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007 - 𝐒𝐄𝐆𝐑𝐄𝐃𝐎𝐒 𝐄 𝐃𝐄𝐒𝐂𝐎𝐍𝐅𝐈𝐀𝐍𝐂𝐀𝐒

"insano, por dentro
O perigo me deixa alto
Não posso me ajudar
Tenho segredos que não posso contar — Play with fire"

Heyoon suspirou ao notar Chapeleiro sair da sala a deixando sozinha com seus pensamentos, hoje a noite era noite dos jogos isso indicava que a garota teria uma longe noite. 

Ela caminhou para fora da sala atenta aos movimentos do seu redor, não conseguia tirar a desconfiança na milícia não enquanto reparava em seus olhares entre as reuniões e nos cochichos pelos corredores.

Lee Heyoon costumava ter o sono leve e as paredes daquele hotel eram finas o suficiente para ouvir os seus planos ardilosos.

A coreana continuou caminhando entre os corredores até chegar na área das piscinas, onde ocorria as festas diárias. As pessoas dançavam e bebiam sem se preocupar que poderiam morrer a qualquer momento, usando o ambiente como um escape para a realidade.

Heyoon se misturou facilmente com a multidão enquanto remexia seu corpo na batida da música, rapidamente ela chegou ao bar apoiando seus braços no balcão.

— O que vai querer gracinha? — o barmen perguntou a fazendo sorrir.

— Uma grande dose de Whisky com energético e gelo por favor, bem forte! — pediu animada o vendo preparar sua bebida em uma copo grande.

No mundo real Yoon não era muito de beber, nunca teve muito dinheiro para gastar com pequenos luxos. Ela tinha que escolher entre comer ou beber e a escolha era bem lógica. Ali ela tinha poderia aproveitar a vontade de comida e bebida sempre que quisesse. Não tinha mais que sobreviver a cada dia para ter um prato de comida na mesa.

Pelo ali quantas refeições faria no dia não era uma preocupação.

— Aqui está gracinha, vá com calma com este está bem forte! — o barmen avisou entregando o copo para a morena que bebericou a bebida experimentando a dose feita.

— Está perfeita! Você como sempre acerta do jeito que eu gosto — agradeceu dando um grande gole na bebida — tenha um ótimo dia! Não morra nos jogos, eu ficaria decepcionada em não ter ninguém para fazer minhas bebidas.

O barmen riu de suas palavras não levando a seriedade delas, ali ninguém parecia dar valor a suas vidas, nem mesmo Heyoon se importava com a dela. 

As vezes ela se via perdida naquela loucura que vivia, deixava por um breve minuto ela dominar sua mente acreditando nas mentiras que contava a si mesma. Igual chapeleiro fazia, talvez no fim todos estivessem condenados a insanidade.

Ela se afastou do bar com dificuldade pela quantidade de pessoas querendo uma bebida, Yoon levantou seu copo não querendo que as pessoas desesperadas derrubassem sua bebida preferida.

— Tudo bem, tenho algumas horas para aproveitar antes dos trabalhos começarem novamente! — resmungou bebendo mais um gole da bebida se deixando levar pela batida da música e toda multidão em volta que dançava junto dela.

Assim como Chapeleiro, além de jogar seu trabalho era mais da parte administrativa da utopia, fazia pequenos cálculos para o funcionamento do ambiente auxiliando os demais executivos. Era um serviço pratico e fácil, além de todo privilégio que conseguia naquela lugar apenas por sorrir e acenar ao lado de chapeleiro.

Um privilégio que não tinha no mundo real, onde sempre fora motivo de chacota e bullying entre seus colegas de turma. Eles podia terem se esquecido, porém as marcas gravadas em sua pele eram eternas.

As marcas em seu corpo que diziam que ela tinha sobrevivido e continuava fazendo isso todos os dias.

Naquela época Heyoon soube como crianças poderiam ser cruéis, elas gostavam de machucar as pessoas gentis apenas para se sentirem melhor com suas vidas medíocres e problemáticas.

Por anos demorou muito para Heyoon aceitar o que haviam feito com seu corpo, a dor era insuportável algumas noites. Ela se sentia um lixo alguns dias e outro se sentia uma sobrevivente.

Mesmo que não tivesse dificuldade com certas coisas, Lee Heyoon sentia que havia algum problema com seu corpo. Algo causado pelo trauma na época, as vezes sentia o peito apertar e a falta de ar arrebentar seus pulmões a fazendo cair em um profundo desespero.

Agora naquela utopia Yoon conseguia por algumas vezes esquecer o que haviam feito com ela, como agora eles deviam estar vivendo suas vidas ricas por aí e ela continuava sobrevivendo.

Naquela altura a morena tentava se concentrar apenas nos jogos, ajudar o chapeleiro e em Chishiya e Kuina. Eram suas prioridades.

Heyoon enquanto bebia passava o olhar pela área da piscina, vendo de longe os novatos que estranhavam a situação em que se encontravam. Era normal, no começo todos tinham a mesma reação. Mesmo de longe ela conseguia ver alguns executivos de olho neles, um deles era Chishiya no andar de cima.

— Interessante... — murmurou pensativa semicerrando os olhos enquanto dançava junto com os outros moradores.

Ver Chishiya parado encarando nos novatos a deixou intrigada por um momento, porém o álcool em seu organismo logo a deixou dispersa a fazendo voltar a dançar e beber novamente.

Ela sentiu as mãos finas e delicadas de Kuina agarrar sua cintura juntando seus corpos, a morena sorriu sentindo o beijo singelo que a japonesa deixou em seu ombro.

— Estava te procurando... — a garota sussurrou observando a morena.

— Vim relaxar... reuniões são tão estressantes — resmungou manhosa.

— Eu imagino, não sei como você e o Chishiya aguentam.

Heyoon sorriu bebendo mais um gole da bebida alcoólica, ela se lembrava raramente das participações de Chishiya nas reuniões. Ele gostava de observar tudo discretamente e falar apenas quando era necessário.

—  Talvez sejamos parecidos amor — ela se virou encarando a garota dos olhos caramelos que faziam seu coração palpitar — é como todos dizem, somos raposas!

Kuina tentou sorrir com aquela informação, mas se lembrou da plano do loiro que fez seu coração doer na mesma intensidade que batia por amor. Amava duas raposas e talvez por isso seria sua perdição.

— Vem... vamos pra outro lugar... — a morena a conduziu para fora da pequena balada que havia se formado naquela tarde a guiando para um ambiente mais reservado.

— Qual o problema gatinha? — Heyoon questionou confusa deixando ser arrastada enquanto segurava o copo que já estava pela metade em sua outra mão.

— Nada, apenas quero ficar com você... — disse puxando a face da garota e selando em um beijo doce.

Heyoon não demorou muito para corresponder deixando o beijo se aprofundar enquanto Kuina a guiava contra a parede a prensando ali.

— Se você quisesse ficar sozinha comigo era só ter falado gatinha — sussurrou entre os beijos que recebia da sua garota fazendo seu corpo arrepiar.

Sua destra arranhou a nuca da garota que gemeu contra seu pescoço enquanto apertava sua cintura.

Mesmo que Kuina estivesse ali naquele momento aproveitando os raros momentos que tinha com sua garota, sua mente sempre recorria ao o que estava fazendo por suas costas.

A sensação de traição percorria por seu corpo, porém ela não poderia fazer nada.

— Gatinha você tá bem? — Yoon perguntou colocando a destra no rosto da garota olhando em seus olhos preocupada — você não parece bem, eu que bebo e você que passa mal? — ela riu um pouco ainda preocupada — acho melhor você ir deitar.

— Não eu... estou bem!

Heyoon com calma entrelaçou os dedos com os dela e sorriu.

— Está tudo bem, vou ficar com você! — falou com calma percebendo que a garota talvez só precisasse descansar um pouco — hoje tem jogos, você precisa está descansada.

Murmurou guiando para seu quarto onde passava a maior parte com Chishiya e Kuina.

— Você não vai jogar hoje? — Kuina murmurou desconexa.

A coreana jogou os ombros pensativa enquanto adentrava no pequeno cômodo.

— Não sei, tenho visto o suficiente para essa semana... se o Chapeleiro mandar eu irei — disse por fim deitando a garota na cama e fechando a porta do quarto — vamos descansar um pouco agora, está bem?

Elas deitaram na pequena cama de solteiro, Heyoon puxou a morena para seu peito acariciando suas tranças a deixando descansar.

— Heyoon... você gostaria de sair daqui? Só nós três? — perguntou levantando sua cabeça e encarando a morena.

Lee Heyoon franziu as sobrancelhas com a pergunta da garota. Ela sabia que aquele lugar não duraria muito, mas queria aproveitar os breves momentos que tinha ali.

— Nunca pensei nessa possibilidade Kuina...

— Mas... você iria... se quisesse sair daqui, iria com a gente?

Heyoon umedeceu os lábios com a insistência da pergunta.

— Chapeleiro sempre foi minha prioridade, desde que abrimos essa utopia... até eu achar você de novo e conhecer o Chishiya... — murmurou passava os dedos entre suas pequenas tranças — sei que esse lugar está ruindo, se algo acontecesse que colocasse a sua ou a segurança do Chishiya em risco, eu iria embora sem pensar duas vezes... por vocês.

Kuina sentiu os olhos lacrimejarem por um segundo, ela apenas fechou os olhos apenas aproveitando o momento.

Anoiteceu rapidamente, Heyoon acordou com um pequeno toque de Chishiya que as observava dormindo como sempre. A morena sorriu espreguiçando seus braços, nem havia percebido quando caiu no sono junto de Kuina.

— O que foi? — ela perguntou baixo para não acordar a japonesa, com cuidado se desprendeu da garota e se levantou da cama encarando o loiro.

— Vai jogar hoje? — Chishiya questionou de volta a vendo alongar seu corpo que estava dolorido por estar deitada de mau jeito.

— Porque? Está com saudade de jogarmos juntos? Nos três? — murmurou enjoada, encarando o copo vazio em cima de sua cômoda.

O loiro a observou com cuidado a vendo esfregar os olhos e bocejar logo em seguida, com calma ele tirou uma pequena cartela de comprimidos de seu bolso e estendeu para a garota.

— Talvez — confessou a vendo arquear à sobrancelha — tome, vai melhorar o seu enjoou. Talvez devesse parar de beber tanto.

Ele a advertiu a fazendo soltar um pequeno riso.

— Tenho que aproveitar, são de graça afinal, no mundo real pagamos até mesmo para usar o banheiro — justificou jogando os ombros — tenho que aproveitar tudo o que está ao meu alcance! — argumentou enquanto apanhava a cartela da mão do loiro e engolia um comprimido depressa — acorde a Kuina, vou ver se o Chapeleiro precisa da minha ajuda.

Ela pediu rapidamente enquanto selava seus lábios no dele o fazendo sentir o gosto amargo do remédio e do álcool que havia ingerido a algumas horas, porém o loiro não pareceu se importar e apenas sorriu de lado a observando.

Heyoon pegou o roupão que costumava usar e o vestiu tampando boa parte das cicatrizes de seu corpo, Chishiya esperava que a garota se sentisse confortável para falar sobre. Porém o momento não havia chegado até agora.

Seu olhar rapidamente foi para seu ombro onde a queimadura do jogo anterior já estava seca e cicatrizada, se formando apenas mais uma marca em seu corpo.

— Não morra! — ela ordenou já pronta para sair do quarto.

Chishiya arqueou à sobrancelha com a ordem da garota e abriu um sorriso mínimo enquanto segurava sua destra e a puxava contra seu corpo.

Heyoon supresa sorriu e encarou seus olhos negros como uma noite sem estrelas, mas por um algum motivo eles brilhavam intensamente para a morena.

Ele pode ouvir sua respiração ficando acelerada como se estivesse ansiosa para aquele momento, inconscientemente seu olhar desceu para seus lábios rosados enquanto suas mãos a prendiam contra seu corpo segurando firmemente sua cintura.

— Você também... — sussurrou com ternura antes de beijar seus lábios com um carinho que ainda era assustador para ele.

Seus lábios eram macios e gostosos, Chishiya podia ficar horas beijando a garota que nunca iria se cansar. Suas línguas se encontraram em um ritmo lento e saboroso fazendo Heyoon enrolar seus dedos entre os fios loiros e os puxar um pouco.

Esses momentos eram como um pequeno paraíso naquele mundo infernal.

Lee Heyoon finalizou o beijo doce deixando pequenos selares nos lábios do loiro repetidamente enquanto sorria.

— Droga... eu tenho que ir! — resmungou manhosa, naquele momento ela não queria estar em outro lugar se não nos braços de Chishiya — acorde a Kuina!

Lembrou se desprendendo dos braços do rapaz e correndo para fora do quarto sentindo suas bochechas esquentarem e sua face ficar vermelha.

Não era tão ruim assim estar apaixonada.

Ela andou pelos corredores pensativa com a pergunta de Kuina, Heyoon até mesmo achou estranho os olhares culposos que Chishiya e Kuina trocavam as vezes. Mas como uma rola encantada pela ideia do amor, apenas descartou a ideia.

Lee Heyoon caminhou até a sala principal encarando Chapeleiro que ajeitava seu roupão para anunciar a noite de jogos.

— Pronto pra mais uma noite? — questionou encarando seu chefe que a encarou com um sorriso maroto.

— Estou sempre pronto raposinha! — disse com convicção.

O líder se aproximou da garota estendeu seu braço para ela entrelaçar no seu é assim ela fez e ambos seguiram para o segundo andar onde dariam início aos jogos.

Eles se aproximaram sorrindo enquanto escutava os gritos e os aplausos para eles, era tudo para eles. E ambos amavam isso.

— Colegas! — o líder começou o seu discurso fazendo todos ficarem em silêncio — chegou a hora novamente, não vacilem! Está é uma guerra contra o medo! Todos aqui tem coragem para superar seus obstáculos — os moradores da utopia os olhavam com atenção absorvendo suas palavras de incentivo, era até mesmo engraçado como eles acreditavam naquilo.

Os jogadores gritaram em euforia animados com a falsa ilusão de voltar para suas casas e vidas antigas.

Heyoon se aproximou do parapeito ao lado de Chapeleiro como sempre fazia naqueles discursos motivacionais, ela sorriu docemente antes de começar a falar.

— Não tenham medo meus companheiros! Se vencemos esta guerra estaremos mais próximo de nossos objetivos — ela deu uma pausa escutando os aplausos e gritos em seu nome — todos aqui agora são um só time! Temos que nos unir, coletar todas as cartas e voltar para o mundo antigo juntos! E este dia se aproxima!

Novamente como loucos eles gritaram animados, idealizando uma volta que não existiria tão cedo. Chapeleiro e Heyoon acenaram uma última vez antes de virar as costas e saírem com suas feições entediadas.

— Falou pouco hoje — chapeleiro debochou.

— Você quase não parou de falar! — resmungou enquanto andava ao lado do líder pelo corredor — que tédio, bora jogar um truco?

Ela encarou o mais venho com esperança.

— E uma boa dose de whisky?

A morena concordou já animada.

— Você sabe do que eu gosto!

Eles caminharam lado a lado sem pressa, o hotel rapidamente foi esvaziado deixando apenas a música calma dominar o local enquanto ambos se sentavam de frente para o outro e começaram a jogar.

As cartas foram separadas na mesa, cada um ficando com três, Heyoon pegou uma carta do monte e a virou em cima da mesa dando início à partida.

— Achei que você fosse jogar com seus namoradinhos hoje — o mais velho disse em tom provocativo enquanto virava uma carta de sua mão para cima e a colocava sobre a mesa.

— Eles não são... — ela suspirou vendo que poderia se distrair por um momento, depressa ela colocou uma carta de sua mão na mesa também a analisando com cuidado — preferir ficar hoje e observar as coisas em uma nova perspectiva.

A carta maior na mesa era do Chapeleiro, ele sorriu satisfeito conseguindo ficar um pouco à frente naquela rodada.

— Você os mandou para jogos diferentes Yoon, você sempre disse que juntos eles eram mais fortes... o que está pensando?

A morena franziu as sobrancelhas por um momento pensativa, ela não sabia ao certo o porque havia feito aquilo. Em parte ela acreditava que foi por segurança, se acaso eles caíssem em uma prova de copas seria mais fácil matar desconhecidos.

Mas outra parte desacreditada em sua mente a fazia lembrar dos sussurros que eles trocavam quando ela estava sonolenta entre eles. Ela não conseguia ouvir bem, mas Kuina sempre parecia mais alterada do que o normal e se lembrava bem da palavra: plano estar bem presente naquela conversa.

Então decidiu que naquela noite eles deviam ir separados, apenas por precação.

— Apenas precação, não queria ter o risco de um ter que matar o outro... eu morreria de tristeza.

Sua voz sarcástica chegou aos ouvidos de chapeleiro que arqueou à sobrancelha enquanto tirava sua próxima carta e a colocava sobre a mesa.

— Eles fizeram alguma coisa? — o líder perguntou enquanto bebia sua dose de whisky já pronto para pedir a cabeça deles numa bandeja.

Heyoon riu colocando sua carta na mesa logo sorrindo em estar com a mão mais alta daquela partida, a próxima decidiria quem levaria um ponto.

— Não, ainda não — falar aquilo em voz alta foi doloroso, mantinha em mente que aquilo poderia ser apenas paranoia de sua cabeça —  eles já estariam mortos se fosse o caso Chapeleiro, eu garanto.

Mentiu se deleitando em sua própria mentira, com a destra ela apanhou o copo em cima da mesa tomando um gole do whisky servindo pelo mais velho.

— Não adianta querer viver uma ilusão Heyoon — chapeleiro a aconselhou o que a fez rir.

Quem naquele mundo maldito não vivia em uma completa ilusão?

— O sujo querendo falar do mal lavado! — resmungou com seriedade, já era tempos que todos naquela utopia se questionava se Chapeleiro realmente estava são para liderar a praia — está brincando de Deus em um território desconhecido, você está louco Chapeleiro.

O mais velho riu achando graças de suas palavras. Ambos eram assim, jogavam a verdade um na cara do outro quando estavam sobre o efeito do álcool. Era algo recorrente.

— E todos nós não estamos Yoon? — ele bebeu mais um pouco do whisky — é por isso que eu sou ó chapeleiro.

Talvez no fim ele esteja certo, todos estavam loucos naquele mundo infernal.

— É por isso que eu sou a sua Alice.

Eles riram um pouco grogues pela bebida,  mas Heyoon ainda parecia um pouco perturbada pelas ideias que se passavam pela sua cabeça.

— Então? O que se passa nessa cabecinha raposinha? — questionou encarando a mais nova nos olhos, apenas ele conseguia ver a agonia que passava entre suas íris castanhas.

A garota umedeceu os lábios pensativa, odiava assumir o que sentia nas frente de outras pessoas. Mas no momento Chapeleiro era o único disposto a ouvir enquanto não estava completamente bebado.

— Só preciso... ter certeza — respondeu hesitante — é minha primeira vez experimentando algo parecido com a felicidade... não posso jogar tudo a perder assim.

Sussurrou a última parte se perdendo um pouco em seus pensamentos, por toda sua vida ela passou por dor e sofrimento causando pelos seres humanos. Foi jogada e empurrada para o precipício e agora a única coisa que a parecia impedir de saltar era Chapeleiro e aqueles dois que faziam seu coração saltar.

Era difícil que tudo tinha acontecido tão rápido, quando Heyoon percebeu ela já estava envolta deles.

— Não se chateie garotinha, estou aqui com você — sua voz já estava um pouco enrolada por conta da bebida, isso fez Yoon rir um pouco.

Ela voltou a olhar as cartas em sua mão atenta.

Truco? — pediu querendo aumentar a quantidade de pontos para aquela rodada.

Chapeleiro arqueou à sobrancelha desconfiado que ela poderia ter trapaceado de alguma forma, porém ele apenas sorriu concordando com a cabeça.

Truco!

Ele jogou sua carta na mesa ao mesmo tempo que Heyoon observando o valor das cartas postas na mesa.

A morena sorriu vitoriosa por ter conseguido três pontos de vantagem.

— Trapaceira! — acusou fazendo a morena rir alto embaralhando as cartas novamente.

— Você se distraiu com todo sentimentalismo — disse mandando uma piscadela para o chapeleiro — e eu sou uma raposa afinal!

O jogo continuou animado, tanto que ambos nem viram o tempo passar e os jogadores voltarem para a utopia.

Lee Heyoon se espreguiçou na cadeira sentindo suas costas doerem por estar tanto tempo sentada apenas jogando.

— Eu já ganhei, estou com nove pontos — exclamou exausta vendo o mais velho resmungar frustrado por perder — devemos descer, nossos jogadores já devem ter voltado com as cartas.

O mais velho suspirou bebendo o resto do whisky no copo, ele tinha perdido as contas de quantas dose havia tomado.

— Será que alguém pegou o Dez de copas? — chapeleiro questionou se levantando, levando consigo o copo agora cheio com whisky.

A morena franziu os lábios pensativa, um Dez de copas um jogo extremamente perigoso e ardiloso. Era algo que gostaria de jogar.

— Eu espero que não, ficaria decepcionada em não ter a oportunidades jogar ele!

Eles seguiram para o primeiro andar observando toda atividade é festa que os moradores faziam por ter sobrevivido a mais um jogo mortal.

Heyoon deixou seus olhos percorrerem pelo vasto local encontrando um pouco distante, Kuina na companhia dos novatos. Novamente seu olhar percorreu a área da piscina procurando Chishiya em algum local mais afastado e o encontrou perto do bar observando Kuina conversando.

A sensação estranha e amarga passou pela sua garganta novamente, aquela sensação gritante de que eles estavam escondendo algo.

Chapeleiro parecia areio ao o que ocorria, ocupado em beijar alguma garota bonita que teria encontrado pela multidão. Isso foi a deixa para Heyoon se afastar de seu líder e andar em direção a Kuina em passos calmos.

— Você não morreu afinal Arisu — murmurou se aproximando do pequeno trio — seria lamentável você morrer antes de tomar um banho.

Ela debochou vendo sua feição ainda suja da mesma forma de quando tinha chegado, talvez ele realmente tivesse medo de água.

— Você não foi jogar hoje — foi Kuina que se pronunciou no silêncio que se estabeleceu entre os quatro.

— Não achei importante, tenho visto o suficiente para o resto da semana — disse calma sorrindo para a garota a frente — foi difícil o jogo?

Kuina jogou os ombros observando a morena com seu semblante despreocupado.

— Foi jogo de ouros, odeio raciocínio — resmungou emburrada o que fez Yoon querer encher seu rosto de beijos.

— Vocês... namoram? — a garota a qual lembrava se chamar Usagi perguntou.

Ambas garotas de encararam sem saber o que reponder.

— Somos alguma coisa... — Heyoon disse sem jeito — e vocês? Não são um casal?

— O que? — Usagi sentiu suas bochechas queimarem rapidinha — nada haver!

Kuina riu com seu desespero.

— Porque tão perdendo tanto tempo? — a japonesa questionou com o doce entre os lábios — aqui a gente pode morrer a qualquer momento!

— Como assim? — Arius questionou confuso.

— Devemos fazer certas coisas enquanto ainda estamos vivos! — Kuina respondeu de imediato trocando um olhar com a morena que apenas assentiu com a cabeça — minha mãe está no hospital. Ela não consegue nem ir ao banheiro sem a minha ajuda, mesmo assim me separaram dela. Quero voltar viva — confessou procurando o toque de Yoon parar sentir conforto, a morena entrelaçou seus dedos com a japonesa o que a fez sorrir um pouco — por isso também parei de fumar! Não tinha conseguido antes disso, vou precisar de energia pra sobreviver, né? Quero sobreviver e voltar ao mundo normal.

Ela suspirou pensando em sua mãe, era por ela que fazia tudo aquilo. Mesmo que seu coração quebrasse no processo.

A música logo parou indicando que a milícia tinha chegado, isso fez Heyoon revirar os olhos e os observar atentamente adentrando não área da piscina.

A voz do Niragi fazia o estômago de Lee Heyoon se revirar de nojo. Ela não o suportava.

— Eles são a milícia da praia — Kuina avisou com cautela — se quiserem viver em paz na praia, não se metam com eles.

O líder da milícia Aguni entrou junto ao seus capangas encarando todos os jogadores que haviam retornado dos jogos.

Ele encarou Arisu por um momento se lembrando do sete de espadas que haviam jogando juntos.

— O que houve com seu amigo? — o mais velho perguntou ao Arisu que baixou a cabeça desconfortável com o assunto — já sei, morreu. É uma pena, só restou os mais insignificantes. 

Seu olhar rapidamente recaiu a Usagi com os olhos cheios de malícia, o que fez a jovem se retrair na cadeira desconfortável com o olhar do miliciano.

— Ei, me trás essa mulher aqui! — ordenou ao seu lacaio. Niragi, que sorriu satisfeito com a ordem.

— Tá — concordou de bom grado.

Heyoon semicerrou os olhos com sua ousadia, não que ela se importasse com os novatos. Ela apenas não gostava de ver aquele sorriso malicioso nos lábios de Niragi.

— Ei! — Arisu se intrometeu se levantando da cadeira para proteger a garota.

— Nosso chefe quer tirar uma casquinha sua, vem cá! — disse puxando o braço da garota.

Arisu reagiu logo em seguida o afastando de Usagi rapidamente.

— Pare.

— O que faremos com esse fedelho?

— Quebra as pernas dele para que morra no próximo jogo — o miliciano ordenou e novamente Niragi sorriu concordando.

Heyoon no segundo seguinte já estava entre eles com seu olhar desafiador e sua arrogância.

— É melhor deixar eles em paz — ela disse em um tom calmo segurando com firmeza na destra do miliciano.

Niragi arrogante puxou seu braço se livrando do aperto da garota e logo sorrindo com sua ousadia dando pequenos passos em sua direção, quebrando o espaço pessoal dela.

Kuina se levantou da cadeira de praia no mesmo momento e Chishiya mesmo de longe observava com atenção a cena.

— É melhor sair da minha frente cadela! — o tom foi ameaçador enquanto sua metralhadora foi em direção ao queixo da morena que sorriu sentindo a raiva subir pelo seu corpo.

Ela desviou o olhar de Niragi olhando diretamente para Aguni que mantinha sua expressão fechada.

— Aguni, eu acho melhor você segurar o seu cachorro! — respondeu com um sorriso presunçoso no rosto, pensando bem a forma de matá-lo bem ali na frente de todos — porque eu acho que a coleira do seu totó está um pouco frouxa.

Seria tão fácil sacar a adaga chinesa que guardava em seu roupão e rasgar a garganta daquele infeliz. Isso a faria ter bons sonhos durante a noite.

Heyoon riu alto vendo o moreno cerrar os dentes pronto para atirar nela e fazer seus restos mortais sujarem o chão. Ela nem percebeu, mas Chishiya já estava ao lado de Kuina pronto parar qualquer movimento de Niragi.

— Sua...

— Isso aí é uma briga? — a voz do chapeleiro se fez presente no ambiente agora silencioso.

Niragi se afastou um pouco revirando os olhos e Heyoon encarou seu chefe se aproximando.

— Cai fora chapeleiro! Isso não é da sua conta — Aguni falou com ousadia.

— É da minha conta sim Aguni, como número um devo manter a ordem na praia — disse movendo seu olhar para a morena que se afastou do miliciano um pouco — pode fazer o que eu peço e liberar os novatos Aguni?

A tensão entre os líderes era paupável o que fazia todos em sua volta prenderem a respiração por um momento.

Heyoon sentiu as mãos de Chishiya em seu ombro querendo certificar que a garota estava bem. Mesmo tendo visto que ela controlava a situação ele não poderia deixar de se preocupar.

Ela colocou a mão por cima da dele por um segundo como se dissesse que estava bem.

— Niragi?

— Olha só, eu só recebo ordens do meu chefe!

O líder riu com tamanha ousadia daquele garoto e se aproximou de Aguni depressa.

— Então vou perguntar diretamente para seu chefe! Me responde quem é o seu chefe, Aguni?

O miliciano se virou encarando o amigo de longa data.

— Você é o meu chefe!

Eles se encararam por longos segundos que pareceram anos para os moradores que assistiam a cena.

— Vai tomar um banho — chapeleiro ordenou e logo o líder dos milicianos saiu de sua vista — quero todos os membros executivos na sala de reuniões — anunciou vendo os milicianos saírem — Arisu, você também. Soube do seu potencial pela Ann.

Heyoon suspirou exausta por ter que voltar para sala de reuniões.

— Nos acompanhe!

Pediu Yoon caminhando ao lado de Chapeleiro  que rapidamente passaram pela multidão seguindo para o segundo andar.

Os passos foram rápidos até a sala onde todos os executivos se reuniram para iniciar uma nova discussão, Chishiya observou sua garota de longe ocupando a cadeira ao lado do chapeleiro. Seus olhares se encontraram por um segundo o que fez a morena sorrir para ele e volta sua atenção para a reunião.

Porém Niragi também a encarava, com ódio em seus olhos negros. Todas as noites ele sonhava deliciosamente várias formas cruéis de matar a garota e tinha certeza que ela fazia o mesmo em seu tempo livre.

— Dois espadas, seis de espadas, quatro de ouros — Mira começou a listar as cartas recebidas nos jogos — temos quatro cartas dois de paus, ainda não encontramos nenhuma carta com figura.

— Se nao existirem as de figura, só falta o dez de copas — o número dois falou e Heyoon encarou o quadro com as cartas listadas. Estavam tão perto, mas ao mesmo tempo parecia tão longe do destino.

— Dez de copas, nunca apareceu em um jogo antes — Mira informou animada.

— Se não aparecer, não podemos zerar — Ann retrucou retirando seus óculos do rosto.

Heyoon apoiou seus braços sobre a mesa pensativa.

— Talvez só estejam esperando o momento certo... é um dez de copas afinal — disse tranquila trazendo o pensamento de que agora que recolheram quase todas as cartas ele poderia aparecer.

— Talvez tenha uma condição para ele aparecer, talvez fora de Tóquio — Ann continuou com sua linha de raciocínio.

— Nunca foi encontrada uma arena de jogos fora de Tóquio! — o número dois retrucou já exausto com aquela ideia de Ann.

— Mas não investigamos tão longe ainda.

— A estratégia não vai mudar! — Chapeleiro falou pela primeira vez naquela reunião dando encerrado aquela pequena discussão — vamos continuar investigando as arenas de jogos na cidade. Não deixem seus vistos vencerem e continuem atrás do dez de copas — ordenou a todos naquela sala que apenas assentiram em silêncio — Preciso renovar meu visto logo — sua fala fez um arrepio estranho subir pela costas de Heyoon.

Ela moveu seu olhar para Aguni que silenciosamente sinalizava para Niragi que sorriu minimamente animado com a ideia. Seu coração bateu forte contra seu peito a fazendo respirar fundo com a possibilidade que havia passado em sua mente.

— Com certeza ha um jeito de ganhar mais dias no visto — Mira disse como se não quisesse nada, mas o sorriso malandro dançava em seus lábios.

— É mesmo? — questionou o líder.

— Os jogos de copas te deixam brincar com os corações e sentimentos dos outros, se levar quem não se importar em morrer, com certeza vai sobreviver! — ela disse com calma — inclusive no jogo de sete de copas que o Arisu zerou... foi isso que aconteceu não foi?

O garoto engoliu seco com aquele assunto novamente, a lembrança de seus amigos ainda era vivida em sua mente.

— É um jogo que não exige raciocínio...

— Como alguém que já zerou um jogo de copas, você tem alguma dica Arisu?

Heyoon revirou os olhos com aquela cena, Arisu parecia querer se enfiar dentro da parede com todos aqueles olhares em cima dele.

— É como a Mira disse, jogo de copas não necessita de muito raciocínio! — Heyoon murmurou olhando para o rapaz — esse tipo de jogo é como uma bela dança de espadas, violenta e melancólica.

— Mas um jogo de copas apareceria assim tão fácil? — Ann questionou — além disso, não sabemos qual é o naipe até o fim das inscrições.

— Mas podemos deduzir baseados na probabilidade — o número dois sugeriu.

— Por favor, nada de contas — Yoon resmungou, odiava números.

Chapeleiro bateu na mesa sem muita força chamando a atenção novamente.

— Não preciso de um método de investigação tão pretensioso. Vou participar do próximo jogo! — anunciou se levantando da cadeira com as cartas em mãos — seja de copas ou espadas. Com a minha taxa de vitória de 100% vou ganhar fácil! Vou me inscrever até aparecer um dez de copas, está chegando o dia em que juntaremos todas as cartas e partiremos!  — disse animado com a ideia — membros executivos, conto com vocês para supervisionarem as coisas por aqui.

Heyoon umedeceu os lábios com a ideia absurda de Chapeleiro, era óbvio que ele teria que renovar o seu visto. Porém agora todos naquela sala sabiam disso é isso deixava o líder da praia vulnerável.

— Ao que parece alguém vai ficar sem a proteção do chefe por uns dias — Niragi sussurrou para o loiro a sua frente.

— Eu não me preocuparia com a segurança dela se fosse você, Niragi

O tom de voz calmo de Chishiya fazia o moreno revirar os olhos de ódio, pois mesmo que quisesse não conseguia provocar o garoto.

— Você chegaria a tempo? Se tivesse que escolher entre essa putinha ou a outra vadia, quem seria? — ele provocou inclinando seu corpo sobre a mesa — você se acha tão esperto não é?

Chishiya sorriu pela mínima tentativa de provocação.

— Bem, eu sou mesmo!

Niragi bateu a palma na mesa com raiva atraindo o olhar de Heyoon para a cena que acontecia ali diante de seus olhos.

O moreno mesmo com raiva sorriu e direcionou seu olhar pra Heyoon enquanto passava a língua entre os lábios de forma maliciosa.

Cuide do seu homem, Heyoon!

A garota soltou uma risada nasalada com a ameaça entrelinhas.

É melhor você ter cuidado com a língua! — disse entredentes o que fez o rapaz rir achando graça da situação.

— Reunião encerrada! — Chapeleiro anunciou finalizando a discussão entre eles.

Aguni fez um pequeno movimento com a cabeça indiciando que era para Niragi sair da sala e não causar mais confusão. Os demais executivos saíram da sala deixando apenas Chapeleiro e Heyoon no ambiente vazio.

— Não pode ir sozinho nos jogos — ela o alertou voltando a sua preocupação.

— a milícia irá comigo — jogou os ombros sem se importar com o assunto.

— Isso é o que me preocupa — resmungou cruzando os braços — eu vou com você!

— não!

— Eu não estou pedindo!

O mais velho revirou os olhos fardo daquele preocupação.

— E eu também não, estou ordenando! Você fica até eu encontrar o dez de copas — deu sua palavra final a fazendo suspirar exausta, naquele momento não havia nada que ela pudesse fazer — vá descansar Yoon, você está acabada.

Ela frase também soou como uma ordem que a garota apenas assentiu levando consigo sua derrota naquela assunto.

— Boa noite Chapeleiro.

Desejou saindo da sala deixando o tormento em sua mente tomar conta de seus pensamentos. Pela primeira vez Heyoon desejou muito está errada sobre a milícia.

(Capítulo não revisado!!)

🦊 — Olá jogadores! Vocês estão bem?

🦊 — Esse foi um dos maiores capítulos que escrevi em toda minha vida em menos de três dias! Está com 5,5K de palavras!

🦊 — A Heyoon defendendo o homem dela🛐🛐🛐

🦊 — Mas confesso que também é o mais monótono que tive até agora, como não quero acelerar os acontecimentos que vão vim futuramente decidir deixar assim. Algo calmo com algumas intrigas.

🦊 — Imagino que vocês estejam sentindo falta dos jogos, porém narrar jogo é algo difícil e no momento não iria acrescentar na história colocar Heyoon em algum jogo no momento, afinal tudo o que eu queria mostrar sobre a Yoon nos jogos eu já mostrei.

🦊 — Escrever cenas românticas não é muito o meu forte, gosto de manter em mente a trama principal e não o romance. Então já peço perdão pela falta de romantismo.

🦊 — Aproveitem as cenas do Chapeleiro com a Heyoon, logo logo ele vai de lojas americanas 😍😍

🦊—acho que é isso! Espero que tenham gostado de verdade, foram madrugadas escrevendo até ficar do jeito que eu queria :(

Até a próxima jogadores!
Não esqueçam do voto e dos comentários! É muito importante 🫶🏻

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