1.20 || Amo você (Não Revisado)
Vim queimar tudo e todos. Espero que vocês estejam tendo um bom dia :)
Rick's Pov
Naomi dormia ao meu lado e eu fazia pequenos desenhos com meu dedo em suas costas nuas. Já estava assim por horas. Fiz menção em levantar, mas Naomi se virou e me abraçou ainda sonolenta.
– Não levante. Ainda não.
– Eu preciso começar a fazer minhas obrigações. - Tirei o braço dela do meu redor e ela me deu um tapa e se sentou na cama, usando o lençol para se cobrir.
– Levante então. - arqueou a sobrancelha. – Duvido você levantar sem eu fazer você pagar por isso depois. - Parei de levantar no momento em que ela disse "levante". Naomi consegue ser bem assustadora quando quer. – Agora que eu tenho sua atenção... Pega a minha blusa. Por favor.
Joguei a roupa em sua direção e me deitei novamente, já que não iria sair de lá tão cedo.
– Obrigada. - Ela colocou a camiseta e se aconchegou ao meu lado. – Rick, eu amo você. - Parece a primeira vez que eu escutei essas três palavras. – Eu sei que não é muito, mas eu amo você.
– É mais do que eu poderia pedir. - Falei enquanto retirava uma mecha de cabelo de seu rosto. – Amo você. Amo você. - disse novamente.
– Vejo como me olha, xerife. Acho que ninguém nunca me olhou dessa forma. O que te torna mais especial ainda.
Naomi's Pov
Rick me puxou para mais perto e me envolveu em um abraço caloroso. Não foi nada demais, mas para mim significou um carinho profundo do qual eu nunca tinha experimentado antes. Eu já havia abraçado outras pessoas, mas nada tão importante quanto esse. Eu o amo.
Maven's Pov
– Bom dia, dorminhoco.
Acordei e vi Davina praticamente na mesma posição qual estava ontem. Ainda focada no maldito papel. Levantei e passei a mão nos cabelos, tentando arrumar as mechas bagunçadas.
– Você não dormiu? - Perguntei parando atrás dela.
– Não. - Ela não desviou o olhar da folha de papel. – Eu estava montando um painel ou pelo menos fazendo o projeto. A má notícia é que não temos silício.
– Ei. - girei a cadeira em que Davina estava sentada para que ela olhasse para mim. – Precisa de um café? Ou comida? Posso buscar o que você quiser.
– Eu queria silício, mas acho que você não tem. Credo! Seu cabelo está horrível.
– Bizarro não é?
– Bizarramente horrível.
– Eu ia dizer que é bizarro ser tão lindo e gostoso mesmo descabelado. - Ela revirou os olhos. – Não faça essa cara para mim! - Segurei seu queixo e me aproximei de seu rosto. – Não pode negar que eu seja atraente.
– Não acho. - sua voz saiu um pouco trêmula.
– Não? - Me aproximei mais do seu rosto, exclusivamente seus lábios e fiquei imóvel por alguns segundos. Tentandor não beijá-la. Desviei de seus lábios e me dirigi até sua orelha. – Acho que isso é algo que nem você pode discordar, doutora. - Sussurei com a minha voz naturalmente rouca.
– Aceito o café. - Pude escutá-la engolir em seco.
Foi o que eu pensei.
Me afastei dela e antes de sair do quarto, depositei um beijo em sua testa.
Naomi's Pov
Davina começou a montar um painel de luz solar do lado de fora da fazenda enquanto Maven ia buscar um material para ela.
– Precisa de alguma coisa? - perguntei a Davina.
– Precisava de Maven aqui. Preciso dos materiais.
– Maven hum.
– Eca. - Ela me olhou com uma cara de nojo.
– O que foi? Não disse nada. - Prendi o cabelo de Davina em um rabo de cavalo para as mechas não a atrapalharem trabalhar. – Prontinho.
– Obrigada, Naomi.
O carro de Maven estacionou a alguns metros de distância e pude ver a Davina sorrir. Não sei se ela estava sorrindo por ver Maven ou se estava sorrindo pelo material. Cerca de meia hora depois o painel já estava funcionando e a fazenda tinha energia novamente. Adeus velas e adeus calor.
Lori, Carl e Beth preparam um jantar em comemoração e em agradecimento a nossa pequena cientista. Pequena mesmo.
Saí com Daryl para caçar alguns esquilos para fazer uma especie de churrasco depois. Ele me ensinou a usar a besta, apesar de eu ter errado todas as vezes em que eu atirei a flecha.
Hoje está sendo um dia muito bom. As coisas estão dando certo com Rock, me diverti com o Daryl mais cedo, temos eletricidade e conseguimos pegar alguns esquilos. Ajudei a preparar a mesa para todos nós, mas Hershel foi do lado de fora colher alguns milhos para acompanhar a refeição.
– Estou com fome! - Carl reclamou da demora do Hershel.
– Ele já vem. - T-Dog tentou acalmar a criança.
– Ele realmente está demorando. - Maggie parecia preocupada.
– Vou atrás dele. - Beth se retirou da mesa e foi procurar o pai.
Ouvimos um disparo e imediatamente todos abaixaram em um ato de reflexo. Peguei a arma mais próxima e fui abaixada em direção a porta. Beth estava caída no chão, morta. Havia um buraco em sua cabeça indicando que o disparo foi certeiro.
– PROTEJAM O CARL, PEGUEM SUAS ARMAS E FIQUEM EM POSIÇÃO DE DEFESA! DAVINA FICA COM MAVEN E T-DOG, CARL TAMBÉM. LORI ACOMPANHE SEU FILHO. ALGUÉM PEGA A ARMA DE PRECISÃO!
– Nós queremos que vocês venham conosco. - uma voz masculina ressoou sobre a confusão. – Não queremos machucar vocês.
– Jura? Porque não é o que pareceu quando vocês a mataram. Onde está o Hershel?
– Vocês querem dizer o velhote? Está aqui. - O homem arremessou a cabeça de Hershel para dentro da casa me causando um grave enjoo.
– Vocês são doentes! - Maggie gritou ao ver a cabeça do pai e o corpo da irmã jogados no chão.
Haviam mais homens do lado de fora da casa. Ao meio do caos recebi um beijo na bochecha vindo de Dale que trocou de arma comigo e sorriu.
– Obrigada, Naomi. Você é uma boa pessoa. - Dale segurou na minha mão antes de sair pela porta disparando contra o maior número de pessoas que ele conseguia atingir.
Oito tiros acertaram o tórax do bom senhor que tremia a cada pedaço metálico que adentrava sua pele.
Gritei quando ele caiu no chão. Gritei até o ar dos meus pulmões ir embora, até a minha garganta arder. Fechei meus olhos e os apertei com tanta força que o meu olho doía. Gritei mais uma vez.
Deixei as lágrimas tomarem conta de mim e a adrenalina percorrer o meu corpo. Minha respiração estava desregulada e meu coração gritava. Eu estava prestes a vomitar, a desistir de lutar.
Senti alguém me tocar. Um toque que meu corpo já conhecia. O toque pelo qual meu corpo implorava e o toque que meu corpo aceitava. Rick Grimes.
– Respire fundo. - Rick me pediu com ternura.
Como se fosse fácil de fazer o que ele pedia. A troca de tiros aumentou, vidro estourado e o Grimes me pede para respirar fundo.
– Estou aqui com você.
Me acalmei um pouco e levantei em um pulo. Dei um selinho rápido em Rick e um beijo em seu pescoço.
– Maven! Leve Davina e Carl para cima e cuide deles. Lori, você vai com eles também. Glenn e Maggie, cuidem da porta dos fundos. T-Dog, você aqui comigo. Rick, faça o que sabe e Rebecca siga Rick.
T-Dog se posicionou ao meu lado e enquanto eu recarregava a minha arma ele atirava, vice verso. O meu grupo ainda estava em desvantagem. Três baixas, uma criança que não pode lutar e uma cientista que ainda não sabe atirar. Merda! Como eles chegaram aqui?
– Minha munição está acabando. - T-Dog me sinalizou. As minhas também estavam.
– Nós vamos dar uma surra neles. - Ambos sabíamos que eu estava mentindo.
Dale voltou como um infectado. Um homem que tinha um bom coração se tornou apenas um vazio de fome insaciável. Nós estávamos concentrados demais nos homens que estavam do lado de fora que nos esquecemos desse detalhe. T-Dog gritou ao sentir sua panturrilha ser mordida por Dale que já não havia mais sua humanidade.
– Merda! - Ele xingou ao perceber o que a mordida significava.
Era questão de tempo até ele se tornar mais um infectado. Atirei na cabeça de Dale e cessei o fogo até T-Dog me dizer o que ele queria.
– Eu estou morto. - Ele dizia em choque enquanto olhava a mordia. – Estou morto, mas não é por isso que vocês tenham que ter o mesmo destino que eu.
T-Dog me puxou para um abraço se despedindo de mim.
– Lembre-se de mim.
Eu vou.
T-Dog saiu da casa e gastou sua última bala para se matar antes que virasse um andarilho. O último tiro que ouvi foi o dele.
Todos ficaram muito quietos. Quietos demais.
– Chega! - Gritei. – Chega! O que diabos vocês querem? Não quero perder mais ninguém.
– Queremos que venham conosco. - A mesma voz masculina ecoou pela fazenda. – Saiam por vontade própria ou uma pessoa só irá sair dessa casa com vida.
– Prometa que não vai machucar a minha família.
– Se você sair, teremos um acordo.
– Certo. Estou saindo!
Rick me olhou em desespero quase implorando para que eu não saísse, mas eu o ignorei. Não iria suportar o fato de perder mais alguém hoje.
Sai da casa com as mãos jogadas ao ar, me rendendo. O sorriso diabólico que o homem me lançou fez as minhas pernas vacilarem um pouco.
– Agora convide os seus amigos a se juntarem a você.
– Por favor! Saiam. É bom que você mantenha o acordo. - O sorriso do homem aumentou.
– Uma dica para você. Não faça acordos com demônios.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro