CAPÍTULO XXII
†
(…)
Chateada, frustrada e bastante insatisfeita. Soyoung ouviu cada palavra do rapaz que a segurou por longos minutos na mesma posição. Após soltá-la, os pulsos da morena estavam um pouco vermelhos, mas não machucados. Christopher pareceu estar indignado com a situação e logo desconfiou de Vostok, a fórmula prescrita da droga estava tão guardada que não tinha como ninguém souber do paradeiro dela, entretanto, o rapaz estava sem saída. Precisava descobrir o que havia acontecido.
Seu olhar foi de encontro a garota, Soyoung mantinha um olhar vazio em direção ao completo nada, não sabia se ela pensava ou estava apenas ali distraída.
— O que fará? — Disse ela.
— Ainda não sei. — Bufou frustrado e sentou-se ao lado dela. — Existe alguém que conheço, ele deve saber desse rumor, ou conhecer esse tal que criou essa “empresa”.
— A maioria dos donos de cartéis estão sempre em “boates” sigilosas, quando seu pai estava vivo, eu o acompanhava nesses lugares. Talvez o nosso indivíduo esteja por lá.
— Ele pode estar, mas como identificaremos? — Christopher indagou. — Além disso, esses lugares estão lotados.
O moreno suspirou frustrado, seu olhar desceu em direção aos pulsos de Soyoung que ainda estavam vermelhos, vagarosamente ele pegou alisando carinhosamente. Desculpou-se na maior tranquilidade, Soyoung levou um segundo para entender a sua atitude e afastou-se ficando de pé. Ela mantinha a distância necessária, cruzou os braços para confortar-se do frio da noite, o tempo não estava muito frio, mas lhe causava arrepios.
— Tente contactar o seu contato sem levantar suspeitas, caso ele tenha a nossa peça chave, faremos visita ao Villa Soul esta noite.
— É claro. — Disse ele em tom desanimado.
— O que foi? — Soyoung questionou sem alternativas.
Christopher analisou seus movimentos, como ela questionava de forma intrigante, sempre o rosto estava inclinado, uma sobrancelha arqueada e ombros levemente caídos. Desde que o pai faleceu naquela explosão, passou a ter uma rotina como cachorrinho da Park, ele queria mudanças. Então ele balançou a cabeça negando veementemente tentando não remoer o assunto. Chris pegou o celular e checou a hora, já se passavam das dez, e então recorreu à agenda dos contatos.
O rapaz não tinha muitos números anotados, sempre a maioria eram essenciais ou emergenciais. Logo achou o que queria, Soyoung deu o seu espaço e saiu do quarto dele, ao passar pela porta, observou o seu reflexo quase transparente nos vidros das fotografias, havia coleções de fotos pela propriedade. Algumas escondidas eram dos rapazes quando eram mais novos, não havia muitas, mas entre elas Christopher era o principal. Enquanto seu irmão tinha poucas e não aparecia muito.
Soyoung por um momento entendeu Hyunjin, sempre o excluído. O garoto não tinha muito o que cobiçar dos pais, sua infância e adolescência foram as piores, mas aos chegar entre os dezenove anos tudo parecia ter “mudado” quando ele foi fazer faculdade em outro país. Agora aos vinte um, o pesadelo havia contornado sua vida.
Perambulando pelos corredores, Soyoung acabou esbarrando em alguém, vestido de vestes pretas e apresentável, se tratava de um soldati. A garota franziu o rosto tentando assimilar o motivo de um dos soldatis.
— Senhora… — Ao começar a falar, o rapaz foi interrompido.
— Não. Apenas, não. — Soyoung se sentiu incomodada pelo fato de ser chamada de “senhora”, direta e paciente. — Aliás, eu nunca o observei pelos arredores da propriedade.
— Sou do novo setor, senhorita Park. — Corrigiu-se sem descontrair, o que a maioria faz. — Se permite, há um carro lá fora querendo passagem.
— Quem é numa hora dessas? — Soyoung desceu as escadas e indo em direção a uma das portas de acesso rápido da mansão.
Ao pisar na pequena escadaria de concreto, ela seguiu em direção a cabine de monitoramento, onde câmeras da propriedade captavam tudo em qualquer ângulo. Não importava como, nenhuma daquelas câmeras tinha problemas ou falhas, sempre captavam minúsculos fragmentos. A porta metálica abriu-se abruptamente, não havia ninguém, apenas aquele soldati.
— Está sozinho nesse turno? — Ela questionou analisando as câmeras, e ouviu ele assentir em murmúrio.
— Ela disse também que se chama… Je… espere, é difícil pronunciar. Esses nomes americanos… — Na tentativa falha de pronunciar o nome escrito no pequeno papel, o loiro a entregou. — Esse é o nome dela.
“Jessica Santiago”
— Ela pediu que você fosse até lá fora, trouxe até uma criança com ela. — Explicou com calma.
Soyoung arregalou os seus olhos, surpresa estava com a vinda da irmã mais velha, então Apressadamente foi caminhou por alguns minutos até o portão da entrada principal da propriedade, a ventania da noite fazia com que fosse um pouco fria, Soyoung encolheu os ombros e cruzou os braços e direcionou-se até o portão, ali estava o carro a frente com fortes faróis ligados.
Assim que Soyoung retirou as correntes do portão, ela arrastou sozinha para que desse passagem. Mas o carro à sua frente não se movia.
Então Soyoung percebeu que sua irmã não sabia sua localização, e que ela não viria de Chicago até a Itália com o filho pequeno tão facilmente, havia algo errado. Pensou ela.
A sombra por trás dela se aproximou e acertou-lhe na cabeça fazendo ela cair, seus olhos se fecharam lentamente, mas sem consciência naquele momento.
(…)
— Soyoung, eu conse… — Christopher saiu do quarto a procura da garota, naquele momento ele tinha a certeza que ela estava ali fora. — Por que ela não esperou?
O rapaz sem entender fora em direção ao seu quarto, constatou a porta entreaberta e estranhou repentinamente, Soyoung nunca, e em hipótese alguma deixava a porta do quarto entreaberta. Então ele abriu vagarosamente, não a encontrou, franziu o cenho e adentrou o cômodo à procura dela. Deu de ombros e seu caminho foi procurou a garota, andou pelos corredores; quartos, escritório, salas de jogo, biblioteca, sala de reunião, cozinha, e dentre outros cômodos não a encontrou. Então avistou a figura ruiva natural andar em direção a cozinha e a seguiu.
— Ei, ruiva! — Chamou-a despretensiosamente.
— Aconteceu algo, senhor Villanueva? — A ruiva indagou estremecendo aflita.
— Aconteceu. E você ruivinha deve ter visto algo por aí. — Christopher foi direto e rigoroso. — Viu a Soyoung?
— Soyoung…? Quem é Soyoung, senhor? — Naquele instante, Christopher percebeu a merda que havia feito, ele sabia que a própria Soyoung não dizia seu nome e usava Sophie para ocasiões únicas, mas naquele momento ele havia esquecido.
— Sophie. Eu disse Sophie, não ouviu?! — Tentou passar despercebido pelo erro. — Você viu ela por aí ou não?
— Não, senhor. — Negou baixando o rosto, ficando pensativa. — Mas para ser sincera, eu a vi de relance lá fora com um dos rapazes, ele falou sobre uma moça e não a vi mais.
— Agradeço, Violet Perrone.
Christopher agradeceu ao sair, olhou para os lados e alguns dos soldati estavam em ronda, ele berrou chamativo questionando se viu a mulher. Os que estavam ali negaram rapidamente, ficando com expressões de desentendimento, Christopher então seguiu em direção a cabine e encontrou dois soldati de reserva sentados focados nos computadores.
— Vocês, busquem imagens de minutos ou momentos atrás, a senhorita Park sumiu na propriedade. — Ao ordenar impaciente, ambos os rapazes foram ligeiros, não sabiam o que estava acontecendo, mas recebiam ordens.
Ao seu ver, não imaginava o sumiço repentino da Park, e até então sua alternativa de procurar no quarto do irmão foi falha, pois o mesmo dormia solenemente por conta dos medicamentos. O Villanueva queria entender aquele fato. Seus pensamentos estavam a mil por hora, quando fora chamado pelo soldati para mostrar as seguintes imagens a sua frente.
— Esse foi o momento que a senhorita Park saiu, estava aparentemente acompanhada. O senhor tem reconhecimento? — Proferiu e logo questionou.
— Me mostre as câmeras do portão principal imediatamente! — Christopher ignorou o questionamento ordenando rude.
As imagens estavam tão claras que o rapaz sentiu sua pele ferver, Soyoung havia sido atacada e pega, ele temia por isso. E sentiu-se culpado pelo fato. Christopher sabia que algo estava errado desde o momento em que Soyoung começou a acusá-lo. A expressão vazia em seu rosto fez Chris parar por um momento, seus pensamentos imediatos tentaram uma saída de onde Vostok teria levado Soyoung, sua tentativa foi falha quando seu celular vibrou no bolso.
Rapidamente o moreno estendeu a mão para pegar o celular, alguém o ligava de forma anonima usando um bloqueio, Christopher praguejou alto e atendeu de imediato. Ele sentiu seu estômago revirar. Sua frequência cardíaca aumentou. Aparentemente Vostok havia chegou até Soyoung antes que Christopher impedisse.
—
Villanueva, como está hoje? — A risada irônica soou do outro lado da linha. — A nova garota é interessante. O meu aliado deu um aviso a você, na verdade, a sua família.
A voz modificada dificultou a descoberta, sua mão tremia enquanto ele segurava o telefone. Christopher apertava o objeto com força, mas manteve a calma e esperou pelo pior.
— Deixe-a em paz seu filho da puta! — Ele afirmou no ódio subindo a sua mente xingando sem dó.
— Má escolha. Se você tentar salvar a garota, ela estará morta. Quero o que me pertence.
A ligação terminou e Christopher gritou de frustração. A vida de Soyoung estava em jogo. Ele não sabia em que estado iria encontrá-la quando chegasse até lá, mesmo ainda não ter feito essa descoberta.
— O que deseja fazer, senhor? — O soldati questionou.
— Entre em contato com o FBI de Chicago, procure pelo chefe Park e a Tenente Santiago, diga que Christopher Villanueva precisa falar com eles. —Ordenou friamente. Christopher nesse momento sentiu a vontade de destruir tudo ao seu redor em tamanha raiva.
— Mas senhor, esse não é o meu trabalho.
— Ordenei a você, e eu não questionei o seu cargo, então pega a porra do telefone e de alguma forma consiga falar com eles, seu merda! — Christopher estava tão furioso que socou a mesa espontaneamente, descarregando a sua raiva. — Que fique ciente, se a ligação do chefe do departamento e da tenente não chegarem ao escritório, eu dilacerarei a sua mão.
(…)
Assim que o homem terminou a ligação, Soyoung podia ouvir seu coração batendo em seus ouvidos, ela também ouvia murmúrios de longe. Não conseguia sequer abrir os olhos por conta da claridade, ela também estava presa ao cabo de aço em seus pés e mãos, Soyoung percebeu a situação e remexeu-se incômoda. O que diabos Soyoung deveria fazer agora? A única coisa que ela poderia fazer era parar ou lutar contra quem chegasse perto de si como uma possível ameaça. Havia passado todos os cenários possíveis pela sua cabeça.
Pensando-se poderia morrer tentando ou aceitar seu destino.
Soyoung havia escolhido a primeira opção.
— Vejo que a bonequinha de porcelana acordou… — Logo mais a frente, um mascarado aproximou-se ditando, sua voz lhe causava ânsia. Mesmo modificada.
— Será que todos sabem o seu segredo sobre ser a nova chefe-líder?
— Pensa que isso é um segredo? Me poupe. — Sua voz arrastada, questionou o fato e em seguida deu uma risada. — Se pensa que me sequestrando fará com que Christopher faça o que você quer, pode ir tirando o cavalinho da chuva, ele não virá.
— Está muito enganada, senhorita Park. — Conforme ele proferia, lentamente se aproximava. — Ele parecia bem desesperado. Isso é o suficiente!
A mão desconhecida fora em direção ao rosto de Soyoung, acariciando lentamente, a garota podia sentir o olhar do homem através da máscara. Ela afastou-se rapidamente, ficando longe, mas foi agarrada abruptamente por ele, segurando-a em seu queixo apertando fortemente.
— Não tente nenhuma gracinha, Sophie. Observei você por um bom tempo, e não será difícil me livrar de você. — Afirmou ameaçador.
Soyoung observou o ser se afastar, o terno que usava era bastante minucioso em detalhes, o preto azulado da calça destacava com a camisa social branca, não possuía gravata, mas na gola da camisa tinha um broche de um besouro-da-Namíbia. Dourado com pequenas partículas de pedras azuis.
De fato o homem era estiloso, mas bastante misterioso com aquela máscara. Soyoung logo começou a sentir dores intensas na cabeça, parecia cansada, mas atenta a tudo, mas a dor estava tão forte que a deixou nervosa e irritada. O chão parecia ter rachado, pois, não sentia o que estava abaixo de si, e logo gritos de desespero lhe consumiram, ela se debatia e não conseguia se erguer, pois, estava presa aquelas correntes pesadas, sentindo logo em seguida seus olhos se encherem de lágrimas deixando cair todas por vez.
(…)
Uma semana depois.
A propriedade Villanueva havia recebido os Park's, a família de agentes se hospedaram na enorme mansão aflitos sem notícias de Soyoung. Amy podia sentir um aperto em seu peito todas as noites, não dormia, e sempre focada no caso. Sentados ali na enorme sala de reuniões da propriedade, Christopher podia sentir o olhar fulminante de Jimin, pois o mais velho acusava-o de todas as maneiras possíveis.
— Quem são os soldati? — Amy perguntou enquanto travava seus olhos em Christopher.
— Não. — Jimin disse parando na sua frente fazendo com que Amy quebrasse o contato visual com o rapaz. — Não é importante.
— Na verdade, senhor Park… é importante sim. — Christopher interrompeu. — São soldados. O nível mais baixo de filiação formal da máfia, havia um soldati na noite que levaram a Soyoung, conforme o que constatei nas câmeras, esse soldati não faz parte de nenhum setor.
— Soyoung não deixaria ninguém encostar a mão nela. — Ji-hun, gêmeo de Soyoung, afirmou pensativo. — Alguém mais viu isso acontecer ou foi apenas as porcarias das câmeras que captaram isso?
O rapaz parecia irritado, apontava em direção ao computador na dúvida, Ji-hun era o mais impaciente da família, desconfiava a todo momento do Villanueva.
— A propriedade possui câmeras por todo lugar e ângulo, se não fosse a sua irmã, essas câmeras não teriam existência. Mas desconfiam de mim, tudo bem, estão no direito de vocês! — Christopher sentiu-se ofendido com o ocorrido, e assentiu firmemente.
Entre eles havia um enorme relógio antigo da família, o objeto fazia barulho com seus tic-tac, mas acabaram por escutar constantemente batidas na porta. A figura logo foi permitida à entrada, chamou Christopher para conversa particular, o rapaz levantou-se indo em sua direção. Ambos conversavam no corredor; tratava-se de um contato que sabia de informações sobre o ocorrido. O mesmo entregou uma pasta com fotos com pistas do paradeiro, Chris constatou as fotos olhando uma por vez, negou veementemente ao olhar.
— Esse carro não pertence ao Vostok. — Alegou frustrado.
— Pelo que vi, não é ele, e sim alguém novo. — O homem explicou. — O carro está no nome de García Santiago. E pesquisei, aparentemente ele está preso no presídio de segurança máxima, e tem algo que precisa saber.
— Diga. — Pediu, e franziu o cenho pelo o mistério.
— O dono do carro está relacionado com a Soyoung, ele é avô dela.
Christopher ficou estático, ajeitou a postura e suspirou, encarou a porta atrás de si e logo voltou o seu olhar no homem. Aparentemente Soyoung tem inimigos, ele pensou. O mesmo guardou as fotos na pasta, estendeu a mão pedindo para que o mesmo fosse embora e agradeceu dando em seguida o cheque de valor ganancioso, o moreno assistiu ao homem sair da propriedade e voltou para o escritório.
Observando as expressões de concentrados da família, ele jogou em direção a mesa, parecia indignado e impaciente com a semana angustiante que passou. Os mais velhos — Amy e Jimin — foram os primeiros a olharem a pasta jogada, as expressões confusas ficaram amostras, Ji-Hun foi mais rápido que os pais e pegou o documento, puxou as fotos e observou cada uma. Sua respiração havia falhado por segundos e encarou-o como se quisesse saber o que significava aquilo.
— Quem é García Santiago? — Christopher perguntou, com gelo em sua voz.
Christopher nunca soube que o ocorrido do funeral da avó paterna de Soyoung era falso, ele acreditou amargamente, que passou a ter raiva da família Park pela “humilhação” que fez Soyoung passar. Ele desconfiava a cada milímetro quadrado daquela família, não tinha confiança, mas precisava deles, pois eram a família da garota desaparecida.
O suspiro veio de imediato, Amy ficou de pé em silêncio, tentando digerir o que havia acabado de escutar e por mais que não tivesse mais contato com esse nome, ela sentia arrepios percorrendo a sua pele.
A visão que Christopher tinha era que esse homem era alguém ruim, pois o silêncio da mulher era o suficiente.
— Por que pergunta desse verme? — O Park mais velho o questionou rebatendo.
— Um informante me trouxe isso e acabou realizando uma breve pesquisa sobre ele, contou que o homem é avô de Soyoung, mas pelo que me lembre ele deve ser seu pai, senhora Santiago. Já no funeral da avó paterna de Soso, o avô estava presente. — O rapaz apontou em direção a mais velha que assentiu em confirmação.
— Mas ele está preso, Garcia nunca teve uma saída temporária, ele está no presídio federal. — Constatou ficando apreensiva.
— Exato. Essas fotos são o começo de algo, não há nada que comprove que García esteja nisso. — Jimin declarou vendo a expressão da esposa fechar. — O que foi?
— García pode não estar envolvido, mas nossa filha ainda tem contato com ele, e se ele souber de algo?
Christopher assistia o casal debater sobre o assunto. Ele não iria se envolver, mas algo chamou sua atenção, o filho do casal — Ji-Hun —, estava quieto. Observava minuciosamente ao redor e encarou as fotos.
O Villanueva esperou o garoto pronunciar-se mas a única coisa que obteve foi a expressão dele ficando boquiaberto. Chamou a atenção dos pais, e captou algo que o mesmo não conseguiu fazer, logo proferiu sobre o passageiro e sua máscara branca. Christopher pareceu idiota naquele instante por não perceber esse detalhe.
Ficou pensativo por minutos, e ouviu uma das pistas alternativas, sobre um broche. O garoto enxergava tão bem que Chris ficou apreensivo do mesmo ter a capacidade de enxergar uma mísera formiga no gramado. Era surpreendente o talento daquela família, todos ali eram de elite policial, e Christopher estava na corda bamba do FBI. Precisava esconder seus feitos por ter cometido crimes por aí, mesmo que os Park's soubesse, naquele momento eles não pensavam aquilo.
Mas o rapaz não podia vacilar. Eles eram bons e possuíam inteligência de alto nível. Pareciam máquinas.
Mas ali, na Itália; e principalmente no Palazzo Villanueva, eles não eram nada acima de líderes de máfia. A filha deles era a maioral, entretanto, nenhum sabia desse fato.
(...)
— Me deixem ir embora, eu imploro. — Soyoung havia implorado.
Seus joelhos sangravam e pés machucados, com marcas pelo corpo e rosto um pouco desfigurado, Soyoung chorava. Seus desespero havia lhe dado consumo após tortura todos os dias. Suas roupas não eram mais as mesmas, estavam rasgadas, sujas e pareciam maltrapilhas. O homem mascarado aproximou-se com uma bandeja, lhe oferecendo comida, Soyoung rejeitava tudo. Estava sem forças, sem voz e fraca. Quem era a maioral agora?
Aquele ser deixou a bandeja no chão e se afastou, cruzou os braços, e suspirou. Era difícil enxergar qualquer expressão por causa daquela bendita máscara. Mas o suspiro poderia significar frustração vindo daquele homem.
— Você vai ficar aqui, até eu conseguir ver Christopher se humilhar. — Ditou masoquista. — Até porque, ver você humilhar-se a si mesma é satisfatório. Eu nunca pensei que iria presenciar isso, você é tão…mandona, responsável.
— Christopher nunca vai dar o que você quer! — Soyoung não baixou a bola, disse ríspida e cuspiu em sua direção.
— Vadia! — O som grave e assustador de sua voz ecoou o local. — Nem que você apanhe igual condenada, fará isso novamente, ouviu bem?
O homem aproximou-se pisando em fúria, puxou as mangas da camisa preta e agachou em sua direção, sua mão lhe estapeou ardendo como o fogo de chamas altas. Soyoung podia sentir a dor aumentar, e constatou ele agarrar seu rosto, pressionando os dedos em sua mandíbula e bochechas, fazendo marcas vermelhas fazerem presença. E novamente, aquele ciclo de espancamento havia começado.
O mascarado agarrou-a pelos cabelos puxando para trás com força e estapeou-a inúmeras vezes, deixando-a tonta. Seu nariz começou a sangrar e lábios reprimiram por conta do sangue. Soyoung perdeu sua pose de durona no momento em que foi levada e torturada, não havia mais palavras vindo dela, reagir àquela violência era nula.
— Está entendendo porra? — Ele gritou, causando medo, ela se reprimiu e assentiu rapidamente. — Que bom, não tente isso novamente. Me dói ter que machucá-la dessa forma tão insana.
Ele a soltou bruscamente, deixando ela chorar, seu soluço baixo era agoniante. Mas a própria Park percebeu que ele mudava toda vez que a machucava, ficando “arrependido”. Sua voz havia ficado calma, mas não se afastou dela, pelo contrário; alimentou-a mesmo ela rejeitando, Soyoung estava com fome e sede. Mas temia por haver veneno nos alimentos que eram servidos.
Seu olhar observou novamente ao redor, o local abandonado, sujo e totalmente desprovido. Mas ao menos sabia que era um armazém, apenas não tinha ideia de onde estava, não sabia se estava na Itália ou longe. Soyoung sentia saudades de casa, da sua família, do seu tio postiço Maxon, e da família desestruturada Villanueva.
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