Extra II
Interrogatório
Algumas horas antes do interrogatório com Naomi...
Daryl foi o primeiro do grupo a ser levado para uma entrevista. Se esperavam que o homem iria tagarelar... estavam muito enganados.
— Por favor! — Lily insistia — Você já está sem dizer nada tem quinze minutos. Se não colaborar comigo eu terei de dar sinal para os guardas e você vai ter problemas.
O homem continuou com a expressão neutra de sempre e depois abriu um leve sorriso carniceiro.
— Vamos tentar mais uma vez, certo? Nome completo?
— Daryl Dixon — Daryl respondeu aliviando a mulher por não ter que chamar os guardas. A mulher estava com medo do homem, e com certeza chamar os guardas iria fazer com que o homem musculoso a odiasse.
— De onde era?
— Atlanta.
— De onde era especificamente? — Daryl não respondeu. Atlanta era o melhor que a mulher iria conseguir — O que fazia antes do apocalipse?
— Nada que seja da sua conta.
— Eu não vou anotar isso. Vou escrever que você trabalhava como segurança. Tem cara disso — Lily começou a escrever na folha — Conhece alguém que está aqui?
— Meu grupo.
— Quais são suas maiores habilidades?
O sorriso carniceiro voltou a brilhar no rosto do Dixon.
— Caçar.
— Matou alguém antes?
— Sim.
— Quantas pessoas?
— Três.
— Por que?
— Sua gente não me deu escolha.
Lily engoliu seco.
— Teve contato com os caminhantes? Como foi?
— Sim. Estão mortos agora — A expressão fria de Daryl permaneceu em seu rosto causando um arrepio pela espinha da mulher.
— Obrigada pelas respostas. Mais tarde irão bater na sua porta para te dar seu cargo por aqui e pela manhã irão te dar um quadro de horários e dias da semana que ocupará o cargo. Serão sempre bem observados pela comunidade e de acordo com a obediência irão se livrando da supervisão excessiva. Obrigada.
Levaram o homem para seu novo quarto. Daryl ficou o caminho inteiro até o cômodo olhando para os guardas com um olhar assassino, deixando-os desconfortáveis. Escolheram o xerife para ser o próximo, que segundo Marcel, foi um dos acompanhantes de Naomi que dificultaram a conquista na fazenda.
— Por favor, responda para que eu não tenha que seguir o protocolo — A psicóloga da comunidade já estava sem paciência, apenas por ter começado com Dixon, e totalmente arrependida da escolha — Nome completo?
— Rick Grimes.
— De onde era?
— Como está a minha família? Quero ver meus amigos.
— Rick, você tem que responder as perguntas.
— Não acho justo eu responder as suas perguntas e você não responder a minha.
— Estão em seus quartos, Rick.
— Quero ficar junto com o meu filho.
— Seu filho está com a mãe.
— Não importa. Quero ver se ele está bem.
— Ele está bem.
— A palavra de vocês não vale muito.
A mulher bufou e tirou o walkie-talkie de dentro do bolso.
— Quero que Rick Grimes fique no mesmo quarto que seu filho e esposa. Isso vai garantir a colaboração dele — Lily estreitou os olhos para o xerife como se estivesse trocando o filho dele pela sua cooperação e boa vontade — Câmbio — A mulher soltou o botão do aparelho aguardando uma resposta.
— Certo, dotoura James. Vamos ver o que podemos fazer — uma voz masculina respondeu.
— Atlanta — Lily olhou para Rick levemente surpresa por ter recebido uma resposta.
— O que fazia antes do apocalipse?
— Eu era xerife.
— Conhece alguém que está aqui?
— Meu grupo.
— Quais são suas maiores habilidades?
— As habilidades de um xerife.
— Matou alguém antes?
— Sim.
— Por que?
— Seu grupo invadiu minha casa.
— Teve contato com os caminhantes? Como foi?
— Sim. Assustador no começo, mas já lido bem com eles.
— Obrigada pelas respostas. Mais tarde irão bater na sua porta para te dar seu cargo por aqui e pela manhã irão te dar um quadro de horários e dias da semana que ocupará o cargo. Serão sempre bem observados pela comunidade e de acordo com a obediência irão se livrando da supervisão excessiva. Obrigada.
— Rick, me acompanhe até o seu novo quarto — A guarda Steinfeld pediu para que Rick a seguisse.
Rick seguiu a mulher até seu novo quarto, onde abraçou seu filho e sorriu para Lori. Não demorou muito para que levassem a Lori logo em seguida para o interrogatório.
— Nome completo?
— Lori Grimes.
— De onde era?
— Atlanta, Cynthiana.
— O que fazia antes do apocalipse?
— Cuidava do meu filho.
— Conhece alguém que está aqui?
— Meu filho, Rick e os outros que chegaram aqui comigo.
— Quais são suas maiores habilidades?
— Cozinho bem, sei me defender sozinha — Lori parecia relutar um pouco para poder falar suas habilidades.
— Matou alguém antes?
— Não.
— Teve contato com os caminhantes? Como foi?
— Muito pouco. Não acho que lidei com eles diretamente, outras pessoas do grupo são encarregadas disso.
— Obrigada pelas respostas. Mais tarde irão bater na sua porta para te dar seu cargo por aqui e pela manhã irão te dar um quadro de horários e dias da semana que ocupará o cargo. Serão sempre bem observados pela comunidade e de acordo com a obediência irão se livrando da supervisão excessiva. Obrigada.
Lori foi acompanhada até seu quarto e a doutora James foi buscar a próxima pessoa.
A psicóloga estava confiante ao entrar no quarto da baixinha. Lily tinha expectativas muito boas com a menina de olhos verdes claros e sorriso contagiante. Lily pensou que seria fácil de lidar com a mulher. Lily pensou.
Assim que a doutora James entrou no quarto, o relógio que estava pendurado na parede foi atirado em direção à porta acertando centímetros de distância de seu rosto. A mulher de cabelos loiros fechou a porta em um pulo e a guarda Steinfeld entrou logo em seguida imobilizando Davina e amarrando seus pulsos.
— Não faça nenhuma estupidez — Steinfeld praticamente atirou a mulher contra o móvel branco, recebendo um olhar fuzilador da baixinha.
— Urgh! Ninguém nesse lugar responde uma pergunta! Onde estão meus amigos? O que vocês fizeram? Vocês são um bando de idiotas! — A cientista gritou com a guarda, tendo os pulsos apertados com mais força como resposta.
Steinfeld levou a menina paea o jardim. A doutora se sentou ao lado de Davina com um certo receio de ter outros objetos arremessados em sua direção. Lily pegou sua prancheta com as perguntas e se posicionou para começar com o interrogatório.
— Nome completo?
— Onde diabos está Maven e Naomi? Quero ficar com eles — Davina estufou o peito levemente e arqueou a sobrancelha enquanto esperava uma resposta da loira.
Os pulsos da jovem estavam amarrados.
— Você não está em posição de exigir nada.
— E você não está na posição de me interrogar esperando que eu vá cooperar com você. Só irei cooperar se eu ficar junto de Naomi ou Maven.
— Você atirou um relógio em mim! Você não ganha nada.
— E vocês me prenderam! O relógio não te acertou e eu não vou dar informação nenhuma até você fazer o que eu quero. Vamos ser sinceras... Eu sou de utilidade para vocês e posso muito bem cooperar, mas vocês terão de cooperar comigo também porque se não, duvido que esse interrogatorio terá algum resultado — Davina era doce, mas sabia ser sutil e a menina amava brincar com fogo.
— Steinfeld. Preciso que essa menina de agora fique com Maven ou Naomi — Lily chamou pela guarda.
— Um momento — A guarda se afastou das duas para usar o walkie-talkie. Elas aguardaram em silêncio até obterem uma resposta — Ela não pode ficar com a Naomi. Ordens do Salvador, mas ele permitiu que ela fique com o garoto — Davina abriu um sorriso enorme.
— Davina Campbell, prazer em conhecê-la — Davina disse ainda com o sorriso caloroso estampado em seu rosto.
— O garoto é seu namorado? Maven.
— Não. Você é sempre intrometida?
A psicóloga ignorou.
— De onde era?
— Nova York.
— Como chegou em Atlanta?
— Fui recrutada para vir fazer pesquisas aqui depois que o fim do mundo começou.
— O que fazia antes do apocalipse?
— Cientista com pós doutorado, bioinformata e engenheira química. Continuei pesquisando depois que o mundo virou um inferno gigante até o meu grupo de segurança morrer.
— Conhece alguém que está aqui?
— As pessoas com quem cheguei, obviamente.
— Quais são suas maiores habilidades?
— Pesquisas, invenções, luta mano a mano... Fui treinada por Maven e Naomi.
— Matou alguém antes?
— Sim.
— Por que?
— Estava infectado.
— Teve contato com os caminhantes? Como foi?
— Minha equipe cuidava deles. Não tive oportunidade para aplicar meu treinamento em campo.
— Obrigada pelas respostas. Mais tarde irão bater na sua porta para te dar seu cargo por aqui e pela manhã irão te dar um quadro de horários e dias da semana que ocupará o cargo. Serão sempre bem observados pela comunidade e de acordo com a obediência irão se livrando da supervisão excessiva. Obrigada.
— Quanto ao Maven? — Davina se colocou de pé.
— Será levada pela Steinfeld até seu quarto e aguardará lá pelo Maven.
— Certo — A menina deu de ombros e seguiu a guarda até seu quarto.
Steinfeld apareceu logo em seguida com um homem de olhos azuis e cabelos pretos com algumas mechas bagunçadas. A guarda apontou para o banco e Maven sentou como um cachorrinho obediente.
— Boa noite, você deve ser o Maven, certo?
— Isso.
— Você irá se mudar para o quarto de sua namorada — Lily falou com expectativas dele realmente dizer qual era seu relacionamento com a cientista.
— Namorada?
— Sim. Davina — A doutora respondeu fazendo Maven gargalhar.
Definitivamente não namoram, ela pensou, mas tem algo aí.
— Eu amo aquela garota. Como ela conseguiu fazer isso? — Ele perguntou surpreso.
— Ela é persistente. Nome completo.
— Maven Stevens.
— De onde era?
— Atlanta.
— O que fazia antes do apocalipse?
— Sempre mudava de profissão e fazia coisas das quais não me orgulho. — O homem deu de ombros.
— Conhece alguém que está aqui? Imagino que vá dizer "o meu grupo" igual ao resto — Maven deu de ombros — Quais são suas maiores habilidades?
— Que bom que perguntou... Eu sei fazer ótimos cafés da manhã, sou carinhoso, divertido, engraçado, extremamente lindo, tenho uma bunda bonita, um rostinho esculpido e atraente. Gostoso, é o que muitos me dizem.
— Habilidades no apocalipse — A mulher pigarreou impaciente.
— Oh! Certo. Sou bom com armas, sou rápido, consigo lutar mano a mano e ajudo Davina com os projetos dela.
— Matou alguém antes?
— Não.
— Teve contato com os caminhantes? Como foi?
-— Sim. Foi fácil. Olha, não sei qual é a sua importância aqui dentro, mas se o pai da Naomi chegar perto dela mais uma vez...
— O pai dela?
— Seu salvador.
Ela anotou o que Maven contou.
— Não deixe ele chegar perto dela. Você anotou as minhas habilidades? Quero dizer... Aquelas habilidades.
— Obrigada pelas respostas — Lily o ignorou — Mais tarde irão bater na sua porta para te dar seu cargo por aqui e pela manhã irão te dar um quadro de horários e dias da semana que ocupará o cargo. Serão sempre bem observados pela comunidade e de acordo com a obediência irão se livrando da supervisão excessiva. Obrigada.
Maggie foi a próxima e deu muito trabalho. Lily precisou seguir o protocolo e chamar os guardas, e não foi nada agradável. Marcel contou para Jace sobre o relacionamento de Maggie e Glenn, e Jace usou isso para forçá-la a falar. Usaram força bruta. A ameaçaram. Quando mais nada adiantou, Marcel espancou Glenn na frente dela até que ela falasse alguma coisa.
— Nome completo — A doutora tentou ignorar o asiático que sangrava.
— Maggie Greene — respondeu ao meio do choro, com a voz trêmula.
— De onde era?
— Atlanta. Interior.
— O que fazia antes do apocalipse?
— Traba... trabalhava em uma loja.
— Quais são suas maiores habilidades?
— Eu não, eu não sei.
Marcel ameaçou bater mais uma vez no Glenn.
— Eu não sei! — Maggie repetiu.
Lily levantou a mão pedindo para que o homem parasse.
— Matou alguém antes?
— Não.
— Teve contato com os caminhantes? Como foi?
— Fácil.
— Obrigada pelas respostas. Mais tarde irão bater na sua porta para te dar seu cargo por aqui e pela manhã irão te dar um quadro de horários e dias da semana que ocupará o cargo. Serão sempre bem observados pela comunidade e de acordo com a obediência irão se livrando da supervisão excessiva. Obrigada. Steinfeld?
A guarda ajudou Maggie a se levantar e a levou para o quarto.
— Nome completo.
— Glenn Rhee — falou com dificuldade.
— De onde era?
— Atlanta.
— O que fazia antes do apocalipse?
— Entregava pizza.
— Quais são suas maiores habilidades?
— Sou rápido.
— Matou alguém antes?
— Sim.
— Por que?
— Na invasão. Estava tentando defender a casa.
— Teve contato com os caminhantes? Como foi?
— Não foi tão complicado depois de um tempo.
— Obrigada pelas respostas. Vamos levar um médico até você para cuidar desse nariz e verificar se tem mais algum ferimento. Mais tarde irão bater na sua porta para te dar seu cargo por aqui e pela manhã irão te dar um quadro de horários e dias da semana que ocupará o cargo. Serão sempre bem observados pela comunidade e de acordo com a obediência irão se livrando da supervisão excessiva. Obrigada.
A doutora sussurrou um pedido de desculpas para Glenn, antes que fosse levado de volta para o quarto.
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