004- 𝐒𝐄𝐓𝐄 𝐃𝐄 𝐏𝐀𝐔𝐒
"Quem vai orar por mim?
Levar minha dor para mim?
Salvar minha alma para mim?
Porque estou sozinho, vocês não conseguem ver?" — PRAY FOR ME
(Itálico em grandes cenas significa flashback)
Heyoon sentiu seu estômago se revirar assim que acordou pela manhã na cama vazia, sua cabeça estava doendo assim como a boca de seu estômago. Odiava está de ressaca, mas beber era um vicio insaciável que tanto gostava.
Ela coçou os olhos enquanto se levantava da cama confortável procurando o banheiro.
— Tem remédio pra enjoo do lado da cama — a voz de Kuina soou enjoada vindo do banheiro.
A coreana virou o rosto para a cômoda perto da cama pegando o pequeno comprimido e o copo de água disponível e o ingerindo depressa.
— Obrigada... por cuidar de mim ontem — agradeceu adentrando no banheiro e observando a garota arrumando o penteado em frente ao pequeno espelho em cima da pia.
Kuina desviou o olhar do espelho olhando a morena de mechas avermelhadas na entrada do banheiro.
— Você se lembra de ontem? — questionou semicerrando os olhos levemente.
Heyoon sorriu como sempre fazia, aquele sorriso espertinho que dançava em seus belos lábios.
— Eu costumo lembrar de tudo depois de uma noitada gatinha.
O flerte descarado fez a japonesa sorrir de forma desconfiada, porque assim como Chishiya a garota conseguia ser bastante traiçoeira.
— Você vai jogar hoje? — Heyoon mudou de assunto rapidamente enquanto olhava a garota se arrumar depressa.
— Vou, tenho apenas dois dias de visto não quero deixar para o último dia!
Kuina continuou a encarar a garota que manteve o sorriso doce sobre os lábios.
— Ótimo, eu já estava ficando entediada! Vamos jogar então.
A garota pode jurar que viu suas pupilas dilatarem com a ideia de sair da praia para jogar um pouco.
— Vai se trocar então, vamos sair daqui a pouco.
A morena concordou para não contrariar a ordem de Kuina, Heyoon não se importava da garota ser mandona daquela forma na verdade ela gostava.
Com calma ela caminhou pelos corredores até chegar em seu dormitório, seu quarto era simples como todos os outros naquele hotel a cama de cor neutra com os armários em volta. Se fosse no mundo real o ambiente estaria preenchido com pôsteres de suas bandas favoritas e alguns doramas.
Ela foi até o seu banheiro ligando o registro do chuveiro na intenção de tomar um banho rápido, obviamente Kuina a esperaria.
A água quente chocou contra seu corpo relaxando seus músculos tensos, Heyoon passou o sabão pelo corpo o limpando de qualquer impureza e logo o ensaboando.
Assim que terminou enrolou seu corpo na toalha e saiu do banheiro pegando o biquíni preto estendido sobre a cama, a morena se vestiu depressa calçando o short da mesma cor do biquíni e um roupão vermelho que havia ganhado do chapeleiro nos primeiros dias naquele utopia.
Heyoon apanhou a chave de seu carro e algumas adagas que tinham em sua posse escondida na grade da cama, não sabia qual tipo de jogo enfrentaria então era sempre bom ter algo guardando entre as vestes.
Agora andando depressa ela saiu do dormitório seguindo para o pátio onde imaginou que a garota estaria.
— Você demorou! — a japonesa reclamou de forma impaciente com o cigarro apago entre os lábios.
Chishiya também estava presente com seu casual moletom branco e sua feição seria, Heyoon sorriu rodando a chaves do automóvel entre os dedos animada.
— Parece que hoje é apenas nos três — o loiro falou observando a morena descer as escadas, seu olhar atrevido desceu pelo corpo de Heyoon olhando com atenção as cicatrizes presentes em sua barriga e braços.
Se Chishiya fosse chutar diria que as cicatrizes foram feitas com algo quente, porque estava claro que eram queimaduras de terceiro grau cicatrizadas a um bom tempo. O loiro desviou o olhar da garota retomando a seus pensamentos.
— Somos um trio e tanto! — Heyoon comentou animada caminhando em direção aos carros que ficavam na garagem.
Os três seguiram em direção ao carro enquanto os pensamentos do Chishiya mergulhavam em suposições que talvez, apenas talvez o número três não fosse assim tão ruim.
Heyoon estacionou o carro poucos quarteirões onde os fogos foram soltos anunciando o início dos jogos. Ela desligou o automóvel desocupando o lugar banco do motorista, observando a arena onde ocorreria o jogo naquela tarde.
Kuina e Chishiya desceram do carro logo em seguida trancando o veículo enquanto mantinha os olhos vidrados na grande arena.
— Vamos entrar, o jogo deve começar em breve — Heyoon murmurou seguindo para dentro da arena de jogos, sendo seguida por Chishiya e Kuina.
Na entrada do lugar tinha uma pequena mesa na recepção com colares disponíveis para os três colocarem ao redor do pescoço, a morena semicerrou os olhos hesitando por um instante. Talvez a prova fosse difícil.
Chishiya não demorou para apanhar o objeto metálico e colocar contra o pescoço assim o travando, Kuina fez o mesmo logo em seguida apenas esperando a coreana colocar seu colar para seguirem a sala principal dos jogos.
Heyoon engoliu as dúvidas e deixou o objeto preto rodear sua garganta depressa podendo ouvir o pequeno barulhinho do "click".
Os três caminharam adentrando no ambiente junto aos demais jogadores que esperavam o início do jogo.
Heyoon observou a estrutura por dentro, o lugar era grande, mas não dava para ver além da sala que eles estavam. Isso fez a coreana semicerrar os olhos curiosa com qual seria a dinâmica que eles participariam.
POR FAVOR AGUARDE O INÍCIO DO JOGO.
AS INSCRIÇÕES TERMINAM EM UM MINUTO!
Heyoon mexeu impacientemente em suas madeixas avermelhadas enrolando os fios contra o dedo anelar observando os jogadores chegando confusos. E observar eles era sempre como da primeira vez.
Ela se lembrava quando era a novata confusa e com medo e como transformou aquele medo em uma potência, porque Heyoon era uma grande força, ocupava espaço e jogava a todo instante eliminando os peões.
Não demorou para ela acostumar com a vida que tinha naquele mundo, não era tão ruim como no mundo original. Lá ela não sofria, apenas via os outros sofrendo.
Porque naquele mundo ela era intocável e para ela isso era incrível.
INSCRIÇÕES ENCERRADAS!
TOTAL DE VINTE E UM PARTICIPANTES
O JOGO VAI INICIAR AGORA!
Todos os olhos presentes foram em direção ao grande telão que anunciava o início do jogo, Heyoon ousou em desviar o olhar da tela para ver Kuina e Chishiya que pareciam atentos nas instruções do jogo.
DIFICULDADE SETE DE PAUS
A morena sorriu pela dificuldade posta naquela jogo, não lembrava da última vez que pegou algum número baixo jogando nos últimos tempos. Isso podia significar que os jogos estavam acabando junto com as cartas dos baralho.
JOGO: CAÇA AO TESOURO
REGRAS: FORMAR EQUIPES DE TRÊS PESSOAS E LOCALIZAR OS TRÊS ÍTENS LISTADOS.
— Realmente a sorte parece está no nosso lado nesse jogo! — Heyoon murmurou animada, afinal ela não precisaria jogar contra eles já que poderiam ser um trio.
CONDIÇÕES PARA ZERAR: ENTRAR EM UMA DAS SETE SALAS E ENCONTRAR OS TRÊS ITENS NO TEMPO LIMITE PASSANDO PELAS FASES PRESENTES NA ARENA.
O JOGO SERÁ ZERADO QUANDO VOCÊ CUMPRIR O OBJETIVO.
APÓS O TEMPO IMPOSTO A ARENA IRAR SE DESTRUIR.
"Como sempre tão criativos" o pensamento passou depressa pela sua cabeça enquanto olhava para sua equipe composta por Kuina e Chishiya. Ela estava começando a pensar que o destino estava brincando consigo.
— Quais itens devemos procurar? — algum jogador perguntou perdido.
A lista logo apareceu no grande telão branco com três simples coisas: Uma coroa, uma peça de xadrez e a carta sete de paus.
Apesar de ser um jogo em equipe ele parecia ser bastante dinâmico o que havia chamado atenção de Chishiya sobre o que eles enfrentariam dentro da arena.
Foram formados sete grupos ao total, Heyoon observou atentamente as sete portas naquela sala que indicava que cada equipe teria que entrar em uma sala para iniciar o jogo.
— Vamos logo com isso — Kuina resmungou observando os jogadores tomarem seus lugares em frente as portas e logo ela fez o mesmo junto com Heyoon e Chishiya.
A japonesa não demorou para girar a maçaneta adentrando no pequeno corredor escuro com cautela ouvindo apenas as respirações de seus companheiros atrás de si.
Conforme foram entrando encontrarem um ambiente todo preenchido por rosa claro, Heyoon franziu as sobrancelhas olhando o lugar mau decorado.
— Interessante... — disse Chishiya observando a pequena tv um pouco à frente deles.
BEM VINDO A CASA DE BONECAS JOGADORES!
AQUI ESTÁ ESCONDIDO UM ITEM DA LISTA DE VOCÊS!
PARA ACHÁ-LO É MUITO FÁCIL! BASTA BEBER UMA XÍCARA DE CHÁ E PEGAR A CHAVE QUE VAI ABRIR UM DESSES BAÚS!
VOCÊS DEVERAM ESCOLHER UMA PESSOA DA EQUIPE PARA PARTICIPAR DESSA FASE MARAVILHOSA!
Eram no total de oito baús ao redor da pequena mesa, a mesa continha várias xícaras com um líquido transparente.
AO ESCOLHER A XÍCARA DEVE BEBER TODO O LÍQUIDO DENTRO PARA ALCANÇAR A CHAVE! SE O JOGADOR SE NEGAR A BEBER SERÁ DESCLASSIFICADO!
O TEMPO LIMITE DESSA SALA É DEZ MINUTOS!
BOA SORTE JOGADORES!
— Tava fácil demais pra ser verdade — Heyoon resmungou olhando para as xícaras.
A probabilidade deles perderem tempo naquela fase era enorme, isso poderia os atrasar para as próximas fases do jogo.
Chishiya no momento apenas ficou em silêncio observando as peças de porcelana com as chaves dentro. Por um momento ele ficou pensativo na probabilidade de serem oito baús não ser coincidência.
Kuina se aproximou da mesa com cuidado esticando sua destra para apanhar uma xícara.
— Ainda não sabemos o que tem nas xícaras... a possibilidade de ser um veneno ainda existe — Chishiya alertou vendo a garota se afastar da mesa.
— Teremos que beber de qualquer forma! — Heyoon retrucou demonstrando impaciência para aquela fase.
— Hum, mas podemos descartar algumas possibilidades... — o loiro começou o seu raciocínio devagar.
Kuina parou concordar cruzando os braços na altura do peito.
— Quem vai beber? Precisamos escolher alguém — perguntou olhando Heyoon e Chishiya.
— Eu vou! — Heyoon anunciou se divertindo enquanto ocupava um lugar na mesa — ao que parece, eu vou ter que confiar em vocês para me guiar!
Um brilho perigoso passou pelo olhar doce que a garota distribuía aos companheiros naquela sala, aquele jogo realmente tinha animado a garota.
Heyoon gostava quando os jogos se tornavam imprevisíveis, era tão emocionante!
— Está disposta a confiar em mim Heyoon? — Chishiya perguntou deixando um pequeno sorriso aparecer em seus lábios.
A garota semicerrou os olhos porque Chishiya não era confiável, assim como ela o rapaz era um bom manipulador e isso tornava tudo mais divertido.
Kuina sorriu de forma discreta lançando uma pequena piscadela para a garota sentada a sua frente, aquilo estava se tornando um jogo intenso e nem havia começado direito.
— Confie em nos Yoon... — a morena pediu cautelosa com um sorriso galanteador sobre os lábios.
Kuina e Chishiya faziam uma dupla perfeita e muito mortal, seus sorrisos eram capazes de iludir e enlouquecer a mente mais sã daquela cidade. Heyoon se questionou mentalmente se ficaria bem ao lado deles dois.
3 parecia um número bastante aconchegante.
— Vou confiar em vocês! — respondeu de forma sincera intercalando seu olhar entre Kuina e Chishiya, eles eram uma mistura perfeita de corpo e mente.
Chishiya pareceu animado para começar o jogo então voltou rapidamente para sua lógica.
— Vamos começar eliminando os números 1 e 8... — falou calmo vendo Heyoon observar as xícaras — comece pela quinta xícara.
Heyoon observou a caneca de longe, vendo o líquido transparente claramente questionável. Ela não hesitou em apanhar o pequeno objeto olhando diretamente para Chishiya como um claro sinal de: estou confiando em você seu idiota!
Seu faro não conseguiu sentir nenhum cheiro suspeito vindo da pequena peça de porcelana, então sem demora o ingeriu sentido o líquido descer depressa pela sua garganta sem causar nenhum dano.
— Água... eu acho — respondeu incerta, se lembrava de existir vários venenos que não continha cor e gosto.
Kuina estreitou os olhos preocupada vendo a coreana pegar a chave de dentro da porcelana e dar para garota abrir o baú.
Ela andou rapidamente ao baú número cinco passando a chave pelo cadeado que mantinha o pequeno objeto fechado, assim que o abriu a morena colocou a destra dentro do baú, porém a única coisa que tinha lá dentro eram aranhas fazendo sua teia.
— Que nojo, odeio aranha — Kuina resmungou tirando rapidamente a mão de dentro do objeto — nada de coroa por aqui.
Heyoon olhou novamente para o Chishiya esperando que ele escolhesse outra xícara, o loiro pareceu analisar melhor as xícaras ele já havia descartados números baixos e muito altos então estava entre 4 e 6.
— quatro.
Heyoon fez uma careta desgostosa observando o líquido amarelado na porcelana, ela apanhou a xícara com cuidado e rapidamente engoliu o conteúdo dentro sentindo uma queimação esquisita na garganta.
— Você está bem? — Kuina perguntou preocupada ao ver a careta na face da morena.
A coreana tossiu um pouco sentido irritação na garganta, mas concordou com a cabeça entregando a chave para Kuina novamente.
A japonesa repetiu o processo abrindo a caixa, porém novamente ela estava vazia.
Chishiya semicerrou os olhos pensativo, agora só restava seu único chute que era o baú número seis.
— Seis — mandou tranquilo.
A morena encarou a peça de porcelana novamente vendo o líquido viscoso e avermelhado.
— Chishiya... — Kuina o repreendeu observando a cor daquele negócio.
— Você disse que confiava em mim Yoon — ele retrucou com as palavras que a coreana havia usado antes — então beba Romeu.
Heyoon soltou um pequeno riso com o trocadilho, afinal Romeu havia morrido envenenado. Ela olhou nos olhos do loiro apanhando a xícara número seis, era um erro confiar em qualquer palavra que saia da boca de Chishiya, porém ela não poderia evitar.
O cheiro vindo da xícara era horrível, fazia seu estômago se embrulhar.
RESTAM CINCO MINUTOS.
Seu coração bateu fortemente contra seu peito, Heyoon respirou fundo enquanto virou todo o líquido na garganta sentido o gosto metálico escorrer por sua boca depressa.
Seu estômago se revirou novamente a fazendo colocar a mão na boca a impendido de vomitar o que havia acabado de beber.
— Que nojo... isso é sangue... e dos ruins ainda por cima! — reclamou jogando novamente a chave para a garota que foi depressa abrir o baú.
Ela enfiou a mão dentro da caixa sentindo algo metálico, rapidamente ela puxou o objeto encarando a pequena coroa.
— Conseguimos! — a japonesa comemorou escutando a porta para a próxima fase de destravar.
Chishiya sorriu estendendo a mão para a morena que ainda estava sentada respirando fundo, Heyoon encarou a destra estendida com desconfiança.
Confiar em Chishiya e Kuina seria mesmo um erro tão grande?
Ela mordeu os lábios aceitando a mão estendida e deixando ser guiada para a próxima fase do jogo. Era estranho que ficar tão perto de Chishiya e Kuina lhe passasse uma sensação única de paz.
Os três passaram pelo corredor escuro até chegar na próxima porta, onde a grande sala estava preenchida de diversos obstáculos.
BEM VINDOS A SEGUNDA FASE DO NOSSO CAÇA TESOURO!
EU APRESENTO A VOCÊS NOSSA PEQUENA ARENA DE JOGOS!
PARA CONSEGUIREM PEGAR A PEÇA DE XADREZ TERÁ QUE PASSAR PELOS OBSTÁCULOS COM CUIDADO.
O TEMPO LIMITE DESSA SALA É DE VINTE MINUTOS.
BOA SORTE JOGADORES!
Kuina observou as estruturas dos obstáculos, não parecia difícil se não fosse pelos lasers espalhados pela plataforma. Um piso em falso e os três estariam mortos.
— Parece que agora vocês vão ter que confiar em mim! — Kuina disse com calma — vou guiar vocês.
Aquele jogo apesar de ser um jogo em equipe se você não colocasse total confiança nos membros de sua equipe não daria certo. Heyoon já havia entendido isso na primeira fase, era até engraçado só pelo fato dela não confiar em ninguém.
— Vamos acabar logo com esse jogo! — Heyoon disse confiante.
Kuina encarou Chishiya por um momento o vendo assentir lentamente com a cabeça com um sinal claro de: eu confio em você. O que a fez sorrir e segurar a mão de Heyoon começando os guiar pela plataforma.
Heyoon segurou a respiração por um minuto sentindo um choque estranho percorrer por seu corpo enquanto segurava a mão daqueles dois, era como um reencontro de almas.
Almas feridas e cansadas pelo tempo, mas não importava quando tempo demorava para elas se reencontrarem, elas ainda se reconheceriam mesmo que fossem velhas.
Os três começaram a passar devagar desviando dos lasers que queimavam o chão e saltando entre as pequena plataformas, o tempo passava depressa a cada segundo que eles corriam.
Kuina pulou de uma plataforma para outra cada vez chegando mais perto do totem que precisavam, Chishiya pulou logo depois ficando ao lado da morena.
Quando Heyoon iria pular a plataforma tremeu desestabilizando a garota que se desconcertou para conseguir pular.
Kuina e Chishiya arregalaram os olhos no mesmo minutos preocupados.
— Você tem que pular! A plataforma vai cair — Kuina avisou vendo o bloco que Heyoon estava tremer novamente.
— Nos vamos pegar você Yoon! — o loiro avisou pela segunda vez estendendo a mão para a morena e logo Kuina fez o mesmo.
— Não vamos deixar você cair!
Heyoon respirou fundo dando alguns passos para trás, ela observou as mãos estendidas hesitando um pouco. Porque ela deveria confiar neles? Chishiya poderia muito bem a deixar cair mesmo que ela achasse que isso não seria vantajoso para eles. A morena olhou nos olhos do loiro que apesar de manter a face neutra seus olhos passavam confiança assim como e de Kuina.
A plataforma tremeu novamente indicando que iria cair, sem escolhas yoon tomou novamente impulso se jogando com toda sua força estendendo os braços para ambos pegarem.
Kuina e Chishiya agarraram depressa as mãos de Heyoon a puxando para cima a fazendo suspirar de alívio enquanto Kuina abraçava seu corpo.
A morena sentiu seu corpo tremer pela possibilidade de despencar dez metros do chão.
Chishiya sorriu passando lentamente a mão sobre os fios pretos de Heyoon carinhosamente o que fez as duas garotas sorrirem.
— Precisamos seguir, os lasers estão chegando mais perto — Heyoon reforçou se levantando pronta pra seguir.
Assim os três seguiram com cuidado correndo contra o cronômetro na intenção de chegar mais rápido e irem para a última fase daquele jogo.
Os três chegaram depressa no topo apanhando a pequena peça de xadrez e finalizando aquela fase.
— Agora só falta mais uma! — Heyoon falou contente, aquele jogo já estava cansando seu corpo.
Novamente a porta foi destravada os fazendo passar pela porta rapidamente enquanto a arena atrás deles se auto destruía.
A última arena era mais extensa que as outras, cheio de barras e andaimes de ferro Heyoon semicerrou os olhos enxergando de longe a carta posta no centro da arena. Precisaria passar por todo o percurso para alcançar o último item.
Logo os outros jogadores foram chegando de lados diferentes da arena, ao total foram três equipes que sobraram e todos estavam atrás da única carta.
Heyoon respirou fundo alongando seu corpo para correr todo e percurso e talvez derrubar alguns corpos.
BEM VINDOS A FASE FINAL DO CAÇA TESOURO!
TUDO OU NADA!
NESSA FASE VALE DE TUDO PARA PEGAR A ÚLTIMA PEÇA, MAS CUIDADO PARA NÃO CAIR E SE QUEIMAR!
A coreana encarou sua equipe com confiança, seu forte poderia não ser esse tipo de dinâmica, mas ela sabia que conseguia.
— Eu consigo... eu consigo pegar a carta!
— Isso parece muito fácil... — Kuina resmungou cruzando os braços.
— Vai acontecer uma matança nessa arena, isso parece o suficiente para eles — Yoon respondeu encarando todo o percurso que teria que fazer.
— O que ela quis dizer com "cuidado pra não se queimar"? — a japonesa encarou Chishiya querendo alguma sugestão.
Porém no mesmo momento o calor na sala aumentou constantemente fazendo a morena recuar alguns passos das barras que agora estavam esquentando.
— Incrível, eles estão se superando cada vez mais... — Kuina debochou revirando os olhos e voltando sua atenção a garota — certeza que consegue?
Heyoon piscou algumas vezes desconfortável pelo calor do ambiente, mas todos já havia ajudando nas fases anteriores então ela tinha que fazer isso.
— Eu consigo... — afirmou novamente intercalando seu olhar entre os dois — eu confiei em vocês, então agora eu peço... confiem em mim!
Chishiya cruzou os braços assentido com a cabeça.
— Qual o plano? — perguntou o loiro olhando para Heyoon que sorriu satisfeita.
Heyoon tirou as adagas que havia trazido entre o roupão, ela entregou as preciosas armas na mão de cada um.
— São adagas chinesas! Cuidem bem delas — informou ficando apenas com uma adaga — vocês dois precisam atrasar o número possível de jogadores para liberar o caminho.
— Não parece difícil — a japonesa resmungou jogando a adaga pra cima
— Quem garante que você vai conseguir pegar a carta? — Chishiya questionou fazendo a morena de madeixas avermelhadas sorrir.
— Bem... vocês vão ter que confiar em mim!
TEMPO DE SALA TRINTA MINUTOS.
Heyoon sorriu uma última vez para sua equipe antes de se distanciar deles e subir nos andaimes se preparando para correr. Os outros jogadores começaram a correr depressa assim como Yoon que pulava entre os andaimes.
Porém a temperatura daquela andaime estava esquentando embaixo de seus pés a fazendo respirar fundo buscando por ar.
— Segurem ela! — a garota ordenou enquanto seus amigos a prensavam contra a parede — seus braços são bonitos... será que você poder ver se isso está quente o suficiente para mim?
A maldade estava impregnada em seu olhar doce enquanto ela levava o babyliss em direção ao seu braço queimando sua pele e se deleitando com seus gritos de dor.
Heyoon balançou a cabeça sentindo o local mais quente e seu peito doer pela falta de ar que sentiu.
— Heyoon! — Kuina gritou preocupada chamando atenção da morena.
A coreana deu impulso novamente saltando pelos andaimes e voltando a correr ignorando o mal estar que sentia. Seus gritos infantis ainda ecoavam em sua cabeça, mas mesmo assim ela não parou de correr até ter em vista a carta em cima da pequena mesa a alguns metros.
Chishiya e Kuina andavam pelo chão atrasando alguns jogadores, eles estavam fazendo sua parte então Heyoon tinha que fazer a dela.
Ela avistou além da carta um jogador de porte médio se aproximando com rapidez, Heyoon sacou sua adaga e mirou no ombro do jogador a arremessando depressa.
A garota não pode evitar de sorrir quando a pequena adaga chinesa acertou seu alvo o fazendo urrar de dor. Mas isso não pareceu desanimar opinem que continuou a correr em direção a carta.
Então Heyoon respirou fundo sentindo suas narinas arder pelo calor nos andaimes e saltou em direção ao jogador fazendo ambos rolarem pelo chão áspero.
— Vagabunda! — xingou com raiva empurrando suas costas contra as barras quentes.
Heyoon entreabriu os lábios puxando o ar pela dor que sentiu no ombro direito ao encontrar em contato com a barra quente.
— Não seja mau educado! — mandou chutando seu rosto com força enquanto sentia seu ombro arder de dor.
O homem logo levantou tirando a adaga do ombro direito e usando para atacar Heyoon que desviou com facilidade de seus investidas segurando no andaime para chutar seus costas contra as barras de ferro quentes.
Irritado ele se virou com rapidez segurando a garota pelo pescoço apertando com força querendo encerrar aquela briga. Pela primeira vez a morena de sentiu frágil, como se pudesse quebrar a qualquer momento, se lembrou do bullying cruel que sofreu na escola enquanto se debatia contra o homem em busca de ar.
Ela precisava sobreviver, porque era isso que ela fez em toda sua vida!
— Chega até ser engraçado eu estar perdendo tempo como uma garota fraca como você! — o homem desdenhou da garota.
Então buscando uma força onde não tinha ela o empurrou com os pés a fazendo soltar a garota no chão.
Heyoon se levantou puxando ar para os pulmões continuando a chutar o homem contra a barra de ferro quente, depressa ela pegou a destra do jogador prensando contra o ferro o fazendo soltar sua adaga, ela precisava ser agiu em seus golpes porque era evidente que o homem era mais forte do que ela.
Porém Heyoon como uma boa raposa traiçoeira sabia bem como lidar com a situação que se encontrava.
Ele gritou de dor enquanto a morena apanhou a arma branca que caiu no chão e usou para apunha-lar o peito do seu adversário e repetiu o ato até que seu corpo ficasse mole e ele caísse no chão já sem vida.
RESTAM APENAS UM MINUTO.
Heyoon semicerrou os olhos sentido a dor no ombro intensificar, mas ela caminhou devagar em direção a carta encima da mesa a apanhando.
JOGO ZERADO
PARABÉNS!
Heyoon assistiu em silêncio enquanto seu corpo desabava contra o chão a cabeça dos outros participantes explodirem enquanto Kuina e Chishiya caminharam em sua direção.
— Yoon — Kuina chamou preocupada observando a vermelhidão de seu pescoço.
— Precisamos sair daqui, o ombro dela está feio pode infeccionar — Chishiya informou ajudando a japonesa a segurar Heyoon e saírem da arena.
Heyoon piscou os olhos cansada sentindo uma forte dor na cabeça por quase ter morrido sem ar, ela sentiu seu corpo ser arrastado pois seu corpo parecia fraco demais para andar por conta própria.
— Fique acordada Yoon! — Kuina suplicou enquanto entrava no banco do motorista apanhando a chave que estava no rompão da morena.
Chishiya no banco de trás com Heyoon colocou gentilmente suas mãos no rosto da garota na tentativa de mantê-la acordada.
— Não durma raposinha.
A voz suave do loiro apareceu dar mais sonolência a garota que piscou os olhos sentindo o cansaço e a dor abater seu corpo.
Ela tava tão cansada, porque ela não podia fechar os olhos um pouco?
Sua mente pareceu apagar em alguns momentos, se lembrando apenas de pequenos flashs e conversas entre Chishiya e Kuina que dirigia depressa pelas ruas de Tóquio querendo achar a farmácia mais próxima.
Heyoon sentiu seu corpo novamente ser carregado para fora do carro enquanto a japonesa abria a porta do ambiente com rapidez procurando algo que possa ajudar.
— Procure gaze e água gelada — Chishiya mandou enquanto colocava a garota no chão e retirava seu rompão para observar melhor a queimadura.
Kuina concordou sumindo entre as prateleiras buscando o que o loiro havia mandado, ela voltou com as mãos cheia de gazes e garrafas de água.
— É tudo o que eu achei! — disse ofegante.
Chishiya então começou a cuidar da queimadura molhando a gaze com a água gelada e colocando contra o ombro machucado o que fez Heyoon resmungar de dor.
Ela se sentiu como se tivesse quinze anos novamente e tivesse que cuidar de suas queimaduras sozinha, porém a única coisa naquela hora era que Kuina e Chishiya estavam do seu lado cuidando dela.
Com cuidado o rapaz deixou o gaze molhado no local queimado e levou o esparadrapo molhado na testa dela para baixar a temperatura do corpo.
— Ela vai ficar bem? — ela perguntou preocupada.
— Sim... ela vai sobreviver — foi a única coisa que respondeu enquanto delicadamente tirava os cabelos da face da morena.
Ambos ficaram em silêncio observando a garota mesmo com dor cair no sono naquela farmácia velha, Kuina e Chishiya se encaram ainda aproveitando do silêncio do ambiente e os dois sabiam, estavam condenados.
Presos a Heyoon de uma forma quase insana e o pior era que os três gostavam disso.
Heyoon sentiu a garganta arder assim com a cabeça quando abriu os olhos e viu que estava deitada com a cabeça no colo de Kuina.
— Onde... onde estamos? — questionou sentindo sua garganta arranhar pela dor.
— Numa farmácia, você se machucou feio — Chishiya informou em um tom baixo entregando para a morena uma garrafa de água — bebe, se não você vai passar mal.
Heyoon apoiou a mão no chão levantando a cintura do chão e apanhando a água e bebendo depressa sentindo sua garganta agradecer pelo líquido.
— Obrigada... — agradeceu com a voz rouca.
— vai ficar com uma cicatriz no ombro — informou vendo a garota tocar delicadamente no gaze preso na queimadura.
— Está tudo bem, estou acostumada... — respondeu baixo vendo que Kuina estava descansando — já está de noite, por quando tempo eu dormi?
O loiro jogou os ombros.
— Eu não contei, mas Kuina queria que você descanse um pouco.
Heyoon sorriu fechando a garrafa de água vazia.
— Acho que somos um belo trio Chishiya!
— Talvez sejamos.
A coreana pode jurar ter visto um pequeno sorriso nos lábios do rapaz.
— precisamos voltar para a praia, todos já devem ter voltados dos jogos — ela mudou de assunto sentindo as bochechas avermelharem.
— Vocês falam demais... — Kuina resmungou sonolenta abrindo seus olhos castanhos — está melhor Yoon?
A morena assentiu enquanto se levantava com cuidado.
— minha garganta ainda dói assim como o ombro, mas vou sobreviver.
— Ótimo, podemos ir embora então — a japonesa jogou a chave do carro na direção de Chishiya que a pegou sem muito esforço — agora você dirige!
Chishiya se contentou em apenas entregar um ligeiro sorriso de lado enquanto acompanhava as duas para fora da farmácia.
Heyoon parou por um instante observando o grande céu azul e a lua no seu topo mais bonito.
— A lua está linda hoje — Heyoon murmurou abrindo a porta do passageiro para ocupar o lugar.
— E as estrelas também.
Kuina e Chishiya falaram em uníssono enquanto a morena se acomodava no assento e o loiro dava partida.
Ela sorriu satisfeita, mesmo que confuso eles não precisavam explicar nada, eram apenas eles três. Só faltavam aceitar isso.
E o silêncio aconchegante os seguiu pela estrada até a praia, por alguma razão seus corações pareciam quietos e preenchidos com um sentimento novo.
— Olá jogadores! Eu disse que voltava e breve!
— Esse jogo foi difícil tanto de montar e tanto de escrever, eu queria explorar um pouco eles como um trio então nada melhor que um jogo de paus não é verdades?
— Apesar desse jogo precisar de raciocínio e força física, nada nele poderia ter sido feito se não fosse em conjunto! Testar a confiança da equipe foi o objetivo no jogo.
— Isso também mostrou para o nosso trisalzinho que eles são melhores juntos, os três! (Agora será que Chishiya vai entender isso?)
— Esse foi um dos maiores capítulos que eu já escrevi! 4,8K de palavras!!! Me sinto feliz com essa pequena conquista.
— Eu usei a frase da lua porque achei importante para os três demonstrarem o que sentiam em palavras, mesmo que fosse um pouco escondido 😍 juro amo muito eles—
— A parte do passado da Heyoon eu peguei do dorama "the glory" gosto de como a personagem principal é forte assim como nossa pequena Heyoon.
— Mas enfim, vocês gostaram do capítulo de hoje? Quando acham que vai vim uns beijinhos do nosso maravilhoso trisal em?
— Aceito críticas construtivas para o andamento da história🫶🏻
— Por favor não esqueçam de comentar e votar isso é muito importante!!
— Até a próxima jogadores!
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