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⠀ ⠀ ⠀ ⠀ ⠀ ⠀⩩⦙ 𝐏𝐫𝐨́𝐥𝐨𝐠𝐨.

I'm taking it slow
Feeding my flame
Shuffling the cards of your game
And just in timeIn the right place
Suddenly I will play my ace

O cheiro nauseante de carne podre e madeira velha foram os responsáveis por despertar Cecília Walsh de seu sono profundo, queimando suas narinas e causando uma breve confusão mental. Aos poucos, as lembranças embaralhadas invadiam seu cérebro, fazendo com que se sentisse ainda mais perdida do que quando despertara. Ela recordava do fogo que iluminava o ambiente e deixava os porcos assustados, dos cavalos relinchando enquanto espadas se chocavam, das cores e explosões causadas pelas trocas de feitiços, do sangue de seus entes queridos que tingiam de preto a terra enquanto perdiam suas batalhas ao lutar bravamente por suas vidas e daqueles que pertenciam ao clã.

Entretanto, a memória que mais a assustava no momento era a imagem do Lord Rochambeaux, o líder supremo dos membros da Ordem Hermética dos Ventos do Leste. Antes de vir a óbito através de uma lança que lhe rasgou ao meio, ele sussurrou algo nos ouvidos de Cecília, algo que a jovem mulher foi incapaz de compreender. Seria um último desejo? Um feitiço de proteção? Ou a fórmula secreta da imortalidade? Fosse o que fosse, essas palavras se perderam com o tempo graças a fraqueza de Cecília, a qual desmaiou em seguida.

Ela não conseguia relatar a quantidade de tempo que permaneceu desacordada desde a terrível chacina de seu clã no campo de batalha. Sua única certeza era de que não estava mais onde havia desmaiado. Deitada de modo incômodo sobre a rocha fria, seu corpo estava completamente dolorido, incluindo partes que ela acreditava ser incapaz de sentir dor. Ao longe era possível escutar o som gotejante de água sobre pedras, o qual se misturava com o guinchar dos ratos. Cecília tentou levantar para fugir daquele ambiente úmido e escuro, porém foi impedida de ir muito longe pelas correntes que lhe prendiam os pulsos e pernas.

Não precisava ser a mestre das deduções para compreender que encontrava-se presa em uma masmorra mal iluminada, acorrentada pelos pulsos e pernas por correntes grossas de ferro fundido. Seu vestido amarelo com adornos brancos que outrora foi seu sonho de consumo, agora encontrava-se cheio de rasgos e sujeira, grande parte sendo sangue negro que ela tinha certeza de que não lhe pertenciam.

Esqueletos humanos jaziam ao seu lado na cela, alguns com resíduos de carne colados na ossada. De dentro de um dos crânios saiu um rato asqueroso, o qual passou correndo por cima dos pés de Cecília a fazendo gritar assustada. Tentou mais uma vez, em vão, livrar-se das correntes que a prendiam. Elas rangiam, estalavam e machucavam a pele, sendo impossível sair do local. Por fim, desistiu.

Primeiro ela soluçou, depois gritou e chorou. De tristeza, de medo, de raiva. Um choro rude, sem lágrimas. Teria de aceitar o fato de que, em breve, teria o mesmo destino de todo o seu clã, uma morte lenta e dolorosa.

Lembrou-se da mãe, a primeira a morrer em confronto. Em seguida lembrou-se dos amigos, dos companheiros de estudos, dos professores de magia, das crianças que um dia iriam passar pela iniciação e se tornar membros do clã. Será que alguém havia sobrevivido? Será que haviam outros como ela nas celas vizinhas? Será que o clã inimigo havia destruído todos eles e agora iriam destruir ela? Cecília possuía muitas perguntas sem respostas.

Depois de um longo tempo desperta naquela masmorras escuras, contando apenas com a companhia dos seus pensamentos horríveis e dos ratos devoradores de carne humana, ela ouviu o rangido de uma porta de ferro abrir e fechar. Alguém havia ingressado nas masmorras e não estava sozinho.

Assustada diante sua vulnerabilidade e acreditando estar sentenciada à morte, Cecília encolheu o corpo contra a parede quando três homens se aproximaram de sua cela. Eles caminhavam com passos firmes, dois deles utilizavam vestes de cavalheiros e o terceiro um roupão negro que lhe cobria o corpo todo, este, por sua vez, segurava em mãos um jarro de argila tampado com um conteúdo de cheiro doce e tentador.

Os três sorriram quando notaram que ela estava acordada.

— Quem são vocês? — Perguntou Cecília rispidamente.

— Eu me chamo Dalibor Hamilton, esses são William Letholds e Erasto Roland — Apresentou-se o homem que utilizava roupão negro — Juntos somos os Cavaleiros de São Cristóvão.

— Deveria conhecê-los? — Perguntou Cecília mantendo a defensiva.

— Somos vossos salvadores, milady — Respondeu William fazendo uma mesura breve — Agora, minha cara, apresente-se.

Emburrada, Cecília engoliu em seco antes de responder os cavaleiros. Não considerava aquilo como uma salvação, já que estava presa em correntes dentro das masmorras do que julgava ser uma fortaleza.

— Cecília Apolônia Walsh, filha única de Mirabel e Edmundo Walsh. — Respondeu a contragosto.

— Qual vossa idade? — Perguntou Erasto avaliando Cecília dos pés a cabeça, ele era o mais distante e receoso dos três.

— Vinte e cinco primaveras, mas não é correto perguntar a uma dama vossa idade — Repreendeu Cecília fingindo estar ofendida com tal questão, os outros dois riram baixo.

— Vossa verdadeira idade, senhorita — Insistiu Erasto franzindo o cenho.

— Vinte e cinco primaveras, senhor — Cecília revirou os olhos — Por que estás tão interessado na minha idade, quer desposar-me?

— Possui uma língua afiada, senhorita — Disse Dalibor rindo baixo da ousadia de Cecília.

— Onde está minha família? — Perguntou a jovem mulher sem firulas. — Onde estão os outros do meu clã?

— Mortos! — Respondeu William com pesar — Chegamos tarde para impedir o ataque, a senhorita foi a única sobrevivente.

— Há quanto tempo estou aqui? — Perguntou a mulher determinada a obter respostas.

— Cinco noites e quatro dias — respondeu Dalibor.

— Porque estou presa aqui? — Perguntou Cecília balançando os pulsos para que as grandes correntes fizessem barulho.

— Para que possamos compreender o nível de ameaça que a senhorita representa — Respondeu Dalibor aproximando da cela e estendendo a jarra para com cheiro adocicado para Cecília.

Quando o jarro foi destampado, Cecília sentiu o coração reverberar dentro do peito, martelando forte como se fosse sair por sua garganta. Um calor repentino envolveu-lhe o seu corpo, como se chamas ardentes queimassem a pele e cozinhassem suas entranhas. Os olhos verdes claros, tornaram-se vermelhos intensos. Seus dentes tornaram-se presas pontiagudas e queimavam-lhe a boca, ardendo como se estivesse mastigando ferro derretido. Desejava atacar a jarra e o homem em sua frente, ao mesmo tempo ansiava por socorro e misericórdia. Não conseguia compreender o que estava acontecendo com seu corpo, aquela era a primeira vez que agia de tal forma. Num movimento brusco, a cabeça pendeu para trás e da garganta veio um urro involuntário, primitivo, como se contivesse todas as suas agonias derradeiras.

— O que está acontecendo comigo? — Perguntou Cecília assustada com o próprio poder e perigo que representava, compreendendo assim o motivo de estar presa em correntes.

— Não consegue compreender? — Perguntou Dalibor calmamente.

— Não — Ela olhou assustada do homem para os dois cavaleiros, os quais haviam se transformado, em questões de segundos, em gigantescos lobos selvagens com comportamento humanóide. — O que são vocês? O que eu sou?

— Nós somos lobisomens — Explicou Dalibor apontando para si e para os rapazes — Você é o que chamamos de Vampiros.

— Impossível! — Ela balançou a cabeça negativamente e cobriu a boca cheia de presas — Eu não pedi pela eternidade, nunca quis terminar o ritual.

— Então você sabe sobre os segredos de seu clã? — Dalibor parecia calmo diante a situação.

— Claro que sei, estudo magia desde os meus seis anos. Mas não queria isso, não agora, não estou pronta — Choramingou Cecília. — Não posso ser, principalmente agora que sou a última de minha espécie.

— Não há escolhas — Disse Dalibor aproximando o jarro de sangue da boca de Cecília — Agora deverás beber. Movimentos desnecessários só aumentam vossa fome, quando estiver desesperada por alimento irá caçar sem piedade.

— Não sou um monstro impiedoso, não me alimentarei de sangue como muitos de meu clã — Cecília virou a cabeça, impedindo que Dalibor despejasse o líquido em seus lábios. — Me matem! Eu imploro. Podemos acabar com isso.

— Ou podemos trabalhar juntos — Disse Dalibor insistente — Não deixaremos você morrer de fome. Em troca pedimos que nos ajude a derrotar nosso inimigo em comum.

— O que está dizendo? — Perguntou Cecília interessada na proposta.

— Podemos combater a Ordem Hermética da Rosa Azul, aqueles que foram responsáveis por destruir seu clã e contra quem lutamos há anos. — Sugeriu Dalibor. — Beba o sangue e lhe soltaremos.

Mesmo hesitante, Cecília cedeu aos seus desejos primitivos e bebeu o sangue quente que era seu por direito. O sangue banhava-lhe a língua, mais saboroso do que qualquer comida que havia experimentado em vida, nenhum vinho chegava aos pés daquela especiaria vermelha e espessa. Descia em grandes goles por sua garganta, aquecendo sua alma e confortando seu coração, dando-lhe um prazer avassalador que nenhum sexo era capaz de suprir. Todos seus medos e frustrações se dissipam à medida que o sangue lhe enchia o estômago.

— Melhor, não achas? — Perguntou Dalibor limpando os lábios de Cecília com um pano branco.

— Eu não sei a fórmula da imortalidade — Respondeu Cecília respirando com calma e menos temerosa. — Não sou apta a fazer tal ritual.

— Não queremos a imortalidade — Dalibor retirou as correntes dos pulsos de Cecília e também de seus pés, em seguida estendeu a mão na direção da jovem mulher — Venha, iremos lhe explicar tudo o que precisa saber.

— Como saberei que não é uma armadilha? — Perguntou Cecília arredia enquanto acariciava os pulsos.

— Dando o primeiro passo — Insistiu Dalibor sorrindo gentilmente. 

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