CAPÍTULO IX
Christopher Bang
Eu não poderia deixar que de forma alguma que Soyoung me leia como se eu fosse um livro. Porém, eu deixava abertura para isso. Observar o lado dela não me tranquiliza, ela parecia ser fodidamente pior que eu, em questão mental é claro. Depois que eu pedi para investigá-la, eu não sabia o quão ela havia se tornado mercenária, ela matava a sangue frio, treinada pela CIA. O lugar em que pessoas como eu sempre devemos temer.
A CIA sempre pareceu ser uma corporação que efetuava “prisões” de criminosos. Mas o contrário disso é que nada fazia sentido, eu sabia que, no fundo, essa corporação era pior que o FBI, eles torturavam e matavam em busca de provas. Esse era o método em que eu acreditava, porém eu não tinha como saber, eu apenas soube quando conheci Soyoung. Disso eu sabia, quantas mortes ocorreram por ela, ela é ótima no quesito de investigação. Mas algo me estranhou quando ela adentrou o escritório, seu perfume parecia diferente, algo doce e muito florido.
Eu sabia que ela não usava perfumes femininos.
Seus perfumes sempre eram fortes ou amadeirados, ela tinha um gosto muito peculiar.
Quando ela questionou sobre o que eu queria fazer realmente, na minha mente era dizer a verdade, porém fiquei estático. Eu nunca a vi reagir daquele jeito, parecia desesperada e com medo. Eu preciso dela para acabar com isso, preciso me livrar dos russos, se a droga não estiver pronta e for entregue, eles acabam comigo.
Minha única esperança foi fazer algo. Desde que comecei a observá-la, todas as noites antes de dormir ela ingeria comprimidos. Três cápsulas. Então ordenei que a CH³ fosse em comprimidos e troquei as cápsulas pelas que estavam dentro do seu frasco. Seria minha chance de mostrar aos russos que dessa vez eu tinha uma cobaia humana que seria controlada pela a droga.
Isso não a mataria, queria testá-la. E se ela fosse imune, por que duvido bastante, ela seria útil para o crescimento do CH³. Ao vê-la adentrar o seu quarto tentei me aproximar para tentar espiar, mas resolvi não “invadir” o seu espaço.
— Estarei aguardando ansiosamente… — Murmurei, meu olhar ainda seguia em sua porta. E suspirei pesadamente, meu celular rapidamente vibrou duas vezes.
A ligação estava denominada a ser desconhecida, então supus quem era. Afastei-me do corredor e fui em direção às escadas ao atender.
— Alô?
— Achei que iria recusar como das últimas vezes, por que me ignora? — Ao ouvir a voz da mulher ecoar pelo telefone, senti um embrulho em meu estômago. Era a comissária do FBI, aquela mulher me perseguia.
— Eu não pretendo me render aos seus joguinhos, você me enoja — Soei ríspido. E ouvi seu riso soprado.
— Você pensa que estou brincando, Christopher. Quero que você cumpra o que ordenei!
— Já acabou, comissária? Eu quero que você entenda que eu não recebo ordens, principalmente de você que não tem comando nenhum sobre mim. — Dei uma pausa ouvindo seu resmungo do outro lado — E também quero que você se foda, comissária West. Aliás, se tentar pôr os pés na Itália, voltará com as mãos furadas por balas.
Encerrei a chamada educadamente, fui pouco rude, mas nem tanto. Aquela mulher estava me ameaçando há semanas, entretanto, me custava caro ter que ignorá-la, o que ela tanto queria era que eu matasse sua excelente agente, Soyoung Park.
Eu não faria isso, Soyoung era a única pessoa na qual eu precisava.
†
Soyoung
Quando voltei para o meu quarto, percebi que Violet andava para os lados, olhando os mínimos detalhes do quarto. Ela não havia percebido minha presença, mas fiquei tensa quando ela pôs as mãos no pequeno retrato ao lado da minha cama. Era um retrato meu e de Jeongin, eu ainda tinha aquela foto, era única. Todas foram destruídas. Ninguém entrava em meu quarto além das empregadas, que eram apenas duas de confiança.
Eu não gostava quando mexiam nas minhas coisas e retiravam do lugar, me deixava nervosa e irritada, eu iria lá e removia e deixava no mesmo lugar onde estava antes. Violet mexia com tanto cuidado que colocava no mesmo lugar.
— Achei que estivesse dormindo, desculpa se demorei. — Falei vendo ela se sobressaltar um pouco pelo susto da minha voz.
— Fiquei curiosa e resolvi observar algumas coisas, percebi que você é muito organizada — Ela elogiou, ser organizada era algo que eu prezava e muito. Odiava bagunça.
A ruiva me encarou por segundos e pude ver suas orbes verdes realçar um pouco quando seu rosto virou em direção a janela que iluminava o quarto com a luz do luar. Violet é a garota mais linda que eu já vi em toda a minha vida.
— Por que me trouxe para o seu quarto? Eu não quero incomodar você, Sophie. — Ela indagou persistente.
— Não deixarei você dormir em um quarto de hóspedes onde há três pessoas não confiáveis, além disso, se você estiver perto de mim não terá que encontrar os Villanueva por aí. — Proferi calma, mas por dentro estava aflita e com uma puta de dor de cabeça.
Logo lembrei dos meus remédios, eu não podia deixá-los, senão minha psiquiatra iria ficar no meu pé e fazer eu voltar ao tratamento inútil. Segui até a pequena cômoda ao lado da cama e peguei o frasco, três pílulas era o suficiente para me livrar do surto e de dores, achei esquisito, havia diferença, o sabor não era forte e sim azedo.
— Deve ser cápsulas novas… — Murmurei para que a ruiva não me ouvisse.
— Então eles são mesmo pessoas perigosas? — Ela questionou, e logo se aproximou ficando a minha frente. Eu havia esquecido que ela não sabia de tudo cem por cento. Então eu apenas assenti.
E por segundos ela baixou o rosto e me encarou pensativa em seguida. Seu cenho franzido me fazia questionar se ela tinha tantas perguntas a respeito sobre ao seu redor. Violet parecia ser ingênua demais, suas perguntas eram tantas que eu não sabia como responder. Para ela, eu sou advogada e secretária da família Villanueva, ela não tem ideia de quem eu sou.
Ela sentou-se ao meu lado e não me olhou como fazia, e suspirou.
— Concorda com o que essa família faz? Você é advogada, devia estar do lado da lei. — Aquela resposta soou estranha, mas verdadeira.
— Tem razão. Mas eu não estou do lado de ninguém, todos estão e vão acabar sozinhos. — Respondi sinceramente, eu não sabia se deveria ficar do lado de alguém, até porque ninguém está no meu. — Tem receio de que eles possam fazer algo ruim?
— Sim. — Sua resposta fôra rápida demais e ela prosseguiu — Meus pais e eu morávamos em uma região tranquila, em um dos bairros que se chamava Incanta Fiore, recebemos ordem de despejo, mas não havíamos entendido o porquê, tínhamos casa própria. Então descobrimos que a máfia havia feito seu território, pessoas morreram por desobediência.
Aquilo não me tranquilizou, as palavras de Violet soaram tristonha ao lembrar disso, mas lembrei que isso não era permitido. A máfia tem poder para tudo, mas expulsar pessoas e fazer demanda de território era algo inadimplente, pois manchava a imagem dos líderes.
Incanto Fiore… porque esse nome me lembra algo? Tenho a certeza que conheço esse lugar.
— Há quanto tempo foi isso? — Questionei, eu não sabia se era o certo, mas Incanto Fiore me lembrava de algo.
— Acredito que já faz cinco anos ou quatro, rodou até a notícia de uma suposta Viúva alguma coisa, dizia que ela era referente à primeira. — Após explicar, ouvir aquela palavra me trouxe arrepios. — Ela ajudou na expulsão e matou pessoas inocentes.
Minha garganta estava seca e eu não movimentava nenhum músculo sequer. Eu sabia que me recordava desse nome, eu causei isso, como fui capaz? Eu era a Viúva, a mulher que espalhava sangue e corpos.
— Eu vi o quão ela era “perfeita” em seus movimentos, ela tinha uma tatuagem, seus cabelos eram vermelhos e eu percebi que ela falava estranho. — Violet detalhou bem, ela me encarou e franziu o cenho pensativa — Quando ela e aqueles homens entraram na nossa casa, ela encarou todos nós, eu fui a primeira a ser refém dela.
— Eles machucaram a sua família? — Sim, eu perguntei isso cinicamente. E a vejo assentir, seus lábios reprimiram e seus ombros ficaram tensos.
— Ela me empurrou contra a parede e apontou uma adaga em meu pescoço, sangrou um pouco. Mas minha memória é fotográfica, e acabei gravando o que escrevera na adaga.
“Jeongin…”
— Lembro que era uma palavra bem complicada, suponho que era Jeon… espera — Violet coçou a nuca tentando falar o nome, automaticamente fechei meus olhos e suspirei pesadamente — Ah! É Jeongin! Queria saber o que significa…
— É um nome de origem coreana — Falei rapidamente e mudo de assunto. — É melhor irmos dormir, Vi. Estou bastante cansada e você também deve estar.
De fato eu queria falar a verdade, porém, eu queria privá-la disso. Passei a mudar de assunto toda vez que ela queria falar sobre isso. Minutos após ela tomar um banho e vestir um pijama de Hannah que pedi emprestado — já que nenhuma peça minha caberia nela —, na verdade, eu apenas peguei e saí de fininho, ela deitou e apenas me fitava calada.
Eu não senti remorso por esse acontecimento, apenas senti medo, um medo no qual Violet provocou em mim. Se ela descobrisse, eu nunca imaginaria sua reação, apenas sei que ela não me perdoaria. Seus olhos então fecharam lentamente por conta do sono, e seu suspiro foi deixado, por alguns segundos aproximei minhas mãos e toquei em seu rosto, acariciando-a de leve. Aquela persistência de me aproximar mais do que eu devia estar, eu sou alguém orgulhosa demais, eu tento querer ficar por perto, mas sempre afasto tudo.
— Afasto tudo…
(…)
A madrugada até o amanhecer foram de chuviscos, logo vindo os pequenos raios solares, Soyoung então acordou quando percebeu que estava prestes a amanhecer por completo. Ela espreguiçou-se e saiu em disparada à cozinha, vendo alguns empregados já começando sua rotina diária. Agarrada ao próprio robe por conta da frieza matinal, ela se dirigiu à mulher um pouco grisalha e sorriu.
— Bom dia tia Rizzieri — Soyoung abraçou fortemente ela retirando risadas da mesma e logo cumprimentou os demais — Bom dia a todos também!
Em uníssono todos que estavam ali responderam. O fato de que Soyoung chamava a cozinheira da casa de “tia” era uma forma de se sentir próxima a ela. Pois de acordo com Rizzieri, Soyoung se parecia com sua sobrinha. A mulher então virou-se e fitou o rosto de sono da Park.
— Dormiu bem, Soyoung? — Ela questionou e logo a garota assentiu — Então, o que deve-se preparar para o desjejum de todos?
— O cardápio já fôra atualizado, tia Rizzieri. Então faça o que for melhor, e antes de colocarem a mesa posta, não coloque nada no meu lugar — Soyoung proferiu vendo todos assentir, e claro que Rizzieri encarou-a desconfiada. — Eu gostaria de fazer o desjejum no meu quarto. Para duas pessoas. Apenas isso.
A Park ao ir em direção a saída da cozinha, a mulher segurou o pulso da garota levemente e fazendo companhia até um dos corredores.
— Você não me engana, menina. Eu sabia que você estava com alguém. Ontem a noite vi o seu carro lá fora e também havia uma segunda pessoa lhe acompanhando — Ela sorriu bastante travessa vendo a expressão assustada da mais nova. — Não se preocupe, eu não vi o rosto dessa pessoa. Querida?
— Sim? — Por um momento, ela parou em alguns degraus e a olhou confusa.
— Eu não sabia que tinha heterocromia.
Soyoung paralisou por completo, seu silêncio confuso era mais que tudo, ela desceu lentamente e encarou seu reflexo nas pilastras espelhadas. Sua orbe esquerda estava em coloração âmbar, nunca havia visto aquela cor, então logo em pensamentos se questionou o que estava acontecendo. Seus olhos sempre foram castanhos escuro — embora que as lentes de contato que ela usava nunca mudaram aquela coloração — de fato aquilo era de se estranhar.
— Mas eu não tenho.
†
Logo após o ocorrido na drástica manhã, Soyoung havia deixado Violet em casa depois do café da manhã que ambas tiveram juntas. Porém, Soyoung usava óculos escuros para disfarçar o que estava acontecendo em seus olhos. A mesma havia ido até o hospital logo depois e não havia diagnóstico para aquela coloração repentina, algo que parecia normal para os médicos, e como estava sendo uma quarta-feira, ela teria uma sessão com sua psicóloga às nove horas da manhã.
Ao chegar ao consultório, ela foi recebida com a leveza e alegria da mulher, que a fitou com o cenho franzido.
— Como está indo, Sophie? — Ela questionou, ouvindo o suspirar da moça.
— Estou ficando confusa com os acontecimentos repentinos, até hoje de manhã. — Seus ombros ficaram tensos e logo a psicóloga percebeu.
— Sobre a família na qual você trabalha? — Soyoung assentiu e logo negou. — Então, o que te aflige tanto?
— Ontem tive uma “leve” discussão com o Christopher, conversámos sobre afins e a herança, eu temo por isso. Mas tive uma noite divertida com alguém, saímos para um parque e pela primeira vez eu experimentei doces.
— Primeiro vamos falar sobre a discussão, o que aconteceu em questão disso? Você me disse que ele é violento.
— Tomamos um vinho, falamos sobre acordos e logo virou do avesso — Soyoung respirou fundo antes de continuar, ela sabia que havia acontecido mais coisas e que não explicaria para a mulher.
— Ele voltou a te ameaçar com armas? — Ela indagou, pelos segundos que se passavam, Soyoung estava se arrependendo por ir a essa sessão. — Sabe que isso é grave, o relacionamento de ambos é uma guerra sem fim, isso é totalmente abusivo.
— Eu pedi que ele fizesse isso.
— Ainda tem pensamentos suicidas. Sophie, você não precisa desejar a morte para se livrar dos seus traumas, quantas vezes você desejou isso? Milhares. — Soyoung baixou a cabeça sem repensar, apenas ouvindo tudo. — Tudo bem. Não vamos falar sobre isso. Você me disse que teve uma noite divertida ontem, quer falar sobre?
Soyoung olhou de relance para ela e relaxou-se para contá-la, mas seu telefone tocou por segundos, a mesma havia esquecido de desligar. Ela logo se desculpou e então viu uma mensagem de seu irmão. O mesmo nunca mandava mensagem para ela, apenas para falar de trabalho, ela sabia que algo havia acontecido.
(Hunnie Bear)
• Eu não sei como te dar essa notícia mas,
a vovó Ellie foi morta nesta madrugada. •
• Papai não quer que você saiba e muito menos
compareça ao cortejo fúnebre, haverá um desfile militar. •
• Não venha. Aparentemente muitos aqui não querem
a sua presença, maninha. Jessie não quer falar com você, aliás.
Por que estão fazendo isso? •
Mensagem visualizada.
Me responda! Me odeiam tanto é isso?
Que tipo de família eu tenho?
Mensagem visualizada.
Por favor, deixe-me fazer a última despedida.
Se eu for, eu prometo…
Eu retiro o sobrenome da nossa família,
nunca mais eu terei laços com vocês.
Mensagem visualizada.
Contato bloqueado.
Mais uma vez ela sentiu a dor da perda, a única pessoa que a entendia acaba de cortar laços com a mesma, Soyoung saiu do consultório após fazer o pagamento por aquela sessão, que para ela seria a última. No trajeto de volta a mansão houve paradas persistentes, sua última parada foi numa estrada, em frente ao mar. Ela saiu do veículo sem os seus sapatos e caminhou até a areia em direção ao mar.
Ela não chorava, apenas sentia a dor. Não estava acreditando.
O dia começou a se ir, e estava entardecendo, mesmo com aquele céu nublado e a frieza. Seu celular agora tinha dezesseis ligações perdidas. Christopher. Esse era o nome em sua barra de notificações. A garota se pôs a baixar a cabeça perto dos joelhos e abraçando a si mesma, não havia lágrimas que pudessem derramar.
Minutos se passaram e Christopher havia localizado ela, o mesmo havia mandado um de seus homens fazerem buscas, e a encontrou. Ele chegou no local e avistou ela um pouco longe e começou a ir em sua direção. O rapaz odiava praias, e resmungava o trajeto até ela por estar tendo contato com a areia e fazendo “estrago” em seu terno azul escuro de Giorgio Armani.
— O que está fazendo aqui? — Ele indagou ao se aproximar, ainda em pé, não obteve respostas.
Ele então percebeu seu estado, ela estava frágil, e logo questionou se havia acontecido algo com Soyoung. Christopher então agachou ao seu lado e sentou-se sem saber o que estava acontecendo.
— Não somos amigos nem nada, mas suponho que você não está bem. Então se quiser conversar, eu sou bom ouvinte, mas péssimo em conselhos.
Ele a observou e fitou seus olhos, havia notado a diferença da coloração, percebendo que estava sendo uma das reações.
— Minha avó foi morta nesta madrugada. E minha família não quer minha presença — Ela respondeu, Chris ficou boquiaberto, mas não demonstrou reação e esperou que ela desabafasse mais ainda. — Eu vou me arrepender se eu não me despedir dela pela última vez, ela sempre me apoiou nas minhas decisões e sempre me dava sermões e seus sinceros conselhos.
— Então vá! — Ele incentivou, pela primeira vez ele estava sendo amigável. O rapaz deu o conforto que ela precisava naquele momento ao abraçá-la de lado. — Quero que você se despeça da sua avó, não deixe que sua família crie essa barreira, eu vou lhe acompanhar.
— Faria isso? — Ela questionou vendo aquela atitude e ela negou rapidamente — Melhor não, eu não quero causar problemas, você é alvo de investigações.
— Quando eu era adolescente, eu gostava de uma garota, e ela veio a falecer por causa de um acidente de carro. Éramos amigos, e eu nunca pude vê-la pela última vez e dizer a ela que eu tinha sentimentos por ela. — Christopher havia se aberto em palavras para Soyoung, quem diria que algo assim lhe havia acontecido, e a Park apenas suspirou — Vamos hoje mesmo, não importa se a polícia estiver lá. O importante é você nesse momento.
— Obrigada… — Ela sorriu fraco, e seus olhos lacrimejaram vendo as primeiras lágrimas a descerem.
Ela chorou, e chorava que até soluçava, seu rosto estava avermelhado e sua respiração estava fraca por conta dos fungados que a mesma dava. Ela sentiu um abraço apertado, algo que ela não sentia há anos, e suspirou deixando aquela última lágrima rolar.
— Quando quiser descontar sua raiva, pode descontar em mim. Eu não me importo. A gente não se dá muito bem, mas é sempre bom dar apoio ao inimigo.
— Eu nunca fui sua inimiga, você que deixava isso transparecer. — Ela riu ainda que chorasse pouco. — Não sei se isso vai mudar. Mas, apenas hoje, por favor, não me deixe sozinha. Eu sinto que vou ter surtos depois, e esses remédios estão piorando.
— Eu troquei suas cápsulas pela CH³ — Christopher assumiu, ela o encarou e apenas assentiu, ele esperava raiva vindo dela. Mas não obteve nada — Foi apenas um teste em você, e vejo que o único resultado que eu tive foi que você é imune.
— Eu estou drogada? — Ela perguntou vendo a expressão e o cenho levantado dele, e ele negou.
— Por que você ingere tantas cápsulas? Isso é perigoso, Soyoung. Você pode acabar tendo uma overdose. — O moreno alertou firmemente logo após questioná-la.
— Vocês usam para se curar de doenças, e eu uso para morrer.
†
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