EPÍLOGO
†
Illinois, Chicago.
Três anos depois.
A grama verde e bonita se mexia conforme o vento levava, as folhas caiam serenas sob o chão, sentada, admirando o céu limpo e tão azul, que doía as íris. O suspiro por ver o vazio preenchido por lápides lhe causava estranheza, haviam se passado três anos, e ainda sim a sensação de estar de volta para ela ainda era novo. A fotografia foi limpa com um pano, sorriu e deitou na grama, ainda não estava pronta para proferir suas palavras. Mas estava fazendo tudo o que podia ao seu alcance. Lutou pela paz interna com um coração elástico, até que fosse puxada com força, o celular ao seu lado tocava baixinho um dos clássicos da dupla Roxette: Listen to Your Heart.
— Trouxe a sua favorita. — Cantarolou baixo que só ela pudesse ouvir. — Você sempre me contou que na época em que se apaixonou à primeira vista pela a mamãe essa música tocou em sua cabeça. E oficializaram com essa música.
Mesmo que anos se passem, a dificuldade em superar isso iria durar para sempre, a vontade de chorar estava presa dentro de si.
— Eu nunca irei embora, papai. — Ela sorriu abraçando a si mesma. — Ficarei até morrer.
O farfalhar das folhas deixou o ambiente um pouco mais barulhento, porém, calmo. O pequeno bolo confeitado é perfurado por três velas, o glacê é deliciado, mesmo que após toda turbulência, não poderia deixar de comemorar os sessenta e quatro de seu falecido pai.
— Está ótimo, e aqui está. — Ela acendeu as velas e parabenizou cantarolando, repentinamente as velas se apagaram ao terminar. As flores ao redor enfeitavam ao redor, tornando o lugar menos melancólico.
O vasto corredor gramado esverdeado estava vazio quando sentiu a grama estalar pelos passos.
— Cara mía…?
Soyoung ergue o rosto em direção ao sol que fora tapado pela silhueta. A voz hesitante lhe chama, ele está parado a sua frente, segurava uma bengala, parecia mancar.
— Trouxe isso. — Sentou-se com certa dificuldade e entregou flores. — Espero que ele goste. Já foi meio difícil ele gostar de mim no começo.
— Obrigada, Christopher. — Ela o encara com um sorriso largo. Ele senta próximo a ela, que logo serve de apoio para encostar-se. — Tem certeza que quer ficar em Illinois?
— Pela primeira vez sinto que tenho uma família de verdade, e isso é algo que não é deixado, agradeço muito. — Christopher relata sentindo o leve tremor, deposita um selar em sua testa e sente o vento balançar algumas coisas. — Não penso em deixar você. Quase fiz isso da última vez e foi terrível.
Seu corpo balança com o dela, trazendo-a mais para si.
— Sei que ainda está travada em relação ao que aconteceu e também por não conseguir sentir o mesmo. Está tudo bem, Soyoung. — Dizia enquanto abriu um sorriso fraco. — Você ainda é ela. Está dentro de você.
— Sei disso. Mas não vou temer pelo o que vai acontecer, mas não poderá custar mais vidas. Mesmo que a marca da Viúva ainda esteja presente.
Sua voz se torna baixa, agarra-se a ele, e verdadeiramente sentiu que estava vivendo uma vida normal e tranquila como queria. Mesmo que algumas pessoas não estivessem presentes, seria mil vezes feliz, mas se contentaria com a nova realidade.
— Mas desde que seja uma vida normal e simples, não vou temer pelo amanhã. E obrigada por estar aqui. — Soyoung vira o rosto para encará-lo.
— Apenas confie e tudo estará bem. Não é fim.
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