CAPÍTULO XXV
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Não havia sido demonstrado o segredo da morte de Hwang Bomi, não houve funeral ou algo do tipo, o que todos queriam saber é: Como isso aconteceu? A resposta poderia ser suicídio, homicídio culposo, qualificado ou privilegiado. Entre esses pensamentos rodeavam a garota. Lá estava ela sentada na cadeira do escritório dos pais, a bota batia no chão pelo tédio, a porta entreaberta dava início aos novos sons do lado de fora.
Soyoung ouvia cada murmúrio sobre ela e quão o departamento falava mal da garota e no quão ela era privilegiada por ser filha do chefe. Isso a irritava profundamente. Pequenas batidas foram feitas na porta, e logo
a voz masculina ecoou dentro daquela sala. O sorriso do moreno alargava, era radiante a forma que ele recepcionava qualquer um, não importava quem fosse.
— Minha sobrinha favorita, está aqui! — Ele a abraçou fortemente.
— Tio Maxon, você tem outros sobrinhos além de mim. — Soyoung sorriu sorrateiramente.
— Será que vai chover? — Ele questionou pensativo. — É milagre você aqui, o cabeça oca do seu pai não deixa você nem tocar nos casos novos.
— Alguma fofoca para mim?
— Por que diabos eu fiquei com a fama de fofoqueiro, hein? Mas enfim, por enquanto não tenho fofocas disponíveis, sua tia Isa me proibiu de fofocar. — Contou um tanto desanimado. — Mas enquanto ela estiver no Brasil, estarei disponível para um café do outro lado da avenida com fofocas. Mas, você não foi afastada?
— Papai tomou uma decisão após eu descobrir sobre a morte de Hwang Bomi.
— Pelo que acabei de ver, sua mãe está prestes a fazer seu pai conhecer o divino mais cedo. — Suspirou enquanto seu olhar estava focado na vidraça. — Não posso ser filho de casal divorciado.
— O quê? — Ela indagou confusa. O mais velho riu sem graça e voltou a olhar a sobrinha e apontou em direção ao casal do outro lado da vidraça. — Meus pais?
— Isso mesmo. Lembro que Jimin levou um tapa da sua mãe por que ele simplesmente beijou ela, mas posso contar algo? Seu pai tem um certo medo da sua mãe. — Declarou rindo. — Mas me conta, Soso. O que aconteceu na Itália?
— Muitas coisas que sobrecarregam minha mente. — A garota contou, sua voz diminuiu ao lembrar, de fato ela sentia arrepios percorrer sua pele, mas algo não se raciocinava. — Me envolvi em coisas inacreditáveis, porém ela estará de volta, isso é apenas uma questão de tempo.
— O seu segredo como Viúva Negra estará comigo, bonequinha. Confie em mim. — O mais velho se agachou e sussurrou quase inaudível.
(...)
Seus passos eram frenéticos, andava de um lado para o outro em seu quarto, Soyoung segurava seu celular e sua mão esquerda e levemente passava a mão entre os fios, sua esperança por alguma notícia ansiava a cada segundo que passava. Ela bufou, largou o objeto em cima da cama, encarou a TV ligada focando o seu olhar e ouvido nas vozes, seu cenho franziu.
Era um canal sobre insetos aracnídeos. Prestes a mudar de canal, de repente, ela paralisou seus movimentos.
— Sim, a perigosa Viúva Negra deve ser abordada com cautela. Como a mordida da viúva negra pode causar a morte? — O biólogo proferiu ao mostrar a temida aranha por trás de um vidro.
— Está de brincadeira? — Ela riu soprado.
— A Viúva Negra é facilmente reconhecida, por seu corpo negro como carvão e marcação de ampulheta vermelha. Ela envolve suas vítimas com seda e depois mata com veneno de suas presas, a aranha macho no entanto não é considerada perigosa.
— Ampulheta vermelha? — Indagou sozinha e pensativa. Novamente as mãos entre os fios curtos passearam levemente, seus passos paralisaram e logo em seguida seu reflexo no espelho fora mostrado para si mesma. — Acho que vermelho cairia bem…
(...)
O domingo demonstrava o sol um pouco frio durante aquele clima de ar fresco na Itália, a igreja com decoração gótica era radiante, o teto de bronze e azul chamava atenção; cada passo possuía uma gigantesca e oval bola com desenhos de cada acontecimento bíblico desde o começo até o fim. Anjos em estátuas de tamanhos indescritíveis estavam pendurados naquele imenso céu de vidraçaria gótica européia. O coração acelerava de ódio mesmo que estivesse naquele lugar que causasse paz e porto seguro para aqueles de fé, a silhueta segurava o terço de pérolas e ouro, apertava com a força que tinha naquele momento. Então ajoelhou-se em direção a estátua da santa padroeira Catarina de Sena, ao seu lado um pouco longe se destacava também Nossa Senhora de Caravaggio.
O sinal da cruz fora feito, e o pedido de fé havia saído em sussurro de sua alma perdida. Ficou de pé e suspirou, logo avistou o movimento um pouco longe.
— Mi scusi! — Ela as chamou fervorosamente.
— Em que posso ajudá-la? Sou a madre Annelise.— A freira de meia idade perguntou e logo apresentou-se.
— Onde posso encontrar o padre Chris Kang? — Questionou. Avaliou as duas mulheres e sorriu fraco. — Preciso confessar.
— Mi dispiace mia cara, mas o padre Chris está ocupado. Volte amanhã. — A senhora sorriu em despedida, mas a garota insistiu.
— Prometo não tomar muito o tempo do padre, mas neste momento preciso me confessar. — Seu olhar falso de desespero despertou as duas mulheres que assentiram.
Ela insistiu por um momento e ao ver a mulher assentindo, fez ela se felicitar por dentro, a madre aponta em direção ao confessionário e a garota segue em direção. A estrutura de madeira enegrecida, com a decoração de panos aveludados e vermelhos, tinha uma pequena parte iluminada com velas e cruzes que deixava o ambiente com um ar de estranheza.
Abaixo, o coldre axilar era escondido por baixo daquela jaqueta cinza-escuro, mesmo que diante da igreja, ela tinha pensamentos importunos. Com a cabeça baixa e de joelhos rezando novamente, sua mão seguiu até o coldre puxando sua favorita; a pistola taurus de calibre 9mm. Logo ouviu a madeira endurecida fazer barulho dando a resposta que a pequena porta havia sido aberta do outro lado da divisória, o padre havia se sentado. E um suspiro fora solto.
— Nel nome del padre, del figlio e dello spirito santo. Saiba que tudo o que disser a partir de agora será protegido pelo segredo de confissão. Então, sinta-se à vontade.
— Está bem, padre. — Ela disse com uma voz baixa e macia. — Padre, fui diagnosticada com estresse agudo. Dentre outros problemas psicológicos, esse me fez virar alcoólatra dentro da casa dos meus próprios pais.
A garota deu um suspiro novamente, desta vez, tão baixo e inaudível. Suas costas arquearam e seus olhos desceram em direção ao objeto em suas mãos, a mulher deu uma pausa singela.
— Eu bebia tanto que considerei me internar numa clínica após anos longe de uma. Eu odiava ficar trancada. Sentia repulsa por mim mesma. — Sua voz havia mudado de tom, com raiva e ódio na ponta da língua, saindo direto da garganta. — Eu fiquei muito mal, padre. Tive… eu tive pensamentos muito sombrios.
— Que tipo de pensamentos? — Ele sabia do que ela tanto falava, nas quis ouvir dos lábios dela a dor que era aprisionada em seu peito.
— Várias vezes eu tive fantasias na qual desejei dormir e nunca acordar. E isso era reconfortante para mim. — Admitiu. — Mas isso não vem ao caso.
O rangido da madeira ecoou, a garota abriu a portinha do confessionário, sacou sua arma ao abrir a do homem. O padre arregalou os olhos fazendo o sinal da cruz, encolhendo-se no canto apertado daquela divisória.
— O fato de serem tão parecidos é até doentio. — A garota rangeu os dentes ao proferir.
— O que quer comigo? — Questionou nervoso.
Ela sinalizou ordenando silêncio, o celular fora retirado de dentro do bolso da jaqueta; ainda com a arma apontada em direção a ele, aquele momento de tensão não era propício.
— Está com o que pedi? — Ela indagou ao telefone. — Giusto, grazie. Mantenha-o ocupado até minha chegada.
Aquela ligação se tornou macabra pelo fato do sorriso satisfatório, fora encerrado, ela o arrastou até um corredor vazio.
— Você irá me matar? — Ele perguntou, o padre sentia medo, suas orbes dilataram como se tivesse dopado por algo. — Eu… eu exijo respostas!
— Você não irá morrer, mas caso continue me irritando, irei cravar uma bala na sua testa. — A mulher aproximou-se vagarosamente ainda com o objeto em mãos. — Então questionários estão suspensos.
(...)
Campione d'Italia
O sol estava prestes a se pôr, mesmo com aquele clima indicando a possível chegada do inverno; aquele dodge charger hellcat dirigia pela aquela estrada rural. Era incrível como o sol estava prestes a dar seu descanso e com seus raios solares alaranjados iluminava boa parte da imensidão de plantações de alimentos. Logo à frente havia uma ponte onde dava início para o lugar tão desejado pela motorista de rosto sério, não havia tanto silêncio assim naquele veículo de cor preta, o padre balbuciou algo que a moça não escutasse, então a encarou o retrovisor confiante.
— Qual o seu nome? — Sua tentativa em falar o trazia nervosismo.
— Soyoung. O meu nome é Soyoung Park. — Ela declarou-se. A antiga consigliere da família Villanueva estava de volta.
E o silêncio havia feito sua acomodação, após saber o nome da individua, o homem ficou quieto. Com as mãos amarradas e a fé inabalável, o padre começou a observar ao redor do local onde o carro percorria sua viagem. Seu olhar surgiu estranheza após o veículo simplesmente parar, ao lado havia uma grande muralha de pedras e samambaias; o portão enorme com o brasão havia dado espaçamento logo após o carro chegar. A propriedade Villanueva parecia ter decaído após meses, o chafariz estava sujo; grama com falhas, a cavalaria estava mais vazia do que o comum e não havia soldatis em lugares onde deveriam estar.
A mulher reclamou, enfurecida com a situação, ela estacionou o carro rapidamente. Seu coração acelerou antes de descer do veículo. O padre ficou desorientado assim que foi arrancado dali e teve as cordas desamarradas tão facilmente o deixando estremecido com a situação.
— Se prepare para o que irá lhe ocorrer, padre Chris. — Ela sorriu sorrateiramente.
As portas foram abertas, os olhares da casa ficaram abismados, dando em seguida a reverência asiática.
— Senhorita Park! — Os soldatis urraram o tão desejado sobrenome.
— Onde está Christopher? — Ela questionou a todos. Sua voz parecia em tom raivoso, entretanto, muitos ali ainda não acreditavam em sua presença. Apenas alguns apontaram em direção ao escritório longínquo da casa.
O barulho do coturno de salto ecoou no mármore branco do chão, ela segurava a mão do puritano e o arrastava pelo corredor, até que brevemente chegou a enorme porta de madeira carvalho e maçaneta de ouro. Soyoung sequer bateu ou pediu gentileza para entrar, apenas abriu aquela porta mesmo sabendo que ainda sim era pertencente à família Villanueva. O Villanueva ficou surpreso, entretanto, Soyoung seguiu o olhar rápido para a segunda figurante.
— Você deve ser Selina, certo? — A mulher questionou com um sorriso diabólico. E a cumprimentou com a falsidade em sua língua. — É um prazer. E Christopher, tenho uma surpresinha para você.
Ela afastou-se trazendo o homem que a seguia, ambos gêmeos encaravam um ao outro perplexos, a respiração falhava conforme o peito subia. O rosto de Soyoung pendeu para o lado e agachou em direção a garota.
— É melhor sair, é uma questão de família. — Ela sussurrou com graciosidade.
— Mas eu sou a noiva! — A garota insistiu fazendo birra.
— Eu não perguntei a que cargo você pertence, é melhor sair antes que eu estoure os seus miolos de bonequinha e entregue para os Salvatori em uma caixa. — Soyoung ditou ameaçadora, mesmo com a insistência, a mão da mais velha agarrou o braço da mais nova e apertou fortemente sem soltar. — Selina, você é insuportável!
Enquanto ambos se encaravam, Soyoung arrastou a garota segurando-a pelo braço e agarrando seu cabelo pela nuca. A Salvatori berrou e bateu os pés no chão como uma criança, Soyoung revirou os olhos e impacientemente a estapeou duas vezes os rosto da morena.
— Ai! — A garota gemeu em dor e encarou Soyoung prestes a vir em sua direção.
— Se ousar fazer alguma coisa eu faço pior.
A entrada para o escritório foi a mesma, porém com um sentimento de satisfação, ver Christopher cara a cara com um irmão gêmeo que sequer soube da existência um do outro era impagável. Nenhum dinheiro em sua conta pagaria a cena que estava vendo, ela queria dar gargalhadas, no entanto se conteve.
— Um puritano e o diabo. — O riso soprado se fez presente, ela os encarou, Soyoung foi em direção a cadeira onde o antigo líder sentava e sentou-se ainda mantendo o olhar perverso. — Surpresos? Queria que fosse um pouco diferente, mas isso seria sacrifício demais, é agradável e satisfatório.
— Que porra é essa?! — Enfurecido Christopher gritou em sua direção batendo as mãos na mesa. — Está brincando comigo?
— Oh, não querido. Você brincou bastante durante esse tempo, agora é a vez dos adultos brincarem. — Soyoung ironizou como uma mãe dirigindo a palavra ao filho pequeno.
— Eu não estou entendendo absolutamente nada. — A outra figura respondeu abismado.
— Não está óbvio? Vocês são irmãos gêmeos! — A mulher bateu palmas como se tudo aquilo fosse um enorme presente. — O seu pai está morto então não se preocupe. Agora a sua mãe… bom, ela está em um hospício. Assim que nasceram, ela fez um acordo com uma mulher, e você que se chama Chris Kang foi entregue a freiras e agora é denominado puritano e padre. Enquanto você Christopher sempre foi o filho destaque, digno de carregar o brasão da família Villanueva como líder.
— Soyoung, o que você pensa que está fazendo? — Christopher indagou com repúdio do ato da garota. — Não vê que estou destruído? Acho que não. Eu passei noites e noites sem dormir com remorso do que aconteceu com você, eu me sentia culpado. E agora você simplesmente enlouqueceu de vez.
— VOCÊ ME ENLOUQUECEU SEU FILHO DA PUTA! — Soyoung gritou sentindo seu peito rasgar com seu próprio grito.
— VAI SE FODER SOYOUNG! — Christopher retrucou rosnando aquelas palavras entredentes. Ela o encarou de cima a baixo e um sorrisinho foi dado.
— Uau! Que fraco! Sua única alternativa é ser agressivo, Christopher?
O Villanueva respirou fundo, soltou um suspiro antes de virar-se em direção a sua outra imensidão. Kang estava em choque com o acontecimento repentino daquele domingo, ele estava tão desesperado por dentro que pediu perdão para o irmão, deixaram Soyoung sozinha naquele escritório enquanto ambos esclareceram o passado dos pais. Mesmo diante da situação esquisita e dolorosa, ambos cada um foi para o seu lado, não queriam contato sequer.
Chris Kang estava de acordo com o perdão, estava tão afligido com o que ocorrera, que naquele momento pediu que nunca o procurasse. Não importava a ocasião daquela família, ele não queria se sentir acolhido, fora doloroso crescer sem uma família e mesmo após anos se passarem Kang sentiu-se deslocado e preferiu manter a distância. Novamente o corredor voltou a ser o percurso de Christopher Bang Villanueva, seu sangue fervia, e de acordo com o que estaria prestes a ocorrer, ele pensou bastante antes de adentrar aquele cômodo.
A porta entreaberta deu-se espaço para sua entrada, ele encarou ao redor e observou a garota de costas, ela tinha o mesmo corte de cabelo curto acima do ombro, havia adicionado mechas frontais vermelhas e o resto de seus fios eram pretos como um carvão. O barulho baixo da porta ao trancar fez ela virar-se em sua direção com uma expressão vazia e séria.
— Pode me explicar tudo isso? — Ele perguntou, calmo como a erva marijuana. — Sophie…
— Você não pode fazer isso. — Ela disse, seu olhar desceu em direção a mão direita do homem e observou o objeto pouco brilhante.
— O que é isso agora? Você não é sentimental. — Christopher a acusou. — Você nos enganou…
— Eu os enganei?! — Ela riu desacreditada no que homem havia lhe dito. — Eu salvei essa família! Se não fosse por mim todos estariam no inferno com a CIA.
Christopher havia ficado paralisado, sentiu um nó formar sua garganta, de todos os momentos que sentiu a angústia de culpa pela primeira vez ele queria entender o que estava acontecendo. Ficaram se encarando com a troca de olhares complexos, palavras cheias de mágoas e desentendimento. Soyoung inspirou o pouco ar que restava daquele ambiente, estava sentindo tamanha raiva que a porta fora começou com batidas severas.
— Abra a porta, Christopher. — Soyoung sabia quem estava ali e ironicamente o ordenou a abrir a porta. O rapaz mesmo relutante se aproximou da enorme madeira e destrancou.
A figura nova adentrou como uma criança insuportável e mimada em busca do que era seu. Selina fitou ambos desconfiada, ela suspirou antes de aproximar-se de Christopher, que logo recuou para trás.
— O que faz aqui Selina? — Seriamente ele a questionou.
— Não vai me dizer quem é a puta? — Em tom de sarcasmo ela o indagou. Seus olhos fecharam e ele suspirou cansado antes de respondê-la.
— Prazer, me chamo Sophie Park. Ex-consigliere e atual líder dos Villanueva. — Sua apresentação icônica chocou a garota. — E onde está Hyunjin, Christopher?
— Não está com a Bomi? — Indagou, a revirada de olhos e o óbvio estava presente em suas feições.
Soyoung afastou-se confusa, não imaginava que o mais velho não soubesse de absolutamente nada, e muito menos da morte da mulher. A estranheza em si lhe ocorreu de repente, ela negou veementemente trazendo à tona a nova notícia.
— Chris, a Hwang Bomi está morta. — Ela o contou na espera dele perceber o que havia acontecido. — Onde esteve esse tempo todo? Isso virou notícia em boa parte sobre o assassinato dela.
— Hwang Bomi não está morta. — Desacreditado prosseguiu.
— Ela foi jogada do vigésimo quarto andar do apartamento onde ela morava, estava com sinais de asfixia e agressão na parte da nuca e região do rosto, como você acha que o seu irmão está sumido?!
O momento de estresse padeceu sua mente de forma avassaladora, seu punho fechou-se ficando rígido e indo em direção a madeira da mesa do escritório, alguns objetos caíram no chão pela agressividade estremecida. Christopher estava ficando tenso e pensativo, a notícia da morte de Hwang Bomi nunca havia chegado aos seus ouvidos, entretanto, algo ali não estava certo. Naquele domingo tudo estava prestes a acontecer, no entanto, a apreensiva, mimada e de nariz arrebitado Selina Di Salvatori, estava indignada com aquilo tudo.
— Mas prevejo que está ocupado. — Aquelas palavras saíram tão amargando que nada poderia adoçar.
— Sim, ele está! — A morena intrometeu-se ao assunto que não se referia a si mesma. — Agora eu quero que vá embora! Você não pertence a essa propriedade.
Selina ordenou dando um sorriso de desprezo, sua mão tocou no ombro do Villanueva na tentativa de possessão amorosa, porém, o rapaz desvencilhou-se da garota no mesmo instante com uma expressão nada agradável.
— Selina, eu aturei você até um certo limite, chamar a Soyoung de puta, desprezá-la como se ela não fosse ninguém e tentar expulsá-la desta casa eu não admito! — Christopher disse em tom ríspido. — Quantas vezes eu avisei? Eu não suporto a sua família e muito menos você.
— Mas vai casar comigo e é isso que importa! — A garota retrucou confiante.
— Casar com você?! HA! — Ironizou incrédulo. — Eu sempre achei que essa fosse a única maneira de me livrar de coisas na qual eu precisava para conseguir o lugar do meu pai. Mas eu estava errado.
— Christopher… pare. — Soyoung percebeu o quão Christopher estava tentando impedir de explodir seus desabafos naquele momento. Mas ele não poderia dar continuidade e então ela pediu.
— Você também precisa ouvir! — Ele apontou para ela insistindo. Seus olhos pareciam lacrimejarem diante daquela situação. — Se eu me juntasse com os Di Salvatori estaria cavando minha cova para que nada ocorresse com você. Ele é um dos aliados principais e casar com a única filha dele foi a única opção que parecia ser melhor.
— Então isso tudo foi por interesse? — Selina o questionou desacreditada e ele assentiu de imediato. — Céus!
— Estava tão na cara, Selina! Acha que ainda terá casamento? — Soyoung caçoou da mais nova. Mas seu olhar para Christopher fez mudar sua ironia. — Vai casar com ela, não vai?
— Diga o que quiser, pode até me xingar, mas para mim eu sou alguém impulsivo que vai morrer se não fizer isso. — Soyoung cerrou os punhos e se conteve não retrucando. As palavras de Christopher pareciam doer. — Espero que fique para a cerimônia.
(...)
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