𝟎𝟒. ▌𝗱𝗶𝗿𝘁𝘆 𝗹𝗶𝘁𝘁𝗹𝗲 𝗹𝗶𝗲𝘀.
✩°。⋆⸜ ━━━ 𝟎𝟎𝟒. 𝗖𝗔𝗣𝗜𝗧𝗨𝗟𝗢 𝗤𝗨𝗔𝗧𝗥𝗢. *. ⋆ ७
MENTIRINHAS SUJAS.
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OS OLHOS AZUIS QUEIMARAM UM POUCO quando se abriram, tentando se ajustar com algumas piscadas á luz ardente do sol. Selene apoia um dos braços atrás do corpo e inclina a postura, varrendo os olhos pelo ambiente em que havia adormecido na noite anterior. A loira coça um pouco a vista, observando o suéter branco da polo Ralph, o taco de golfe depositado no canto da porta e o enorme quadro pintado á mão e emoldurado com madeira de carvalho branca de um rapaz loiro velejando numa tarde e ensolarada com os equipamentos adequados para o esporte.
Não estava alucinando, havia mesmo dormido no quarto de Nate Archibald. Selene desce um pouco o olhar e lembra que também vestia sua camisa azul de botões.
Bufa passando a mão entre o rosto, extremamente decepcionada consigo mesma e se joga na cama outra vez. Não haviam feito nada demais além de conversar é claro. E também não haviam dividido a cama, Nate havia dormido no sofá. Mas a noite passada havia balançado seus sentimentos por ele. Havia juntado todas as forças presentes em seu corpo para afasta-ló, pelo bem de Blair e pelo bem de si mesma. Mandar ele para longe significava mantê-lo no radar de Blair Waldorf, e consequente longe do seu. Longe da vista, longe da mente, é oque dizem os mais sábios. No entanto, havia se sabotado. Bateu em sua porta, deixou que ele enxugasse suas lágrimas e a visse vulnerável como ninguém havia visto antes.
Havia dado alguns passos para frente e perdido todos eles quando deu um para trás.
Tudo por culpa de Nate Archibald e da forma como a tratava.
Selene não consegue não pensar nas mãos firmes a segurando enquanto chorava, na forma como a escutou sem por um segundo sequer a julgar, e também em como ele havia a feito se sentir segura após uma noite turbulenta aonde havia se sentido extremamente violada. Como não poderia gostar dele um pouquinho? Como o coração não poderia amolecer com o quanto foi acolhida? Como não poderia sorrir com o cheiro de Polo da Ralph Lauren Blue impregnado em suas vestes que na verdade o pertenciam?
A respostas era simples: não podia, mas no coração não se manda. Ele quer oque ele quer.
Selene é obrigada a negar com a cabeça para afastar esses pensamentos para longe e levanta-se da cama ainda meio sonolenta, caminhando até aonde ela lembrava ser a cozinha, e encosta o corpo no vão na porta enquanto cruza os braços.
— Bom dia, Archibald — A loira sorri fraco com a cena de Nate, que vestia apenas uma calça de pijama cinza e um pano de pratos no ombro. — não sabia que cozinhava.
O garoto toma um breve susto com a fala repentina, mas acaba rindo um pouco antes de torcer o nariz.
— Não cozinho — Confessa. — mas já que estou com uma hóspede especial hoje, pensei que seria à altura.
— Ah, que honra. Oque tá fazendo para sua querida hóspede?
— Panquecas, porque lembro que são suas favoritas — O loiro faz bico, pensativo. — pretendo servir elas com muito caramelo por cima e alguns morangos cortadinhos.
— É muito gentil da sua parte. — Selene sorri um pouco mais, sentindo o coração das uma cambalhota dentro do peito. Havia esquecido a sensação de ser bem tratada pelo sexo oposto.
— Tem café pronto na cafeteira também. Imaginei que fosse precisar.
— Me conhece tão bem... — Selene resmunga enquanto boceja e caminha até a máquina de café, depositando um pouco em uma xícara.
— Á propósito, como se sente? — Nate questiona enquanto deposita a panqueca em um prato, a encarando.
— Já tive noites melhores — Selene beberica a xícara de café, respirando fundo. — mas irei sobreviver.
— Acho que já te disse isso várias vezes mas — Aproxima-se dela e a entrega o prato enquanto deposita a calda. Selene sente sua boca salivar com a cena. — sinto muito.
— Está tudo bem.
O garoto sorri fraco, sentando de frente para ela enquanto segura uma de suas mãos.
— Sabe que pode me contar tudo, não é? Espero que eu tenha de provado meu valor na noite passada. Estou aqui pra te ajudar, Cece. Pra te ouvir. Sempre estive e sempre vou.
A garota também sorri fraco, apertando sua mão na dele.
— Eu sei, Nate, e sou muito grata por isso. Mas eu só quero esquecer, de verdade. Deixar esse assunto de canto é o melhor que pode fazer por mim no momento.
O Archibald a encara triste e com um pé atrás. Sabia que estava omitindo algo, que não estava contando a verdade completa. Oque quer que tenha acontecido entre Selene e Chuck á caminho da festa do beijo na boca havia não somente a feito chorar como também havia feito com que ela optasse por mantas em o ocorrido em segredo. Nate soube também que poderia fazer algo por ela naquele momento, mesmo que com poucas informações. O garoto levanta-se da cadeira, procurando por uma camisa que pudesse vestir para realizar seu plano.
— Oque tá fazendo? Vai sair?
— Hum, preciso ir ver meu pai — Nate mente. — esqueci que tinha um compromisso com ele agora pela manhã. Acha que vai ficar bem sozinha? Prometo não demorar.
— Ah — A loira enfia um garfo na panqueca, assentindo com a boca repleta de comida. — tudo bem.
— Não se preocupe, minha mãe deve chegar antes de mim. — Nate deposita um beijo no topo da cabeça da loira antes de se retirar. — tenho certeza que ela irá adorar conversar com você agora que voltou.
Se Selene Van Der Woodsen ainda não tinha forças o suficiente contra Chuck Bass, então Nate o faria com as próprias mãos.
(☁️)
Nate Archibald entrou no elevador do palace hotel como um furacão. Não se importou de avisar sua presença na recepção ou informar á Chuck que estava a caminho. O garoto possuía as mãos no bolso do moletom e dava passos firmes e sólidos, decidido.
Assim que chega no último andar aonde Chuck mora, bate na porta respirando fundo enquanto estala o pescoço para um lado e para o outro.
— Nathaniel? — Chuck aparece, encarando o relógio de pulso de prata em seu pulso. Seus cabelos negros estavam uma bagunça e sua camisa entre-aberta. — oque faz aqui tão cedo?
— Precisamos conversar.
— Agora? — Entorta o lábio. — olha só eu tô de ressaca e tenho... algumas companhias. Não é a melhor hora.
Nate esquiva-se sobre o o corpo de Chuck e observa três garotas enroladas entre os lençóis do sofá. O Archibald revira os olhos.
— Mande todas elas embora, porra. É urgente. — Cruza os braços, trincando a mandíbula.
— Chuck, volta pra cama...
O bass respira fundo, dando as costas para o amigo e encara as garotas deitadas sobre seu sofá que vestiam apenas lingerie.
— Sinto muito, senhoritas. Eu e o nathaniel temos negócios para tratar, estão dispensadas por hoje. — Escuta alguns barulhos de descontentamento, mas obedecem.
— Tchauzinho, Archibald. — Nate escuta uma ruiva dizer de forma manhosa enquanto passeia sua mão pelo ombro do garoto ao se retirar. Nate ignora a despedida, entrando na cobertura.
Chuck fecha a porta e cruza os braços.
— Oque é tão importante que te fez vir aqui ás seis e meia da manhã?
— Selene. Tô aqui pra falar sobre a Selene.
— Selene? — O bass faz bico, pensativo. — oque tem ela?
— Oque aconteceu entre vocês dois ontem? — Nate vai direto ao ponto, sem mais rodeios. — e eu não quero nada além da verdade, Chuck.
— Bom, isso depende — Caminha até o sofá e senta-se sobre o mesmo, cruzando as pernas. — oque ela te disse que aconteceu?
— Ela não me disse nada, por isso tô perguntando á você. Oque tenho certeza é que não foi coisa boa.
— Olha, Nathaniel. Vou te dizer isso do jeito mais gentil e amigável que consigo porque você é meu amigo: se ela não te disse oque aconteceu, é porque não é da sua conta.
— Mas é claro que é da minha conta — O Archibald ri fraco, irônico. — não vou continuar sendo amigo de um cara que continua tratando todas as mulheres ao redor dele como lixo. E também não vou deixar que faça de novo.
— E quem é você pra julgar a forma como trato mulheres? — Chuck arqueia uma sobrancelha, curioso. — preciso te lembrar que traiu o Blair?
— Isso foi há anos atrás. E nunca mais fiz outra vez.
— É claro, você não teve a chance já que a Selene foi embora.
O garoto perde a paciência, aproximando-se do amigo outra vez e esquiva-se sobre ele com os olhos estreitos, o segurando pela gola da camisa. É claro que estava ciente que quaisquer interações que tinha com Selene eram perigosas já que sempre foi apaixonado por ela. Mas, ele amou sim Blair Waldorf. Namoravam desde que eram crianças e Nate tinha um certo apego emocional por sua primeira namorada, mas no momento estava com ela por pura pressão de seu pai. A empresa dos Archibald estava prestes á fechar negócio com Eleonor Waldorf, mãe da garota e terminar um relacionamento naquela altura do campeonato balançaria demais a água do mar. Talvez o suficiente para fazer com que ele naufragasse.
As brigas também haviam desgastado o relacionamento ao longo dos anos. Nate estava em um campo minado, aonde não podia ir atrás da garota pelo qual realmente amava pois estava com sua melhor amiga. E não sabia se um dia poderia tê-la, já aos olhos da loira sempre seria visto como Nate: a mercadoria de Blair. Seu pertence, sua cara metade. O fruto proibido.
— Estou avisando, Chuck. Fique longe dela. — Seu tom é autoritário, alto e carregado de raiva.
— Está mesmo me ameaçando por causa de uma garota? — Chuck dá risada de forma irônica, incrédulo. — somos amigos desde o berço, Archibald. Não seja tolo.
— Não estou ameaçando, estou avisando, Chuck. Não passe dos limites outra vez.
— Ou oquê? — O bass levanta-se do sofá, aproximando o rosto com o do amigo.
— Ou então serei obrigado á usar os anos de amizade que temos e as coisas que sei sobre você e sua família contra você.
— Por causa da Selene?
— Por sua causa. Você me fez fazer isso, Chuck. Você afasta as pessoas ao seu redor com suas atitudes.
O bass pensa um pouco. Não vê outra alternativa á não ser aceitar seu destino, ao menos por enquanto. Estava ciente do quanto o melhor amigo amava Selene, e que de fato estava ciente á arriscar tudo por ela, pois para quem já havia arriscado seu relacionamento com Blair uma vez, uma amizade não era nada. O garoto concorda com a cabeça, respirando fundo e retira as mãos de Nate da gola da sua camisa.
Mas ele não abaixou a cabeça com a intimidação. Estava fazendo aquilo por Selene, e não porque imaginava receber algo em troca.
— Vai se arrepender disso. Ela irá sumir outra vez, irá te deixar para trás. Selene não se importa com ninguém á não ser ela mesma.
— Estou disposto á pagar pra ver. — Nate inclina o queixo, sem despistar a marra.
— Que seja, Archibald. Não diga que não te avisei. — Chuck revira os olhos.
Nate sorri fraco, vitorioso. Antes de se retirar e ir embora, diz as palavras seguintes:
— Foi um prazer fazer negócio com você. Te vejo mais tarde no brunch do seu pai.
(☁️)
— Onde diabos você tava ontem?! — Selene tem que afastar o celular do ouvido assim que atende a ligação da sua melhor amiga, Blair, pelo tom alto e raivoso.
— Bom dia pra você também, Blair. — A loira faz careta, enquanto andava pela quinta avenida. Havia se despedido de Nate á cerca de uns vinte minutos atrás, oque significava que sua curta estadia na casa dos Archibald's havia se encerrado.
— Bom dia?! Bom dia?! — Vocifera, irritada. — você sumiu desde as dez da noite de ontem! Eu estava preocupada pra caramba, tipo: onde está minha melhor amiga?! Ela foi raptada?! Assasinada?!
— Você está exagerando. Estou bem, e de brinde não me raptaram e nem me mataram, não.
— E por acaso posso saber onde você estava vivendo? Porque eu me lembro que prometeu que estaria na minha festa do beijo na boca! — Blair choraminga no outro lado da linha.
— Sinto muito, B — Selene morde o lábio inferior. — algo surgiu.
— Oque poderia ser mais importante que eu?!
Selene para de caminhar de imediato, encarando seu reflexo que refletia na vitrine de uma das lojas da avenida. Ainda vestia a camisa de Nate, porque simplesmente havia dado um fim as suas vestes do acontecimento da noite anterior, era como se ter sua pele revestida por aqueles mesmos tecidos fosse fazer a cena se repetir milhares de vezes em sua mente. Ela queria contar para Blair tudo oque havia acontecido, porque eram amigas. Melhores amigas, na verdade. Queria contar desde a forma nojenta a qual Chuck havia se comportado até como ela foi buscar apoio com Nate, mesmo que como um amigo e sem segundas intenções.
Mas simplesmente não podia.
Selene conhecia Blair como a palma de sua mão e sabia o quanto era insegura. Não havia acontecido nada entre ela e Nate, mas abrir o jogo sobre algo assim para Blair só pioraria a situação.
A loira sente uma pontada no lado esquerdo de seu coração, pois teria que mentir para sua melhor amiga.
— Eu tive que ajudar a Serena. — Selene diz, tentando soar o mais convincente possível.
— Serena? — Blair questiona. — achei que ela estava em um encontro com o pobretão do dan.
Selene não pode evitar gargalhar.
— Ela estava — Concorda com a cabeça por mais que a amiga não pudesse ver e volta a caminhar. — e precisou da minha ajuda para escolher uma roupa pro encontro. Daí me atrasei e perdi a vontade de ir.
— Ah, S! Não pode tá falando sério! E os drinques que a gente ia tomar? As músicas que íamos dançar até nossos pés doerem?
— Sinto muito, muito mesmo. — Selene faz bico, também triste.
Queria mesmo que sua primeira festa tivesse sido feliz como sua amiga descrevia e planejava, mas Chuck Bass havia arruinado todos os seus planos.
— Estou me sentindo traída.
— Terão outras festas, B. Não se preocupe, serei toda sua.
— Ugh, tudo bem — Por mais que a loira não pudesse ver, soube que Blair revirou os olhos pelo seu tom de voz. — pelo menos vai no brunch do Chuck hoje? É o mínimo que pode fazer por mim.
— Realmente quer ir para esse treco? Achei que odiasse o Chuck.
— E odeio! Mas ele dá ótimas festas e seria bom beber e comer nas custas dele.
— Bom- — Selene está prestes a protestar, mas Blair interrompe seu raciocínio.
— Ótimo, te vejo lá! — Um beijo se instala no microfone e a ligação encerra, antes que a garota pudesse falar mais.
Selene respira fundo, guardando o aparelho em sua bolsa. Não sabia se aquilo era fato uma boa ideia, mas também não seria uma má. Não ir para o brunch levantaria suspeitas e consequentemente perguntas das quais ela não estava disposta á responder.
Quando volta á encarar a avenida, toma um enorme susto pois vê Blair vindo no outro lado da calçada. Selene encara as próprias vestes com os olhos arregalados e encara a amiga outra vez. Ela com certeza reconheceria a camisa pois havia decorado todas as roupas possíveis de Nate Archibald. Amava vesti-lo e usar roupas combinando com a dele quando iriam sair.
Merda, estava num beco sem saída. E a pior parte: ela mesma havia se colocado na situação quando bateu na porta dele.
— Selene, ei!
Por um segundo, a loira pensa que o chamado pelo seu nome havia sido dado por Blair e vira o corroo de imediato como um reflexo. Mas na verdade, era Jenny Humphrey, em um dos táxis na rua com a janela aberta e acenando em sua direção.
— Humphrey! — Acena, ainda meio inquieta.
— Você apareceu na festa da Blair? Esperei pela conversa sobre o blog que me prometeu a noite toda. — Jenny dá risada, meio tímida.
— Ah, merda — Selene morde o lábio inferior. — eu tive um imprevisto e esqueci de te avisar, eu sinto muitíssimo.
— Está tudo bem.
Selene encara Blair que se aproximava cada vez mais e depois o táxi de Jenny, tendo uma ideia.
— Tem algum compromisso agora? Tenho algumas horas livres antes do brunch do chuck. Podemos ter a conversa que te prometi enquanto compartilhamos o táxi, se não se importar.
— Ah, claro! — A loira mais nova exclama animada. É claro que aceitaria, via Selene como uma ídola da moda. — entra aí.
A loira atravessa a rua e adentra o táxi. Salvo pelo gongo também conhecido como Jenny Humphrey, e presa numa teia de mentiras que estava prestes á quebrar.
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