CAPÍTULO XV
†
Bang Chan acendeu o cigarro observando a névoa fina que se formava no gramado da propriedade da família, de fato o seu vício no tabagismo sempre ocorria quando estava nervoso ou irritado. O frio da meia-noite o acalmava parcialmente, mas não largava o cigarro. O rapaz observava com cautela a calmaria de uma propriedade afastada e protegida por homens armados e preparados, o mesmo sentiu uma presença se aproximando, mas não se moveu.
— O que tanto fazia no quarto da Soyoung? — A voz masculina soou próxima. Bang Chan virou seu rosto em direção a voz, encarando seu pai com um rosto sério.
— Um assunto não resolvido. — Christopher respondeu sem diferença soprando a fumaça.
— Sabe Christopher, você deveria aproveitar o quão antes. — Ele proferiu encarando a frente. E é claro que Bang Chan fitou franzido o cenho sem entender.
— Do que está falando?
— Estou falando de casamento, você como filho primogênito deveria ter realizado isso desde o começo, mas você se faz de difícil. — Seu sermão não muito prático fez uma confusão na mente do garoto. — Lhe apresentei garotas de famílias importantes nesse ramo, mas você rejeita. E agora você está de "amizade" com a consigliere da nossa família, o que quer?
— Está insinuando que estou afim da Soyoung? — Christopher havia entendido nitidamente, mas queria aprofundar o que seu pai queria insinuar.
— Exatamente. — Afirmou logo ouvindo a risada anasalada do filho.
— Não mesmo. — Ditou-o confiante. — O que quero dela não é nada envolvendo relacionamento, e sim algo que eu e ela temos que resolver ainda.
— Tudo bem, mas você parece irritado com algo, seja lá o que tiverem conversado lá dentro, a Soyoung com certeza te disse algo. — Alejandro não era bobo, mas também não podia enganar o filho.
— Fez bem me lembrar, agradeço. Então me diga, por que fez ela mentir sobre o contrato? — Após terminar seu último trago, ele jogou no chão pisando fortemente sem encarar o próprio pai. — Eu não sou idiota pai, a Soyoung me disse que confiei demais naqueles documentos, o que ela quis dizer com isso?!
— Sinceramente, Christopher, eu não estou entendendo. — Seu rosto foi de repleta confusão.
— Não é nada, deixe para lá! — Suspirou frustrado, algo não estava certo, e talvez ele não soubesse, mas acreditava que sim.
(...)
Dias depois...
Sentada no gramado perto ao lago, Soyoung se mantinha quieta lendo "O Colecionador" de John Fowles, que havia comprado quando chegou à Itália. Os seus dias de repouso após o acidente foram os mais entediantes que já viveu, além de que ficava trancada no quarto por conta dos ferimentos em sua perna que agora estavam curando aos poucos. Soyoung deu uma pausa em sua leitura e buscou seu telefone ao lado, e então procurou entre suas mensagens alguma notícia de Violet. Prestes a digitar uma mensagem, foi interrompida.
— Finalmente achei você! — O mais velho exclamou. — O que está lendo?
— "O Colecionador", foi o primeiro livro que comprei ao chegar aqui. — Ela sorriu ao lembrar. — Mas o que o senhor deseja?
— Não sei se está lembrada, mas conversamos sobre encontrar alguém para o cargo de secretária particular, convenhamos que na época não havia tantas para ocupar o seu lugar. — Ele proferiu abaixando-se e ficando ao seu lado, enquanto ela o encarava pensativamente.
— Que bom que tocou no assunto! — A mesma sorriu alegre. — Conheço alguém perfeita para ocupar o cargo, ela é ótima.
— Então contate-a de imediato, entrevistaremos ela, já que você acredita no potencial dela e confia nela. — Sua confirmação foi o suficiente para Soyoung ficar eufórica por dentro, entretanto, Alejandro encarou-a pensativo. — Soso, você falou algo sobre os documentos com o meu filho?
Soyoung não demonstrou reação, apenas negou mentindo com uma feição confusa.
— Não mesmo.
Falsa. Mentirosa. Cínica. Essa estava sendo Soyoung naquele instante. Alejandro apenas assentiu e saiu indo embora, enquanto isso, encarava o vasto gramado com uma raiva de início, apertando o livro fortemente. Apesar da raiva, ela não deixou de comunicar a ruivinha.
Me:
— Hey, tenho ótimas notícias!
Seu tio me disse que você foi demitida, sinto muito.
— Entretanto, precisamos de uma secretária
particular, e eu pensei em você para ocupar o cargo.
(Mensagem visualizada)
ViVi:
— Sua salafrária! Não venha de papinho
comigo! Passou semanas sem ligar para mim.
— O que aconteceu?
Me:
— Ruivinha, eu estive ocupada.
Sinto muito.
— Mas você aceita? O emprego é ótimo!
— Me desculpa, prometo te recompensar
pelos meus dias ocupada.
ViVi:
— Tudo bem, eu aceito!
Mas, secretária particular?
— Sophie, eu era bibliotecária, nunca
obtive um cargo assim.
Me:
— Não se preocupe, ficará tudo bem!
(...)
Por mais que a "descoberta" repentina de Christopher afetasse o progresso de Soyoung, ela se sentia sem saída, mas fingia que não. Apenas esperava um ponto de recaída dele para ela poder atacar. Ao entardecer, Hyunjin passou a tarde com Soyoung praticando um tempinho com aula de violino na qual ele admirava tanto. O garoto parecia calmo com a presença dela, além da professora presente, seu único pavor era a própria mãe que nunca o deixava experimentar coisas na qual ele sempre teve de admirar de longe em segredo. Hyunjin sempre olhava para a porta com aquele receio de alguém entrar e ser sua mãe, entretanto, Soyoung ficava encostada na porta para assegurá-lo de que isso não iria acontecer, não com ela ali.
Seu balançar com a cabeça conforme a música tocava constantemente era prazeroso de ouvir, um alívio tomava conta de si, discretamente ela sorriu ladino vendo o garoto se sentir bem sem traumas lhe perseguindo.
— Congratulazioni! Molto bene! — A senhora o parabenizou ao ver que Hyunjin tocou a última nota. — Me surpreende mais ainda, Hyunjin. Cada aula que temos é sempre um avanço.
— Grazie, signorina Belline. — Agradeceu em italiano, demonstrando um sorriso tímido.
A aula havia acabado minutos depois, o garoto despediu-se da professora e fora para o quarto como de costume, a propriedade estava um silêncio que a cada cinco segundos, Soyoung xingava mentalmente o silêncio tão entedioso. Após o acidente, o repouso foi absoluto para si, o que não a agradou muito. Soyoung não podia andar por muito tempo e longe de casa, sua perna doía por conta da queimadura, mas por não ser grave seu corpo reagia dessa forma.
Então ela recorreu ao único lugar que teria barulho recorrente, a sala de treinamento, alguns homens lhe encaravam com indiferença e outros a cumprimentavam formalmente pelo fato dela ser uma superior. Ela sentou-se em um banquinho e começou a assistir à competição de membros que lutavam para possíveis apostas acontecerem, seu olhar fora de alguém específico, não imaginava sequer que estaria ali.
Christopher usava um moletom inusitado, o zíper parecia nem existir para ele de tão aberto estava seu moletom de cima, então alguém longe gritou dando iniciativa de algo após um sino ser tocado. Então o Villanueva com uma expressão bruta arrancou o moletom de si e jogou no chão, o mesmo usava luvas para a luta que iria começar. Soyoung ficara boquiaberta com o que acontecia, de fato ninguém ali reparava nela, apenas no caos que rolava.
— Senhorita Park?! — Um dos homens aproximou-se ofegante e exclamativa.
— Finja que eu não estou aqui — Ela alertou.
— A senhorita não está aqui então. — Ele riu. O rapaz segurava uma toalha pequena e enxugava sua testa suada.
— Qual o propósito da luta?
— Não tem propósito! Diversão apenas — O rapaz murmurou, ele parecia bastante animado, porém cansado.
A luta em si, começava a ficar agressiva conforme começavam, ambos caíram no chão distribuindo socos e chutes, quando o adversário levantou-se batendo na grade urrando por Christopher ter ficado no chão, Soyoung franziu o cenho se perguntando mentalmente o por que ele não se levantava. E não demorou muito até o mesmo levantar em um movimento brusco e agarrar o pescoço do adversário que urrava segundos atrás.
— Isso! — Soyoung comemorou discreta.
O Villanueva empurrou o adversário colocando contra a grade e arrastando seu rosto, fazendo cortes conforme era arrastado com força. Bang Chan não havia ganhado por completo aquela luta, cada golpe que dava, ele estava ficando cansado, mas um golpe inoportuno foi certeiro em sua face e a menos de segundos ele caiu.
O silêncio entre aqueles homens viraram murmúrios após a queda dele, ele ainda ofegava mesmo caído, sua forma de tentar se erguer não era das boas.
— Vamos lá, levanta! — Soyoung sussurrou, suas mãos se juntaram ficando aflita com a situação. Então por impulso ela ficou de pé tentando ver com mais clareza em meio o mútuo de homens a sua frente.
— Aposto o dobro que o playboyzinho não vai levantar — Alguém por trás disse blefando, o suficiente para Soyoung ouvir e virar-se em direção.
— Aposto 20 mil euros que Christopher vai levantar — A garota arriscou elevando o tom de voz com seriedade, Soyoung nunca apostará nada na vida, e apostar em Bang Chan era como se uma bala fosse em breve alojada na sua testa. — Um bom dinheiro, não acha?
— Fechado! — Ele estendeu a mão em forma de aceitação, o que foi negado após ela encarar de cima a baixo.
— Christopher Bang Villanueva! Se você não levantar em cinco segundos, eu estarei perdendo a porra de um bom dinheiro! — Ela o ameaçou gritando, porém, ele apenas elevou o rosto cambaleando. — Eu não acredito nisso... tudo bem.
Seu fio em sussurro foi divagando, quando ela percebeu que o adversário havia se aproximado e puxado o moreno golpeando mais ainda, seus olhos arregalaram-se incrédulos.
— Eu não acredito que esse filho da puta vai me fazer perder dinheiro! — Suas mãos estavam na cintura ficando desacreditada e deu uma risada soprada. — EI PLAYBOYZINHO!
Christopher então a olhou, observou ela efetuar um movimento anelar com o pescoço, ele já havia visto Soyoung fazer isso uma vez, seus códigos de luta era algo que ele aprendia aos poucos. Então Chris deixou o adversário o enforcar e andou em direção às grades, em um movimento rápido, ele escalou a grade se soltando aos poucos e por fim atingiu a nuca, deixando o adversário inconsciente no chão. O urrar do Villanueva foi alto que ele socava as grades demonstrando orgulho de si ao ganhar, alguns homens aproximavam-se indo comemorar o fato dele ter vencido, enquanto isso, Soyoung se afastava em meio mútuo deixando a gritaria dos homens permanecer para trás.
De fato ela havia ficado feliz pelo fato dele ter ganhado, mas ficou mais ainda por não ter perdido dinheiro e ganhando mais ainda com a aposta que fizera.
— Ei! — Uma voz a chamou ofegante. — Você é inacreditável!
— Eu? Já ouvi isso antes. — Deu um breve risada anasalada.
— Apostou em mim apesar de tudo o que aconteceu? — Christopher pergunta meio zonzo. — O que ganha com isso?
— Dinheiro.
— Estou falando sério, Soyoung. Dias atrás estávamos brigando como cão e gato, e agora, de repente muda. — Sua inquietação fez-o se aproximar dela.
— Nada mudou, é que você parecia patético caído no chão, se te dessem motivação desde o começo já teria ganhado de primeira. Mas foi apenas eu apostar em você, gritar com você e dar dicas, que logo você caiu na realidade e ganhou. — Ela justificou em julgamento. — Quando se há motivação sempre temos capacidade em vencer. E eu sempre ouvia isso dos meus pais, então, a minha voz e dinheiro foi sua motivação.
Soyoung virou de costas e voltou a caminhar de volta em direção a propriedade, sua mão segurava a bainha do vestido que usava por conta do machucado, e reclamava em murmúrios. Ao voltar para dentro, sentiu algo dentro de si, parecia que lhe faltava algo, mas não sabia que se tratava. Soyoung então notou um burburinho vindo de empregadas não muito longe, à medida que ela se aproximou era nítido que elas maldiziam da consigliere.
O idioma italiano recorria aos murmúrios vindo de ambas, chacota e xingamentos. Soyoung não deu a mínima, e voltou ao tédio. Entretanto, havia uma fileira de cinco cartas no suporte ao lado da luminária de chão, seu olhar dirigia-se até uma específica e diferente carta.
— Que carta estranha... — Ela pegou a carta e abriu vagarosamente, havia um brasão de um lobo e abaixo letras russas escritas à mão. O seu russo estava em dia, apenas um empurrãozinho para ler a carta era o mínimo. — Mas que porra...?
— Aconteceu algo, Sophie? — Era Alejandro. Sua voz soou pesada assustando Soyoung.
— Vim checar as cartas, aqui estão. — A Park entregou todas as cartas rapidamente, menos a que acabara de ler.
A mesma esperou o Villanueva sair e encarou aquela folha com precisão, não saberia que rumo iria tomar depois, mas com certeza não entregará a carta.
— "O traidor apenas se arrepende se for descoberto. Christopher.", eu juro que vou matar ele!
(...)
Durante o anoitecer a espera do jantar aguardava, porém, faltavam duas pessoas. Christopher e Soyoung. A consigliere adentrou o quarto dele e não o encontrou, apenas o barulho do chuveiro significou que o mesmo tomava banho, ela o iria confrontar pela bendita carta e não pouparia. Então ela esperou, e esperou, até perceber que a maçaneta da porta do banheiro girou a silhueta saiu enxugando seus fios pretos com uma toalha em mãos e outra em sua cintura, pequenas gotículas caem sobre si, dando uma visão de desconcerto para Soyoung.
— Achei que iria morar lá dentro! — Ela esbravejou.
— Dio mio! O que pensa que está fazendo aqui? — Ditou assustado.
— Quero que me explique isso! — Soyoung jogou a carta em sua direção tentando não berrar para não chamar atenção. — Você imagina a merda que você fez?
— Eu não fiz nada, ragazza! — Ele justificou ao terminar de ler. — Eu nem sei o que isso significa.
— "O traidor apenas se arrepende se for descoberto. Christopher." É o que diz a carta, e logo abaixo está a assinatura de Robertta Markoff, filha do general russo Gavrill Markoff. — Soyoung respirou fundo antes de continuar e prosseguiu. — Estão ameaçando a sua família e vão expor os seus crimes de traição, assassinato e a bendita droga. Ela parece conhecer você.
— Soyoung, eu juro que eu não faço a mínima ideia de quem seja essa mulher! Eu não estou me envolvendo com os russos já faz dois anos. — Chris explicou parecendo apavorado com a carta em mãos.
— Se você cortou laços com os russos, então como isso aconteceu?
— Não faço a mínima ideia. — Ele suspirou frustrado. — Isso é estranho... será que isso tem a ver com o Vostok?
— Vostok não ousaria, depois do acidente, os Belova sumiram com ele. Exceto se exista alguém que esteja querendo acabar com você. — Ela especulou apontando para a carta.
— Ah, ótimo! Eu não sabia disso — Proferiu debochando. Christopher soltou um suspiro pesado apoiando-se na parede. — Me diga, você não se sente desconfortável comigo desse jeito?
— Como assim? — Soyoung diz tentando manter seus olhos acima focando no rosto de Christopher.
Chris pôs a sorrir ladino quando escutou as palavras em tom nervoso vindo da morena a sua frente, o cenho franzido dela remarcava confusão extrema, e ao ver que ele se aproximava com a mão agarrada na toalha de sua cintura, Soyoung não mexeu sequer um músculo apenas esperou ele ter a proximidade a ela.
— Se continuar flertando comigo juro que você fica sem o seu amiguinho. — Ela alertou firmemente.
— Tem certeza que quer fazer isso? — O Villanueva a questionou.
Sem perceber, a Park desceu a mão até a coxa e puxando sua karambit que estava em seu coldre de perna de do vestido, e indo em direção ao pescoço do homem à sua frente. Sua risada a contragosto fez presente após o silêncio ser instalado segundos antes, no rosto de Soyoung havia sua expressão favorita, a não amigável. Aquilo estava um fio dela cravar a karambit no pescoço de Bang Chan, ele estava surpreso pela reação espontânea dela, entretanto, demonstrar surpresa parecia patético.
— Estávamos falando da carta, não mude de assunto ou tente fazer isso novamente, caso contrário triturarei você. — Ditou rudemente.
— Eu faria pior então. — O moreno virou-se ignorando ela dando uma risada baixa.
— E como me mataria? — Questionou puxando sua atenção.
— Com um picador de madeira, sabe como funciona, não é? Não restaria muita coisa além de sangue e pedacinhos minúsculos do seu corpo, ragazza.
— Isso é ótimo. — Soyoung proferiu sádica. — Se você tiver realmente feito algo contra os russos, assim como é descrito na carta, isso é problema seu. Deixarei que eles estilhaçam sua cabecinha de mafioso, porque avisei que a sua droga iria dar merda.
(...)
As horas se passaram com lentidão após o acontecido, o jantar foi um total pane no sistema sem conversas durante a refeição, Christopher conseguiu organizar sua mente superficialmente hora após fumar dois cigarros, lembrou-se então do rosto expressivo de Soyoung com aquela karambit apontada para o seu pescoço. Entretanto, ele não sabia que qualquer aproximação de flerte deixava ela intrigada e com raiva, a Park nesse quesito era totalmente fechada e com reações que chocavam ou danificaram o seu sistema. O moreno ainda sentia dores da luta, seu rosto estava marcado com hematomas vermelhos e roxos, e o corpo pior ainda.
Mas ele não se abalava, Bang Chan mantinha um olhar analisador enquanto observava do lado de fora da garagem, quando ouvira passos ficou em alerta rapidamente, não saberia se era a tal pessoa que ele esperava ou alguém da propriedade.
— Bang Chan? — A voz sussurrou ao aparecer.
— Você demorou.
— Não reclama, estive ocupado resolvendo umas pendências. — O rapaz iniciou despistando a conversa e apontando para o carro estacionado lá fora. — Temos que ir, eles estão nos esperando.
— Trouxe o que eu pedi? — Questionou indo em direção ao veículo.
— Foi difícil! — Subiu fôlego ao dar a partida. — Esses foram os últimos registros, se olhar bem, estão codificadas para um código russo. A carta chegou?
— Como o esperado, sim, felizmente dei sorte, Soyoung pegou a carta e veio tirar satisfações. — Riu ao lembrar.
— Cara, aquela mulher é uma ex-agente do FBI, trabalhou para a CIA sob comando, e você acha que pode fazer ela de boba? Não mesmo. Eu não a conheço, mas o histórico dela, é de arrepiar.
Com uma inquietação um tanto incomum percorrendo o seu corpo, Christopher ficou pensativo, porém emburrado com a situação. Ao chegar no local, o vento balançava com a forte poeira, naquela noite seria a mais decisiva para o Villanueva. Havia dois homens de terno aguardando ambos e rapidamente entraram na casa investida pela madeira, Chris segurava em suas mãos a pasta que havia esquecido de deixar no carro, entretanto não podia esconder já que olhos haviam-se direcionado.
— O que tem na pasta? — A mulher questionou o observando.
— É pessoal, Robertta Markoff. — Ditou Christopher seriamente. — Vim aqui para resolver assuntos e não saber da minha vida pessoal.
— Nossa, que amargurado você é, hein! — Brincou a acastanhada em tom sarcástico. — Pegue a pasta!
A mulher ordenou curiosa, logo que a pasta foi tomada em vão, ela analisou. Havia fotos, nomes, e registros de Soyoung Park. O Villanueva não pode fazer absolutamente nada contra ela, seria uma ameaça pior, era como se enfrentasse a morte de perto.
— Obsessão por uma ex-agente? Uau, isso é pior que pensei. — Ela gargalhou, mas logo obteve uma expressão séria. — Mas vamos para o que interessa, onde está a droga?
— Estão no carro... — Comentou com um olhar sob a pasta. — Robertta, eu agradeço muito por mandar a carta, mas não faça isso novamente. Caso contrário, já sabe.
— Você não ouse me ameaçar! — Exclamou ao levantar da cadeira onde estava.
— Ameaço sim! Você pode ser a filha do general Markoff, entretanto, lembre-se que sou filho do Capo, para matar você e aquele velho não demoraria muito. — Christopher aproximou tomando a pasta das mãos da mulher furiosa. — A droga está entregue. Mas tenha cuidado, essa fórmula é única, muito melhor que a metanfetamina.
— Aqui está. — A Markoff entregou uma maleta lotada com notas de dinheiro.
— Para filha de um general, você se dá muito bem sendo uma narcotraficante. — Christopher debochou antes de sair, olhando pela última vez a maleta. — O que foi, não gostou?
— A sua arrogância é irritante, desde que recusou o acordo entre nós os Markoff, tudo desandou para mim. Mas sabe, eu não perdi tudo. — A Markoff aproximou-se ficando frente a frente ditando calmamente, entretanto, demonstrava nojo. — Mas não se abale tanto, sabe? Alguém na qual você confia tanto, me fez repensar, e selamos o acordo.
— Isso é estupidez! — Bang Chan arregalou os olhos furioso. — Estaremos em guerra com os Greccos, o que pensa que está fazendo?
— Estou sendo inteligente e meu novo aliado também é, e não pense tanto, me aliar a esse alguém vai ser um benefício e tanto. E o império cairá.
(...)
72 horas depois.
Catedral Santa Maria del Fiore, Firenze.
— Desculpe, senhorita Park... — Tentou dizer, mas estava tão nervoso interrompido.
— Onde está o projeto! — Exclamou andando de um lado para o outro.
— Aqui. — Suas mãos trêmulas balançavam enquanto segurava o arquivo. — E o pen-drive já foi entregue como a senhorita ordenou.
— E quando posso começar o meu plano? — Ela indagou analisando o arquivo.
— Em breve, creio que em duas semanas o El Capo irá assinar o contrato. — O rapaz possibilitou sem encarar a mulher de terno. — Senhorita Park, não acha que isso é considerado traição?
— Isto é um acordo, a máfia brincou demais com a minha paciência, não é como se fosse o fim do mundo. — A morena proferiu, sua decisão em relação ao que conversavam, estava mais que concretizado.
— E enquanto os Villanueva?
— Com eles?... Tudo está indo conforme o que obtive, e não se esqueça, o ataque em relação às boates quero para esta noite. — Soyoung caminhou em sua direção e segurou o queixo do homem e apertando levemente — Eu quero uma chacina e não um pequeno homicídio, eles têm que saber que há um novo alguém.
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