CAPÍTULO I
†
Grande parte da família Villanueva fora eliminada a comando de Chan, assegurando o prêmio para si, então não se importava com o irmão. Pois, garantiu que o mesmo ficasse atolado com o trabalho e seus afins, mas Hyunjin já sabia que o irmão fizera, e suspeitava que o motivo de seu pai ter desaparecido foi a mando de Chan, o irmão ambicioso e hipócrita.
Mal sabia Christopher que o seu irmãozinho estaria de volta à Itália para começar as trocas de farpas. Hyunjin recebeu uma carta anônima quando estava em Seul, e nela havia escrito sobre a reunião do consigliere, e que Chris desejava que o mesmo não soubesse de absolutamente nada. Mas lá estava Hyunjin com o seu Maserati em frente a mansão da família.
Logo retirou seus óculos e seguiu até o jardim da casa, onde Chris estaria tomando seu café da manhã ao ar livre enquanto falava ao telefone, Hyunjin já não gostava tanto do irmão. E agora que o pai desapareceu, uma parte dele grita em culpar o irmão.
- Já disse o quão idiota aparenta com esse roupão? - Disse Hyunjin. Que fora o suficiente que o Chris derramasse o suco naquela taça e caísse ao chão.
- O que faz aqui pirralho?
- Um passarinho me contou sobre a carta e a reunião do consigliere, acha mesmo que deixarei você ficar sozinho nesse jogo? Claro que não! Você é um filho da puta muito generoso em compartilhar essa reunião comigo.
- E você é outro filho da puta. Ainda bem que não temos a mesma mãe - Chan riu - Quem lhe contou sobre a carta?
- Não importa. Mas sabemos o propósito. Aliás, continua com aquilo?
Chris ficou em silêncio, ao que parecia, o mais velho se incomodava com o fato do irmão se meter em sua vida. Mas Hyunjin gostava de realizar insinuações inoportunas.
- É. Você continua - Hyunjin soltou uma risada fraca e pôs as mãos nos bolsos - Sabe que o negócio da família nunca foi sobre isso! Isso é totalmente contra Christopher!
- Mudei de lado, Hyunjin. Estou contra os Villanueva, falta pouco para eu receber o que tenho direito.
Chris não imagina que o irmão trairia a própria família, a qual tornou quem ele é, e temia por algo errado. Como não suspeitou nada assim; ou simplesmente uma traição, que poderia alertar os inimigos e uma possível rebelião acontecer.
- Traidor, sua cabeça merece estar exposta na praça central para todos observarem o que acontece com quem trai a família!
- De mim você pensa o que quiser, mas não saia dizendo o que não sabe! - Chris retrucou e aproximou-se do irmão com a face séria e o agarrou pela gola da camisa, ambos sorrindo sádicos.
- Com licença senhores - Logo atrás o mordomo apareceu os interrompendo - Consigliere Park está aqui.
- Mande ele entrar - Hyunjin não permitiu que o irmão falasse e respondeu em seguida. Mas o rosto do mordomo foi de pura estranheza e assentiu e logo saiu em seguida.
Assim que Hyunjin disse, ambos se soltaram rapidamente, Chris passou a mão em seus cabelos negros e suspirou alto ficando impaciente. Minutos fôra ouvidos passos de saltos ecoarem, os irmãos ficaram confusos, logo uma mulher adentrou até o jardim da casa.
Seu semblante sério causou um impacto nos irmãos, nunca acreditaram que o consigliere fosse uma mulher, apenas o pai tinha essa noção toda.
- Olá, eu sou Sophie Park ou Soyoung. A consigliere do senhor Alejandro Villanueva. Devem ser os filhos dele, ótimo.
- Nosso pai nunca falou que o consigliere fosse uma mulher - Hyunjin proferiu em sussurro para Chris, que logo concordou em seguida - O velho sabe esconder tudo.
- Quero ver se ela é realmente a consigliere - Enquanto os irmãos estavam sussurrando um para o outro, a mulher encarava observadoramente e com um olhar ameaçador - Onde conheceu o meu pai e como teve essa confiança toda para ser o braço direito dele?
- Christopher, se pensa que testará o meu passado com o seu pai, está muito enganado. Vim aqui para acordos, não para conversas paralelas.
Enquanto isso, Hyunjin buscou o celular um tanto desconfiado, a semelhança dela com alguém lhe incomodava de alguma forma. E sua primeira pesquisa buscou o seu parentesco.
"Filha do famoso chefe do FBI afirma que não seguirá os passos da família ingressando como militar"
"Sophie Park continua rebatendo nas revistas e redes sociais que recusou o cargo como detetive no departamento de investigação de Illinois onde o pai da mesma era detetive."
- Chan, vem aqui só um segundo. Lembra da tenente e do marido que estavam na cola dos Belova e acabaram matando o líder deles? Então, são os pais da nossa consigliere.
O mais velho revirou os olhos e suspirou, aquilo era um desafio concretizado por Alejandro, e que ambos teriam que suportar. Mas Chris tinha uma fala muito afiada e gostava de retrucar, e com certeza testaria o conhecimento da garota.
- Se não se importarem, temos assuntos a tratar senhores! - A mesma proferiu avisando.
Ela tinha um temperamento forte, diferente de qualquer consigliere, Soyoung odiava atrasos; o machismo e dúvidas sobre a sua capacidade, e pelo seu passado que todos pensam que é seu ponto fraco. Mas ela sempre ouviu da própria mãe que, nunca revele o seu ponto fraco, pois dele virá opositores, mas se houver uma vantagem aproveite e torne ela forte.
Entretanto, Hyunjin não aprovava, pois, temia que ela fosse interesseira e traidora, então Chris aproximou-se da mesma e cara a cara começaram a se encarar. Parecia dois animais em possíveis conflitos.
- Então quer dizer que a nossa consigliere é filha do chefe do FBI que fodeu completamente a família dos Belova, seus pais mataram o líder Belova. Acha que devemos confiar em você? - O mesmo indagou com sarcasmo. Fazendo ela rir soprado.
Por um segundo ela fechou os olhos e suspirou e logo encarou-o de volta.
- E você? Filho do segundo maior mafioso, mudando de lado, fazendo acordos com os russos para tráfico humano? O senhor Alejandro tem toda certeza que o seu ponto de prostituição irá cair o quão antes, querendo receber a maior parte - Chris engoliu a seco, a fala de Soyoung lhe causou um certo tremor - Não acha que sabemos os seus podres? Você ainda não foi considerado por traição por pena.
- Por que preferiu fazer parte disso? - Hyunjin questionou, vendo ela seguir o olhar até ele. - A família Park acredita que você trabalha como servidora pública, mas é mentira.
Soyoung então não respondeu, por dentro estava odiando lidar com ambos os filhos de Alejandro Villanueva, mas por fora mantinha a pose de uma mulher séria e com os seus compromissos em ordem. E virou de costas proferindo em seguida.
- Eu os aguardo no escritório do senhor Alejandro.
Seria difícil para ela entrar em acordo com aqueles dois, que, na verdade, são irresponsáveis. Mas quando ela deu as costas para eles, começou a xingar a si mesma, então ela caminhou para o escritório onde encontrava com Alejandro às escondidas. Na verdade, nem tudo estava na linha, pelo fato do Villanueva ter sumido propositalmente tudo é repassado para Soyoung e ela ficaria no comando.
Minutos depois, Chris e Hyunjin adentraram o escritório, constatando a mesma apoiada na mesa encarando o quadro enorme do próprio pai, que possuía uma presença narcisista.
- Como podem ver, aqui estão os documentos que o senhor Alejandro me entregou - Ela jogou em cima da mesa de centro para que ambos pegassem.
Foi um tanto desesperador para eles que pegaram com uma certa rapidez. Assim que abriram, ficaram estáticos, é claro que Soyoung não tinha ideia do que Alejandro havia escrito. Aquele silêncio absurdo com suspiros angustiava a curiosidade da Park.
Ela baixou a cabeça e coçou a nuca um tanto preocupada, suas mãos logo adentraram os bolsos do casaco branco para afagar a ansiedade, algo dizia que Alejandro aprontara para cima dos filhos. Percebendo-se logo quando Hyunjin expressou sua raiva jogando uma das estatuetas que seu pai ganhou no chão.
Hyunjin odiava as escolhas que o pai fazia, até porque, nunca conseguiu a atenção da figura paterna.
- Eu não acredito nisso. Então quer dizer que temos 365 dias para encontrarmos alguém pelo qual devemos nos "apaixonar", e casar em seguida para ficar com a grana e a liderança? - Chris proferiu, sua expressão não pacífica, piorara o clima.
- Ela ficará na liderança durante isso...
Quando Hyunjin terminou de ler as últimas palavras escritas, Soyoung ficou estática, ela não sabia como reagir. Até então, seus planos era abandonar o tipo de vida que a mesma levava. Com isso, Chris teve uma atitude drástica e cheia de ódio, indo em direção da garota e enforcando com uma mão, impedindo que ela respirasse e saísse, deixando a outra mão livre com uma arma apontada para a cabeça de Soyoung.
- Solta ela, irmão - Hyunjin calmamente pediu, sem esboçar mais nenhuma expressão, mas Chris havia passado dos limites - Solte-a!
Hyunjin gritou e indo em direção do irmão e o socando com brutalidade, mas a própria Soyoung estava tão distraída com os acontecimentos que apenas tossiu algumas vezes e buscou sua bolsa saindo deliberadamente.
- Que ótimo! Nosso pai está assegurando a liderança para a filha de policiais, eu acabo com ela Hyunjin. Acabarei com a raça dos Park e detonar a filhinha deles.
- Chris, não se esqueça. São 364 dias.
Soyoung Park
Quando concordei para mim mesma que faria isso, nunca imaginei passar por algo assim, quer dizer, fora alguns acontecimentos. Eu sabia que aqueles dois iriam ficar furiosos pelo fato de Alejandro preferir a minha confiança do que a dos próprios filhos.
Mas acontece que esse meu trabalhinho como consigliere não é fácil, tive que mentir para a mídia que eu não iria seguir os passos dos meus pais. Entretanto, viver uma vida dupla não é fácil! Aqueles filhos de merda do Alejandro me paga.
- Que inferno Soyoung! - Gritei contra o volante e socando em seguida enquanto eu dirigia - Ligar para a Amy.
Ligando para Amy...
Eu precisava dos esporres da minha mãe, e era nesse momento que eu precisava que ela me mandasse fazer algo.
- "Oi querida, como está indo?" - Minha mãe indagou, dava para sentir que ela estava sorridente.
- Os filhos do Alejandro descobriram da carta e sobre a liderança, e sinceramente, ser enforcada numa mesa de escritório enquanto tem uma arma apontada para a minha cara me deixou possessa.
- "Então a minha filha deixou os garotos mimados, muito putos? Soyoung, lembre-se que precisa chegar no nervo e destruir, não sabe?" - Ela questionou tentando me deixar animada - "Então aprofunde nessa família e descubra se realmente Hwang Hyunjin e Christopher estão na criação do CH₃"
- A única coisa que Chris está envolvido até agora é tráfico humano, os russos estão nessa também. O Hyunjin é misterioso, não dá para descobrir algo dele facilmente - Proferi e respirei fundo, não dava para descobrir isso facilmente, eu precisaria de retribuir muitos desses favores.
- "Lembre-se que criei uma máquina, Soyoung. E você é ela, e não se envolva fazendo favores! Se o seu pai descobrir, vai lhe tirar do caso, sabe como ele é paranoico."
- Santiago, o chefe Park sabe que chama ele assim? - Chamar minha mãe de Santiago era uma forma de aceitar desafios, nossa família é meio louca e cheia de adrenalina.
E traumas também.
- "Garota... toma cuidado com isso. Eu e seu pai te amamos muito, e não dá para fazer outra igual a você. Se cuida, qualquer perigo que estiver correndo, não ouse em acionar a gente"
Encerrei a chamada antes dela prosseguir mais algo, mamãe sempre me protegeu de tudo, fez isso por mim; por Ji Hun e a nossa irmã mais velha. Acontece que ela faz isso pelo fato de que tenho traumas do passado, não é fácil superar isso, é algo que me marca até agora.
E também tenho certeza que os irmãos Villanueva têm essa visão negativa do pai por conta das atrocidades cometidas pelo mesmo, e também pelo fato das mães de ambos serem ambiciosas e fazerem pressão psicológica nos filhos.
É tanta coisa dentro daqueles dois que é difícil 365 dias conseguir amar alguém de verdade sem mentiras, sem acordos e terem pensamentos no dinheiro. Eles têm medo de perder bens materiais por conta do poder, então não há fatos para esconder isso, algo bem nítido.
Minutos após dirigir, cheguei em meu apartamento, entrei calmamente, estava tão cansada que fechei meus olhos por um momento e encostei-me na porta assim que fechei. Aquele momento de calmaria para mim era sagrado, sem a gritaria daqueles dois, sem precisar dos meus remédios e minha psicóloga.
Andei sob o escuro à procura do interruptor, assim que poucas luzes ficaram acesas, caminhei até o pequeno quadro dos meus pais e encarei por alguns segundos, e então sorri fraco. Mas algo não se encaixava, percebi que uma coisa estava fora do lugar, meus relatórios.
- Onde está o meu pai, Sophie ou Soyoung seja lá o seu nome.
Senti a frieza em sua voz, e logo senti algo encostar minha nuca, eu não sabia se me virava em sua direção ou esperaria ser morta.
Então cautelosamente me virei, e encarei a figura em minha frente, o cano da arma apontada estava diretamente em meu rosto, aquele rosto seriamente me encarava. Hyunjin não estava gostando nada.
- Porque não responde de uma vez, agente Park?
Droga!
Então eu apenas respirei fundo, e logo pensei como sair ilesa sem ter uma bala na minha cabeça, e algo veio à mente. Rapidamente empurrei sua mão para cima e agachei o derrubando-o com a minha perna. O tiro acertou a parede sem fazer barulho por conta do silenciador, e logo o desarmei apontando para ele.
- Você faz pose enquanto luta é isso? - Hyunjin respondeu gemendo de dor enquanto o corpo dele estava estilhaçado na minha mesinha de vidro.
Pose? Ele pensa que sou quem, a Natasha Romanoff?
- Eu não faço pose - Respondi curta e logo o questionei abertamente - Por que me seguiu?
- Queria descobrir o motivo do meu pai ter você como o braço direito dele. E como têm a petulância de trair a confiança do meu pai?
O falatório do rapaz trazia amargura e raiva, então estendi minha mão para ele levantar, e mesmo com aquela desconfiança toda ele aceitou a ajuda. A minha sala ficara uma bagunça por conta dos cacos de vidros no chão e várias folhas de papéis espalhadas.
- Eu não traí o seu pai, ele está bem e seguro.
- Como assim? Ele foi preso? - Hyunjin indagava nervoso, mesmo com aquelas dores, não parava de perguntar pelo pai. E suspirei fundo.
- Ele pediu isso. O senhor Alejandro teme que um de vocês possui o CH₃, é uma droga que causa alucinações e transtornos, fazendo com que a pessoa fique completamente fora de si. Seus olhos começam a sangrar constantemente, fica imune a qualquer coisa, até mesmo balas de alto calibre.
Hyunjin não esperava e realmente eu já estava totalmente correta que era Chris o tempo todo envolvido nisso, mas eu não poderia comemorar tão cedo, com Hyunjin na minha cola eu tinha certeza que ele começará a cobrar favores de mim para que eu não fosse descoberta.
Ele retirou o celular do bolso e me mostrou uma foto de um frasco, líquido azul, só poderia ser o CH₃.
- Vi esse frasco no quarto dele, e supus que fosse uso pessoal dele. Mas essa é a CH₃ - Ele relatou e guardou o celular. - Eu não quero pertencer a essa família, é desgastante viver na sombra do meu irmão, e ficar brigando por dinheiro já me cansou. Quero ter uma vida normal, sabe? Mas é difícil desde que aconteceu em Illinois.
- Quando foi para Illinois? - Questionei curiosa.
- Quatro anos atrás. Foi uma das piores viagens que eu e a minha mãe fizemos, ela ficou interessada em um cara, mas ele era do FBI e estava namorando talvez. Então com ciúmes, ela o matou empurrando do prédio Leslie Gray.
Leslie Gray? Não! Isso não. Lembro desse prédio, foi nele que o meu namorado foi encontrado morto. Até então, não descobrimos quem o matou, fiquei com traumas de relacionamentos, sendo ele o meu segundo namorado morto.
- A sua mãe matou o meu namorado, Hyunjin. E talvez por culpa dela eu quase fui expulsa pelo meu próprio pai da corporação em que estou ativa, tenho acompanhamentos com psicólogos e recorro a remédios!
Eu não queria causar gritaria, mas lembrar do momento onde o meu namorado caiu da varanda em cima de um carro próximo ao apartamento fazia meu estômago revirar. Não havia tristeza em mim, apenas a raiva, o ódio pelo fato de que chorei demais. Era o segundo namorado morto, e o meu apelido como viúva negra me rodeava.
Mas Hyunjin parecia uma isca na qual me aproximava da mãezinha dele.
†
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro