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𝟎𝟏𝟎 - 𝐉𝐎𝐆𝐔𝐄 𝐀 𝐁𝐑𝐔𝐗𝐀 𝐍𝐀 𝐅𝐎𝐆𝐔𝐄𝐈𝐑𝐀

"Liguei para o Diabo e o Diabo disse: Ei
Por que você está ligando tão tarde assim? São, tipo, 2 da manhã, e todos os bares no inferno fecham às 10
Essa é uma regra que criei"

"De qualquer forma, você disse que está ocupado demais salvando a todos os outros, para salvar a si mesmo
E você não quer nenhuma ajuda, oh, paciência"

A algazarra começou junto com o jogo, os minutos começavam a passar depressa enquanto todos aqueles jogadores idiotas gritavam uns com os outros.

— Uma caça às bruxas, isso parece interessante! — Niragi desdenhou adentrando entre a multidão encarando Heyoon focada em seu celular — muito bem galera vamos achar essa bruxa! 

A coreana trocou seu foco observando Chishiya e Kuina se afastando dos jogadores e indo para os fundos da praia, ela semicerrou os olhos voltando seu olhar para a garota morta no chão.

— Ei você! Porque você não tava com ela hoje? — uma jogadora questionou a amiga da falecida.

E novamente a discussão e gritaria começou deixando Heyoon entediada com aquele desespero.

— Ora Heyoon você tá muito ranzinza! — chapeleiro zombou ao seu lado.

Ela evitou em respondê-lo para ninguém a achar louca por falar sozinha, observou atentamente o pessoal agarrar a garota pelos braços e querer levá-la para a fogueira.

— Está decidido! Ela é a bruxa, jogue ela na fogueira! — Niragi exclamou entusiasmo para começar a grande caçada que se desenrolava naquela praia.

Usagi como sua síndrome de herói entrou na frente da multidão impedindo de continuarem a levar a garota.

— Parem todos vocês! 

— Calma! Soltem a Asahi por favor — Mira pediu tranquilamente.

— Devem haver outros suspeitos! — Usagi começou a argumentar — onde estavam, o que estavam fazendo? Podem provar? Digam!

A balbúrdia voltou depressa com os jogadores incrédulos pelas suas perguntas, o ambiente parecia um verdadeiro inferno.

— Quero que todos relatem o que fizeram nessa última hora! — Ann ordenou se levantando depois de analisar o cadáver.

— Sangue! 

Ann observou o pano ensanguentado que estava segurando, o pânico rapidamente se instalou nas feições de todos presentes no salão.

— Não entendam errado.

— Está ficando interessante! — Niragi desdenhou novamente passando a língua entre os lábios — será que ela é a bruxa? 

— Cala a boca! Isso aqui é o sangue do chapeleiro.

Heyoon levantou a cabeça encarando a garota que segurava o lenço no ar mostrando para todos, ela semicerrou os olhos aquilo realmente estava ficando interessante.

— Fui verificar o corpo, foi quando me sujei de sangue! — se explicou.

— Corpo? — um jogador questionou confuso.

Heyoon respirou fundo adentrando na roda ficando ao lado de Ann, precisava aliviar seu lado. Não queria todos aqueles jogadores em cima dela como cachorros.

— Na verdade o chapeleiro foi assassinado! — disse focando seu olhar no cadáver ao chão — os executivos acharam que causaria tumulto desnecessário, então eu aproveitei a decisão até encontrarmos o culpado.

— O culpado pode estar aqui? 

E novamente a onda de questionamentos começou a preencher o salão.

— Talvez, a bruxa tenha matado o chapeleiro — uma jogadora resmunga em desespero — não faz sentido? Considerando quando tudo aconteceu? A bruxa deve tá entre eles!

A menina trêmula aprontou em direção ao grupo dos executivos e para o Niragi, depressa e assustando a todos a katana atravessa sua barriga. O corpo da garota reagiu com choque, e uma expressão de surpresa se desenhou em seu rosto enquanto o sangue começava a jorrar de sua barriga. Os lábios da jogadora se tingiram de vermelho, e a atmosfera ao redor congelou em horror diante da reviravolta.

— Por que só não botamos fogo em tudo? — o espadachim debochou se sentindo satisfeito ao ver as feições de assustados.

A milícia logo entrou em cena atravessando a multidão com divertimento.

— Se alguém aqui é a bruxa, todos são menos a milícia! Quem é a bruxa? — Aguni questionou autoritário — se ninguém se apresentar jogarei todos na fogueira.

Niragi sorriu concordando com seu chefe enquanto pegava sua metralhadora e atirava para o alto. O caos se instaurou na praia, com as pessoas correndo desesperadamente, buscando refúgio contra o perigo iminente.

O sorriso de Niragi persistia enquanto ele observava a cena, deleitando-se na discórdia que sua ação provocará.

— Acho que é a hora de vazar raposinha! 

Chapeleiro sussurrou fazendo a coreana se afastar da multidão e mergulhar na escuridão do hotel.

Heyoon andou com calma articulando todo o plano em sua mente, as adagas chinesas rodopiando entre seus dedos. Ela iria acabar com todos naquele lugar maldito.

Os barulhos dos cartuchos de bala caindo no chão era audível mesmo distante, os gritos das vítimas era um deleite para toda carnificina que ocorria naquele hotel. 

Ela andou depressa pelos corredores ansiosa para começar com a sua pequena brincadeira, assim que virou no corredor encontrou um pequeno grupo de milícia animados.

— Vamos começar com a ralé Alice! 

Ela avançou no primeiro alvo atirando sua adaga perfeitamente em seu garganta, Heyoon sentiu seu estômago embrulhar com o sangue espirrando em seu rosto, mas isso não a impediu de continuar com o que estava fazendo. A adaga chinesa acertou com afinco o pescoço da miliciana que se engasgou em seu próprio sangue depressa não demorando muito para cair morta.

Seu segundo alvo era um homem mais alto e potencialmente mais forte, o que a fez retirar a adaga no pescoço do cadáver e se posicionar novamente para atacar. Ele podia ser mais forte, porém Heyoon era mais ágil.

Com rapidez ela avançou contra o miliciano que tentou a acertar um tiro na garota com sua pistola, mas o idiota havia conseguido errar os sete tiros deixando seu cartucho de balas vazio.

— Vadia! — exclamou com raiva a vendo acertar o objeto cortante em seu estômago depressa.

— Lerdo! 

Resmungou tirando a adaga de seu estômago pronta para atacar novamente, usando a parede como apoio a coreana pulou no pescoço do homem entrelaçando suas pernas ao redor de seu pescoço com agilidade. 

O homem usou os braços fortes para tentar tirar a garota de cima de si, porém Heyoon persistente colocou forças nas coxas e torceu o pescoço do miliciano ouvindo apenas o "track" de seu pescoço quebrando.

Estava morto. 

O corpo do miliciano caiu com rapidez fazendo a garota rolar pelo chão ainda segurando a adaga em sua destra.

— Chapeleiro? — o chamou em meio ao caos que aquele corredor estava.

E das sombras ele novamente surgiu com um sorriso meigo em seu rosto, aquele sorriso que mostrava para a coreana que estava tudo bem, que tudo ficaria bem.

Suas mãos gélidas encostaram em seus ombros causando um certo arrepio. Suas mãos estavam tão geladas que a garota se lembrou que o número um não estava mais vivo.

Mas seu toque era tão real, o toque carinhoso e paternal que sentia tanta saudade em tão pouco tempo.

Seus olhos lacrimejaram depressa, fazendo um choro angustiado escapar de seus lábios junto aos soluços. Chorava de tristeza, por estar naquela situação, por estar sozinha.

— Não chore garotinha, eu estou aqui — sua voz sussurrou contra seu ouvido fazendo seus batimentos cardíacos aumentarem e os pelos do braço se arrepiarem.

Não, ele não estava. Mas em sua loucura ela quis acreditar que sim. 

Estava louca, louca. Assim como chapeleiro fora um dia.

Talvez fosse uma maldição, todos os líderes daquela praia estavam amaldiçoados com a loucura do país das maravilhas.

— Não, você não está... — falou com a voz baixa engasgada com o próprio choro e saliva.

Estava louca, louca. Insana, pirada de cabeça.

— Você está louca Alice, pirada da cabeça! Claro que estou aqui — o chapeleiro murmurou risonho passando a destra no rosto com delicadeza. 

— Não... não me chame de Alice! 

O japonês apertou sua bochecha com uma certa força encarando seus olhos opacos e oscilantes. 

Oscilando entre a realidade e sua loucura, estava louca mesmo, louca de pedra. 

— Mas você é a minha Alice não? Minha pequena raposinha — seu sussurro macabro fez mais lágrimas dos olhos de Yoon caírem — achei que estivesse fazendo tudo isso por mim.

Ela assentiu desesperadamente temendo perdê-lo de vista. Já havia o perdido uma vez, não queria perdê-lo uma segunda.

— Eu fiz... eu juro! — prometeu em meio ao desespero. 

Chapeleiro riu rodeando a garota e os corpos no meio no corredor.

— Vai matar todos por mim? — ele questionou e sorriu a vendo concordar.

— Vou colocar fogo neste hotel! — decretou como uma promessa rodando a adaga suja de sangue entre os dedos como de costume.

Era isso, sua última missão naquele lugar infernal. Poderia morrer, mas levaria todos naquele lugar junto a ela.

— Heyoon? — as vozes em uníssono a chamaram fazendo desviar seu olhar para ambos.

Chishiya e Kuina, dois traidores.

Os olhares preocupados com a cena que viram fizeram o coração da garota doer, estava sozinha, por que eles resolveram trair sua confiança.

— Vocês! — disse entredentes.

— Mate-os Yoon — a voz do chapeleiro sussurrou suave na ponta de sua orelha lhe causando mais arrepios.

Suas mãos tremeram do mais profundo ódio enquanto apertava a adaga em suas mãos encarando seus ex-amantes.

Ela piscou novamente vendo o corredor vazio apenas cheio de corpos, estava alucinado. 

— O que… 

— Continue! — chapeleiro ordenou. 

Heyoon continuou andando até o porão do hotel onde guardavam gasolina e coisas inflamáveis. 

Com cuidado ela pegou o galão e começou a despejar a gasolina por todo ambiente, ela fez isso por toda sala e corredor extenso do hotel.

— Vamos colocar esse lugar em chamas raposinha! — chapeleiro disse animado sussurrando em seu ouvido como uma praga. 

Heyoon retirou o isqueiro de seu bolso, um pequeno objeto que prometia uma faísca de destruição. A chama vacilante dançava em sua ponta quando ela o acendeu, iluminando momentaneamente o ambiente com uma luz amarela. Seus olhos se fixaram na pequena e frágil antes de lançar o isqueiro sobre a gasolina espalhada. A gasolina pegou fogo instantaneamente, transformando-se em uma torrente de chamas vorazes que consumiam o que estava ao alcance.

O cenário tornou-se uma sinfonia de fogo e calor, a luz amarela intensificada pela dança das chamas que agora rugiam como um leão faminto fazendo a morena recuar rapidamente seguindo pelos outros corredores. 

A carnificina dela iria começar. 

Os jogadores podiam ser mais fortes, porém Heyoon era mais rápida. Como uma raposa.

Assim que a coreana virou o primeiro corredor se deparou com um pequeno grupo de milicianos, ela não pensou duas vezes antes de atirar sua adaga contra a barriga do primeiro jogador que caiu de joelhos surpreso.

— Vamos começar a festa! — murmurou semicerrando os olhos.

Suas adagas chinesas cortavam o ar com uma elegância mortal, refletindo a agressividade reprimida. O cenário se tornava um palco de caos, onde cada movimento dela era acompanhado pelo respingar do sangue dos adversários.

Os jogadores, inicialmente confiantes, rapidamente perceberam que subestimaram a ferocidade da jovem. Gritos de dor preenchiam o ambiente enquanto Heyoon desarmava e desabilitava cada um deles, suas lâminas deixando um rastro vermelho no chão da praia.

— Eu vou matar você sua vadia! — a miliciana exclamou com os dentes cerrados correndo em direção a líder de praia.

— Você pode tentar! — desdenhou tirando a adaga do estômago do homem no chão e se preparando para atacá-la.

O som metálico das adagas se chocando contra outras armas ecoava, acompanhado pelo gemido agonizante dos feridos. Heyoon limpou as adagas em sua blusa continuando seu caminho entre os corredores. 

Ela escutou vozes familiares pelo corredor e se esgueirou pelas sombras observando Ann e Kuina andando depressa. A raiva congelada em seu interior rapidamente se manifestou, tornando-se visível em seus olhos enquanto observava a garota. Seu olhar, antes calmo, tornou-se uma tempestade congelante, refletindo a fúria que fervia dentro dela. 

— Você precisa fazer ela pagar Alice!  — O chapeleiro novamente sussurrou em seus ouvidos. 

Heyoon dominada pela raiva e seu coração partido caminhou pelas sombras seguindo elas silenciosamente. 

— O que fazia antes de vim pra cá? — Kuina questionou impressionada com as habilidades de Ann.

— Eu era perita da polícia metropolitana de Tóquio! — respondeu brevemente andando pela sala depressa pegando tudo o que precisava. 

— Incrível! Assim vamos conseguir zerar o jogo. — Ela comemorou pronta para sair da sala.

Heyoon avançou com cautela por trás das meninas, seus passos silenciosos ecoando na tensão do ambiente. Segurando a maçaneta da porta, observou enquanto elas recuam instintivamente ao verem o Last Boss empunhando sua katana.

Kuina girou, surpreendida ao encarar a figura de Heyoon. Num reflexo rápido, a coreana fechou a porta e a trancou, deixando-as presas com o assassino do lado de dentro. O som metálico da tranca ecoou como um veredito, enquanto o olhar determinado de Heyoon atravessava a madeira da porta, marcando o início de um confronto inevitável.

— O que… abre essa porta Heyoon! — Kuina pediu em desespero — Por favor! Me desculpa Yoon, abre essa porta! 

Heyoon sentiu suas mãos tremerem involuntariamente enquanto escutava a voz engasgada no choro de Kuina, a vibração nervosa ecoando em seus dedos. Seu coração, acelerado, parecia uma batida intensa, reverberando por todo o seu corpo. Enquanto se afastava daquele corredor, a tensão no ar era palpável, como se cada passo se distanciasse do perigo iminente, mas também se aproximava das sombras que a abraçava como uma velha amiga.

— Você está sozinha Alice, só tem a mim! 

A figura mórbida de chapeleiro apareceu em sua frente com um sorriso convencido encarando a morena, Lee Heyoon sentiu sua garganta se fechar em sua notória angústia que ardia em seu peito. A traição que sentia era cruel e dolorida a cortando de dentro para fora. 

— Sai da minha cabeça! — ela ordenou para o nada.

— Eu sou você, Heyoon! Não tem como se livrar de mim — desdenhou alegre — Somos um só agora! 

Heyoon, em um impulso frustrado, bateu em sua própria cabeça, como se buscasse se livrar do incômodo que Chapeleiro representava. O gesto agressivo refletia não apenas uma reação física, mas uma tentativa falha de afastar as sombras da confusão que a envolvia, como se a dor momentânea pudesse dissipar a neblina mental que a envolvia. 

— Você tem mais um namoradinho pra acabar não é Yoon? 

As lágrimas marcaram seu rosto sujo de sangue e poeira, ela continuou caminhando pelo hotel sentindo sua lucidez sumir por alguns minutos.

Lee Heyoon continuou caminhando pelo caos instalado no hotel, a fumaça tóxica já estava por todo ambiente contaminando os pulmões dos jogadores que tropeçavam em seus próprios pés incapazes de respirar.

Seus passos eram arrastados como se fosse uma casca vazia, Heyoon estava totalmente inerte nos país das maravilhas. 

— Heyoon? 

A voz familiar a chamou fazendo virar seu corpo para encarar o loiro, Chishiya. 

— O que faz aqui Chishiya? Não conseguiu fugir a tempo? 

O rapaz franziu as sobrancelhas em estranhamento ao ser chamado pelo nome, preferia quando ela o chamava de gatinho, Julieta ou raposa. 

— Você sabe que eu não sou de fugir, Yoon!

Ela riu incrédula com sua hipocrisia. 

— Você é do tipo que engana e depois foge, não é? Tinha me esquecido disso.

Apesar da feição séria do japonês as palavras o acertaram em cheio o fazendo respirar fundo. Era esquisito como em poucas horas tinha estragado entre eles, entre os três.

Naquele momento Chishiya se sentia como um adolescente, seus sentimentos aqueles que ele afirma de pés juntos não sentir estava o esmagando por dentro.

— Preciso da sua ajuda! — confessou baixinho a fazendo erguer as sobrancelhas em divertimento.

— Você? — ela riu — o que você poderia querer de mim? Além de tudo que já tomou? 

Suas palavras eram ácidas e cortantes na tentativa de doer nele o tanto quanto ela sentia, porém suas reações eram as mesmas entediadas com aquela conversa.

— Para matar o Niragi é claro! 

— Pode apostar que ele está mais afim de você do que de mim! — murmurou enquanto o analisava. 

Chishiya jogou os ombros não discordando de suas palavras. 

— Vai me ajudar ou não? 

Heyoon assentiu devagar, ajudando ele poderia facilmente eliminar dois coelhos numa cajadada só. 

— Qual o plano? 

O plano de Chishiya era simples, porém Heyoon tinha um segundo em sua mente com o chapeleiro sussurrando em seu ouvido palavras odiosas. 

Subindo para o terraço, depararam-se com Niragi disparando impiedosamente contra as pessoas com sua arma de longo alcance. Heyoon aproximou-se lentamente, observando-o puxar o gatilho repetidas vezes, como se estivesse desafiando os mais fracos.

— Não está cansado de intimidar os mais fracos? — Chishiya questionou, aproximando-se ao lado da coreana. O japonês, com um sorriso diabólico nos lábios, desviou o olhar do caos que ele próprio instigou na praia para encarar a pequena dupla. O momento era carregado de tensão, com a presença de Niragi pairando como uma ameaça sinistra.

— Onde estava se escondendo? — perguntou de volta observando o loiro.

— Há vários lugares para eu me esconder. 

— Aposto que um deles está atrás dessa vadia! — desdenhou olhando para Heyoon que sorriu com o xingamento — esse jeitinho de vocês me irrita o tempo todo!

Chishiya, por sua vez, sustentava seu sorriso desafiador, jogando suas palavras como cartas em um jogo que ele sabia que podia vencer. O riso de Heyoon ressoava como um contraponto à seriedade da situação, criando uma atmosfera de instabilidade, onde as emoções se entrelaçaram numa dança perigosa.

— Você sempre banca o esperto! 

Chishiya sorriu jogando seus ombros.

— Mas eu sou esperto!

Heyoon, observando a troca de palavras, não pôde deixar de rir com deboche.

— É sempre tão modesto também, Chishiya. Deve ser uma qualidade admirável. — Ela soltou um riso sarcástico, saboreando a tensão no ar.

Niragi deixou um pequeno riso escapar de seus lábios enquanto se levantava segurando junto a sua arma, seus olhos refletindo o ódio que sentia daqueles dois no momento.

— Vamos acabar com isso logo então? — ele sugeriu encarando a dupla com desafio.

Heyoon concordou com a cabeça sentindo um arrepio familiar percorrer por todo seu corpo, a risada de chapeleiro ecoou por toda sua mente a deixando momentaneamente desnorteada.

— Isso eu quero ver! — chapeleiro exclamou animado.

— A fonte principal de energia mudou desde o início do jogo! — Chishiya retornou a falar com calma — a eletricidade que usamos dos geradores de energia foi alterada para a rede elétrica do hotel, isso significa que os responsáveis pelo jogo entraram na praia! E estão controlando o abastecimento de energia do porão.

Niragi franziu as sobrancelhas em total confusão.

— Aonde quer chegar com isso?

— É claro que estou falando de quem é a bruxa! — ele jogou seus ombros — de quem mais precisamos cuidar? 

— Está insinuando que eu sou a bruxa? — ele desdenhou soltando uma risada alta — foi mal, mas é impossível!

— Só os executivos têm informações sobre o abastecimento de energia, para começar, só vocês têm a chave para acessar o subsolo! — sua feição ficou séria novamente — então vou matar todos os membros executivos, começando por você! 

Niragi preparou sua metralhadora, apontando-a rapidamente na direção do loiro.

— Acha que eu não consigo mirar a curta distância? 

O silêncio tenso foi quebrado apenas pelo clique característico da arma pronta para disparar. 

— Acho!

Lee Heyoon respirou fundo, preparando-se para correr na direção do rapaz. Sacou as cartas de seu bolso, lançando-as na direção do moreno. A habilidade de Heyoon em desviar a atenção do alvo, fez Niragi perder sua mira em Chishiya. 

No mesmo momento em que Niragi se distraiu, Chishiya avançou com sua arma que soltava gasolina e fogo em sua direção. O corpo do moreno foi rapidamente envolto em chamas, As chamas dançavam freneticamente ao redor de Niragi lambendo vorazmente seu corpo. Seus gritos de agonia ecoavam pela praia, misturando-se ao crepitar do fogo. O desespero estava estampado em seu rosto, enquanto ele se debatia em busca de uma fuga inexistente.

 O calor insuportável consumia cada pedaço de ar, criando uma atmosfera sufocante. Os observadores, paralisados pela cena macabra, eram testemunhas de um castigo terrível que se abatia sobre o arrogante Niragi 

— Menos um… — a morena sussurrou sentindo cheiro podre de queimado pelo terraço.

— Heyoon — o loiro a chamou tocando com a destra em seu rosto sujo de poeira e sangue fazendo ela o encarar — Me…

As palavras foram interrompidas pela  ponta da lâmina que penetrou profundamente no abdômen de Chishiya, e seu rosto, antes marcado pelo arrependimento, foi tomado por uma expressão de surpresa e dor. Heyoon, tomada pela loucura, segurava a faca com força, sentindo as lágrimas escorrerem de seus olhos enquanto mantinha o olhar fixo no homem que um dia ela julgara amar. 

— Desculpe… — ele sussurrou incapaz de dizer qualquer outra coisa.

Uma mistura de raiva e tristeza se entrelaçava naquele momento carregado de emoções intensas. O toque carinhoso transformou-se em um último gesto de desespero enquanto o corpo de Chishiya cedia à agonia infligida pela lâmina afiada. O sangue escorria, pintando o terraço com a manifestação de uma traição que deixaria marcas irreparáveis.

— Você conseguiu raposinha

Heyoon, entre lágrimas e um sorriso sinistro, ouvia os sussurros triunfantes do Chapeleiro. Com as cartas recolhidas, ela se afastou de Chishiya, deixando-o agonizando no terraço. O som dos passos de Heyoon ecoava, um testemunho silencioso de uma vingança consumada. O cenário, tingido pelas chamas e pelo sangue, testemunhava a brutalidade daquele ambiente macabro.

Ela voltou a andar pelo território da praia enquanto os minutos se passavam, havia feito tudo e agora poderia finalmente acabar com tudo. Todos naquele maldito lugar morreriam assim como o chapeleiro.

— Você vai desistir? Assim tão fácil? — o ex líder debochou a encarando — Você é tão fraca.

Heyoon riu em sua própria angústia.

— Fraca? Você tem ideia do quanto eu lutei nesse mundo maldito — sua voz se engasgou no choro — eu já fiz tudo o que você queria chapeleiro, agora me deixe em paz! 

O homem se aproximou dela abraçando seus ombros, seu toque era frio e esquisito.

— Mas você ainda não descobriu quem é a bruxa! 

Ela suspirou em completa exaustão.

— Isso importa? 

— Você precisa continuar Heyoon, você dentre todos têm chance de sair daqui!

— Por que eu iria querer isso? Minha vida no mundo real é uma merda, eu não sou ninguém lá! — desabafou encarando o morto — sou uma ladra chapeleiro, uma batedora de carteira! Com certeza eu devo ter te roubado em Tóquio e você não me notou.

O Chapeleiro sorriu bagunçando os cabelos de Heyoon.

— Por isso você é perfeita, você a ladra perfeita para o dez de copas! Precisa ganhar esse jogo. 

— Gostava mais de você quando me mandava matar todo mundo — resmungou mudando seu caminho para o salão principal da praia.

Sua mente naquele momento começava a pensar nas possibilidades do dez de copas só ter aparecido agora. Depois do falecimento do chapeleiro, na cabeça de Heyoon era totalmente óbvio que era para o ambiente que antes tinha controle virasse um lugar cheio de caos. 

Mesmo chapeleiro que não estava em sua sanidade mental, ele conseguiria manter todos unidos e solucionar o problema que aos olhos dos espertos não era difícil. Um simples raciocínio seria o suficiente para descobrir o culpado, porém um jogo de copas era altamente traiçoeiro do jeito que Heyoon gostava de brincar. 

Ela adentrou com calma no salão observando os poucos sobreviventes apontando as armas uns para os outros. Aguni estava cercado por seus próprios aliados, porém o medo parecia ter se esvaindo de seus olhos.

— Anda atira! — o chefe da milícia ordenou ficando na mira da arma.

— O Aguni não é bruxa! — Heyoon se manifestou entrando lentamente no meio da roda — esse é um jogo de dez de copas, um jogo que brinca com os sentimentos dos outros, não vamos vencer esse jogo se matamos o Aguni infelizmente.

O chefe se virou encarando a garota com desafio, ela respirou fundo mantendo o olhar sobre o homem.

— Então quem seria? — ele questionou — Você? 

As armas foram em direção a ela que jogou seus ombros com um breve sorriso nos lábios.

— Você não é a bruxa! — disse com convicção atraindo o olhar de Arisu e Usagi no chão — mas você tem outra motivação não tem? Não assassinou aquela mulher, mas sim outra pessoa. 

— Que outra pessoa? — Usagi questionou.

— O chapeleiro! — murmurou simplesmente o encarando com seriedade — Eu me lembro, vi com meus próprios olhos. Você não é burro, sempre assim quis matar todo mundo desde o começo. Assim como eu! 

Ela sorriu sentindo o cheiro de pólvora no ar, o fogo rapidamente se alastrava pelo hotel.

— Desde que cheguei na praia, achei tudo muito estranho — Arisu se levantou com dificuldade começando a falar — Com tantas armas de fogo assim, a milícia poderia estar no controle há muito tempo! E isso não aconteceu até agora, na realidade você não tinha conflito com o chapeleiro.

Era verdade, Heyoon se lembrava de antigamente quando era apenas os três. Quando não existia uma rivalidade enlouquecedora entre eles.

— Vocês não se ajudavam? Vocês queriam garantir que pessoas perigosas como o Niragi e Heyoon não se revelassem — ele continuou seu discurso — Vocês tentaram controlá-los, tentando manter Heyoon como líder para ela não surtar como o chapeleiro. Vocês… — se aproximou aos passos curtos de Aguni — Você é o chapeleiro são melhores amigos não é? Então porque matou ele? 

— O que você pensa que sabe? — Aguni gritou segurando Arisu pela camiseta surrada — o que você acha que sabe? — questionou agora angustiado.

— Eu também tive que matar meus amigos, então compreendo essa dor nos seus olhos — Arisu murmurou — você matou seu melhor amigo, e então quis matar todos na praia. Porque foram eles que fizeram seu amigo enlouquecer. 

Foi como uma chave girando na cabeça de Heyoon naquele momento, os criadores do jogo se aproveitaram da fraqueza de todos naquela praia para confundir todos com o dez de copas. 

— Se isso for verdade, não era pelo jogo que o Aguni queria matar todo mundo aqui? — questionou um dos sobreviventes do massacre.

— Quem é a bruxa afinal? — Usagi perguntou.

—  A única pessoa possível para ser a bruxa, está aqui! — Heyoon murmurou encaixando as peças do quebra-cabeça — a própria Momoka!

Naquele momento todos olharam para o corpo da menina no chão.

— A Momoka se matou? — Alguém se questionou.

— Sim…

Seu corpo foi empurrado com brutalidade para o chão, heyoon respirou fundo sentindo a dor do impacto, do chute de Aguni.

— Que piada!

— Deve ser doloroso pra você não é? — ela questionou massageando seu quadril enquanto se levantava — verificar que a arma do chapeleiro estava descarregada, que mesmo louco ele nunca mataria você! 

O caos novamente foi tomado naquele salão, Aguni tentou avançar em cima de Heyoon porém os moradores da praia pularam em cima do militar o tentando impedir.

Lee Heyoon se afastou rapidamente indo até Arisu que ainda estava caído no chão.

— Precisamos queimar a Momoka, agora! — disse estendendo a mão para o rapaz para se levantar. 

Rapidamente a amiga de Momoka foi para o meio do salão querendo chamar atenção de todos.

— Eu sou a delatora de copas! — aquelas foram suas últimas palavras antes do laser acertar sua cabeça a matando na hora.

Kuina, Chishiya e Ann adentraram no salão com dificuldade, a garota tinha seu corpo com alguns machucados da katana do Last Boss. Enquanto Chishiya mancava se apoiando no pilar para não abrir o curativo mal feito da facada que recebeu. Eles haviam sobrevivido afinal. 

— Ela se matou! — Ann levantou a faca — as impressões digitais estão invertidas!

O alvoroço de questionamentos começou novamente, Heyoon manteve o olho na pequena dupla que assistia tudo se desenrolar.

Das sombras, Niragi, seu corpo marcado pelas chamas, emergiu como uma figura demoníaca. A metralhadora em suas mãos parecia uma extensão de sua raiva, disparando tiros em uma cadência frenética. A gasolina que ele espalhara fez o fogo dançar ao seu comando, devorando o hotel e enchendo o lugar com fumaça tóxica. O caos se instalou, gritos ecoavam misturados ao som dos disparos.

Aguni, discernindo a espiral fora de controle, atuou com rapidez, empurrando Niragi na direção oposta ao inferno que se desencadeava. O fogo, como um dragão faminto, devorava tudo em seu caminho, encurralando aqueles que em desespero queriam sair. 

Com o corpo de Momoka em seus braços, Heyoon correu através do caos. Usagi e Arisu, uniram-se a ela, guiando o corpo até a fogueira. O cenário, um tumulto de fumaça e desespero, testemunhou o encerramento trágico do jogo da bruxa. Os olhos de Momoka, agora sem vida, refletiam a efêmera natureza dos jogos de traição que marcavam aquele dia fatídico. 

— Eu... Eu não queria que chegasse a isso. — disse Usagi, com a voz embargada.

Heyoon suspirou sentindo angústia e paz no mesmo momento, aquele jogo maldito havia terminado.

— Nós fizemos o que precisava ser feito. Era ela ou todos nós. — Yoon tentou justificar, mas as palavras não amenizavam a carga emocional.

JOGO FINALIZADO 
PARABÉNS 

O fogo agora se alastrava por todo hotel, os jogadores sobreviventes correram para o lado de fora enquanto observavam a praia chegando ao fim.

Heyoon sentiu as lágrimas escorrerem por seus olhos, a carta dez de copas entre seus dedos completando o seu baralho. Ela saiu do hotel observando o caos que ela mesmo instalou no ambiente.

— Você conseguiu raposinha! — A voz aliviada de chapeleiro a fez chorar ainda mais.

Tinha conseguido, estava viva e com seu baralho completo. Mas ao mesmo tempo lhe custou tanta coisa.

— Estamos vivos — ela murmurou ainda perdida em seus pensamentos.

— Não, graças a você! — Kuina respondeu atraindo o olhar da morena, Chishiya mesmo contragosto estava apoiando na garota.

— Mas ainda sim vivos… depois de tudo! — murmurou ríspida com um sorriso no rosto.

— Estamos quites então? — Chishiya respondeu não segurando a careta de dor — acho que já sentimos dor o suficiente. 

Heyoon suspirou jogando seus ombros observando o fogo.

— Temos todas as cartas menos a com figuras! Acho que tudo isso ainda não acabou. 

Chishiya concordou depressa.

— Acho que sei onde devemos ir. 

O trio se encarou novamente ainda se sentindo angustiado pelos acontecimentos recentes, porém a paixão ainda ardia em seus peitos como uma droga tóxica que eram viciados. Agora bastava eles enfrentarem tudo juntos ou não. 

— Olá jogadores! Depois de uns meses eu retornei!

— Cortei muitos diálogos do episódio, porque sinceramente ficaria enorme e eu teria que dividir em 2 algo que eu não queria.

— Próximo capítulo será o último desse ato, ele será menor só para o nosso triozinho se entender :)

— Sinceramente eu espero que tenham gostado, Heyoon conseguiu se vingar (quase mandou os namorados pra jogar no Vasco 😀😀😀) mas eu passo meu pano viu!!!

— Até mais meus amores, volto em breve <<3

Não esqueça o voto e o comentário!!

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