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— N A R R A D O R A

Após ajudar a humana, Marcel a deixou dormindo e ficou pensando sobre tudo o que ela disse. Poderia estar sendo egoísta em não querer participar da guerra que está por vir. Até brigar com Klaus e a família ele fez. Kol o chamou de covarde e o original quase perdeu um dente.

A garota parecia assustada ainda e indefesa mas ele sentiu nela uma vontade de fazer justiça. Uma grande oportunidade em transformá-la. Bastava ela querer.

Assim que Ava acordou, pôde se alimentar, tomar um banho longo e relaxante. Marcel deixou roupas limpas e separadas para a mesma. A esperou comer e beber para que pudesse falar algo.

— Sabe... Eu estava pensando. Há um jeito de eu te ajudar com essa sensação.

— Que sensação?

— Essa de querer fazer justiça com as próprias mãos. Você tem garra e sede de vingança. Está se perguntando agora como foi que suas feridas sumiram. Eu tenho todas as respostas, basta querer. Não irei forçá-la. Caso negue, poderá voltar para sua casa, longe de Nova Orleans.

— E se eu quiser?

— Poderá ficar para eu te ensinar à lutar e à controlar.

— Controlar?

Então Marcel mostrou seu rosto mudado. Em vez de a menina se assustar, ela ficou encantada. Tocou levemente e sentiu uma enorme necessidade de ser como ele.

Se aproximou do vampiro, convicta. Ele percebeu o que ela queria e levou o pulso à boca, prestes à mordê-lo.

— Tem certeza?

— Me faça como você.

Então Marcel mordeu seu pulso, o entregando para Ava beber e assim ela fez. Depois de ter ingerido uma quantidade razoável, ele segurou seu rosto, pedindo permissão. Viu um sorriso fraco em sinal de confirmação.

O vampiro quebrou o pescoço da garota, segurando o corpo mole e sem vida para que não caísse no chão. A deitou no sofá e esperou minutos.

A viu acordar, desorientada, e a explicou sobre tudo. Deu sangue para ela completar a transição e começaram os treinos.

Quando Marcel estava a ensinando arrancar corações sem hesitar, Rebekah entrou, vendo o clima que tinha se estabelecido no local.

— Não queria atrapalhar mas meu irmão soube da sua nova amiguinha e eu vim ver com meus próprios olhos.

— Agora que já viu, pode ir.

— Não. Irei levá-la comigo. Soube que era uma das cobaias de Gaspar, querida. Terá de explicar essa história ao meu irmão.

— Ela não irá, Rebekah.

— Está tudo bem, Marcel. Eles podem ajudar.

— Vai por mim, eles irão te usar.

— Nossa, Marcel. Quanto rancor. — Sorriu, debochada. — Vamos, querida. Oh, vejo que está sem anel e tem um forte Sol lá fora. Pelo visto, ele não te providenciou um. Teremos de esperar então. À noite, Marcel deve fazer uma batalha com você e alguns vampiros antigos que também querem um anel. — Cruzou os braços, alfinetando o ex-companheiro.

— Ava. — O moreno foi até a gaveta de sua mesa e pegou um anel do Sol, voltando para perto da jovem e colocando a jóia em seu dedo. — Pronto. Irei acompanhá-la já que não confio tanto assim neles.

— Bom saber. Vamos logo.


— Estão me dizendo que há mais humanos por lá, prontos para servirem de cobaias? — Klaus perguntou, encarando a recém-vampira.

— Sim.

— E o que fazem com os humanos?

— Eu não sei ao certo, Elijah. Eu vi um dos homens levar Clint e ouvi algo como "O Próximo Híbrido".

— Estão querendo criar seres sobrenaturais no laboratório? Que louco!

— Parece que sim, Kol.

— Não me surpreende afinal, aquele cientista realmente é louco. — Marine deu de ombros.

— Estão querendo começar uma guerra e que pareça "justa". O que seria um equívoco usar essa palavra já que se foram criados em laboratório, podem ter sido modificados para terem mais habilidades.

— Nik, sua namorada é bem inteligente também.

— Não sou a namorada dele, Kol.

— Ela ainda não está preparada para namorar alguém como eu, irmão.

— Um psicopata?

— Eu iria dizer "um romântico nato e lindo". Mas também serve.

— Você é bem convencido, né?

— Aí, foco! — Camille praticamente mandou e Malia semicerrou os olhos. Marine e Rebekah perceberam que a psicóloga estava com ciúmes.

— Bom, disse tudo o que sei. Sobre os experimentos, os turistas, quem está realizando todos os procedimentos, o local do laboratório, os caçadores... Eu não tenho muito mais detalhes.

— Está tudo bem, Ava. Fez o que pôde e já ajudou muito. — Sarah sorriu meiga, recebendo um sorriso de volta. Um celular começou à tocar e ela reparou que era o que tinha trazido consigo. — É o celular que peguei com o caçador.

— Atende!

— Não posso, Marine. Não sei se reparou mas minha voz não é masculina.

— Mas pelo menos atende, Vampirinha. — Rebekah a encarou, de braços cruzados. Assim ela fez e colocou no viva-voz.

"— Timothy, a garota realmente conseguiu fugir e isso é um problema. Não tanto pois ela pode não saber de nada. Patrick disse que é melhor previnir do que remediar então tentaremos a encontrá-la. Estamos convocando mais um novo grupo para o experimento e precisamos de você. Nos encontre em frente à loja de voodoo da cidade. Timothy? Precisamos da sua resposta, cara!"

"— Entendido." — Kol tinha tomado a frente para responder, tentando fazer a voz do caçador. Tendo a ligação encerrada, todos o encaravam com as sobrancelhas arqueadas. — O que é? Alguém precisava responder. Tomei a liberdade antes que ele desconfiasse. Me agradeçam depois.

— O que faremos agora, Niklaus? — Elijah perguntou, ignorando o irmão mais novo.

— Iremos nos encontrar com os caçadores.

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