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— N A R R A D O R A
A noite havia chegado e com isso, o silêncio na mansão. Não era muito comum porém, cada um tinha arrumado algo para fazer. Kol saiu com Marine à tarde, Rebekah foi se encontrar com Marcel e Ava, Freya andou pelas ruas de Nova Orleans acompanhada de Hayley e Hope, e Elijah deu um passeio com Sarah ao redor do Bayou.
Klaus tinha passado o resto do dia pintando seu quadro. Descontando sua frustração, como um meio de descarga emocional. A mulher anda mexendo com o híbrido, o deixando revoltado. Ele não queria mais aceitar esse tipo de sentimento. Caroline era a última que ele permitia-se ou ao menos tentava.
O temido Lobo Mau não sabia o porquê da morena mexer tanto com ele e nem fazia ideia de quando e como surgiram esses pensamentos.
"Talvez fosse a ligação por conta da transformação. Não, não é só a ligação. Que raiva! Não quero pensar em você, Malia."
Deixou de pintar o quadro, apenas para andar até à gaveta da cômoda e pegar um esboço de Caroline, a loira que havia prendido a atenção de Niklaus Mikaelson em Mystic Falls.
Sorriu, sentindo saudades dela. Apesar de a mesma ter noivado com seu amigo, Stefan Salvatore, ainda possuía um carinho por ela. Sabia disso.
Mas por que tanto Malia não saía de sua cabeça?
Jogou um vaso na parede, rosnando de irritação, e voltou à pintar. Estava entretido demais, porém, conseguiu ouvir perfeitamente passos atrás dele. Virou-se, podendo ver que era Camille.
— O que quer? — Perguntou, a ignorando.
— Temos mais uma sessão, esqueceu?
— Não é mais minha psicóloga, Camille. Esqueceu?
— Pare de ser cabeça dura, Klaus. Quer conversar e é nítido. — Aproximou-se lentamente, querendo visualizar o quadro mais a frente.
— Estou ocupado, Camille.
— Não me chamou de "Amor". Você costumava me chamar assim. — Fez uma observação, cruzando os braços.
— As coisas mudaram. — Disse, ainda concentrado em sua tela.
— E alguém é responsável por isso? Uma certa mulher? — Viu o homem largar o pincel de lado, respirando fundo. — É mesmo. Não quer conversar. Estou indo. — Fez menção de sair, todavia, uma mão segurou seu braço, fazendo-a o olhar. Um olhar perdido.
— Me espere lá embaixo.
Camille concordou e desceu. Klaus respirou fundo mais uma vez, buscando paciência. Fechou a porta de seu escritório e desceu as escadas. Seguiu até ao bar da sala e pegou sua garrafa de Bourbon, servindo em dois copos.
Sabia estar sendo observado e decidiu ignorar um pouco. O loiro também já sentiu-se atraído pela psicóloga, muito antes do nascimento de sua filha.
Porém, tudo mudou.
Niklaus ainda tinha sua obsessão por poder e ser o rei. Camille não tinha tanta paciência para essa sede terrível do homem. Ambos eram muitos diferentes e ela não conseguia o compreender às vezes, quando ele tinha seus famosos surtos de ódio.
Sem contar que ele agora andava pensando demais em uma outra mulher. Aquilo estava deixando a loira intrigada e queria confirmar os boatos que andou ouvindo por aí.
— E então?
— Você que veio até aqui. — Sentou-se na poltrona, ignorando-a.
— Quem deseja conversar é você, Klaus.
— Não a chamei, Camille.
— Vim porque me importo. É difícil reconhecer isso? — Ele ficou em silêncio por alguns minutos até decidir falar.
— Há algo que eu fiz e... Me arrependo.
— Matou alguém?
— Você fala numa naturalidade que acabo percebendo que faço muito isso.
— Já se tornou normal para você. Seu cotidiano. — Deu de ombros. — Mas o que você fez?
— Magoei uma pessoa. Eu não queria... Estou tão acostumado à ser desse jeito que... — Não conseguiu terminar de falar, olhando para um ponto fixo no chão.
— Afastou alguém que você gosta.
— Não diria que gosto. Diria que tenho uma certa admiração.
— Admiração?
— Sim. Malia é forte demais e determinada. Isso faz com que prenda a minha atenção e a admiro. — Sorriu ladino.
— Malia.
— Sim, Camille. Malia. Está com problemas de audição? — Revirou os olhos, irritando-se levemente com a mulher à frente.
— Por que acha que a magoou?
— Fui rude com ela.
— Se ela é forte, como disse, não ficaria magoada com seu tom grosseiro. A não ser que você tenha dito algo que mexeu com ela. Algo pessoal demais.
— Uma vez, disse que não importa o que falamos, a forma com que dizemos pode ser pior do que as palavras. — Relembrou.
— Então acha que o que a chateou foi a forma como se expressou do que as palavras que disse?
— Em partes, sim. — Suspirou. — Ela estava dando sua opinião sobre a forma como trato todos ao meu redor e acabou dizendo que poderia passar para Hope.
— Ela ganhou um ponto com todo mundo por ter sido sensata. — Riu baixo.
— Eu disse à ela que não poderia falar nada pois não era mãe.
— Malia é uma vampira e com certeza a machucou se ela sempre quis ser mãe.
— Corrigindo, querida: Malia é uma híbrida.
— Então qual deve ter sido o motivo para ela ficar mal? Será que não sabe que pode engravidar?
— Ela sabe que pode. Afinal, eu sou o híbrido original e ela sabe que tenho uma filha.
— Então...
— Há algo por trás dessa história. Marine deixou à entender que sim. Irei descobrir.
— Está vendo, Klaus? Seu desejo de sempre querer saber de tudo poderá afastar as pessoas de você. Se ela não te contou, é porque não se sente confortável ainda. Pode ser um assunto delicado demais. Dê tempo ao tempo. E se ela decidir contar, pode servir como prova de confiança.
— Odeio quando você tem razão. — Deixou o corpo escorregar na poltrona, bufando com o tédio. — Sabe que muita das vezes que está certa, eu não te ouço, não sabe?
— Sei. E por isso, muitas das vezes, se ferra. — O viu beber do líquido quente e fez o mesmo, observando-o. — Klaus... O que sente por ela?
— Por que quer saber, Camille?
— Sou sua psicóloga. Não se esqueça. — O viu suspirar e colocar o copo sobre a mesa.
— A Lia sabe ser terrivelmente irritante e assustadoramente linda. Ela não faz ideia do que é capaz de fazer com vários homens em um simples sorriso. Às vezes, sinto vontade de a empalar só de raiva. — Rosnou. — Perguntar quem ela pensa que é para me deixar irritado. Seu charme sendo usado perto de outros caras me faz bufar de ódio.
— Sente ciúmes dela. — Constatou o óbvio, abaixando a cabeça.
— Não. Sinto ódio por ela adorar provocar e parece ganhar o jogo sempre.
— Tudo se trata de um jogo para vocês?
— É excitante. — Sorriu de lado e Camille sentiu uma fisgada no estômago, por conta do ciúmes.
— Gosta mesmo dela.
— Fala sério, Camille. Gostar é algo forte demais. Não, não gosto.
— Então por que fica mexido e irritado quando outro homem está perto da Malia?
— É como se eu perdesse a exclusividade da atenção dela. Isso me deixa frustrado.
— Ser trocado. Entendo. — Suspirou novamente.
— Ela me tira do sério e quando a magoei, na mesma hora, senti culpa. Não gosto de sentir isso.
— Já pediu desculpas, Klaus?
— Não, mas... Pretendo.
— É... Ela mexe mesmo com você. Mais até do que eu mexi. — Sussurrou, próximo de Niklaus.
Camille queria o beijar.
Sentia a necessidade disso. Se aproximou cada vez mais, sendo impedida por um barulho mínimo de algo esbarrando. Ambos olharam para a fonte do som e encontraram Malia com a mão no braço, murmurando de dor por ter batido na parede.
Ela encontrou o olhar de Klaus, sentindo uma ânsia ao vê-lo muito perto da loira. Perto demais. Engoliu em seco e seu olhar era duro, demonstrando não sentir absolutamente nada.
Seu ciúme estava bem escondido. Nem entendia o porquê de sentir ciúmes, mas estava sentindo.
— Mil perdões. Não quis atrapalhar o casal. Estava apenas indo me alimentar. — Sorriu forçado e acenou com a cabeça para Camille, cumprimentando-a. — Licença. — Pediu e saiu, indo para a cozinha e pegando uma bolsa de sangue.
Ouviu os dois se despedirem e continuou sua refeição. Não sabia sobre o paradeiro de sua irmã mas apostava que estava com Kol.
Torcia para que ele não fosse um idiota com ela. Caso o contrário, o vampiro esqueceria rapidamente que é um original por conta das torturas que sofreria.
A casa continuava silenciosa, sem sinal dos demais. Decidiu ignorar Klaus, pegando sua bolsa de sangue e despejando em uma taça. Ficou saboreando o líquido escarlate e sentiu a presença do híbrido atrás. Não se virou, fingindo que nem sabia sobre ele ali.
— Lia. — A chamou, mas a mesma continuou não dando ouvidos. — Eu estou falando com você. — Malia se virou para sair, quando ele a puxou pelo braço. — Vai mesmo fingir que não estou aqui?
— Nem tinha reparado que estava. — Sorriu, cinicamente.
— O que você viu lá na sala... — Tentou explicar.
— Eu não me importo se estava prestes à beijá-la, Niklaus. — Revirou os olhos. — Faz o que quiser.
— "Niklaus". Você não me chama assim. Somente de Nik. — Sua voz vacilou.
— É mesmo, é?
— Dá pra parar com esse sarcasmo? Está me irritando!
— Vai fazer o que? Arrancar minha cabeça fora? Quebrar meu pescoço? Enfiar o garfo no meu olho? — Continuou falando sarcasticamente, o vendo sorrir de lado.
— Aquela jogada do garfo naquele caçador foi sensacional, Amor.
— Bom, já que não temos nada para falar, eu vou para o quarto. Licença, Niklaus.
— Não, não vai. — A puxou, colando-a na parede e aproximando-se perigosamente. — Temos muito o que conversar.
— Sai de perto de mim. — Rosnou.
— Por que? Está nervosa, Amor? — Sussurrou contra seus lábios, a arrepiando da cabeça aos pés. Gostou do efeito que causou nela.
— Pareço nervosa? — Rebateu, irritada, tentando disfarçar.
— Na verdade, sim. Então, Lia, vamos conversar e você vai me ouvir.
— Tanto faz. Seja rápido pois quero ir para meu quarto relaxar.
— Posso te ajudar com isso, Sweetheart...
— Niklaus. — Em uma ordem, fê-lo parar.
— Ok. Eu só... Eu queria... — Atrapalhou-se com as palavras, enquanto olhava em seus olhos. — Pedir desculpas pelo ocorrido naquela sala de tortura. Sabe, me peguei pensando por qual motivo aquilo te afetaria mas não cheguei em uma conclusão.
— Niklaus...
— Espera, Amor, deixa eu continuar. Eu não cheguei em uma conclusão de fato mas...
— Mas...?
— Entendi que não é da minha conta, mesmo eu querendo muito saber e quase mover céus e terras por isso.
— Seu problema é querer meter o nariz onde não é chamado.
— Já me disseram isso.
— Aposto que foi a loira. Camille, né? — Perguntou, fingindo tentar lembrar.
— Está com ciúmes, Sweetheart? — Sorriu, aproximando-se cada vez mais. — Relaxa. Minha atenção é toda sua. — Sussurrou em seu ouvido. Malia apertou seus ombros, puxando-o para perto.
— Bom saber disso. Detesto dividir meu brinquedo.
Mordeu os lábios e o beijou no canto da boca, descendo suas mãos para seu abdômen, o arranhando levemente. Aquilo pegou o homem de surpresa, o excitando.
— Sou o seu brinquedo, amor?
— Pode se tornar meu brinquedo sexual, se quiser. — Passou os lábios em seu maxilar, deixando um beijo no local, descendo para seu pescoço. Brincou um pouco pela área, o arrepiando e afastou-se. — E quanto à seu pedido de desculpas, foi aceito. Da próxima vez, irei torturá-lo usando sua adaga mais afiada. Não me subestime.
— Espera! Irá me deixar aqui? Assim?! — A fez olhar para baixo, admirando um certo volume no jeans.
— Boa noite, Nik. — Virou-se, subindo as escadas, rebolando sensualmente.
— Maldade. — Ouviu-o reclamar e foi para seu quarto.
A mulher jogou-se na cama, ainda sorrindo com sua provocação. Amava o efeito causado no homem e amava mais ainda ser a razão dele. Também sentia muito calor e excitação por Niklaus Mikaelson e iria jogar até o último momento.
E pretendia ganhar.
O híbrido voltou para seu escritório, pronto para continuar sua pintura. A dor que sentia em sua calça era incomoda o suficiente para ir ao banheiro de seu quarto, aliviar-se. Estava sexualmente frustrado e tudo por culpa da morena.
Se pudesse tê-la naquele momento, iria a torturar lentamente para sofrer na pele o que ele estava sentindo. Fazê-la o almejar desesperadamente. Gemer o nome do original, mostrando seu desejo.
Ambos não queriam nada sério. Apenas uma noite de muito sexo quente, bruto e selvagem. Sentiam a necessidade de terem seus corpos colados, apertos, arranhões, mordidas e beijos nada castos.
Fazia um tempo que Malia não envolvia-se dessa forma com alguém. Sempre era algo rápido e sem aquela faísca de tesão absoluta.
E Niklaus jamais ficou dessa forma, tendo que resolver sua situação sozinho. Sempre teve o que queria, inclusive as mulheres.
A única que demonstrou relutância foi Caroline Forbes e mesmo assim, a teve nem que por uns longos minutos.
Klaus queria Malia Crawford ali e agora. Jogada em sua cama, embaixo de seu corpo musculoso, pronta para ele. Queria descontar toda sua frustração nela.
E a mesma queria tanto quanto ele.
➖ ⚜➖
Olha eu aqui! Kkkkkk
Antes tarde do que nunca, né galerinha?
Espero que tenham gostado! Não esqueçam do voto de vocês e de comentarem pois é importante para o crescimento do livro.
Postei livro novo de Julie and the Phantoms. Caso queiram dar uma olhadinha nele e nos meus outros, basta irem em meu perfil. 💕
Beijinhos e mordidas, Lobinhos! 🐺🌕
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