𝟑𝟎
Havia algo em Upstate que fazia Tony sentir-se em paz. Poderia ser pelo estilo colonial da cidade, ou da tranquilidade por ser uma cidade de interior. A cidade ficava no norte do estado de Nova York, e longe o suficiente de agitação. E Tony nunca achou que se sentiria tão feliz num lugar como aquele. Mas tinha a impressão que aquilo também se devia por causa de Abby. Não importava o lugar que estivesse, se sentiria em casa só por ela está do seu lado.
Estava caminhando pela calçada do centro da cidade, voltando para loja onde havia deixado Abby há alguns minutos. A mulher havia decido de uma hora para outra que estava com vontade de comer doce de abóbora, e como Tony não negava nada à esposa, havia ido comprar.
Quando entrou na loja, encontrou Abby com muito mais roupas do que quando saiu. Caminhou até ela e à entregou o doce. Os olhos dela chegaram a brilhar.
-Como eu te amo!- exclamou comendo
-Tá falando comigo ou com o doce?
-Quer que eu minta pra você?
Ele riu e perguntou:
-Qual seu lance com abóbora? Você odeia.
-É culpa do seu filho.
-Ou filha, vamos saber daqui a pouco.
Na verdade já era para saberem, mas Abby havia adiado milhares de vezes os ultrassons com Rae, esposa de Rhodes, que era médica. Havia ido para as consultas, mas sempre tava um jeito de fugir do exame. Tony sabia que ela estava com medo de ter algo de errado na gravidez, por isso estava adiando. Ele não à culpava, pois sabia o quão traumático havia sido a primeira gravidez.
Ele à observou colocar o doce de lado e erguer um macacão de bebê rosa e cheio de ursos.
-Esse é tão fofinho, não é?
-É, mas...- ele pegou o macacão com a estampa do traje do homem de ferro- Mas esse é melhor.
-Você não vai fazer nosso filho usar isso.
-Ah vou sim.
Ele colocou o macacão com o resto das roupas de bebê que Abby havia comprado.
-Melhor irmos logo, já tá quase nada hora.
Abby assentiu e caminhou com dois carrinhos lotados de roupas de bebê até o caixa. Ele à observou de longe, e deu um sorriso bobo ao olhar para a barriga de Abby. Não estava muito grande ainda, mas com certeza já dava para notar a diferença.
Logo os dois já estavam saindo da loja, e rapidamente colocaram as sacolas no carro e seguiram para o consultório.
Alguns minutos depois os dois já estavam na sala de exames. E Abby estava deitada, já preparada apenas esperando a médica entrar para fazer o ultrassom.
-E se tiver algo errado?- questionou ela, o olhando apreensiva
-Não tem! Fica tranquila, eu tô aqui.- disse ele, segurando a mão dela
Ela assentiu e logo a atenção dos dois se voltou para a porta, onde Rae os olhava com o sorriso no rosto.
-Finalmente minha grávida favorito resolveu aparecer.- disse a mulher
Ela cumprimentou Abby com um beijo na bochecha e abraçou Tony em seguida.
-E aí? Preparados?
-Com certeza!- falam juntos
Rae sorriu e espirrou um gel frio na barriga de Abby, enquanto Tony apertava com mais força a mão da esposa. Rae moveu a máquina de ultrassom pela sua barriga. Tony e Abby não desviavam os olhos da mulher, esperando que ela falasse.
-Tudo parece bem e...- a mulher se interrompeu, se inclinou para olhar melhor a tela com o senho franzido
Abby e Tony olharam para a obstetra ligeiramente alarmados.
-O que houve, Rae? Tem algo de errado?- perguntou Abby
-Não mesmo!
Rae olhou para os dois sorrindo, e anunciou:
-Parabéns! Vocês vão ter gêmeos.
Abby e Tony olhavam para a mulher sem reação, se perguntando se haviam escutado certo.
-Gêmeos?- ecoou Abby estupidamente
-Tá falando sério, Rae?- murmurou Tony- Gêmeos? Tipo dois?
-Dois.- ela confirma
Abigail ainda sem acreditar, perguntou:
-Você pode dizer os sexos?
-Pelo o que posso ver, sim. Vocês gostariam de saber?
Com a pulsação acelerada, Abby se vira para Tony. Quando os olhares se encontram, ele assente.
-Sim, queremos saber.
Rae move mais a máquina pela barriga de Abby, e os dois à olhavam com expectativa.
-Vocês vão ter um menino... e uma menina.
Abby e Tony não conseguiam esconder o sorriso no rosto ao imaginar os dois filhos que teriam.
-E tá tudo bem com eles?- perguntou Abby
-Sim, estão perfeitamente bem. Mas você, cuidado em dobro, ouviu? Já marquei a próxima consulta e já agendei todos os exames que quero que faça.
Os dois continuaram ouvindo mais algumas recomendações e logo se despediram da amiga. Já no carro, os dois estavam paralisados, apenas olhando a fotografia dos bebês. Mas então a ficha dos dois começar a cair, e eles começaram à rir e sorrir bobos um para o outro. Tony segurou o rosto de Abby entre as mãos e disse:
-Quando eu acho que você não poderia me fazer mais feliz...- ele fica sem palavras- Dois! Você tem noção?
-Não! Qual foi a última vez que tivemos tanta sorte?
Tony negou com a cabeça e beijou a esposa. Amava aquela mulher mais do que a própria vida, e agora iriam ter dois filhos. A vida era realmente incrível e imprevisível.
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Abby começou a despertar de um sono profundo, quando ouviu o alarme do seu celular. Quando sentou-se na cama, olhou para a janela e percebeu que já havia escurecido. Depois que chegou do consultório, acabou caindo no sono, o que estava se tornando comum no último mês, a gravidez estava à deixando bastante sonolenta. E pelo jeito havia dormido a tarde toda.
Saiu do quarto e começou à procurar Tony pela casa, mas não o encontrou em lugar nenhum.
-Friday, onde o Tony está?
-No deck, senhora Stark.
Abby pegou um casaco já que o clima estava bem frio, e saiu de casa. Quando chegou próximo ao deck que era suspenso no lago, Tony estava deitado ali em cima de um cobertor.
-Tony!- chamou
Ele virou-se rapidamente para à encarar, e deu um sorriso.
-Ah que bom que acordou. Deita aqui.
Abby foi até ele e deitou-se ao seu lado, e Tony logo à abraçou.
Ele direcionou o mão para a curva da barriga de Abby e começou à fazer carinho distraidamente. Ainda não conseguia acreditar que ali estava seus dois filhos. Dois. Era inacreditável. Parecia um sonho.
-Devíamos pensar em nomes.- falou Abby
-Boa ideia! Alguma sugestão?
-Que tal... Sophie?
-Bonito, mas não sei... Sophie Stark?
-Até que ficou legal- Abby começou à fazer carinho nos cabelos de Tony- Alguma sugestão?
-Noah?
-Muito comum.
-Luke?
-Bonitinho... que tal Aaron?
-Meio estranho- Tony sentou-se, mas continuou com as mãos da barriga da esposa- Que tão Violet?
-Gostei! Violet tá no topo da lista agora.
-Acho que só vamos saber quando olharmos pra eles.
-Também acho... agora volta à deitar, tava muito bom ficar abraçada com você.- murmura ela manhosa
Tony sorriu e voltou para a posição de antes e à puxou outra vez para seus braços.
-Sinto falta da Amy.- disse de repente
Tony não esperava que Abby dissesse aquilo. Ela estava ignorando qualquer coisa relacionada a irmã.
-Também sinto falta dela. Acho que ela iria gostar daqui.
-É, iria sim.
-Sinto falta do pirralho.
-Eu também... ele gostava da Amy, sabia?
-Desconfiava. Acho que ela gostava dele também.
-Eu tenho certeza que gostava- ela ficou em silêncio por alguns segundos- Queria que eles estivessem aqui.
Tony assentiu e beijou o topo da cabeça de Abby. Ambos passaram horas ali, apenas conversando e observando o céu.
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Tony se achava um gênio, capaz de construir e concertar qualquer coisa. Até ter que montar um berço. Ele e Abby haviam decido que queriam fazer com as próprias mãos cada coisa do quarto dos filhos. Haviam pintado as paredes, instalado os móveis e decorado tudo. E faltava apenas uma coisa. Os berços. E Tony havia se arrependido amargamente de ter decido montar.
-Abigail, estamos tentando montar isso há horas. Não vai rolar.- disse tentando encaixar uma das peças
-Somos formados em engenharia, somos dois gênios! Não é possível que vamos ser vencidos por um berço.- esbravejou jogando a peça longe
Tony à observou Abby começar levantar-se do chão com dificuldade, então logo à ajudou. Já de pé, Tony passou à mão pela barriga de Abby, que já estava enorme, por ela já está entrando no nono mês, o que havia sido uma surpresa, pois achavam que por ser gêmeos, eles nasceriam bem antes.
-O que eles estão fazendo hoje?- perguntou beijando a bochecha da esposa
-Dando cambalhotas, e não param de chutar. Pelo jeito eles estão animados.
Abby colocou a sua mão em cima da mão de Tony, que estava na sua barriga. No momento seguinte os berços que estavam montando, caíram no chão, totalmente desmontado.
-Não acredito! É capaz deles nascerem e esses berços ainda estarem assim.- disse Abby com os olhos marejados
-Calma, tá? Não chora, eu vou resolver.
Ele se agachou outra vez para ler o manual.
-Tony!
-Tá tudo bem, acho que é só esse parafuso aqui.
-Tony!- chamou outra vez
-Estou ouvindo.
Quando ele enfim se levantou e a encarou, Abby estava com os olhos arregalados.
-A bolsa estourou!
Tony ficou paralisado e começou a hiperventilar.
-Relaxa, eles não vão nascer agora.
-Agora não?
-Agora não. Para de ser idiota e se acalma- gritou ela
-Não grita! Eles vão cair.- gritou de volta
-Cair de onde? Você é burro por acaso?
-Fica calma, tá?
-Então se mexe, me leva pro hospital, Tony.
-O hospital! Claro, o hospital.
Tony à ajudou a caminhar para fora de casa e pegou as bolsas que Abby já havia deixado preparada. Durante o trajeto até o hospital, Tony ligou para Rae, que falou que já estava à caminho.
Quando chegaram no lugar logo levaram Abby para um quarto, e ela já gemia de dor, pois as contrações já haviam começado.
Logo que Rae chegou no quarto, Abby exigiu:
-Quero uma o peridural!
-Você disse na última consulta que não iria querer.
-Não me importo, mudei de ideia.
Rae logo à examinou e passou a máquina de ultrassom pela sua barriga.
-Me diz que vai ser normal.- murmurou Abby com a voz falha
-Sim, como você queria. Eles estão na posição certa.
Tony observou o lugar começar a lotar, já que havia uma equipe de médico para cada bebê. As horas que se seguiram foram preenchidas por gritos. Quando a madrugada chegou, Rae finalmente disse que estava na hora. Então os gritos de Abby se tornaram muito mais altos, enquanto ela empurrava. No momento que Abigail apertou sua mão com tanta força que o fez o grunhir, o choro estridente se fez presente no lugar.
-A menina!- exclamou Rae antes e à entregar para os médicos
Tony e Abby tentaram ver a filha, mas ela teve que empurrar outra vez. E em menos de dez minutos depois, outro choro ecoou pelo quarto.
Abby se joga na cama e começa à chorar. Tony beijou a têmpora da esposa e disse:
-Pronto! Tá tudo bem, acabou.
Ela assente, com o rosto completamente vermelho e suado. Poucos minutos depois duas enfermeiras apareceram e depositaram as duas crianças nos braços de Abby. Tony se sentou na cama e tocou nas mãos dos filhos.
-Eles são tão pequenos.- murmurou ele
-Não diz isso pra pessoa que acabou de empurrá-los.
Tony riu levemente, mas os dois continuaram encarando os filhos completamente maravilhados. Parecia que seus corações haviam triplicado de tamanho. Era um amor tão grande, um amor que nunca haviam sentido antes.
-Eles são perfeitos.- falou Tony meio bobo
-Ele se parece com você.
-E ela é igualzinha a você.
-Vai! Segura os dois.- diz ela de repente
-Eu posso derrubar.
-Não vai.
Ela passou os dois para Tony, e ele equilibrou os dois nos seus braços. A menina já não chorava mais e o encarava com grandes olhos azuis, aqueles olhos eram definitivamente de Abigail. E o menino também o encarava com os olhos castanhos curiosos, enquanto segurava o dedo da mãe.
Abby observava a cena com lágrimas escorrendo pelo rosto. Aquela era uma imagem que iria lembrar até o último dia da sua vida.
-Eu amo vocês.- falou Abby- Você me deu mais do que eu sonhei, Tony.
Tony olha outra vez para a esposa.
-Também amo você, Abigail Stark. Amo vocês três.
Ela sorri e Abby segura a filha nos braços outra vez, enquanto Tony segurava o menino. Aquele sim era o começo de uma vida incrível juntos.
🪐
Oiii! Cheguei com mais um capítulo, e um capítulo bem fofo.
Nossa eu tenho planejado desde o primeiro capítulo que esses dois iam ter gêmeos, e eu nem acredito que já chegou o momento.
E no próximo capítulo já começa a fase final, que é ultimato... :(
E é isso... bjs e até domingo.
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