisa a qualquer momento e...

- Oe oe, bate na madeira. E se o senhor analisar, viemos aqui para nos divertir sim. Só falta mais essa semana e a próxima para que a gente se forme...- Lhe lancei um olhar pidão enquanto juntava as mãos em forma de súplica para podermos aproveitar aquele tempinho nosso com os nossos amigos.

- Dane-se, contanto que o som não fique tão alto e não atrapalhe o meu sono. Também não é para colocar fogo na casa, se forem mexer com eletricidade estejam calçados, não quero que ninguém aqui leve um choque. Cuidado também para não se afogarem, eu já passei muito estresse nessa minha vida por causa das irresponsabilidades de vocês. Cuidado com os animais noturnos também, não sabemos como eles...

- Sim, Aizawa, entendemos tudo isso perfeitamente. Já temos dezoito anos, somos heróis quase formados, passamos por muitas coisas até chegar aqui, tomaremos todos os cuidados necessários.- Ele sorriu aliviado nos olhando um por um.- O senhor poderá descansar e aproveitar bem a velhice porque nós iremos...- Senti alguém me puxar e colocar a mão sobre a minha boca me impedindo de continuar a falar.

Olhei para cima e percebi se tratar de Nejire, que estava com a expressão aflita. Ao olhar novamente para o professor, uma aura sombria o cercava dando um ar aterrorizante.

- Vamos logo para o quarto, S/n.- Shinsou apareceu colocando a mão no ombro do Aizawa e o tranquilizando um pouco.

Logo senti a minha mão ser tomada pela dele e ser guiada por toda a casa gigante que tinha sido alugada. Não sei como a Momo convenceu os seus pais a deixar que a gente ficasse aqui por um tempo, mas agradeço imensamente.

Shinsou parou na frente de uma porta clara e deixou as minhas malas ali, sorri abrindo o quarto e o encarei esperando que entrasse também. Apenas o vi desviar o olhar e se dirigir até uma porta no final do corredor um pouco distante demais da minha.

- Shinsou? O que é isso? Não... Não vamos dividir o quarto?- Corei um pouco perguntando isso, nunca tinha sido incômodo para nenhum de nós dois dividir os quartos. Eu pelo menos nunca achei que fosse. Mas também não sei pela perspectiva do Shinsou...

- Não acho que ficaria bem para você se dividirmos o quarto.- Ele me respondeu simplista dando de ombros.

- Por mim não tem problema nenh...- Fui interrompida com uma grave batida de porta e murchei desanimada com a sensação de ter sido responsável pelo seu desânimo.

Ao entrar novamente no quarto encontrei Mina e Momo me esperando sentadas na cama, dei um pulo de susto sem entender como as duas tinham entrado ali sem que eu percebesse. No final, fiquei sem explicação e as duas ainda me convenceram a me arrumar toda para a festa mais tarde.

oOo

- Não sei não...- Falei enquanto encarava o meu reflexo no espelho.

Por causa do lago, iríamos, obviamente, ter que nadar. Então as duas decidiram colocar um conjunto de biquíni preto (ou a sua cor preferida, por escolher) em mim acompanhado de uma saída de banho que ficou amarrada na minha cintura cobrindo até um pouco acima do meu umbigo.

Não me sentia tão confortável assim na roupa por ainda não estar com ela, mas estávamos entre amigos, aliás, o corpo era meu. Quem deveria decidir se é "bonito" ou não, sou eu! As meninas também já estavam arrumadas, acredito que, pelo barulhinho do som e de conversas aleatórias, a maioria das pessoas já esteja lá embaixo.

Descemos as escadas encontrando Bakugou reclamando de alguma coisa, mais afastados, largados no sofá, encontramos Denki e Mineta discutindo sobre... melões? Se isso for alguma perversão deles eu juro que bato na cabeça dos dois para eles criarem um pouco de juízo.

- Meninas!! Biquínis!!- Algum dos dois gritou e agradeci quando Uraraka apareceu levitando dois copos de bebida e jogando na cara deles. Mesmo sem saber ao certo quem tinha gritado, os dois eram culpados, se não for por isso o suco vai valer por outra coisa pervertida que os dois disseram.

- Já está tudo pronto lá fora? Vocês realmente levaram a sério essa história, não foi?- Perguntei soltando um riso baixo pensando que iríamos passar essa noite rindo enquanto víamos algum filme de terror.

- Ordens da Nejire, ela que arrumou a maioria das coisas, o restante foi tudo sob ordem dela.

- Então vocês não tiveram nem um pouco de descanso né?

- Ela colocou todos os menininhas trabalhar, o Bakugou foi contrariar e depois de dois gritos dela ele ficou caladinho caladin...

- SHINE SUA MALDITA ACASTANHADA!- O loiro berrou no ouvido da Ochaco.- EU SÓ FIZ ISSO POR LIVRE E ESPONTÂNEA VONTADE!! NÃO FUI OBRIGADO À NADA!! QUE FIQUE ENTENDIDO ISSO PARA...- Ao avistar uma cabeleira arroxeada, empurrei Bakugou para o lado e passei correndo por ele para chegar até onde planejava.

- Shinsou!!- Gritei pulando pronta para o abraçar mas senti o meu corpo ser empurrado para trás delicadamente. Abri a boca sem saber o que falar sobre aquela sua reação e seus olhos percorreram todo o meu corpo me analisando.

- Você... está linda, como sempre.- Corei com o seu comentário e segurei as suas mãos fazendo um leve carinho nelas.

- Hoje mais cedo você se afastou de mim... Eu te fiz alguma coisa?- Levantei o olhar o encarando esperando uma resposta sua mas recebi apenas um carinho na bochecha acompanhado de um beijinho breve na testa.- Shinsou!!- O chamei vendo se afastar ainda mais. Antes que pudesse o seguir, as meninas me arrastaram até a parte de fora para aproveitarmos a noite inteira.

oOo

Já no final da noite, perto das duas da madrugada, ainda estávamos acordados e conversando bastante. Durante toda a noite Shinsou ficou me evitando, na verdade, desde a tarde ele vem fugindo de mim. Alguns tinham bebido álcool e agora estavam morrendo para o outro lado.

Todoroki saiu dizendo que bebês não podiam ficar acordados até tão tarde e por isso levou Deku no colo para o quarto. Tamaki, Uraraka, Tsuyu e mais da metade das pessoas também tinha ido dormir. Apenas eu, Momo, Mina, Denki, Nejire, Shinsou, Bakugou, Kirishima, Mineta e Mirio era quem ainda estava acordado.

Eu e Hitoshi estávamos um pouquinho de nada melhores na relação. Na verdade estávamos bem melhor do que algumas horas atrás, eu estava deitada em sei colo enquanto recebia um leve carinho no cabelo. Em alguns minutos, todos os que estavam acordados apareceram fazendo uma rodinha ao nosso redor e sendo uns belos desgraçados de interromper o nosso momento.

- Vamos jogar verdade ou desafio!- Mina afirmou pegando uma garrafa vazia e colocando no centro de nós.

- Não, eu e o Shinsou já vamos dormir. Eu pelo menos vou, não sei direito ele...

- Ah, qual é, fiquem um pouquinho mais!- Me apoiei nos joelhos pronta para levantar.- Duas rodadas! Depois de dias rodadas vocês vão embora.- Olhei para o lado e ele parecia não se importar nem um pouco com isso então dei de ombros me sentando novamente.

Na primeira vez em que a garrafa foi girada ela caiu em Mina para dizer um desafio ao Mineta. O pequeno escolheu verdade e ela perguntou se ele não tinha vergonha na cara de ser tão nojento algumas vezes. Ele ficou em choque, aparentemente sem saber quando era nojento. As meninas reviraram os olhos e a garrafa foi girada pela última vez antes que eu tivesse que sair, mas a maldição do universo a fez cair justamente em mim.

- E aí, S/n, verdade ou desafio?

- Desafio...- Respondi no automático e me arrependi profundamente ao ver o sorriso malicioso que ele me lançou.

- O sei desafio é... dar um beijinho em mim.- Ele fez um biquinho apontando para os próprios lábios.

Antes que eu conseguisse o xingar de todas as coisas que vinham na minha cabeça, senti Shinsou se levantando apressado e o vi correndo para entrar logo em casa. Me levantei tentando o seguir mas ao ver a porta batendo batendo encolhi os ombros sabendo que tínhamos nos afastado outra vez. Tudo por causa daquela pequena praga roxa pervertida.

- Mineta- O chamei me virando para o encarar-, vai se ferrar!- Chutei a cara dele e uma coro comemorando a minha reação foi ouvido pelas meninas.

Não queria mais ouvir nada ali, corri para dentro da casa indo tentar consertar as coisas. Bati na porta dele esperando alguma resposta mas nada veio. Me apoiei nela e escorreguei pela porta encostando a cabeça nela.

- Shinsou... abre a porta por favor. Você ficou estranho comigo o dia inteiro, eu mereço uma explicação. O Mineta realmente vacilou fazendo aquilo que ele fez, mas você não deve ter subido só por isso. Tá acontecendo alguma coisa com você que eu sei.

Parei de falar por um momento esperando que ele se pronunciasse. Já que não consegui ouvir alguma coisa vinda dele, continuei a falar decidida que aquela porta seria aberta, se não fosse para a gente se reconciliar seria para ele implorar que eu calasse a boca.

- Hoje de manhã você quase me pede em casamento no ônibus.- Soltei uma risada baixa com um leve tom de tristeza.- Por que isso agora?- A porta foi aberta de repente e eu quase caí no chão com o leve susto.

- Desculpa.- Ele soltou se abaixando para ficar na minha altura. Suas mãos se dirigiram à minha cabeça e ele afastou os cabelos do meu rosto. Enquanto me olhava com uma feição tristonha.- Eu só... as vezes acho que você é boa demais para mim. Que merecia alguém melhor porque eu sinto nunca ser suficiente. O seu jeito, seu corpo, seus olhos, até o seu pé é perfeito.- Acabei rindo nessa parte mas quando ele continuou sério tentei parar a risada e focar nele.- Acho que bateu uma enorme insegurança quando vi que você se dava realmente bem com todos e que a qualquer momento poderia achar alguém mais interessante.

- Shinsou! Por favor, não diga nunca mais uma coisa absurda dessas!

Me levantei entrando mais no seu quarto e fechando a porta com o pé, pois toda a minha concentração estava nele.

- É de você que eu gosto, é você quem aguenta os meus surtos lendo fanfic de duas horas da manhã, é você quem me consola quando as personagens que eu mais amo dos meus animes morrem, foi você quem disse que começaria a assistir anime para não me deixar sozinha durante a madrugada... Enquanto você não disser que se cansou de todos os meus defeitos, vai estar amarrado comigo até o fim das nossas vidas.

Fui surpreendida com um abraço apertado e senti poucas lágrimas molharem o meu pescoço, que era onde o seu rosto estava escondido.

- Obrigada por estar sempre comigo.- O abracei de volta, o mais apertado que consegui, só para deixar claro que o amava e que ninguém poderia mudar isso.