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« 003 »

— M A L I A
Mystic Falls, Virginia

Nada mudou por aqui. Ao menos era o que achávamos antes de Stefan dizer que estava noivo. Mal tinha aberto a porta e nos bombardeiou com a notícia, deixando Marine no vácuo esperando um abraço.

Entramos na mansão Salvatore, e me joguei no enorme sofá, observando os dois amigos discutindo. Marine estava de braços cruzados, chateada por não ter sido noticiada antes.

— Meu melhor amigo vai casar e estou sabendo disso só agora? Na boa, eu vou quebrar seu pescoço!

— Mas eu a pedi ontem!

— Não interessa. Tem telefone pra que? Século 21 já.

— Eu te convidei para vir e a gente conversar.

— É mas você poderia ter falado mesmo assim, né? Existe telefone pra que? Enfeite?

— Já entendi, Marine.

— Ótimo. Eu estou certa e você, errado. — Ouvimos uma risada alta e alguém descer as escadas.

— Marine sempre certa.

— Mas é claro, querido Damon.

— Olá, Malia. — Sorriu de lado pra mim e retribuí.

— Damon.

O vi caminhar ao bar da sala e pegar uma garrafa de Bourbon, servindo em dois copos e me entregando um. Ele sabia que eu apreciava o líquido. Agradeci e ficamos bebendo, mantendo sempre o contato visual.

Ficamos conversando sobre diversas situações que passamos ao longo desses anos. Eu ria de suas histórias e ele tirava sarro das minhas. Até que vimos Stefan e Marine indo para a cozinha, comer algo, e nós dois acabamos nos beijando pelo calor do momento.

— Faz tanto tempo assim que não ficamos? — Ironizou.

— Sabe que sim.

— Então vamos aproveitar.

Damon me pegou no colo e com sua super velocidade, entramos em seu quarto. O mesmo fechou a porta e me deitou na cama, vindo por cima e atacando meu pescoço.

Gemi baixo e arranhei seu abdômen, o beijando novamente. Troquei nossas posições, rebolando em seu colo. Retiramos toda a roupa e Damon me penetrou rapidamente.

Meu sangue escorria pelos meus seios e ele se deliciava com o líquido. Cravei minhas garras em suas costas ao sentir novamente suas presas em meu ombro.

— Eu só não te mordo porque sei que seria letal. — Sussurro e o mesmo riu baixo.

— Seria um desperdício de Damon.

Após longos minutos, quase uma hora, ele me jogou para o lado, ofegante assim como eu. Viramos a cabeça apenas para trocar olhares e risadas.

O Salvatore mais velho puxou o lençol para nos cobrir e aceitei, deitando em seu peito nu. Ficamos em silêncio por um curto tempo, até ele resolver falar.

— Realmente faz tempo que não nos encontramos em algum quarto ou sala...

— Ou banheiro de bar... — Deixo no ar e rimos, lembrando de uma vez. — Parece que está apaixonado por uma sem sal aí e não me liga mais.

— Elena não é sem sal.

— Então o nome dela é Elena. A duplicata de Katherine.

— Mil vezes melhor que a vadia.

— Não sei e nem quero saber.

— Isso tudo é ciúme? — Sorriu debochado.

— Por favor né, Damon? Sabe que não sinto ciúmes e o que temos é apenas sexo casual.

— E selvagem.

— Tem razão. Muito selvagem. — Subi em seu colo novamente, indo beijá-lo mas desviei. — Uma pena que o que temos vai acabar.

— Quem disse?

— Damon Salvatore está apaixonado.

— Mas uma série de coisas aconteceu e estou solteiro. O que significa...

— Que você vai calar a boquinha para aproveitarmos o tempo perdido. — Sorrimos e nos beijamos para voltarmos ao que importa no momento.


Acordei na cama de Damon. Ele dormia tranquilamente, segurando minha cintura. Sorrio fraco e retiro sua mão, me arrastando até a beirada e vestindo minha roupa.

Caminho até seu banheiro e faço minhas higienes. Ao sair, ele já estava acordado, lendo um livro qualquer e bebendo seu whiskey.

— Ía embora sem se despedir?

— Passamos a tarde inteira juntos e a madrugada também. Estava com tantas saudades ao ponto de acordar para me ver? — Tiro sarro e o vejo levantar, sorrindo de lado.

— Sabe que sim, Hibridinha.

— Lá vem você e esse apelido. — Rimos e ele beijou minha testa.

— Apesar de transarmos sempre e muito bem, somos amigos. Pode contar comigo.

— É, eu sei. — Abraço sua cintura, o olhando.

— Ainda não contou à ela?

— Damon...

— Não acha que Marine mereça saber?

— Estou te estranhando.

— Estou tentando... Ser...

Bom? — Pergunto e ele concorda. — Uau. O que o amor não faz com a gente...

— Não começa, Hibridinha.

— Damon, só você sabe sobre isso. Mais ninguém. Foi graças à isso que nos conhecemos.

— Se eu não tivesse visto, nunca saberia também, não é?

— Mais ou menos isso aí.

— Ainda sim, acho que Marine precisava saber. Não será isso que irá afastar as duas. Sempre foram unidas.

— Querido Damon, se eu contar à ela, capaz de ela nunca mais olhar em minha cara.

— Será pior se ela descobrir e saber que a irmã mentiu todos esses anos.

— Não menti. — Ele arqueou a sobrancelha e eu bufei. — Eu omiti. É diferente.

— Ok. Você que sabe. Conhecemos a Crawford caçula e sabemos que ela irá até te odiar no começo mas vai passar.

— Ok, velho amigo. Irei pensar no que disse.

— E vai ignorar depois. Te conheço, Hibridinha.

— Conhece mesmo. — Sorrio e ele me beijou. Vejo o relógio no criado-mudo e percebo estar na hora de partir com Marine. — Preciso ir, Damon.

— Não dá tempo de uma rapidinha? — Rio de seu argumento mas me afasto.

— Não, não dá. Sua rapidinha pode esperar ou até mesmo me visitar em Nova Orleans.

— O que fará em Nova Orleans? — Perguntou, desconfiado.

— Assuntos pessoais. Tchauzinho, Xuxu. — Aperto sua bochecha, o dando um selinho.

— Ah não, Malia. Esse apelido não! — Gargalhei de sua expressão, pegando minha jaqueta de couro e piscando pra ele, saindo de seu quarto. — Tchau, Hibridinha!

O ouvi e desci as escadas, vendo os dois caçulas no sofá, conversando sobre o futuro ou algo do tipo. Eles estavam tão entretidos com assuntos de casamento que não notaram minha presença.

Peguei um pouco de Bourbon e me sentei, observando os dois e depois vendo uma mensagem em meu celular.

"Loira 💕: Já estão vindo? Nova Orleans está um pouco chata sem as duas aqui para eu perturbar.

Eu: Sabia que nos amava tanto, Bekah!

Loira 💕: Cala a boca, Vadia. Eu quero minhas duas melhores amigas aqui. Meus irmãos conseguem ser uns porres!

Eu: Deve ser por isso que você quase não fala deles.

Loira 💕: Na verdade, eu nunca falo.

Eu: Realmente! Mas bom, estamos à caminho.

Loira 💕: Ah! Terá um baile dado por minha família. Um baile de gala, e vocês estão convidadas.

Eu: Baile? Pensei que estávamos no século 21

Loira 💕: Hahaha engraçadinha! Sabe que sou de uma família antiga e amamos dar esses bailes. E além do mais, é para comemorar o primeiro aniversário de minha sobrinha, Hope.

Eu: Ok, iremos nesse baile aí.

Loira 💕: Mas é claro que irão. O convite é praticamente uma ordem. Tchauzinho!"

Loira folgada! Onde fui arranjar uma amiga assim? Rio fraco e percebo minha irmã me chamar.

— Sim?

— Stefan estava tentando falar com você mas parece que você estava envolvida demais com o namorado no celular que não nos deu atenção.

— Namorada. — Corrigi, prendendo o riso e os dois me olharam confusos. — Era a Loira.

— Ah! Falou para ela que já estamos indo?

— Sim. Estou te aguardando, sem pressa.

— Já terminamos aqui. Estava só falando sobre o casamento e que quero as duas lá, prestigiando a cerimônia.

— Se não estiver morta, eu vou. — Faço uma piada e rimos.

— Que horror, irmã!

— Só estou dizendo. Não sabemos o que nos espera, já que somos seres sobrenaturais.

— Sua irmã está certa, Marine.

— E também só vou se tiver comida, Stefan.

— Interesseira.

— Eu tenho meus momentos. — Sorrimos e nos abraçamos. — Até mais, Teffinho.

— Tchau, Coelhinho.

— Vocês e seus apelidos. Tchau, meninas!

Saímos da mansão Salvatore e vi Damon na janela. Sorrio e aceno, recebendo outro em troca. Entramos no carro e seguimos para nossa próxima parada.

Nova Orleans.

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