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01, uma história morta

103 depois da Conquista
Dragonstone, Westeros

Ser uma criança em um mundo tão confuso era uma tarefa bastante difícil. Um mundo onde uma guerra poderia ser iniciada pelo mais simples detalhe, por um mal-entendido entre os homens que o governavam. Um mal-entendido como uma criança perdida. A filha do rei.

Após Viserys ter saído para uma longa tarde de caça, Maëlys sentia falta do pai. Jovem demais, com apenas oito anos, não entendia os perigos do mundo que a cercava ou o motivo de sempre precisar ficar com Sor Harrold a seguindo. Não era incomum uma criança não saber o que era um escudo juramentado.

Principalmente quando o rei explicava tão pouco para ela.

Por isso, Maëlys buscou por uma brecha para fugir, se esgueirando entre paredes e pessoas, pronta para sair dos olhos de Sor Harrold. Com passos silenciosos, ela seguiu pátio afora, pelos rastros onde os cavalos passaram mais cedo, floresta adentro.

Pedra do Dragão não era o melhor lugar para uma caçada, mas ainda assim os lordes se aventuraram nas florestas por trás do castelo escuro, na ilha que guardava tantas surpresas. E a jovem princesa os seguiu como pôde, cantarolando músicas valirianas ensinadas por seu tio, Daemon, tentando seu melhor para praticar o idioma morto de sua antiga família.

Só não sabia que estava sendo observada.

O mundo guardava pessoas ruins, com suas más intenções mascaradas por seus olhos gentis. E, ao ver a pequena criança com seus cabelos prateados na floresta, o servente a seguiu, não contendo seus podres anseios. Maëlys continuou cantando, tentando ouvir as vozes dos lordes floresta adentro, mas a noite só ficava mais escura, o frio começava a surgir, e ela já não sabia mais onde estava.

Parando perto de uma caverna, ouviu o estalo de galhos atrás de si, algo se movendo rápido, algo alto. Tentou se lembrar onde havia deixado a pequena adaga de vidro de dragão, mas não conseguiria alcançá-la agora. Principalmente ao notar o homem aparecer do breu para a luz da lua. Maëlys deu um passo para trás, tocando s pedras da caverna atrás de si, notando como os braços do homem se abriam para os lados, não permitindo-a ter espaço para correr se quisesse.

— Não deveria andar sozinha pela floresta, princesa. O rei deve estar procurando você.

— Eu estou procurando meu pai.

— Eu sei. Acha que ele está na caverna?

— Não sei. Também não sei quem você é.

— Sabe que trabalho para o rei. Não sou estranho.

— Eu não conheço você.

O tom de voz da princesa, porém, carregava firmeza. E o homem que a perseguia podia jurar que havia ouvido um rugido baixo. O fez dar um pequeno passo para trás. Sabia bem dos males que estavam naquelas florestas, dragões perdidos que nunca haviam sido domados, incluindo Cannibal, o pior deles, o mais cruel.

Aquele que havia levado Merak três anos atrás. O dragão-fêmea pertencia a Maëlys desde seu nascimento, e, desde o seu sumiço, a grande fera branca que sempre impressionou pelo tamanho maior que o comum, nunca mais foi vista.

— Este lugar é perigoso, princesa. Deve vir comigo.

— Não.

Uma palavra, um tom firme foi suficiente para que mais um rugido fosse ouvido. O homem estava tão cegamente seguindo Maëlys que sequer percebeu que também estava sendo seguido. O cantar valiriano da princesa chamou a atenção do antigo sangue de Essos, e a fera havia se conectado com a voz, e ainda mais com o idioma que há muito não ouvia.

Como se formasse uma conexão com a princesa, mesmo que distante, o dragão surgiu por entre as árvores altas, sua presença tão imponente quanto Vhagar, apenas alguns metros menor. Maëlys estava maravilhada com o que via, sorrindo, inocente. Já o homem estava caído ao chão, o medo de estar diante dos olhos de um dragão o fazendo paralisar, sem reação.

— Vermithor — A pequena reconheceu, se lembrando das tantas vezes que ouvira histórias sobre o dragão de Jaehaerys.

Histórias alimentadas por Daemon e Viserys, que nunca imaginaram que a criança um dia conseguiria ver o animal vivo. Ou, provavelmente, que ninguém mais conseguiria.

Vermithor então rugiu. Alto, potente, ensurdecedor. Fez o vento mudar de direção por alguns segundos, até sua cabeça descer violentamente para baixo, encarando o homem outra vez, com o mesmo olhar impetuoso de Maëlys.

— Princesa... Posso levá-la para o rei, Sabe como dragões são perigosos, e...

A frase do homem foi interrompida por como ela olhou para cima, para o dragão que parecia esperar algo. Ela entendia bem aquele silêncio, sabia a ordem que tinha que dar, mesmo que não soubesse as intenções do homem. Sentia em seu peito que poderia confiar mais na fera do que no homem.

E não estava errada. Então sorriu, dando a ordem.

— Dracarys.

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112 depois da Conquista
King’s Landing, Westeros

Reconhecer os tamanhos dos dragões era algo que a população das Terras da Coroa sabia bem, sempre fazendo questão de comparar cada novo animal com os grandes dragões da conquista, os últimos nascidos na antiga Valíria. Vermithor, por sua vez, nunca alcançou o tamanho de Vhagar, mesmo sendo um imenso dragão de guerra, mas havia algo diferente no animal quando montado por Maëlys Targaryen.

A princesa fazia o Fúria de Bronze brilhar pelos céus da cidade com um rugido tão ensurdecedor quanto uma longa tempestade, algo que jamais se imaginou ser possível após a morte do antigo rei Jaehaerys. E, claro, após o desaparecimento precoce do dragão-fêmea de nascimento de Maëlys.

Mas, após aquela noite em Pedra do Dragão, Maëlys clamou a fera de fogo como seu, voltando para casa pelos céus com apenas oito anos de idade. Como estava agora, nove anos depois, na companhia de sua irmã mais nova.

As princesas Targaryen praticavam o voo matinal outra vez, com os rugidos das grandes feras ressoando por longas distâncias. E então finalmente começaram a pousar, com o dragão maior tomando seu espaço ao lado do fosso, onde era o seu lugar de descanso por ser grande demais para juntar-se aos outros.

Maëlys saltou da cela para o chão, acariciando o pescoço e as escamas quentes do dragão antes de se afastar, dando espaço para que Rhaenyra passasse.

— Acha que Syrax alcançará o tamanho dele algum dia?

— Talvez. Não é impossível, se ela passar menos tempo dentro do fosso.

— Tomara que ela cresça, que cubra as cidades como Balerion um dia fez.

Rhaenyra deixou a empolgação tomar conta de sua voz, fazendo Maëlys sorrir enquanto tirava as luvas de couro das mãos.

— Aproveitaram o voo?

— Syrax ainda precisa aprender algumas coisas, mas logo será grande o suficiente para carregar duas celas.

A explicação de Rhaenyra veio logo após a pergunta de Alicent, a qual Maëlys ignorou completamente. Não era necessário dizer que as jovens não se davam bem, e, por mais que Rhaenyra fosse nove anos mais nova do que a Hightower, as duas eram amigas, na medida do possível, e Maëlys não queria que a sua desaprovação afetasse as relações da irmã.

Mesmo quando ela podia quase sentir as intenções de Alicent, por isso estava sempre por perto.

Os galopes se aproximando tiraram a primogênita daquele transe, a fazendo erguer a cabeça para ver Sor Erryk e Sor Harrold, escudos juramentados de Maëlys e Rhaenyra, observando a situação de perto, protegendo as princesas como era seu dever. E, com o diálogo entre Alicent e a irmã, Maëlys decidiu ignorar, entrando na carruagem e seguindo de volta para o castelo.

A princesa mais velha foi a primeira a descer da carruagem ao retornarem, seguindo diretamente para a casa de banho, sabendo bem que sua mãe iria reclamar sobre o odor de dragão. Longos minutos depois, e com o auxílio de suas serventes, a jovem estava limpa e trocada, com o vestido lilás combinando com seus olhos, o tecido esvoaçando conforme ela caminhava pelos grandes corredores do castelo.

— Achei que fosse ver o torneio.

A voz do Velaryon a tira dos seus devaneios, fazendo-a dar um gentil sorriso para Maegor, que cordialmente se curva diante da princesa, mesmo quando ela já havia repetido algumas vezes sobre aquilo não ser exatamente necessário.

— Preferi ficar, caso o parto começasse e minha mãe precisasse de mim. Mas...

— As parteiras nunca deixam os filhos entrarem, nem os meistres, eu sei. Não é algo que você deveria ver, também.

— Por causa do sangue? — Maëlys perguntou, passando os braços para trás do corpo, controlando o riso ao ver o 'primo' rolar os olhos.

— Você já deixou bem claro que não se incomoda com isso — Ele deu de ombros, ouvindo a risada baixa da mais nova. — Só... Talvez não seja algo que você deveria estar envolvida agora.

— Agora?

— É. Partos e essas complicações... E ver sua mãe de uma forma tão sensível... Parece errado.

— Se o que o preocupa é o meu interesse ou desinteresse em partos, respire. Tudo o que ocupa a minha mente é a minha mãe tendo que passar por isso de novo.

O suspiro de Maëlys enquanto encara o pequeno pátio do castelo faz Maegor assentir devagar, as mãos apoiadas no cinto enquanto pensava em uma forma de confortá-la. E, percebendo como ele estava em silêncio, Maëlys se incomodou, o olhando previamente antes de deixar suas palavras guiarem seus pensamentos.

— O que há com você hoje?

— Estive pensando em uma coisa. Bem... Meu pai e Otto Hightower estiveram pensando em uma coisa, na verdade.

A curiosidade fez Maëlys enrijecer a postura, virando o rosto suavemente para encarar os olhos do mais velho. Não gostava de chamá-lo de primo, pois não eram exatamente isso. Seus pais, Rhaenys e Viserys, eram primos e eles eram... algo distante. Mas haviam sido criados juntos de certa forma, o que aprimorou os laços entre ambos.

Para a tristeza de Maëlys, pois sabia que aquilo havia criado algumas expectativas.

— O que houve?

— Otto estava incomodado com a solteirice de Alicent — Maegor comentou, fazendo Maëlys rolar os olhos ao voltar a encarar o pequeno pátio. — E meu pai... Concordou, de certa forma. Acho que isso deu brecha para Otto imaginar coisas em sua mente.

Naquele momento, Maëlys sentiu as mãos coçando. Um desconforto passou por sua mente, fazendo-a limpar a garganta. Maegor, analisando o comportamento da princesa, sorriu discreto.

— Otto começou a contar histórias sobre Maegor Targaryen e suas esposas... E pareceu relembrar que o filho de Aegon foi casado com uma Hightower.

Ceryse. Sim. Me lembro das histórias.

— Sim, ela... Otto pareceu estranhamente a favor de outra união entre “um Maegor e uma Hightower”.

— Ele é um aproveitador — Maëlys disparou. — Quer jogar Alicent para qualquer um com títulos depois de recusar pretendentes menores.

— Se serve de consolo a você, meu pai disse o mesmo.

— Corlys? Mesmo?

— Ele quer alguém mais companheira, mais jovem e interessada em mim. Alicent e eu nunca trocamos mais do que rápidas frases apenas por educação.

E então... Maëlys relaxou. Visivelmente, seus ombros descansaram e seu olhar pareceu mais tranquilo. Ela não queria pensar sobre o tópico, não queria acreditar que poderia sentir algo tão trivial como...

Não. Impossível.

— Acho que você morreria de tédio se fosse casado com alguém tão... tola como ela.

— Por que acha isso?

— Ela não fala nada de interessante, cerca Rhaenyra como uma ave carniceira, não sei que entretenimento ela poderia dar a você fora do quarto.

Maegor não se conteve, sua risada soou e ecoou pelo corredor, fazendo Maëlys rolar os olhos mas rir baixinho, apoiando o corpo no parapeito da janela.

— Talvez nem mesmo dentro do quarto fosse ser interessante.

A frase de Maegor a faz rir, mesmo com o rosto extremamente corado, movendo a cabeça em negação suavemente. Gostava de poder ter aquelas pequenas liberdades com Maegor, que não exatamente significavam algo, mas que os adultos não gostariam que eles conversassem, principalmente a sós.

Mesmo que não tivessem ficado a sós por muito tempo. Os jovens foram logo interrompidos por Sor Harrold e seu olhar sério, podendo perceber que ele não trazia boas notícias. E aquilo alarmou Maëlys, sentindo seu coração acelerar com a lembrança dos outros partos difíceis que Aemma teve de passar.

A destra da princesa buscou apoio em Maegor, segurando o braço do rapaz. Os dois caminharam juntos até Sor Harrold, que limpou a garganta antes de dar a notícia, sendo exatamente o que Maëlys já imaginava, e tudo o que não queria.

— A rainha teve dificuldades no parto do bebê. Seu pai está com ela agora.

— Não...

— Vossa alteza...

— Maëlys...

— Não!

Ela sentia. Em seu peito, ela sentia. A dor e a perda antes mesmo de saber o que havia acontecido. Sabia que, depois de tantos partos falhos e tantas visitas do Estranho em seu lar, Viserys teria que fazer uma escolha.

E Maëlys infelizmente conhecia bem o pai para saber o que ele diria.

Por isso, não se surpreendeu quando virou os corredores para o quarto da rainha, ouvindo os gritos que ecoavam afora. Viserys estava de pé, cobrindo o rosto com ambas as mãos, como se aquilo fosse fazê-lo esquecer do que vivenciava, das palavras que acabara de dizer.

— Você...

— Maëlys... Vai ficar tudo bem.

— Você escolheu?

Ela sabia, Viserys sabia, e quando os dois se olharam e os gritos se tornaram ainda mais altos, mais dolorosos, soando mais desesperados, a princesa deu dois passos para trás. O coração batendo rápido no peito, como se fosse rasgar a sua pele e tomar caminho para fora.

— Vai ficar tudo bem...

E então os gritos cessaram. O silêncio ensurdecedor e doloroso circulando pai e filha, fazendo Viserys engolir em seco ao ver o olhar da menina.

— Eu odeio você.

Achei mais poético postar no dia do primeiro episódio, então veio aí!

postado em 16.06.24
não revisado

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