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Abby estava em pé no terraço apenas esperando Tony para irem para Sokovia, local onde Ultron estava. Ainda não havia falado com a irmã, e sabia que estava adiando o momento, pois tinha medo de ser a última vez que ouviria a voz de Amy. Isso é o pior de tudo, nunca sabemos quando é uma despedida.
Respirou fundo e pegou o celular, clicando no contato da irmã, esperou poucos segundos antes de ouvir a voz dela do outro lado da linha.
-Oi, Amy.
-Nossa, Abby, qual o seu problema com celulares? Eu mandei umas trocentas mensagens.
-Desculpa, é que tá um caos por aqui. Como tá sendo aí na casa da Pepper?
-É a Pepper né, então tá sendo incrível, mas tô com saudade de você, quando você volta?
-Tô indo agora pra Sokovia, acho que depois tudo acaba.- falou ela com a voz um pouco falha
Amy que percebeu de imediato como que a irmã estava e o intuito da ligação, disse:
-Não é uma despedida, Abby. E não precisa ficar com medo, você é foda, vai destruir esse robô lunático rapidinho.
Abigail apenas riu.
-Agora é sério Abby, fica bem, por favor. E avisa o Tony pra ele se cuidar.
-Tá bem, tenho que ir agora, te amo Amyzinha.
-Também te amo, mana.
Abby sorriu e se despediu da irmã. Assim que desligou, viu Tony caminhar até ela, e seu coração começou a bater mais rápido. Não conseguia entender o porquê daquilo, não fazia sentido ficar nervosa com a presença dele, a ideia de se sentir atraída por ele passou pela sua cabeça várias vezes naqueles dias, mas ela rapidamente mandava a ideia para longe, chamando de loucura.
-Capitão já fez o discurso dele, hora de ir.
Ela assentiu e ambos acionaram suas armaduras para irem para o terraço onde estavam.
-Amy pediu pra você tomar cuidado.
-Eu vi as mil mensagens que ela deixou pra Friday, pedindo pra eu não entrar em buracos de minhoca.- comentou ele risonho
-Só reforçando... não entre em um buraco de minhoca.
-Isso é preocupação na sua voz?
-Talvez.
Tony à olhou e viu que não havia sorrisos debochados e nem tom de brincadeira na sua voz, e olhando nos olhos dela, ele não sabia como, mas realmente viu preocupação ali.
Não iria negar que também estava de certa forma preocupado com ela. Abby já havia usado a sua armadura para embates, mas aquela era a batalha final e seria muito mais difícil, pois sabia que Ultron não iria facilitar.
-Toma cuidado, docinho, não se arrisca.
-Isso é preocupação na sua voz?- retrucou repetindo o que ele havia dito
-Talvez.
Ela sorriu sem deixar que ele visse. Os dois entraram na suas armaduras e voaram para Sokovia.
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Quando chegaram na Sokovia viram que a evacuação já havia começado, estava uma bagunça, com filas de carros e pessoas correndo por todos os lados para saírem da cidade.
-Ultron está na igreja, vou até lá.- declarou Tony
-Sozinho? Não, não vai.
-Ele não vai hesitar em matar você.
-E você ele não vai, né?! Até porque te ama muito.
-Abigail, o resto da equipe precisa de ajuda.
-Você também precisa, o alvo é você, ele quer você. Não vem com essa de se sacrificar, Anthony.
-Você é muito teimosa. Vai adiantar continuar pedindo pra você ficar?
-Você sabe que não.
Tony suspirou e seguiu para igreja com Abby logo atrás. Ao pousarem no local, aparentemente não havia ninguém, até que ouviram a voz de Ultron.
-Vieram confessar seus pecados?
-Já vou logo avisando que são muitos, aliás não sei como a igreja não pegou fogo quando coloquei os pés aqui.- murmurou Abby virando-se para o robô
-Tomou bomba, filhão? Coquetel de vibranium? Tá meio parrudo.
-Vocês estão enrolando para proteger o povo.
-Essa é a missão, esqueceu?
-Eu já superei a missão de vocês, estou livre.
No momento seguinte, o altar da igreja foi completamente quebrado, dando espaço para uma máquina. Logo Jocasta e Friday começaram a analisar o que estava à frente.
-Tony, Jocasta não consegue identificar pra que serve.- falou assustada
-Friday também não.
Como as coisas só pareciam piorar, eles começaram à ouvir tiros e gritos. Olharam para cima e depararam-se com robôs sobrevoando a cidade.
Sem hesitar, voaram outra vez para o meio da cidade, pois sabiam que aquelas coisas causariam muitas mortes se não fizessem nada.
Abby que havia ido numa direção diferente de Tony, viu um grupo de pessoas prestes à ser atacadas, então voou na direção deles atirando, tomando cuidado para não acertar os civis. Em poucos segundos já havia destruído todos.
Ainda sobrevoando a cidade, viu o chão começar à se partir, e a rachadura estava chegando perto de onde uma criança estava parada. Voou rapidamente até a menina, à pegando no exato momento que o rachadura se abriu ainda mais, fazendo uma cratera.
Pousou em um lugar seguro com a criança nos braços, até que uma mulher veio chorando na sua direção, Abby supôs que fosse a mãe da garotinha. A menina esticou os braços e abraçou a mãe, a mulher murmurava diversos obrigadas, Abby apenas sorriu sem graça, isso de ser heroína ainda era novidade.
De repente Abby cambaleou para o lado, sem entender o que estava acontecendo. Levantou voo, e quando estava no céus viu que a cidade estava voando. Procurou rápido por Tony e quando achou voou até ele.
-A gente tem que parar isso agora, quanto mais alto pior vai ser.
-Eu sei, alguma ideia?
-Não...
-Friday disse que aquele prédio não está vazio.
Ele não precisou completar, os dois foram até o prédio, quando entraram encontraram uma família completamente assustada.
-Oii... entrem na banheira.- disse Tony para as pessoas
-O que?
-Confia em mim docinho.
Então com todos dentro da banheira, Tony segurou um lado enquanto Abby segurava o outro. Saíram do lugar poucos segundos antes que ele caísse.
Colocaram a família no chão e voltaram para o céus outra vez para fazer a função que estavam encarregados, levar a cidade de volta para o chão.
-Olha não existe um jeito de levar a cidade volta pro chão, principalmente de um jeito devagar.
-Tem que ter um jeito, Griffin- ele fez uma pausa e tentou pensar em algo- podemos tentar fazer a ação atômica retroceder.
Abby engoliu a seco e disse:
-Você sabe o que vai acontecer se fizermos isso.
Tony estava começando à entrar em desespero, não tinha como salvar todos. Ou destruía a cidade ou o resto do mundo morria, ele não deveria ter que decidir isso, ninguém deveria ter o poder de decidir quem vai ou não morrer.
-Stark e Griffin, alguma ideia?
-Talvez uma forma de destruir a cidade, vai impedir de se chocar com o solo.
-Eu pedi uma solução, não um plano de fulga.- falou Steve
-O raio de impacto está ficando maior, é preciso tomar uma decisão, talvez a solução não vá aparecer agora.- disse Abby apreensiva, não queria que as pessoas que estivessem ali morressem
Esperaram alguns segundos para que Steve respondesse, mas a voz que ouviram pelo comunicador foi a de Nick Fury. Então uma nave enorme apareceu.
-Legal, né? Tirei ela do depósito com a ajuda de velhos amigos.
Abby e Tony sorriram e suspiraram aliviados, conseguiriam salvar quem estava na cidade. Quando vários robôs se aproximaram da nave, outra armadura surgiu para defendê-la.
-Rhodes.- falou Abby animada
-Essa vai ser uma boa história para contar hein, Abby.- disse ele
-É.. se sobreviver para contar.
-Sempre tão otimista...- ela zombou de Tony
-Se sobrevivermos vou aplaudir.- murmurou Stark
-Vou cobrar meus aplausos.
Abby e Tony separaram-se de Rhodes, o deixando cuidar dos robôs que estavam atacando a nave, enquanto iam resolver o problema da cidade.
-Já sei, criamos um selo de calor.
-E sobrecarregamos por baixo.- completou Abby
-O selo de calor precisa de energia suficiente.- falou Friday
-Thor.- chamaram Abby e Tony ao mesmo tempo
-Estou indo para o núcleo.- falou o deus
-Rhodes, leve as pessoas para a aeronave.
-Tá bem.
-Vingadores, hora de pegar pesado.
Todos voltaram para a igreja e começaram uma batalha árdua com os robôs que ainda estavam de pé.
-Qual o lance?- perguntou Romanoff chegando
-Esse é o lance, se o Ultron colocar as mãos no núcleo nós perdemos.
Todos os vingadores observaram Ultron chamar todo seu exército de robôs para luta.
-Isso é o que posso fazer de melhor. Exatamente o que eu queria, todos vocês contra todos de mim, como vocês esperam me impedir?
-Como o velhinho disse, juntos.- murmurou Tony
Sem esperar aviso todos começaram a lutar com os robôs que vinham nas suas direções. Todos usavam sua força total.
Abby usava a artilharia pesada, pois havia feito ajustes na sua armadura, ajustes com armas nem um pouco convencionais. Atirava e destruía cada robô, os impedindo de chegar perto do núcleo.
Quando Tony e Abby viram visão e Thor atingirem Ultron, foram para cima acionando os repulsares das suas luvas e atirando em Ultron. O robô não aguentou muito e começou à se desfazer, então os quatro pararam, e ouviram o robô falar.
-Sabem, avaliando em retrospectiva-
Ele não terminou, pois arremessado para longe por Hulk, o que rendeu uma boa risada de Abby. Mas logo parou de rir quando viu que os robôs estavam saindo da cidade.
-Não podemos deixar.- murmurou ela
-Rhodes.- chamou Tony
-Deixa comigo.
Já sobrevoando abaixo da cidade ouviram a voz de Friday nas suas armaduras.
-Os níveis de energia estão abaixo-
-Redirecione tudo, só temos uma chance aqui.
Tony ligou a câmera da sua armadura e conectou com à de Abby, e desligou o comunicador dos outros para não escutarem.
-Se funcionar podemos não sobreviver.
Abby que via pela câmera o rosto de Tony e ouvia a sua voz de pesar, apenas disse:
-Tudo bem.
-Não tá tudo bem, você não devia passar por isso e-
-Tony, eu-
-Não me interrompe. Eu acho que nunca te odiei de verdade, acho que comecei a competir com você pois queria chamar sua atenção.
A última coisa que esperava ouvir naquele momento era aquilo. Já que as chances de morrer eram grandes, ela decidiu falar algo também.
-Eu nunca pensei no que falar quando estivesse prestes a morrer, então... me desculpa por ter jogado bebida em você naquela festa anos atrás, eu só queria te ver sem camisa.
-Eu juro que esperava que você dissesse algo fofo, tipo que também não me odiava.
-Eu tô em crise, Anthony, prestes a morrer, não estou sabendo nem dizer meu nome.
-Tudo bem, gostei de saber que queria me ver sem camisa. Foram por breve segundos, mas você conseguiu.
-Agora é sério. Eu acho que também nunca te odiei. Quando assumi a empresa, tudo que eu mais queria era ser sua amiga.
Quando Tony estava prestes à dizer algo, a cidade começou à despencar, então os dois voaram ficando abaixo dela. E ao chegarem à baixo do núcleo direcionaram a energia dos seus trajes.
-Agora!- disseram para Thor
Então no momento seguinte toda Sokovia começou a se desfazer, e explodiu. Abby viu que sua armadura estava sem energia, então começou à despencar.
Dizem que quando se está prestes à morrer, a vida inteira passa diante de seus olhos, como um filme. Mas Abby só conseguia pensar em tudo que poderia fazer diferente, não queria morrer. E com esse pensamento, sua vista começou a ficar escura e não viu mais nada.
🪐
Oiii, primeira vez que falo aqui.
Mas é só pra avisar que não vou imediatamente para o filme Guerra Civil, antes vou fazer alguns capítulos que se passam entre esse intervalo de tempo dos dois filmes, para desenvolver melhor a relação do Tony e da Abby.
E só pra avisar, mais tarde tem mais um capítulo!!!
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