𝐀𝐂𝐓 𝐎𝐍𝐄
Fracasso. Todos nós fracassamos.
Fracassado, num sentido, que decepcionamos todos. Incluindo nós mesmos
─O Substituto, 2011.
❝𝐓𝐡𝐨𝐮𝐠𝐡𝐭 𝐰𝐞 𝐛𝐮𝐢𝐥𝐭 𝐚 𝐝𝐲𝐧𝐚𝐬𝐭𝐲
𝐟𝐨𝐫𝐞𝐯𝐞𝐫 𝐜𝐨𝐮𝐥𝐝𝐧'𝐭 𝐛𝐫𝐞𝐚𝐤 𝐮𝐩❞
ALI ESTAVAM ambos, sentados enfrente a lareira com as enormes chamas laranjas subindo, Albus não havia dito uma palavra sequer desde o momento em que entraram na casa, apenas seus soluços eram ouvidos, com a cabeça deitada sobre os ombros de Gwayne, que por sua vez, não ousou perguntar nada mesmo sabendo a causa de tal tristeza. A família Gold era uma das poucas que soube sobre a realidade por trás da morte de Ariana Dumbledore e o que havia acontecido de verdade naquele dia, a final de contas, Gwayne estava lá mas não ousou lutar, sua magia era fraca demais para enfrentar Gellert Grindelwald.
Albus se afastou um pouco, respirando fundo e se virando para o bruxo ao seu lado:
─Aberforth me odeia...a única família que me restava─Dumbledore resmungou baixo
─Ele vai te perdoar...família é isso, além do mais...não sabemos de qual varinha saiu o feitiço que a matou─Gwayne tentou conforta-lo mas falou quando o viu se levantar
─Eu não posso mais...eu não posso continuar em Godric's Hallow
─O que está pensando? Vai viajar com Elifas Doge finalmente?
─E-Eu estava pensando...por que não fugimos juntos para algum lugar? Não é como se fossemos ser aceitos aqui e-
─Albus! Você sabe o que está me pedindo?─Gwayne resmungou, se levantando e se aproximando─Eu entendo você querer fugir, entendo também os motivos mas...eu tenho uma família que precisa de mim,sou o único homem...o que elas fariam sem mim?
─Eu sei, eu sei mas...eu pensei que talvez-
─Não posso, eu amo você mas...não posso Albus─o Gold se aproximou do loiro e segurou seu rosto─Pode morar com a gente, minha mãe já sabe sobre nós e não se importa...
─Eu não quero ter outra família para cuidar Gway
Gwayne fechou os olhos com força, voltando suas mãos para baixo e se afastando lentamente:
─Então me perdoe meu amor, mas...eu não posso, você sabe que eu não posso
─Ela nem se importa com você! Sua mãe sempre deixou óbvio!─Albus exclamou, se exaltando e percebendo o que havia dito
─É fácil falar, você sempre teve a mesa cheia mesmo quando seu pai foi preso e morto! Eu já fiquei dias sem comer para que sobrasse para minhas irmãs porque eu amo elas, não me importo se minha mãe me ama ou me odeia, tanto faz na realidade...mas eu me importo com Perséfone e Ayla!─respondeu, aumentando seu tom de voz─Não percebe que...a sua ganância por poder matou sua irmã e aparentemente está destruindo nossa relação?
─Eu estava fazendo isso por nós, os Non-majs destruíram minha família! Olha o que fizeram com Ariana...olha essa maldita caça as Bruxas! Eles não ligam para nós e...olha o seu pai Gwayne...
─Não fale sobre ele! Pessoas morrem todos os dias e ele se meteu naquela porra de briga!
─Você não percebe que eu só estava tentando ter um futuro juntos?─Albus resmungou passando a mão por seus cabelos loiros─CÉUS, por que é tão cabeça dura?!
─Pessoas como nós não tendem a ter um futuro! Iríamos ser mortos por sodomia Albus, de qualquer forma!
Ambos estavam alterados demais para ter uma conversa civilizada naquele momento, então Gwayne tocou o pacto de sangue que estava preso ao seu pescoço, um gosto amargo surgiu em sua garganta. Eles se encararam silenciosamente, sem ter certeza do que fariam a seguir, até ouvirem alguém nada escadas, era Ayla, a mais velha das irmãs e 2 anos mais jovem que Gwyane:
─Está tudo bem? Ouvi gritos
─Está sim irmã, só...alguns problemas─tranquilizou a garota, que mandou um beijo e subiu novamente
─É melhor eu ir...
─Não, fique...por favor─Gwayne implorou encarando os olhos azuis─Pelo menos essa noite
O moreno colocou suas mãos nas bochechas de Albus e o puxou para perto, suficiente para sentirem a respiração um do outro. Gwayne deixou leves selares sobre a testa do loiro enquanto o mesmo fechava os olhos e aproveitava os poucos momentos que ainda restavam. Estava claro que ambos não queriam se separar, mas Dumbledore queria ter uma vida diferente da qual Gold era obrigado a ter. Falhou em cuidar da sua família na primeira vez, por que não falharia dessa vez também?
Depois de alguns segundos, Albus se levantou na ponta dos pés e juntos seus lábios com os de Gwayne de maneira lenta e carinhosa. E ele retribuiu o beijo com a mesma intensidade. O loiro não queria acabar com aquele beijo, porém sabia o que tudo aquilo significava...apenas uma despedida. Dumbledore era fixo em suas ideias, se ele sonhava com algo, ele batalharia para ter...e abandonaria o que fosse preciso. Com um beijo final e um abraço apertado, Albus e Gwayne se separaram, felizes e gratos por terem se encontrado e se desculpado, mas a culpa e arrependimento os cercavam.
E os dias se transformaram meses, Gwayne sempre esperava em frente a lareira com sua varinha em mãos, esperando que alguma mensagem surgisse dali, porém nada. Até receber finalmente uma resposta, ele havia se tornado professor em Hogwarts. Foi ali que Gwayne teve a certeza de que tudo havia acabado, no passado, Albus teria chegado com um sorriso no rosto e pulando feito um bobo dizendo o quão animado estava por se tornar professor.
Sendo o único homem trabalhando, Gwayne estava ficando cada vez mais doente fisicamente e mentalmente, a fazenda de seu patrão era grande demais e por mais que as outras famílias ao redor também tivessem seus trabalhadores, continuava sendo gigantesca. A fazenda era non-majs e por isso sabia que não deveria usar magia, mas estava cansado, cansado de fazer o trabalho pesado. As dores em suas costas se tornaram piores e aparentemente a ligação em seu ombro estava quase rompendo...aquilo não era um trabalho, era escravidão com algumas coisas a mais. Um salário que não alimentava nem uma família de 3 pessoas, folgas apenas em datas festivas trouxas como o Natal,Páscoa e algumas outras.
Ao anoitecer, todos os homens saiam de seus postos e voltavam para casa, para pelo menos terem algumas poucas horas de sono. Entrando em sua casa, Gwayne sentiu o cheiro de magia espalhados por todos os cantos, caminhou para a cozinha e encontrou o bruxo de cabelos loiros longos e heterocromia conversando com sua mãe, ambos estavam na mesa com um copo de água cada:
─Oh Gwayne, olhe quem veio nos visitar!─a mulher disse animada, se levantando e o puxando para perto
─O que faz aqui Grindelwald?─o moreno perguntou com desdém
─Podemos conversar a sós?
─Claro, irei chamar Ayla e Perséfone para jantar─a mulher saiu rapidamente, deixando os bruxos sozinhos
─Por que está aqui Grindelwald? Levou um pé na bunda de Albus e agora lembrou que existia outro bruxo no grupinho?
─Soube que procurou por médicos trouxas pelo mundo, está doente, não? Seu ombro está quase se partindo e se isso acontecer, você se torna inútil para trabalho braçal─Gellert respondeu. Ele tinha olhos e ouvidos em todos os lugares─Vim oferecer minha ajuda
─Não preciso
─Mas suas irmãs precisam...eu e Ayla não temos idades tão distintas e eu estava pensando-
Gwayne retirou sua varinha de Cordas de Coração de Dragão, dada de presente por Albus Dumbledore logo que foi escolhido para estudar em Hogwarts, de seu bolso e o empurrando na parede e apontando-a para a garganta de Grindelwald:
─Você tem coragem de vir aqui e...e me dizer isso?!
─Seria um casamento vantajoso, Perséfone entrará em Hogwarts este ano e precisa de materiais para estudar...e eles são caros, coisa que eu posso dar─o bruxo ergueu as mãos se "rendendo"─Sabe que isso seria bom pra todos, tenho dinheiro o suficiente para todos vocês! Fora que você não deve se preocupar, eu não sinto...amor, claro que penso em continuar a linhagem Grindelwald mas podemos conversar sobre isso outra hora
Gwayne sabia que ele estava certo, nunca conseguiria dar as irmãs uma vida confortável. Mas Gellert não estava fazendo de graça, nunca era:
─O que vai querer em troca?
─Um Juramento Inquebrável─ao dizer isso,Gwayne engoliu em seco demonstrando sua surpresa─Sua fidelidade a mim...sua família foi por anos extremamente poderosa, podia não ser rica mas se prevalecia no Mundo Bruxo por seu poder...
Alguns sacrifícios valiam a pena. E esse era um deles. A felicidade e instabilidade de suas irmãs.
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